Prefeito bolsonarista de Farroupilha(RS)
sugere ‘guilhotina’ para Alexandre de Moraes
O prefeito de
Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin (PL), sugeriu ‘botar na guilhotina’ como
forma de homenagear o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
"A homenagem para
ele eu vou mostrar aqui", disse Feltrin manuseando o apetrecho de madeira,
usado historicamente para tortura e morte de prisioneiros. "É só botar
aqui na guilhotina. Está aqui a homenagem para ele", acrescentou o prefeito
durante a visita de Jair Bolsonaro (PL) ao município gaúcho.
Parlamentares do campo
progressista, nomes como o escritor Leonardo Boff, além de internautas cobraram
investigação e eventual punição contra o prefeito bolsonarista.
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População detona prefeito de Farroupilha nas redes sociais por defender
Alexandre de Moraes na 'guilhotina'
Internautas publicaram
mensagens de repúdio ao prefeito de Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin (PL), que
sugeriu "guilhotinar" o ministro do do Supremo Tribunal Federal
Alexandre de Moraes. Na rede social X, antigo Twitter, as críticas ao prefeito
aliado de Jair Bolsonaro (PL) foram parar na seção Assuntos do Momento.
Usuários também
recordaram que Feltrin esteve envolvido em fake news por ter sugerido que o
governo federal não teria atendido a pedidos da prefeitura para se reestruturar
depois das enchentes no Rio Grande do Sul.
Um dos principais
alvos de políticos da extrema direita, o ministro do STF Alexandre de Moraes
atua em inquéritos como fake news, venda ilegal de joias, trama golpista e
fraudes em cartões de vacinação.
• Com medo da reação, Bolsonaro recua,
nega ataques ao STF e sai em defesa de prefeito que sugeriu guilhotinar
Alexandre de Moraes
Jair Bolsonaro (PL)
adotou um tom mais ameno após supostos ataques ao Supremo Tribunal Federal
(STF) nesta quinta-feira (25), em Caxias do Sul (RS). Em entrevista a Guilherme
Amado, do Metrópoles, por telefone, ele negou ter mencionado o STF em seus discursos,
afirmando que suas críticas se concentram apenas no presidente Lula (PT).
O incidente foi
interpretado por alguns ministros do STF como uma reativação do conflito de
Bolsonaro com o tribunal. Ele enfrenta indiciamentos pela Polícia Federal por
diversos crimes, incluindo fraude do cartão de vacina e possível apropriação
indevida de presentes de luxo. Qualquer denúncia resultante desses inquéritos
será analisada pelo STF.
Mais cedo, Bolsonaro
alegou em um evento com apoiadores que Lula “pessoalmente” retirou seus dois
carros blindados. Contudo, ex-presidentes não têm direito a esses veículos. Ele
também lamentou a perda de assessores por medidas cautelares, referindo-se aos
auxiliares proibidos de se comunicar com ele por determinação de Alexandre de
Moraes, que são investigados pelo inquérito sobre a tentativa de golpe durante
seu governo.
“Vocês estão
acompanhando nas redes sociais o que aconteceu naquela tentativa de assassinato
de Donald Trump. O Serviço Secreto foi negligente. Quando eu retornei ao
Brasil, pela Presidência tinha direito a dois carros blindados, e Lula
pessoalmente me retirou esses dois carros blindados. Eu tenho direito a oito
funcionários. Os quatro que trabalhavam na minha segurança, por medidas
cautelares, me tiraram. Até mesmo meu filho, o 02 [Carlos Bolsonaro], teve seu
porte de arma negado pela Polícia Federal. Eles querem facilitar. Eles não
querem mais me prender. Eles querem que eu seja executado. Não posso pensar em
outra coisa”, disse Bolsonaro em Caxias do Sul.
À noite, Bolsonaro
esclareceu que, ao se referir a “eles”, que supostamente quererem executá-lo,
falava do “sistema como um todo”, e não especificamente de Lula ou do STF. “Eu
estava me referindo ao sistema como um todo. O sistema é uma coisa mais ampla.
Sou um cara que importuna o sistema, querendo ou não”, afirmou.
Questionado sobre as
críticas de aliados ao ministro do STF Alexandre de Moraes, Bolsonaro disse que
“não toca no assunto”. “Não defendo prisão de Alexandre de Moraes. Nem toco no
assunto. Você não vê a palavra ‘Supremo’ na minha boca em nenhuma dessas minhas
andanças. Não bato em [Rodrigo] Pacheco, [Arthur] Lira, no STF. Só bato no
Lula”, declarou Bolsonaro.
Em Farroupilha,
Bolsonaro presenciou ataques ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Ao seu
lado, o prefeito de Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin, sugeriu, durante uma
transmissão nas redes sociais, guilhotinar Moraes. “É só botar na guilhotina,
ó. Aqui a homenagem para ele”, disse Feltrin, referindo-se não a uma
guilhotina, mas a uma berlinda, antigo instrumento usado para prender escravos
pela cabeça e pescoço durante tortura. Bolsonaro alegou que Feltrin não estava
mostrando uma guilhotina. “Ele [Feltrin] usou um negócio para prender os caras,
colocar os prisioneiros. Espero que não façam maldade com ele [Feltrin]”,
disse, referindo-se a uma possível investigação contra o prefeito por sua fala.
• Leonel Radde: 'notificamos o MPF contra
o prefeito de Farroupilha. Responsabilização penal urgente'
O deputado estadual no
Rio Grande do Sul Leonel Radde (PT) fez um alerta nesta quinta-feira (25) para
a gravidade do posicionamento do prefeito de Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin
(PL), que sugerir "guilhotinar" o ministro do do Supremo Tribunal
Federal Alexandre de Moraes.
"É inaceitável
que o Prefeito de Farroupilha, uma das cidades mais importantes do RS, seja
outra vez pauta nacional por cometer crimes. Dessa vez, o cover mal feito de
Elvis incita o assassinato do Ministro do STF Alexandre de Moraes!
Responsabilização penal urgente!!! Nosso mandato já notificou o MPF sobre o
crime praticado", escreveu o parlamentar.
O ministro do STF é um
dos principais alvos de ataques verbais de políticos da extrema direita. O
magistrado atua em investigações como fake news, trama golpista, venda ilegal
de joias e fraudes em cartões de vacina. O
Os quatro inquéritos
mencionam Jair Bolsonaro (PL), inelegível atualmente por ter espalhado notícia
falsa em 2022, quando fez uma acusação sem prova e disse que o sistema
eleitoral brasileiro não tem segurança contra fraudes.
Críticas ao Poder
Judiciário são uma das estratgégias do norte-americano Steve Bannon, que tentou
na última década fazer partidos de direita chegarem ao poder nos Estados Unidos
e em outros países.
Em janeiro de 2021,
quando o então chefe da Casa Branca Donald Trump (Partido Republciano) perdeu a
eleição, seus apoiadores invadiram o Legislativo e acusaram o sistema eleitoral
de ser fraudulento, uma tentativa de golpe. Cerca de 170 réus foram condenados
em julgamentos, e apenas 2 tinham sido completamente absolvidos até o dia 6 de
janeiro de 2024. Aproximadamente 710 pessoas declararam-se culpadas.
No Brasil, Jair
Bolsonaro e seus aliados tentaram passar para a população a mensagem de que o
Judiciário atrapalhava a governabilidade principalmente o STF e o Tribunal
Superior Eleitoral. O então mandatário também defendeu a participação das
Forças Armadas na apuração do resultado das eleições.
Bannon, que foi
estrategista do ex-presidente Donald Trump, teve um encontro com o deputado
federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA após o segundo turno da eleição no
Brasil e aconselhou o parlamentar a questionar o resultado.
Atualmente, a Polícia
Federal afirmou que a tentativa de golpe defendida pelo governo bolsonarista
previa a prisão de Moraes, de outro ministro do STF, Gilmar Mendes, e do
presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
• Leonardo Boff sobre o prefeito de
Farroupilha: 'processo judicial seria uma lição contra a impunidade'
O teólogo e escritor
Leonardo Boff cobrou nesta quinta-feira 25) um processo judicial contra o
prefeito de Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin (PL), por ter defendido uma
'guilhotina' em cima do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de
Moraes.
"Creio que o
prefeito Fabiano Feltrin de Farroupilha RS deveria levar um susto para baixar a
crista e colocar sua mente no lugar, porque se revela mente assassina. Um
processo da justiça ou do próprio Alexandre de Moraes. Seria uma lição contra a
impunidade", escreveu Boff na rede social X.
Políticos e
internautas demonstraram repúdio à iniciativa do prefeito e lembraram que ele
também esteve envolvido em fake news relacionadas às enchentes no Rio Grande do
Sul, ao acusar, sem prova, o governo federal não ter recusado ajuda ao
município de Farroupilha.
• "É preciso agir contra essa turma
golpista", diz Lindbergh sobre vídeo em que prefeito do PL sugere
"guilhotinar" Moraes
Durante a visita do
ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL) a Farroupilha (RS) nesta quinta-feira (25), o
prefeito da cidade, Fabiano Feltrin (PL), sugeriu "guilhotinar" o
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A fala, transmitida
ao vivo nas redes sociais do prefeito, foi duramente criticada pelos
internautas. Em publicação na plataforma X, o deputado federal Lindbergh Farias
(PT-RJ) classificou o comentário como “criminoso”.
“O Bolsonarismo, se
tivesse dado um golpe, ia prender e até matar Alexandre de Moraes. Pelo visto
ainda querem. É preciso agir contra essa turma golpista!”, escreveu em
postagem.
Na ocasião, Feltrin
mencionou uma "homenagem" ao ministro. Um interlocutor comentou que
"não conseguiu mostrar a estátua em homenagem a Alexandre de Moraes".
Em resposta, o prefeito afirmou: "Aqui não tem isso. A homenagem para ele
eu vou mostrar qual é que é, é só botar ele aqui na guilhotina". O vídeo
não ficou gravado nas redes sociais de Feltrin.
Em maio deste ano, o
prefeito de Farroupilha esteve envolvido em outra polêmica, desta vez com o
ministro Paulo Pimenta. Na ocasião, o Rio Grande do Sul enfrentava uma crise
climática, e Feltrin gravou uma ligação com Pimenta, na qual se queixava de um
suposto apoio financeiro insuficiente do governo federal.
"Eu fiz questão
de ligar para ele, de forma gentil, para saber se tinha alguma questão
pendente, como estou fazendo com todos os prefeitos. Ele, de uma forma
absolutamente inadequada, não só me gravou, como fez um vídeo para tentar
lacrar na internet em época de crise, no meio de toda essa dramaticidade",
rebateu Pimenta na época.
• Gleisi detona prefeito de Farroupilha
A deputada federal
Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou duramente o prefeito de Farroupilha, no Rio
Grande do Sul, Fabiano Feltrin (PL), após ele sugerir guilhotinar o ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A declaração ocorreu durante
um evento com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também foi
alvo das críticas de Hoffmann.
Em um tweet, a
deputada condenou a fala de Feltrin, classificando-a como uma busca desesperada
por atenção e holofotes. "Em busca dos holofotes, o prefeito de
Farroupilha, no Rio Grande do Sul, sugeriu guilhotinar o ministro Alexandre de
Moraes. Isso mesmo, usar uma guilhotina contra um membro do Supremo Tribunal
Federal. Ao lado dele, Bolsonaro ri. A fala aconteceu durante um passeio da
caravana bolsonarista pela serra gaúcha, em um parque temático. Ou seria
caravana golpista?", escreveu Gleisi.
Feltrin, durante a
visita de Bolsonaro ao município, manuseou um apetrecho de madeira que imitava
uma guilhotina e afirmou que essa seria a "homenagem" ao ministro do
STF. A fala, considerada de teor violento e ofensivo, gerou uma onda de indignação
entre políticos do campo progressista e internautas.
Além de relembrar um
episódio recente em que Feltrin tentou usar a tragédia das chuvas no Rio Grande
do Sul para ganhar destaque nas redes sociais, Gleisi Hoffmann criticou a
postura do prefeito e a presença de Bolsonaro ao seu lado, insinuando que ambos
estariam alinhados em uma postura golpista. "Aquele mesmo que tentou
lacrar na Internet durante o desastre do RS e tomou uma invertida do ministro
Paulo Pimenta. Inacreditável! Que a Justiça bata logo na porta de sua
casa," finalizou a deputada em sua postagem.
• Quem é Fabiano Feltrin, o prefeito
bolsonarista de Farroupilha
O prefeito
bolsonarista de Farroupilha (RS), Fabiano Feltrin (PL), sugeriu colocar o
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma
guilhotina. A declaração foi feita durante live nas redes sociais ao lado do
ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ele inaugurou uma
placa em homenagem ao ex-presidente nesta quinta (25) e foi questionado
ironicamente sobre uma estátua para o magistrado. “Aqui não tem isso. A
homenagem para ele eu vou mostrar. É só botar aqui na guilhotina”, respondeu.
O chefe da cidade
gaúcha já gerou repercussão em maio deste ano, em meio à catástrofe no Rio
Grande do Sul. Na ocasião, ele fez diversos ataques ao governo Lula e disse que
os recursos não estavam chegando ao estado.
Ele se apresenta como
“artista, mentor e empresário”, e é dono de um grupo de empresas nos ramos
imobiliário, de eventos e de lazer. O Grupo Feltrin possui companhias como Lisa
Eventos e Entretenimento e a rede Bob’s na Serra Gaúcha.
Feltrin também foi o
responsável pelo primeiro Hard Rock Café no estado, que foi criado em 2018. Lá,
o bolsonarista se apresentou como Elvis Presley durante evento de abertura. Ele
diz ter sido premiado como o melhor cover do cantor na América do Sul em 2015.
Eleito em 2020 com
49,76% dos votos pelo PP, ele migrou para o partido de Bolsonaro neste ano.
Antes do cargo, ele havia ocupado postos em diversas instituições e eventos,
como a presidência da Abradif (Associação Brasileira dos Distribuidores Ford),
Fenakiwi 2014, Projeto Mão Amiga Farroupilha e a direção da Expobento, além de
ter vencido as eleições em 2008 e se tornado vice-prefeito da cidade.
Fonte: Brasil 247
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