sábado, 20 de julho de 2024

Linfócitos: o que são e porque estão altos ou baixos

Os linfócitos são um tipo de célula de defesa do organismo, também conhecidos como glóbulos brancos, que são produzidos em maior quantidade quando existe uma infecção, sendo, por isso, um bom indicador do estado de saúde do paciente. Existem dois tipos de linfócitos, o das células B e o das células T, que exercem diferentes funções no sistema imune.

O número de linfócitos pode ser avaliado através do exame de sangue, de forma que quando estão aumentados é normalmente indicativo de infecção, enquanto que a diminuição do número de linfócitos pode estar relacionada com alguma alteração na medula óssea.

Assim, é importante que o exame de sangue seja avaliado pelo médico para que seja possível avaliar o estado geral de saúde da pessoa e relacionar os resultados obtidos com a história clínica, de modo que é possível realizar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado, caso haja necessidade.

<><> Linfócitos alterados

Os valores normais de referência dos linfócitos são entre 1000 a 3900 linfócitos por mm³ de sangue, que representa de 20 a 50% na contagem relativa, podendo variar de acordo com o laboratório em que o exame é feito. Quando os valores estão acima ou abaixo do valor de referência é caracterizado um quadro de linfocitose ou linfopenia, respectivamente.

1. Linfócitos altos

A quantidade de linfócitos acima dos valores de referência recebe o nome de linfocitose e normalmente está relacionado a processos infecciosos. Assim, as principais causas de linfócitos altos são:

•        Infecções agudas, como mononucleose, poliomielite, sarampo, rubéola, dengue ou coqueluche, por exemplo;

•        Infecções crônicas, como tuberculose, malária;

•        Hepatite viral;

•        Hipertireoidismo;

•        Anemia perniciosa, que é caracterizada pela deficiência de ácido fólico e vitamina B12;

•        Intoxicação por benzeno e metais pesados;

•        Diabetes;

•        Obesidade;

•        Alergia.

Além disso, o aumento no número de linfócitos também pode acontecer devido a situações fisiológicas, como por exemplo gestantes e lactentes, além de carências nutricionais, como deficiência de vitamina C, D ou cálcio.

2. Linfócitos baixos

A quantidade de linfócitos abaixo dos valores de referência recebe o nome de linfopenia e normalmente é relacionada com situações envolvendo a medula óssea, como anemia aplástica ou leucemia. Além disso, a linfopenia também pode ser sinal de doenças autoimunes, em que o próprio organismo atua contra o sistema imunológico de defesa, como o lúpus eritematoso sistêmico (LES), por exemplo.

A linfopenia ainda pode acontecer devido à AIDS, terapia com drogas imunossupressoras ou tratamento quimioterápico ou radioterápico, doenças genéticas raras, ou ser consequência de situações de estresse, como pós-operatório e sobrecarga corporal, por exemplo.

A diminuição dos valores de linfócitos pode também ser uma consequência da COVID-19, em que a presença do vírus no organismo pode levar à destruição dos linfócitos. No entanto, para confirmação da COVID-19 são necessários outros exames de sangue, além de resultado positivo no teste molecular.

<><> Tipos de linfócitos

Existem 2 tipos principais de linfócitos no organismo, os linfócitos B, que são células imaturas produzidas na medula óssea e lançadas para a corrente sanguínea para produzir anticorpos contra bactérias, vírus e fungos, e os linfócitos T, que são produzidos na medula óssea mas que depois são desenvolvidas no timo até se dividirem em 3 grupos:

•        Linfócitos T CD4: ajudam os linfócitos B a eliminar infecções, sendo o primeiro alerta do sistema imune. Normalmente estas são as primeiras células a serem afetadas pelo vírus do HIV, sendo que em pacientes infectados o exame de sangue indica um valor inferior a 100/ mm³.

•        Linfócitos T CD8: diminuem a atividade de outros tipos de linfócitos e, por isso, encontram-se aumentados em casos de HIV;

•        Linfócitos T citotóxicos: destroem células anormais e infectadas por vírus ou bactérias.

Porém, os testes do tipo de linfócitos, especialmente do tipo CD4 ou CD8, devem ser sempre interpretados por um médico para avaliar se existe risco de ter HIV, por exemplo, uma vez que outras doenças também podem provocar o mesmo tipo de alterações.

Assim, caso exista dúvidas sobre estar infectado pelo HIV é aconselhado fazer o teste de laboratório que procura o vírus dentro das células do organismo.

•        O que são linfócitos atípicos?

Linfócitos atípicos são linfócitos que apresentam forma variada e que surgem normalmente quando há infecções, principalmente infecções virais, como a mononucleose, herpes, AIDS, rubéola e varicela. Além do aparecimento nas infecções virais, os linfócitos atípicos podem ser identificados no hemograma quando há uma infecção bacteriana, como a tuberculose e a sífilis, infecção por protozoários, como a toxoplasmose, quando há hipersensibilidade a drogas ou nas doenças autoimunes, como no lúpus.

Normalmente a quantidade desses linfócitos volta ao normal (valor de referência dos linfócitos atípicos é 0%) quando o agente causador da infecção é eliminado.

Esses linfócitos são considerados linfócitos T ativados que são produzidos em resposta aos linfócitos do tipo B infectados e desempenham as mesmas funções que os linfócitos típicos na resposta imune. Os linfócitos atípicos são geralmente maiores que os linfócitos normais e forma variável.

 

•        Linfopenia: o que é, causas e o que fazer

A linfopenia, também chamada de linfocitopenia, é uma condição onde a quantidade de linfócitos, ou glóbulos brancos, está abaixo do normal no sangue.

Os linfócitos são um tipo de célula de defesa que podem ser formados em menores quantidades devido à presença de doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide, ou infecções, como AIDS e COVID-19, por exemplo.

Como os sintomas da linfopenia variam conforme a causa dessa situação, é importante que o clínico geral ou hematologista avalie o resultado do hemograma, junto com outros exames solicitados, para identificar a causa da linfopenia e indicar o tratamento adequado.

<><> Como saber se é linfopenia

A linfopenia é identificada através da realização do hemograma, que é um exame de sangue que avalia todas as células do sangue, incluindo os linfócitos. É considerado linfopenia quando são verificados menos de 1000 linfócitos por mm³ de sangue, podendo esse valor variar de acordo com o laboratório.

<><> Possíveis causas da linfopenia

A linfopenia pode ser causada por diversos fatores, sendo os principais:

1. Lúpus

O lúpus é uma doença autoimune que faz com que as células de defesa ataquem as células saudáveis do corpo, o que pode provocar inflamação em várias partes do corpo, provocando sintomas como febre, cansaço, manchas vermelhas na pele, dor e inflamações nas articulações.

A pessoa com lúpus apresenta baixos níveis de linfócitos e de glóbulos vermelhos, no sangue, devido à presença de anticorpos contra essas células.

O que fazer: o tratamento deve ser feito por um reumatologista, que poderá indicar o uso de anti-inflamatórios, como naproxeno ou ibuprofeno, para aliviar a febre, a dor ou o inchaço nas articulações; e antimaláricos, como a hidroxicloroquina, para tratar a sensibilidade à luz, queda de cabelo, manchas na pele e dor nas articulações, por exemplo.

2. COVID-19

A COVID-19 é uma infecção respiratória que ataca e provoca a morte dos linfócitos, causando dor de cabeça e no corpo, cansaço, tosse, coriza ou nariz entupido, podendo aparecer até 14 dias após o contato com o coronavírus.

O que fazer: em casos mais leves o tratamento pode ser feito em casa e inclui ficar em repouso, usar medicamentos prescritos pelo médico, como antipiréticos, analgésicos ou anti-inflamatórios, que ajudam a diminuir a febre, a dor de cabeça e o mal estar geral.

Já nos casos mais graves de COVID-19, em que se desenvolve uma pneumonia ou outras complicações sérias, o tratamento deve ser feito no hospital, com o uso de oxigênio ou respirador e medicação administrada diretamente na veia.

3. AIDS

A AIDS é uma infecção sexualmente transmissível causado pelo vírus HIV que pode ser transmitido de uma pessoa para outra por meio da relação sexual desprotegida.

Os sintomas de AIDS podem levar até 10 anos após a infecção pelo vírus HIV para surgirem, e incluem febre persistente, dor nos músculos e articulações, aparecimento de manchas e bolinhas vermelhas na pele, perda de peso rápida e infecções que não melhoram.

Pessoas com AIDS geralmente têm linfopenia, devido à destruição dos linfócitos T CD4 infectados pelo vírus HIV  ou por causa da produção insuficiente de linfócitos.

O que fazer: o tratamento da AIDS é feito com o uso de uma combinação de medicamentos antirretrovirais, como a lamivudina, tenofovir e dolutegravir, que devem ser prescritos pelo médico e podem impedir a multiplicação do vírus e evitar o enfraquecimento do sistema imunológico.

4. Linfoma

O linfoma é tipo de um câncer que afeta a produção dos linfócitos, e que pode surgir nos linfonodos, medula óssea ou outras partes do corpo, causando febre, suor noturno, cansaço excessivo e o surgimento de ínguas em regiões como axila, virilha e pescoço.

Além da linfopenia, a pessoa com linfoma também pode apresentar aumento da desidrogenase láctica (LDH) no exame de sangue.

O que fazer: o tratamento do linfoma deve ser indicado pelo hematologista ou oncologista e pode incluir a quimioterapia, a radioterapia, o transplante de medula óssea, a imunoterapia ou a terapia gênica.

5. Anemia aplásica

A anemia aplásica é uma doença hematológica rara e grave onde a medula óssea para ou diminui a produção de novas células sanguíneas, como hemácias, linfócitos, leucócitos e plaquetas, provocando sintomas como palidez, cansaço excessivo, infecções frequentes e manchas roxas na pele sem causa aparente.

O que fazer: o tratamento deve ser feito pelo hematologista e pode incluir a transfusão de hemácias e plaquetas para aumentar a quantidade de oxigênio transportando pelas células e prevenir sangramentos ou hemorragias; e o uso de antibióticos, antivirais ou antifúngicos, para prevenir ou tratar as infecções.

6. Artrite reumatoide

A artrite reumatoide é uma doença autoimune onde o sistema imunológico ataca as células saudáveis do organismo, provocando a inflamação das articulações e causando  sintomas como dor, inchaço, calor, vermelhidão, deformidade e dificuldade para movimentar as articulações afetadas.

O que fazer: para tratar a artrite reumatoide, o reumatologista geralmente prescreve o uso de remédios, como metotrexato, hidroxicloroquina e ibuprofeno. Além disso, o médico também pode recomendar a realização de fisioterapias para ativar as articulações, fortalecer a musculatura e aliviar os sintomas.

 

Fonte: Tua Saúde

 

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