Material manipulado: Veja quem são os
jogadores, clubes e árbitros citados por Textor em denúncia de manipulação
O relatório publicado
nesta sexta-feira, 5, pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD),
concluiu o inquérito que apurava as denúncias de manipulação de resultados
feitas por John Textor. O texto classificou o material apresentado pelo dono da
SAF do Botafogo como "imprestável" e sugeriu a maior pena na história
do tribunal desportivo para o dirigente. Além disso, porém, é possível ver os
nomes de times, jogadores e árbitros acusados de manipulação por Textor.
O documento oculta os
acusados pelo empresário, mas o texto pode ser selecionado, copiado e colado em
outra área. O relatório do STJD aponta como vítimas os times e pessoas citados
por Textor com suposto envolvimento nas manipulações. Ao todo, são seis clubes,
oito jogadores e nove árbitros.
Textor havia apontado
jogos específicos que teriam sido manipulados. Palmeiras x Fortaleza em
novembro de 2022, em que o clube paulista venceu por 4 a 0, é o primeiro da
lista. Sem conseguir provar, o norte-americano acusou quatro jogadores do
Fortaleza. Na época, o clube "as afirmações, proferidas sem a apresentação
de quaisquer provas, maculam a reputação de nossa instituição centenária e
geram graves danos de imagem do clube."
Outra partida
mencionada é a goleada de 5 a 0 do Palmeiras em cima do São Paulo, em outubro
de 2023. Sete jogadores foram apontados no relatório que o empresário
encomendou da Good Game, empresa que busca analisar possíveis irregularidades
em esportes.
O São Paulo se
manifestou mais de uma vez sobre o caso. Em uma delas, a nota publicada pelo
clube dizia esperar que "o Botafogo, um clube protagonista na história do
esporte, resolva suas diferenças e cure feridas esportivas dentro de
campo". O Palmeiras também repudiou as acusações, principalmente por meio
de falas da presidente Leila Pereira.
Para o STJD, Textor
contratou os serviços da Good Game "a pretexto de forjar pretensas provas
acerca de falsas manipulações de partidas, em prejuízo dos direitos das pessoas
físicas e jurídicas injustamente por ele acusadas".
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Clubes acusados
Palmeiras
Grêmio
Bahia
Flamengo
Atlético Mineiro
São Paulo
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Jogadores acusados
Diego Costa (São
Paulo)
Gabriel Neves (São
Paulo, hoje no Independiente-ARG)
Lucas Beraldo (São
Paulo, hoje no Paris Saint-Germain)
Rafinha (São Paulo)
Caio Paulista (São
Paulo, hoje no Palmeiras)
Juninho Capixaba
(Fortaleza, hoje no Red Bull Bragantino)
Tinga (Fortaleza)
Marcelo Benevenuto
(Fortaleza, hoje no Coritiba)
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Árbitros acusados
Wilton Pereira Sampaio
Raphael Claus (duas
vezes)
Ramon Abatti Abel
Rodrigo José Pereira
de Lima (duas vezes)
Braulio da Silva
Machado (três vezes)
Rafael Rodrigo Klen
Rafael Traci
Wagner Nascimento
Magalhães
Sávio Pereira Sampaio
O inquérito foi aberto
após Textor afirmar ter provas de manipulação em jogos do Campeonato
Brasileiro, a pedido da Procuradoria Geral da Justiça Desportiva, do Palmeiras,
do São Paulo, do Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo e da
Associação Nacional dos Árbitros de Futebol para a investigar as alegações de
manipulação feitas pelo dirigente do Botafogo.
• Lances apontados em dossiê de Textor
ridicularizam denúncia de manipulação
Depois do depoimento
de Leila Pereira à CPI da Manipulação de Jogos, John Textor sentiu o golpe das
alfinetadas disparadas pela presidente do Palmeiras e contra-atacou nas redes
sociais com um vídeo que, em tese, endossaria sua denúncia de que o último Campeonato
Brasileiro, vencido pelo clube alviverde, teria sido manipulado.
Segundo o dono do
Botafogo, a análise do VAR no lance da expulsão de Adryelson, em jogo contra o
Palmeiras no ano passado, quando seu time chegou a estar vencendo por 3 a 0 e
acabou sofrendo a virada, teria induzido a decisão do árbitro de campo.
Para Textor, o fato de
o VAR não ter selecionado o ângulo da imagem em que é possível ver o zagueiro
botafoguense tocando na bola antes de derrubar Breno Lopes, do Palmeiras, seria
um indício de manipulação. Entretanto, o empresário ignora que a regra não
estipula que um toque prévio na bola sirva para anular uma jogada faltosa, como
a de Adryelson, que atingiu o atacante adversário na altura da barriga e ainda
o puxou pela camisa.
A interpretação do VAR
e do árbitro da partida foi de que o defensor alvinegro impediu uma chance
clara de gol, seguindo o protocolo previsto para lances do tipo, e optou por
expulsá-lo de campo. Por mais que possa se discordar da decisão interpretativa da
arbitragem, não há como cravar que houve manipulação sob o argumento de um ou
outro ângulo de câmera ter sido desprezado na análise, já que nenhum deles
indica que a falta cometida pelo jogador do Botafogo não existiu.
Já no relatório
encomendado por Textor à empresa Good Game, como divulgado pelo UOL, o
escrutínio baseado em inteligência artificial da goleada por 5 a 0 do Palmeiras
sobre o São Paulo adota critérios no mínimo esdrúxulos para colocar o resultado
sob suspeita.
Um deles, por exemplo,
“detecta” que o goleiro Rafael teve “atitude deficiente” por não defender uma
cobrança de pênalti, descrevendo o lance como “potencialmente anormal”. Em
outros gols, o relatório descreve comportamentos corriqueiros de atletas como “situações
anormais”. Se um defensor que não intercepta um cruzamento ou deixa de marcar
um adversário em movimentação de ataque for automaticamente suspeito, o futebol
se torna um terreno amplo de desconfiança e teorias vagas de trapaças.
Até o momento, as
evidências de jogos manipulados listadas pelo dono do Botafogo são tão frágeis
quanto a narrativa conspiratória que atribui a um suposto esquema de arbitragem
e corrupção de jogadores a perda de um título praticamente ganho. Os lances apontados
no dito dossiê de Textor acabam por ridicularizar sua própria denúncia.
• STJD sugere suspensão de seis anos e
multa de R$ 2 milhões contra Textor
O auditor do inquérito
instaurado para apurar as denúncias de manipulação de resultados, feita por
John Textor, sugeriu a suspensão por pouco mais de seis anos (2.340 dias) e
multa de R$ 2 milhões ao dono da SAF do Botafogo. O relatório foi publicado nesta
sexta-feira, 5, pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O documento apontou as
provas apresentadas pelo empresário como “imprestáveis” e as configurou como
“ilícitos desportivos contra a honra praticados por John Textor contra sete
entidades desportivas, nove atletas e nove árbitros”.
Também foram
constatadas “infrações contra a ética desportiva e a motivação pessoal na
solicitação da instauração do inquérito”. Entre as entidades, o relatório cita
São Paulo, Palmeiras, Grêmio, Bahia, Flamengo, Atlético-MG e Fortaleza.
O relatório afirma que
Textor apresentou dois vídeos, um com 5min53s de duração e outro com pouco mais
de 47 minutos, e sete pastas como provas para sua denúncia.
• Leila Pereira chama Textor de
‘irresponsável’ após relatório sugerir punição ao botafoguense
Leila Pereira,
presidente do Palmeiras, voltou a criticar John Textor ao comentar o relatório
publicado nesta sexta-feira, 5, que sugere a suspensão por seis anos e multa de
R$ 2 milhões contra o dono da SAF do Botafogo.
“O relatório reforça o
que temos falado nos últimos meses sobre o sr. John Textor. Trata-se de um
irresponsável que precisa ser punido exemplarmente pelos crimes que tem
cometido contra pessoas, clubes e entidades”, disse a presidente em comunicado.
Além do Palmeiras, São
Paulo, Grêmio, Bahia, Flamengo, Atlético-MG e Fortaleza foram citados nas
denúncias de Textor. O documento apontou as provas apresentadas pelo empresário
como “imprestáveis” e as configurou como “ilícitos desportivos contra a honra
de sete entidades desportivas, nove atletas e nove árbitros”.
Para Leila, o
comportamento do dono da SAF do Botafogo mancha a imagem do futebol nacional:
“Estas denúncias mentirosas, feitas mediante a apresentação de provas forjadas,
somente prejudicam a credibilidade do futebol brasileiro”.
O relatório afirma que
Textor apresentou dois vídeos, um com 5min53s de duração e outro com pouco mais
de 47 minutos, e sete pastas como provas para sua denúncia de manipulação de
resultados no futebol brasileiro.
• STJD cita Flamengo como ‘vítima’ de John
Textor em acusações sobre manipulação do futebol
Nesta sexta-feira (5),
o Superior Tribunal de Justiça Desportiva liberou o relatório que apurou as
denúncias de John Textor, dono da SAF Botafogo, sobre manipulações de resultado
no futebol brasileiro. No documento, o Flamengo e outros seis clubes são apontados
pelo órgão como ‘vítimas’.
<><> O que
diz o documento
O relatório, auditado
por Mauro Marcelo de Lima e Silva, apresenta 50 páginas e concluiu que “foram
imprestáveis as provas apresentadas por Textor” sobre possíveis fraudes na
manipulação de resultados. O auditor pede, então, que o dono da SAF Botafogo, seja
multado em R$ 2 milhões de reais e suspenso por seis anos pelas declarações
sobre o tema.
O inquérito de número
121/2024 descreve Flamengo, Atlético-MG, Bahia, Fortaleza, Grêmio, Palmeiras e
São Paulo como “vítimas”, assim como nove árbitros do futebol brasileiro. São
eles: Braulio da Silva Machado (3 vezes), Rafael Rodrigo Klein, Rafael Traci,
Ramon Abatti Abel, Raphael Claus (2 vezes), Rodrigo José Pereira de Lima (2
vezes), Sávio Pereira Sampaio, Wagner do Nascimento Magalhães e Wilton Pereira
Sampaio.
No relatório consta,
ainda, os nomes dos jogadores de Fortaleza e São Paulo, acusados por John
Textor, sem provas, de participação em esquema de manipulação. Os atletas do
Fortaleza citados foram: Fernando Miguel (hoje no Ceará), Juninho Capixaba (Red
Bull Bragantino), Marcelo Benevenuto (Coritiba) e Tinga.
Já do São Paulo, os
jogadores acusados pelo dono da SAF Botafogo foram: Beraldo (hoje no PSG), Caio
Paulista (Palmeiras), Diego Costa, Gabriel Neves (Independiente) e Rafinha.
<><> Sobre
o Flamengo
Uma das acusações de
John Textor girou em torno de um jogo entre Flamengo e Botafogo, realizado no
dia 2 de setembro de 2023, comandado pelo árbitro Raphael Claus. O relatório do
empresário afirmava que o Fla “teria sido beneficiado com dois gols em posição
de impedimento, interferindo no resultado final”.
O documento do STJD
também divulga os argumentos do Flamengo. Em resposta às acusações, o clube
disse que “o relatório usado como prova foi unilateral e produzido pelo próprio
acusador”, e que “a imparcialidade dos árbitros, contratados pela CBF, e
concluiu que as acusações são infundadas, resultantes da insatisfação do
Botafogo pela derrota”.
O Superior Tribunal de
Justiça desportiva concluiu, portanto, que as “infrações desportivas –
inclusive criminais – foram graves e devastadoras”.
Fonte: Agencia
Estado/Terra/Gávea News
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