segunda-feira, 8 de julho de 2024

Material manipulado: Veja quem são os jogadores, clubes e árbitros citados por Textor em denúncia de manipulação

O relatório publicado nesta sexta-feira, 5, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), concluiu o inquérito que apurava as denúncias de manipulação de resultados feitas por John Textor. O texto classificou o material apresentado pelo dono da SAF do Botafogo como "imprestável" e sugeriu a maior pena na história do tribunal desportivo para o dirigente. Além disso, porém, é possível ver os nomes de times, jogadores e árbitros acusados de manipulação por Textor.

O documento oculta os acusados pelo empresário, mas o texto pode ser selecionado, copiado e colado em outra área. O relatório do STJD aponta como vítimas os times e pessoas citados por Textor com suposto envolvimento nas manipulações. Ao todo, são seis clubes, oito jogadores e nove árbitros.

Textor havia apontado jogos específicos que teriam sido manipulados. Palmeiras x Fortaleza em novembro de 2022, em que o clube paulista venceu por 4 a 0, é o primeiro da lista. Sem conseguir provar, o norte-americano acusou quatro jogadores do Fortaleza. Na época, o clube "as afirmações, proferidas sem a apresentação de quaisquer provas, maculam a reputação de nossa instituição centenária e geram graves danos de imagem do clube."

Outra partida mencionada é a goleada de 5 a 0 do Palmeiras em cima do São Paulo, em outubro de 2023. Sete jogadores foram apontados no relatório que o empresário encomendou da Good Game, empresa que busca analisar possíveis irregularidades em esportes.

O São Paulo se manifestou mais de uma vez sobre o caso. Em uma delas, a nota publicada pelo clube dizia esperar que "o Botafogo, um clube protagonista na história do esporte, resolva suas diferenças e cure feridas esportivas dentro de campo". O Palmeiras também repudiou as acusações, principalmente por meio de falas da presidente Leila Pereira.

Para o STJD, Textor contratou os serviços da Good Game "a pretexto de forjar pretensas provas acerca de falsas manipulações de partidas, em prejuízo dos direitos das pessoas físicas e jurídicas injustamente por ele acusadas".

<><> Clubes acusados

Palmeiras

Grêmio

Bahia

Flamengo

Atlético Mineiro

São Paulo

<><> Jogadores acusados

Diego Costa (São Paulo)

Gabriel Neves (São Paulo, hoje no Independiente-ARG)

Lucas Beraldo (São Paulo, hoje no Paris Saint-Germain)

Rafinha (São Paulo)

Caio Paulista (São Paulo, hoje no Palmeiras)

Juninho Capixaba (Fortaleza, hoje no Red Bull Bragantino)

Tinga (Fortaleza)

Marcelo Benevenuto (Fortaleza, hoje no Coritiba)

<><> Árbitros acusados

Wilton Pereira Sampaio

Raphael Claus (duas vezes)

Ramon Abatti Abel

Rodrigo José Pereira de Lima (duas vezes)

Braulio da Silva Machado (três vezes)

Rafael Rodrigo Klen

Rafael Traci

Wagner Nascimento Magalhães

Sávio Pereira Sampaio

O inquérito foi aberto após Textor afirmar ter provas de manipulação em jogos do Campeonato Brasileiro, a pedido da Procuradoria Geral da Justiça Desportiva, do Palmeiras, do São Paulo, do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo e da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol para a investigar as alegações de manipulação feitas pelo dirigente do Botafogo.

•        Lances apontados em dossiê de Textor ridicularizam denúncia de manipulação

Depois do depoimento de Leila Pereira à CPI da Manipulação de Jogos, John Textor sentiu o golpe das alfinetadas disparadas pela presidente do Palmeiras e contra-atacou nas redes sociais com um vídeo que, em tese, endossaria sua denúncia de que o último Campeonato Brasileiro, vencido pelo clube alviverde, teria sido manipulado.

Segundo o dono do Botafogo, a análise do VAR no lance da expulsão de Adryelson, em jogo contra o Palmeiras no ano passado, quando seu time chegou a estar vencendo por 3 a 0 e acabou sofrendo a virada, teria induzido a decisão do árbitro de campo.

Para Textor, o fato de o VAR não ter selecionado o ângulo da imagem em que é possível ver o zagueiro botafoguense tocando na bola antes de derrubar Breno Lopes, do Palmeiras, seria um indício de manipulação. Entretanto, o empresário ignora que a regra não estipula que um toque prévio na bola sirva para anular uma jogada faltosa, como a de Adryelson, que atingiu o atacante adversário na altura da barriga e ainda o puxou pela camisa.

A interpretação do VAR e do árbitro da partida foi de que o defensor alvinegro impediu uma chance clara de gol, seguindo o protocolo previsto para lances do tipo, e optou por expulsá-lo de campo. Por mais que possa se discordar da decisão interpretativa da arbitragem, não há como cravar que houve manipulação sob o argumento de um ou outro ângulo de câmera ter sido desprezado na análise, já que nenhum deles indica que a falta cometida pelo jogador do Botafogo não existiu.

Já no relatório encomendado por Textor à empresa Good Game, como divulgado pelo UOL, o escrutínio baseado em inteligência artificial da goleada por 5 a 0 do Palmeiras sobre o São Paulo adota critérios no mínimo esdrúxulos para colocar o resultado sob suspeita.

Um deles, por exemplo, “detecta” que o goleiro Rafael teve “atitude deficiente” por não defender uma cobrança de pênalti, descrevendo o lance como “potencialmente anormal”. Em outros gols, o relatório descreve comportamentos corriqueiros de atletas como “situações anormais”. Se um defensor que não intercepta um cruzamento ou deixa de marcar um adversário em movimentação de ataque for automaticamente suspeito, o futebol se torna um terreno amplo de desconfiança e teorias vagas de trapaças.

Até o momento, as evidências de jogos manipulados listadas pelo dono do Botafogo são tão frágeis quanto a narrativa conspiratória que atribui a um suposto esquema de arbitragem e corrupção de jogadores a perda de um título praticamente ganho. Os lances apontados no dito dossiê de Textor acabam por ridicularizar sua própria denúncia.

•        STJD sugere suspensão de seis anos e multa de R$ 2 milhões contra Textor

O auditor do inquérito instaurado para apurar as denúncias de manipulação de resultados, feita por John Textor, sugeriu a suspensão por pouco mais de seis anos (2.340 dias) e multa de R$ 2 milhões ao dono da SAF do Botafogo. O relatório foi publicado nesta sexta-feira, 5, pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

O documento apontou as provas apresentadas pelo empresário como “imprestáveis” e as configurou como “ilícitos desportivos contra a honra praticados por John Textor contra sete entidades desportivas, nove atletas e nove árbitros”.

Também foram constatadas “infrações contra a ética desportiva e a motivação pessoal na solicitação da instauração do inquérito”. Entre as entidades, o relatório cita São Paulo, Palmeiras, Grêmio, Bahia, Flamengo, Atlético-MG e Fortaleza.

O relatório afirma que Textor apresentou dois vídeos, um com 5min53s de duração e outro com pouco mais de 47 minutos, e sete pastas como provas para sua denúncia.

•        Leila Pereira chama Textor de ‘irresponsável’ após relatório sugerir punição ao botafoguense

Leila Pereira, presidente do Palmeiras, voltou a criticar John Textor ao comentar o relatório publicado nesta sexta-feira, 5, que sugere a suspensão por seis anos e multa de R$ 2 milhões contra o dono da SAF do Botafogo.

“O relatório reforça o que temos falado nos últimos meses sobre o sr. John Textor. Trata-se de um irresponsável que precisa ser punido exemplarmente pelos crimes que tem cometido contra pessoas, clubes e entidades”, disse a presidente em comunicado.

Além do Palmeiras, São Paulo, Grêmio, Bahia, Flamengo, Atlético-MG e Fortaleza foram citados nas denúncias de Textor. O documento apontou as provas apresentadas pelo empresário como “imprestáveis” e as configurou como “ilícitos desportivos contra a honra de sete entidades desportivas, nove atletas e nove árbitros”.

Para Leila, o comportamento do dono da SAF do Botafogo mancha a imagem do futebol nacional: “Estas denúncias mentirosas, feitas mediante a apresentação de provas forjadas, somente prejudicam a credibilidade do futebol brasileiro”.

O relatório afirma que Textor apresentou dois vídeos, um com 5min53s de duração e outro com pouco mais de 47 minutos, e sete pastas como provas para sua denúncia de manipulação de resultados no futebol brasileiro.

•        STJD cita Flamengo como ‘vítima’ de John Textor em acusações sobre manipulação do futebol

Nesta sexta-feira (5), o Superior Tribunal de Justiça Desportiva liberou o relatório que apurou as denúncias de John Textor, dono da SAF Botafogo, sobre manipulações de resultado no futebol brasileiro. No documento, o Flamengo e outros seis clubes são apontados pelo órgão como ‘vítimas’.

<><> O que diz o documento

O relatório, auditado por Mauro Marcelo de Lima e Silva, apresenta 50 páginas e concluiu que “foram imprestáveis as provas apresentadas por Textor” sobre possíveis fraudes na manipulação de resultados. O auditor pede, então, que o dono da SAF Botafogo, seja multado em R$ 2 milhões de reais e suspenso por seis anos pelas declarações sobre o tema.

O inquérito de número 121/2024 descreve Flamengo, Atlético-MG, Bahia, Fortaleza, Grêmio, Palmeiras e São Paulo como “vítimas”, assim como nove árbitros do futebol brasileiro. São eles: Braulio da Silva Machado (3 vezes), Rafael Rodrigo Klein, Rafael Traci, Ramon Abatti Abel, Raphael Claus (2 vezes), Rodrigo José Pereira de Lima (2 vezes), Sávio Pereira Sampaio, Wagner do Nascimento Magalhães e Wilton Pereira Sampaio.

No relatório consta, ainda, os nomes dos jogadores de Fortaleza e São Paulo, acusados por John Textor, sem provas, de participação em esquema de manipulação. Os atletas do Fortaleza citados foram: Fernando Miguel (hoje no Ceará), Juninho Capixaba (Red Bull Bragantino), Marcelo Benevenuto (Coritiba) e Tinga.

Já do São Paulo, os jogadores acusados pelo dono da SAF Botafogo foram: Beraldo (hoje no PSG), Caio Paulista (Palmeiras), Diego Costa, Gabriel Neves (Independiente) e Rafinha.

<><> Sobre o Flamengo

Uma das acusações de John Textor girou em torno de um jogo entre Flamengo e Botafogo, realizado no dia 2 de setembro de 2023, comandado pelo árbitro Raphael Claus. O relatório do empresário afirmava que o Fla “teria sido beneficiado com dois gols em posição de impedimento, interferindo no resultado final”.

O documento do STJD também divulga os argumentos do Flamengo. Em resposta às acusações, o clube disse que “o relatório usado como prova foi unilateral e produzido pelo próprio acusador”, e que “a imparcialidade dos árbitros, contratados pela CBF, e concluiu que as acusações são infundadas, resultantes da insatisfação do Botafogo pela derrota”.

O Superior Tribunal de Justiça desportiva concluiu, portanto, que as “infrações desportivas – inclusive criminais – foram graves e devastadoras”.

 

Fonte: Agencia Estado/Terra/Gávea News

 

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