10 dicas
para identificar sinais de autismo na adolescência
O
psiquiatra Caio Abujadi, especialista em transtorno do espectro do autismo
(TEA), TDAH e psiquiatria da adolescência e infância, compartilha 10 dicas
essenciais para identificar sinais de autismo na adolescência.
Reconhecer
esses sinais pode ser crucial para que adolescentes autistas recebam o suporte
necessário e entendam melhor suas próprias experiências.
Caio
Abujadi é sócio-fundador e atual presidente da Associação Caminho Azul. Ele
possui experiência no tratamento de transtornos do desenvolvimento, com ênfase
no autismo e no transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
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10 Dicas para Identificar Sinais de Autismo na Adolescência por Caio Abujadi:
1. Dificuldades de comunicação social: Observe se o adolescente tem dificuldades em iniciar e
manter conversas, interpretar linguagem corporal ou expressões faciais, inadequação do comportamento, problemas para se
manter congruente ao que está ocorrendo (pensar no mesmo contexto).
2. Interesses restritos e intensos: Fique atento a interesses
profundos e focados em áreas específicas, que muitas vezes dominam o tempo e a
atenção do
adolescente. Troca de assunto sempre para um campo do seu interesse.
3. Dificuldade em fazer e manter amizades: Note se o adolescente
tem dificuldades em criar e manter relacionamentos sociais, preferindo
atividades solitárias. Quando faz
amizades, faz poucas e fica muito apegado aos amigos.
4. Comportamentos repetitivos: Identifique comportamentos
repetitivos, como movimentos estereotipados, organização excessiva de objetos ou insistência em rotinas específicas. Faz atividades da mesma forma e com
pouca flexibilidade.
5. Sensibilidade sensorial: Perceba reações intensas a estímulos sensoriais, como aversão a certos sons, luzes, texturas ou
cheiros. Pode ter habilidades perceptivas também - habilidades com sons, cheiros, olfato.
6. Problemas de empatia: Observe se o adolescente tem dificuldades
em compreender e responder às emoções dos
outros, o que pode afetar suas interações sociais. Pode fazer empatia exagerada e ter excesso de estímulos perceptivos sociais que incomodam e
geram muita ansiedade social.
7. Resistência a mudanças: Verifique se o adolescente apresenta
resistência a mudanças na rotina ou no ambiente, demonstrando
ansiedade ou irritação com
alterações
inesperadas.
8. Dificuldade na compreensão de normas sociais: Note se o adolescente tem dificuldades em
entender regras sociais implícitas, como comportamento adequado em diferentes contextos.
Abstrações de
contextos mais complexos podem ser também mal interpretados.
9. Problemas com habilidades motoras: Identifique dificuldades em
habilidades motoras finas e grossas, como escrever, praticar esportes ou
coordenação motora
geral.
10. Compulsões por recompensas
baseadas em seus interesses: Precisa ter aquilo que gosta de forma compulsiva
para sentir alívio e tranquilidade.
• Graus de autismo existem? Veja como
funciona o novo diagnóstico do espectro
Compreender
o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é fundamental para reconhecer a
diversidade e complexidade das experiências individuais dentro deste espectro.
A data foi eleita pela ONU em 2007, visando levar informação para a população e
diminuir a discriminação e o preconceito com as pessoas autistas.
Jaqueline
Bifano, médica psiquiatra da infância e adolescência e especialista em autismo,
explica ao Terra que o diagnóstico do espectro é clínico, sempre realizado
durante uma consulta médica.
"Não
existe exame laboratorial ou exame de imagem que diagnostique o autismo. É
através da avaliação do paciente no consultório e de uma conversa com os
pais." - Jaqueline Bifano, médica psiquiatra
A
psiquiatra conta que o autismo é caracterizado pelo comportamento repetitivo,
estereotipado e seletivo, com prejuízo na comunicação e na interação social,
podendo também ter uma alteração sensorial, rigidez de comportamento, de
pensamento e um comportamento bastante seletivo restritivo.
O
Terra também conversou com o médico psiquiatra Diego Tinoco, da clínica Prazer
em Viver, que explicou como funciona o diagnóstico sobre os graus de autismo.
O
profissional diz que em vez de categorizar o autismo em termos de
"leve", "moderado" ou "grave", a abordagem
moderna enfoca o nível de apoio que cada pessoa necessita.
"Isso
reflete uma compreensão mais respeitosa das variadas necessidades das pessoas
com autismo. O transtorno do espectro do autismo é classificado conforme o grau
de apoio requerido pela pessoa." - Diego Tinoco, médico psiquiatra
De
acordo com Tinoco, o grau de autismo pode ser determinado levando em
consideração dois aspectos principais:
Prejuízos
na Comunicação Social: refere-se às dificuldades que a pessoa pode enfrentar na
comunicação verbal e não verbal, assim como na interação social.
Padrões
de Comportamento Restritos e Repetitivos: inclui comportamentos, interesses ou
atividades que são limitados, repetitivos e inflexíveis.
Estes
aspectos são avaliados para identificar se a pessoa necessita de:
• Apoio
Outro
fator crucial na compreensão do autismo é a determinação da presença ou
ausência de comprometimento intelectual associado ao quadro. Isso significa
avaliar se o indivíduo apresenta desafios adicionais no funcionamento
intelectual juntamente com o autismo.
O
médico destaca que o autismo pode ocorrer com ou sem comprometimento
intelectual. Além disso, a avaliação do funcionamento da linguagem é essencial.
simplificação
excessiva e a estigmatização que podem vir com os termos "leve",
"moderado" ou "grave”, explica Tinoco.
O
psiquiatra considera que essa classificação em termos de apoio reflete uma
compreensão de que, mesmo as pessoas que podem parecer ter desafios menos
significativos (leve), enfrentam obstáculos substanciais em seu dia a dia.
Sendo
assim, é possível entender que cada
indivíduo com autismo possui um conjunto único de habilidades e desafios, e o
que pode ser considerado "leve" em um aspecto pode ser profundamente
desafiador em outro.
“Isso
é muito importante, porque reconhecer a necessidade de apoio individualizado é
fundamental para promover a inclusão e o bem-estar das pessoas com TEA. Isso
permite que sejam atendidas de maneira respeitosa e eficaz, considerando suas
necessidades e potencialidades”, conclui o especialista.
Fonte:
Sou Mais Bem Estar/Terra
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