quarta-feira, 3 de julho de 2024

Saiba como é o evento conservador que reunirá Milei, Bolsonaro e outros nomes em SC

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente da Argentina, Javier Milei, vão se encontrar em uma cúpula que vai reunir políticos da direita neste fim de semana no Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina. O evento é uma "versão brasileira" do Conservative Political Action Conference (CPAC), que reúne nomes do conservadorismo dos Estados Unidos em congressos anuais desde 1973.

A organização da CPAC Brasil cabe ao Instituto Conservador Liberal, presidido no Brasil pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente brasileiro. O instituto fazia suspense sobre a ida do chefe do Executivo argentino, até que a ida dele para Balneário Camboriú foi confirmado pela Casa Rosada nesta segunda-feira, 1º.

Durante a sua presença no Brasil, Milei não deve se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É comum ser considerado como uma descortesia e até uma provocação diplomática quando um chefe de Estado pisa em solo estrangeiro e ignora o seu governante.

Até o momento há outras duas presenças internacionais confirmadas para o evento. Um dos palestrantes é o político chileno José Antonio Kast, líder da sigla Partido Republicano, de extrema-direita e que perdeu as eleições no País em 2017 e 2021. O outro é o ator e cantor mexicano Eduardo Verástegui, conhecido por ser um ferrenho crítico do direito ao aborto.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, e o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL) aparecem com destaque no rol de palestrantes do site oficial da CPAC Brasil. Também comparecerão ao congresso conservador deputados do núcleo duro do bolsonarismo no Congresso Nacional.

Nos Estados Unidos, o CPAC é realizado desde 1973 e tem como intuito discutir estratégias eleitorais para a expansão de pensamento conservador no país. A primeira edição da "versão brasileira" foi feita em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, após uma articulação entre o deputado federal Eduardo Bolsonaro e Matt Schlapp, presidente da American Conservative Union (ACU), uma das entidades fundadoras do congresso americano.

Conforme o site oficial do CPAC brasileiro, quem quiser comparecer ao evento em Balneário Camboriú sem ser convidado terá que desembolsar R$ 249. Para se tornar um "membro diamante", que dispõe de acesso VIP ao congresso, uma caneca e uma camiseta oficial, é preciso pagar R$ 5 mil.

A última edição do CPAC Brasil ocorreu em setembro do ano passado em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Durante o congresso, o governador mineiro, Romeu Zema (Novo) foi interrompido por um discurso antivacina enquanto pregava a importância da união da direita nas eleições municipais de outubro.

"No ano que vem, eleição municipal, temos de eleger bons vereadores e bons prefeitos aqui em Minas e em todo Brasil e a direita precisa trabalhar unida, nós temos de estar juntos, não podemos...", disse o governador, sendo interrompido em seguida.

Zema estava já no final da sua fala quando uma mulher da plateia disse que foi demitida da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) por não ter tomado a vacina contra a covid-19. O governador não respondeu ao protesto e encerrou sua participação agradecendo aos presentes na CPAC.

<><> Veja os nomes confirmados na CPAC Brasil 2024:

- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

- Javier Milei, presidente da Argentina;

- Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo;

- Jose Antonio Kast, presidente do Partido Republicano do Chile;

- Jorginho Mello, governador de Santa Catarina;

- Magno Malta, senador (PL-ES);

- Nikolas Ferreira, deputado federal (PL-MG);

- Júlia Zanatta, deputada federal (PL-SC);

- Eduardo Bolsonaro, deputado federal (PL-SP);

- Caroline de Toni, deputada federal (PL-SC);

- Fabrício Oliveira, prefeito de Balneário Camboriú;

- Ricardo Salles, deputado federal (PL-SP);

- Zucco, deputado federal (PL-RS);

- Gustavo Gayer, deputado federal (PL-GO);

- Luiz Phellipe de Órleans e Bragança, deputado federal (PL-SP);

- Bruno Engler, deputado estadual (PL-MG) e pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte

- Ana Campagnolo, deputada estadual (PL-SC);

- Eduardo Verástegui, ator e cantor mexicano;

- Cíntia Chagas, influencer.

 

¨      Jornalista volta a denunciar Nikolas no MP por suspeita de corrupção

O jornalista Diego Feijó de Abreu voltou a denunciar um suposto esquema entre o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) e a empresa Destra Cursos.

A denúncia, datada do ano passado, revelou que a campanha de Bruno Engler destinou R$ 67 mil para a empresa que viria a se tornar a Destra Cursos LTDA, ainda sob outro nome, dias depois de sua fundação, em meio ao período de campanha de 2022.

Em 29 de novembro do mesmo ano, Nikolas Ferreira - principal cabo eleitoral de Engler - comprou 15% das ações da empresa de maneira não onerosa, afirma Feijó.

A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) pelo jornalista, que apresentou comprovantes mostrando que a Destra Cursos recebeu R$ 67 mil para prestar serviços à campanha de Bruno em setembro.

A oficialização da entrada do atual deputado federal na sociedade só ocorreu em cartório em fevereiro de 2023. No ano passado, Nikolas chegou a ser convocado pela Procuradoria-Geral da República a prestar esclarecimentos em maio do ano passado, e desde então, não houve andamento no caso.

Agora, Feijó decidiu reforçar a denúncia com as novas informações: ainda de acordo com o jornalista, na mesma data, Phablo Gomes Almeida recebeu também 2% na sociedade. Em fevereiro de 2023, o sócio de Nikolas foi nomeado para o gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados.

"Não sou especialista em direito, mas para mim é caso de corrupção passiva e ativa, e tudo documento em papel passado e assinado em cartório pelo Nikolas e assessor", afirma o Diego Feijó de Abreu.

¨      Ex-assessor de Bolsonaro, Filipe Martins perdeu em 2021 passaporte que mostrava ida aos EUA... Dá para acreditar?

O ex-assessor especial para assuntos internacionais da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL), Filipe Garcia Martins, perdeu, em 2021, o passaporte que indicaria sua entrada nos Estados Unidos em dezembro de 2022. Essa suposta entrada em território norte-americano é o que subsidia sua prisão autorizda pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Conforme revela um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal, a perda do documento aconteceu na tarde do dia 26 de fevereiro de 2021, provavelmente durante deslocamento do Palácio do Planalto para a Asa Sul. Porém, a informação só chegou às autoridades alguns dias depois, no dia 6 de março do mesmo ano.

O ex-assessor está preso desde 8 de fevereiro deste ano após deliberação do ministro Alexandre de Moraes que considerou que há risco de o acusado sair do País. Ele é investigado na Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF) desde a delação de Mauro Cid, que disse que Martins teria entregado a Bolsonaro uma minuta de Golpe de Estado. Entretanto, ele nega as acusações.

Martins é acusado de compor o gabinete do ódio e por tentativa de Golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Segundo a PF, ele teria participado de um plano para manter Bolsonaro no poder após a derrota no pleito de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A prova seria uma suposta viagem para a Flórida (EUA), no qual ele estaria presente no no avião em presidencial com destino para Orlando em 30 de novembro de 2022.

A defesa apresentou documentos que mostravam a presença de Martins no Brasil na data da viagem. Dentre eles, há passagens aéreas nacionais daquele período, inclusive uma do dia seguinte à data que os investigadores afirmam que ele foi aos Estados Unidos, recibos do aplicativo de comida iFood e comprovantes de movimentação bancária.

Na última terça-feira, 25, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino rejeitou um pedido de habeas corpus dos advogados do caso sob a alegação de que libertá-lo iria contra a decisão da Corte.

De acordo com um relatório da PF, há dois passaportes diplomáticos no nome do ex-assessor. Porém, não veio a público a informação de qual está ativo e qual teria sido utilizado na viagem com Bolsonaro.

 

¨      'Um dia após matar Marielle, Ronnie Lessa se encontrou com filho de Bolsonaro'

Numa entrevista à jornalista Hildegard Angel, o vice-presidente nacional do PT e deputado federal pelo Rio de Janeiro Washington Luiz Cardoso Siqueira, conhecido como Quaquá, fez uma revelação sobre os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, que coloca em xeque as conclusões da PF sobre o caso.

"E, por incrível que pareça, um dia depois do assassinato de Marielle, o assassino Ronnie Lessa, que entregou o Brazão, ligou para a casa do Bolsonaro e se encontrou com o filho de Bolsonaro."

Foi uma longa entrevista do deputado federal, que por duas vezes foi prefeito da cidade de Maricá, no Rio, elegeu seu sucessor e agora é pré-candidato a prefeito novamente.

A cidade de Maricá, desde as duas gestões de Quaquá e depois as outras duas de seu sucessor e atual prefeito, Fabiano Horta, é a menina dos olhos do PT e vitrine do Partido no Brasil.

Na cidade, o transporte público é gratuito para toda a população, existe uma moeda social, a Mumbuca, que é distribuída a todos os cidadãos e aquece e movimenta a economia local, a tal ponto, que, nesse período, a cidade cresceu de pouco mais de 130 mil habitantes para quase 200 mil.

Na entrevista, Quaquá fala de suas atitudes polêmicas, se assume um cara brigão, fala de seus planos futuros como se já estivesse não apenas eleito, mas reeleito, projetando pelo menos mais oito anos de administração petista na cidade.

<><> Aos 26'17" da entrevista, Quaquá dá as seguintes declarações, que envolvem a família Bolsonaro no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Quaquá — O Brazão não é culpado pela morte da Marielle.  

Hilde — Muita gente acha isso.  

Quaquá — Não é culpado. Estão fazendo com o Brazão uma maldade. O Ronnie Lessa, que é o assassino, o vagabundo assassino, de um dos crimes mais brutais que esse país já viu, nunca se reuniu com o Brazão e não conhece o Brazão. Existe na Polícia Civil do Rio de Janeiro uma longa lista de grampos de telefone do Brazão que prova que eles nunca se falaram mesmo. Dizem que perdeu os registros. Não é verdade. Estão nas investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Então, eu não posso ser a favor do... tudo que fizeram com o PT, que esse sistema judicial brasileiro fez com o PT, eu não posso ser a favor de que faça com a pessoa que, de fato, é meu amigo, votou e fez campanha para o Lula em várias eleições. Só uma que ele não fez, foi a penúltima do Bolsonaro. Mas nem que não fosse, que fosse o próprio Bolsonaro. Eu acho que nós temos que ter.. O Estado precisa ter a capacidade de investigar e achar os assassinos da Marielle. Eu... Ela foi assassinada pelo que tem de mais sujo no Rio de Janeiro. Por esses matadores de aluguel que eram ligados à milícia no Rio de Janeiro. E, por incrível que pareça, um dia depois do assassinato de Marielle, o assassino Ronnie Lessa, que entregou o Brazão, ligou para a casa do Bolsonaro e se encontrou com o filho de Bolsonaro.
Hilde — Isso está nos autos?... 

Quaquá — Absolutamente. Agora, foi... apartado da investigação da Polícia Federal. Então, é muito esquisito. É muito esquisita essa investigação. Eu não estou dizendo que são os Bolsonaro que mandaram matar. Mas por que não investigaram isso? Por que não foi investigado?

É uma afirmação grave que precisa ser devidamente esclarecida pela Polícia Federal.

 

Fonte: Agencia Estado/Fórum

 

Nenhum comentário: