Imobiliária de Nunes tentou construir
condomínio empresarial em imóvel na Estrada Ecoturística de Parelheiros
A face imobiliária do
prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), era até agora apenas um item
misterioso em suas declarações de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Desde 2012, quando se elegeu vereador, o
político declara uma participação de 74% na empresa Topsul Empreendimentos e
Participações. Sempre pelo mesmo valor: R$ 133,2 mil.
De Olho nos Ruralistas
identificou pelo menos dois projetos ligados à incorporadora imobiliária do
prefeito. O primeiro é um condomínio empresarial localizado no número 6.288 da
Estrada Ecoturística de Parelheiros, antes chamada Avenida Sadamu Inoue. Segundo
dados da matrícula obtida pela reportagem, o terreno — hoje avaliado em R$ 4,8
milhões — pertenceu à Topsul entre 2007 e 2010.
Na época, a empresa
tentava obter o alvará necessário para a construção do condomínio. O pedido
teve início em 2007, logo após a fundação da Topsul. Na época, a imobiliária
tinha como sócios Robson Gouveia, irmão de Nunes, e outros três empresários
ligados à Associação Empresarial da Região Sul (Aesul), conforme mostramos na
última reportagem da série Endereços, sobre a expressão
espacial do poder no maior município do país: “Imobiliária de Ricardo Nunes mostra conexão empresarial com
parceiros da zona sul“.
O terreno em
Parelheiros também é o tema central do quinto episódio da série, lançado no
canal do observatório no YouTube. Confira abaixo:
O vídeo detalha outro
empreendimento ligado à Topsul: a compra de 50% de um imóvel na Rua Antônio
Mariano, em maio de 2011. Catorze meses depois, o lote foi vendido para a Hagir
Empreendimentos Imobiliários, ligada a Juarez Amaro da Silva, ex-presidente da
Aesul e um dos amigos de Nunes que aluga imóveis para a Associação Amiga da
Criança e do Adolescente (Acria), investigada no inquérito da “máfia das creches“. O
negócio foi intermediado pela corretora InvestHouse, de Ronaldo do Prado
Farias, outro dirigente da Aesul que alugava imóveis para a Acria.
O imóvel fica a três
quilômetros do condomínio Green Village, centro de irradiação do que este
observatório tem chamado de República
de Interlagos, o núcleo empresarial do que a imprensa
paulistana cunhou como “máfia das creches”, tema de outro vídeo da série
Endereços.
PROJETO
CONTINUOU NOVE ANOS APÓS TOPSUL VENDER O TERRENO
O pedido de alvará para a construção do
condomínio empresarial da Topsul tramitou no Sistema de Controle de Obras e
Edificações (Sisacoe) em duas etapas. A primeira, entre 2007 e 2010, resultou
no indeferimento do pedido pela Secretaria de Urbanismo e Licenciamento, devido
ao não cumprimento de uma observação no projeto.
manteve terreno em
Paralheiros até 2010. (Imagem: 11º RI/SP)
De Olho nos Ruralistas
tentou acessar a íntegra do alvará no Arquivo Público da Prefeitura de São
Paulo para identificar o motivo do indeferimento, mas diante da mudança de
endereço do órgão não foi possível obter os documentos. Segundo um funcionário
ouvido pela reportagem, os pedidos de vistas têm levado mais de seis meses.
A Topsul interpôs dois
recursos solicitando a reavaliação da obra, em 2011 e depois, novamente, em
2012. Ambos foram indeferidos. A análise foi retomada apenas em 2014. Segundo o
extrato do processo no Sisacoe, foi solicitada a revisão do levantamento planialtimétrico,
a demarcação das faixas não edificáveis e a apresentação do laudo de avaliação
ambiental. No ano seguinte, a secretaria pediu a inclusão de um projeto de
compensação ambiental para a área desmatada, incluído em 2017.
Quando a licença
finalmente saiu, de forma parcial, em agosto de 2019, a Topsul já não era dona
do imóvel. Nove anos antes, em agosto de 2010, a imobiliária de Nunes vendeu a
área para os empresários Odélio Antonio de Lima e Joel Rodrigues de Macedo. O valor?
R$ 200 mil. Apenas R$ 70 mil a mais que o dinheiro desembolsado na compra.
Os dois se mantiveram
como proprietários durante toda a tramitação do alvará. Em julho de 2016,
enquanto a Topsul recebia as observações relativas ao empreendimento no
Sisacoe, Odélio e Joel regularizavam, junto à Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo (Cetesb), um projeto de construção de uma “loja de departamentos ou
magazine e dependências, com área total construída de 6.783,44 m²”.
O documento de
vinculação cita ainda a destinação de 1 mil m² — ou 0,1 hectare — para
compensação ambiental. Segundo imagens de satélites analisadas por este
observatório, a área que seria depois terraplanada possui oito vezes essa
dimensão: 8.127,19 m², ou 14% da área total do imóvel.
DONO DE
CARTÓRIO, COMPRADOR DO IMÓVEL É PRÓXIMO DE SECRETÁRIO DE NUNES
As imagens de satélite
e da série histórica do Google Street View mostram que a área antes pertencente
à Topsul foi desmatada e terraplanada em algum ponto entre dezembro de 2021 e
setembro de 2023, quando Ricardo Nunes já era prefeito.
Foi durante esse
intervalo, em maio de 2023, que Odélio de Lima vendeu o imóvel para as empresas
MMD Shimoshio e a LTS Participações Societárias, ambas ligadas à família
Shimoshio, dona da rede de supermercados Ayumi, que possui uma unidade na
Estrada Ecoturística de Parelheiros, a 350 metros do terreno. Na época, o
imóvel já era avaliado em R$ 4,8 milhões, vinte e quatro vezes mais que o valor
pago à Topsul pela compra.
Odélio é um
pecuarista, dono de quatro fazendas em Guaraci, no interior paulista. Na
capital, ele é dono do Cartório de Parelheiros, por sua vez, filiado à Aesul.
Hoje em nova sede, o cartório ficava em um condomínio empresarial na Avenida
Senador Teotônio Vilela, nº 10.960, Sala 1. Exatamente ali, na mesma sala, foi
o endereço fiscal da Topsul até 2011.
O cartório distribui
aos seus frequentadores o jornal Notícias da Região, que divulga notícias
simpáticas a Nunes. Esse jornal pertence ao compadre do prefeito, Pedro José da
Silva, cuja família tem vários contratos com a prefeitura. A série Endereços
falará especificamente desse tema.
A conexão entre Odélio
e o prefeito de São Paulo vem de José Renato Nalini, ex-secretário estadual de
Educação durante o governo Alckmin, hoje secretário do Clima de Nunes.
Reportagens da imprensa local apontam
que o empresário era amigo pessoal de Nalini e usava sua influência para
intermediar o contato entre a prefeitura de Guaraci — onde criava gado — e o
Executivo estadual.
“Agradeço também ao
munícipe Odélio Antonio de Lima que é amigo do secretário e que intermediou
nossa audiência”, afirmou o prefeito Elson Machado em entrevista realizada em
2007.
O Cadastro Ambiental
Rural (CAR) foi registrado durante o período de Odélio à frente do
empreendimento em Parelheiros. O documento, elaborado em 2019 e anexado à
matrícula, tinha como titular Mauro Vieira Christe, sócio da corretora Irmãos
Christe, bastante conhecida no mercado imobiliário da região e dona de outros terrenos em
Parelheiros, no entorno da área que pertenceu à Topsul.
Um dos membros da
família, Bruno César Christe de Andrade, alugou carros para a campanha de
Ricardo Nunes à Câmara Municipal, em 2016, e ocupa o cargo de supervisor de cultura
da subprefeitura de Parelheiros. A
unidade tem como chefe de gabinete Walter Ruiz Delgado, ex-assessor de Nunes,
indicado por ele para a posição. E responsável, na subprefeitura, por atender
os vizinhos de Nunes no Sítio Vista Verde, em Marsilac.
NUNES
CHEGOU A DEFENDER TOMBAMENTO DA “CASINHA CAIPIRA”
A mesma subprefeitura de Parelheiros, hoje
comandada por indicados de Nunes e do presidente da Câmara, Milton Leite,
emitiu em 2006 um parecer solicitando ao Tribunal de Contas da União (TCU) a
preempção — isto é, a incorporação ao patrimônio público — de uma casa
histórica localizada dentro do terreno que pertenceu à Topsul.
Situada em um morro
logo na entrada do centro urbano de Parelheiros, a edificação era conhecida
como “Casinha Caipira” e considerada um dos marcos arquitetônicos do bairro. Um
remanescente do período em que o extremo sul da capital era ocupado majoritariamente
por sítios e fazendas, em grande parte ligados à colônia alemã.
A recomendação de
compra e tombamento da Casinha Caipira consta em um relatório elaborado em
2008 pelo então subprefeito Walter Tesch, que defendia a criação de um polo
turístico regional. A proposta chegou a ser defendida pelo próprio Nunes,
durante seu período na Câmara. Mas não vingou.
A casinha caipira foi
demolida durante a terraplanagem do terreno, em algum momento entre dezembro de
2021 — quando ela ainda aparece, em meio à mata, pintada de rosa — e setembro
de 2023.
Do outro lado da
Estrada Ecoturística de Parelheiros, fica o início do Parque Linear Ribeirão
Caulim, uma área de 321,3 hectares que percorre o córrego de mesmo nome, com
importantes remanescentes de Mata Atlântica. Quando a reportagem esteve no
local, em maio, ocorriam no terreno em frente ao que pertenceu à Topsul as
obras de canalização do Ribeirão Caulim, visando o controle de enchentes e a
criação de aparelhos públicos para o parque linear.
A obra é de
responsabilidade da prefeitura. Uma faixa ao lado das obras e em frente do
terreno da Topsul, assinada pelo vereador Milton Leite, pede desculpas pelo
transtorno: “Estamos trabalhando juntos com o prefeito Ricardo Nunes para
melhorar o seu bairro!”
¨ Imobiliária de Ricardo Nunes mostra conexão empresarial com
parceiros da zona sul
A regularização de
imóveis e loteamentos irregulares tem sido um dos pilares da gestão de Ricardo
Nunes (MDB) em São Paulo. Segundo dados da prefeitura, desde 2022 foram cerca
de 92 mil famílias beneficiadas
em processos fundiários. Destas, 20.471 receberam concessão de certificados ou
matrículas imobiliárias. O tema é um dos eixos centrais da estratégia eleitoral
de Nunes, cujo principal adversário na disputa pela reeleição, o deputado Guilherme
Boulos (PSOL), possui um longo histórico na militância por moradia junto ao
Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
Mas essa não é a única
conexão do prefeito de São Paulo com o tema. No quinto episódio da série Endereços, sobre a expressão
espacial do poder no maior município do país, mostramos a face imobiliária de
Nunes — até agora apenas um item misterioso em suas declarações de bens.
Ele é dono da
incorporadora Topsul Empreendimentos e Participações, fundada em 2007 por seu
irmão, Robson Gouveia, junto a três outros sócios ligados à Associação
Empresarial da Região Sul (Aesul), organização presidida por Nunes entre 2003 e
2005. Esse mesmo grupo de amigos e irmãos de maçonaria — quase todos da loja
Fé, Equilíbrio e Luz — compõe o que este observatório tem chamado de República
de Interlagos, o núcleo empresarial da “máfia das
creches”, tema de outro vídeo da série Endereços.
De Olho nos Ruralistas
identificou pelo menos dois projetos ligados à empresa imobiliária de Ricardo
Nunes. O primeiro é um condomínio empresarial, próximo do centro de
Parelheiros, em um terreno hoje avaliado em R$ 4,8 milhões. O imóvel fica no
número 6.288 da Estrada Ecoturística de Parelheiros — antes chamada Avenida
Sadamu Inoue — e pertenceu à Topsul entre julho de 2007 e agosto de 2010. Um
processo de obtenção de alvará para construção de condomínio corporativo,
registrado junto à Secretaria de Urbanismo e Licenciamento, mostra que a
empresa ainda figurava como titular do pedido em agosto de 2019, quando a obra
foi parcialmente autorizada.
O outro projeto
imobiliário envolvendo a Topsul teve início em maio de 2011, um ano depois da
venda do terreno de Parelheiros. A empresa de Nunes adquiriu 50% de um imóvel
na Rua Antônio Mariano, em Interlagos, por R$ 250 mil. Catorze meses depois, o
lote foi vendido para a Hagir Empreendimentos Imobiliários, do empresário
Juarez Amaro da Silva, outro maçom e ex-presidente da Aesul. Os dois projetos
serão detalhados em reportagens específicas.
Confira abaixo o vídeo
sobre a face imobiliária de Ricardo Nunes:
EMPRESA
ESTAVA INICIALMENTE EM NOME DO IRMÃO MAIS NOVO
Os anos 2000 foram uma
década de ouro para o empresário Ricardo Nunes. Sua empresa de controle de
pragas, a Nikkey, deixava de ser uma microempresa e prosperava com os primeiros
contratos de dedetização de pallets no Porto de Santos. Pouco depois, viriam os
contratos públicos, como mostramos em reportagem da série: “Empresa de Ricardo Nunes e família, a Nikkey, tem contrato com o
TRE-SP“.
Filiado ao MDB desde
que fez 18 anos, Nunes dava seus primeiros passos no associativismo, ajudando a
fundar a Associação das Empresas Controladoras de Pragas do Estado de São Paulo
(Adesp), o que o levaria a assumir, em 2003, a presidência da Aesul. Foi da
articulação com outros empresários da zona sul de São Paulo que surgiu a
Topsul.
Robson Antônio Nunes
de Gouveia, irmão de Ricardo, ficou na empresa da fundação, em janeiro de 2007,
até março de 2008, quando os dois trocaram de lugar, após o atual prefeito de
São Paulo assumir a participação de R$ 36 mil no capital social.
Também foram
fundadores da Topsul: Fábio Hayashi Goulart, filho do ex-deputado federal e
ex-vereador Antônio Goulart e irmão do vereador Rodrigo Goulart; Tânia Santos
Machado, esposa do empreiteiro Valderci Malagosini Machado, ex-subprefeito da
Capela do Socorro e Santo Amaro; e Dino Brugnera, pai de Márcio Brugnera, chefe
de gabinete de Nunes durante seu primeiro mandato como vereador.
Fábio Goulart é sócio
do pai em uma cachaçaria filiada à Aesul. Sua mãe, Kazuko Hayashi Goulart, foi
sócia de outra empresa associada, a Companygraf, ligada a Vitor Cavalcanti de
Arruda, outro membro da República de Interlagos e dono de imóveis alugados para
instalação de creches. Em 2010, Antonio Goulart foi condenado na Justiça por
usar verba de gabinete para contratar serviços da gráfica enquanto Kazuko ainda
era sócia. A Companygraf recebeu R$ 119,3 mil na campanha de
Nunes em 2016 e R$ 47,7 mil em 2018.
Enquanto Antonio era
investigado, seu filho Rodrigo passou a contratar outra empresa de Vitor, a VCA
Serviços Digitais, com quem gastou R$ 1,8 mil na campanha de
reeleição à Câmara Municipal. O mandato de Rodrigo Goulart é patrocinador
frequente de eventos da Aesul e o próprio vereador já afirmou trabalhar em
parceria com a associação. “Me sinto um verdadeiro representante da entidade”,
afirmou no depoimento, publicado pela Aesul em março de
2020.
Topsul
manteve terreno em Paralheiros até 2010. (Imagem: 11º RI/SP)
SÓCIO EM
IMOBILIÁRIA FOI HOMENAGEADO COM NOME DE PRAÇA
Fábio Hayashi Goulart
ficou na sociedade da Topsul até agosto de 2008. Dois anos depois, em fevereiro
de 2011, foi a vez de Dino Brugnera e Tânia Machado saírem, dando lugar à Maria
do Céu Reis de Gouveia, a mãe do prefeito, ex-presidente da Câmara Municipal de
Embu-Guaçu. Ela ficou na sociedade até maio de 2017, deixando Ricardo Nunes
como único sócio.
Empresário do setor de
combustíveis e irmão de maçonaria de Nunes, Dino Brugnera foi presidente do
conselho deliberativo da Aesul entre 1994 e 1996. Seu filho, Márcio Brugnera,
presidiu a organização entre 2007 e 2009. Logo depois, se tornou secretário de
Obras da capital, na gestão de Gilberto Kassab, entre 2006 e 2012.
Naquele mesmo ano,
Márcio assumiu como tesoureiro de campanha e, em seguida, chefe de gabinete de
Nunes na Câmara Municipal. Hoje diretor de uma empresa de energia solar, ele
foi um dos responsáveis por idealizar o projeto do aeroporto de Parelheiros e a
Lei do Transporte Hidroviário, duas das principais bandeiras de Nunes enquanto
era vereador. Márcio também presidiu o Instituto de Lideranças Empresariais de
São Paulo (Ilesp),
ligado à maçonaria.
O pai dele, Dino,
faleceu em 2016. Dois anos depois, Ricardo Nunes aprovou na Câmara o batismo de
uma praça em homenagem ao amigo, no bairro de Cidade Dutra, próxima do
Autódromo de Interlagos — e da sede da Asesul. A placa com o nome do empresário
foi pregada na base de um pilar maçônico.
Entre os nomes por
trás da Topsul, Valderci e sua esposa Tânia Machado eram aqueles com
experiência no mercado de construção. Os dois fundaram a Malagosini
Empreendimentos, que hoje tem Tânia e seu filho como sócios. Valderci era irmão
de maçonaria de Nunes e foi subprefeito de Santo Amaro e da Capela do Socorro
por indicação dele. Ele também foi presidente da Aesul nos anos 2000,
antecedendo Márcio Brugnera.
Um documento de 2007
indica que os Malagosini eram os principais responsáveis pela liberação da
construção do condomínio da Estrada Ecoturística de Parelheiros. Naquele ano,
tramitava na Secretaria de Planejamento um pedido relativo ao zoneamento do
terreno. O autor era o arquiteto Jefferson Ferreira Santos, na época sócio de
Valderci Malagosini na BLM Empreendimentos. Jefferson foi assessor técnico da
SP Obras. Em 2014, assumiu o comando da Secretaria de Obras de
Embu-Guaçu.
O município é tema de
outro vídeo da série Endereços: “Da irmã de Nunes ao prefeito de Embu-Guaçu: “Cobra a gente mata.
Aguarde meu irmão”“.
PREFEITURA
NÃO RESPONDE QUESTÕES E “REPUDIA” REPORTAGEM
A Prefeitura de São
Paulo, por meio da Secretaria Especial de Comunicação, emitiu uma nota sobre as
perguntas enviadas pela reportagem sobre a Topsul, o empreendimento em
Parelheiros e as relações de Ricardo Nunes com a Aesul. Nela, o prefeito
repudia o que chama de “ilações irresponsáveis” e diz que o observatório “se
utiliza de informações falsas”.
O texto afirma que as
questões enviadas pela reportagem sobre as negociações imobiliárias da empresa
— algumas delas bastante detalhadas, como o leitor pode conferir aqui — não tem “o menor sentido” e
considera “uma tentativa irracional de vincular essas relações comerciais às
políticas fundiárias do município”.
No dia 26 de junho, em
resposta ao terceiro vídeo da série Endereços, a assessoria da prefeitura
chegou a associar o trabalho jornalístico do observatório a crime de
“perseguição”. A resposta foi considerada intimidatória pela Associação
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji): “Abraji define nota da prefeitura de São Paulo como “intimidação”
ao De Olho nos Ruralistas“.
Confira abaixo a
íntegra da nota enviada pela prefeitura:
A
Prefeitura de São Paulo repudia veementemente as ilações irresponsáveis feitas
pelo site, que se utiliza de informações falsas para atingir a reputação do
prefeito Ricardo Nunes e sua família.
Sem
qualquer evidência, a reportagem sugere participação do prefeito em ações
executadas em 2021 e 2023 em terreno particular e que foi comercializado em
2010. Além disso, questiona a respeito da continuidade de uma parceria que
jamais existiu. As criações fantasiosas e confusas continuam expostas em
questões sem o menor sentido sobre negociações imobiliárias privadas, numa
tentativa irracional de vincular essas relações comerciais às políticas
fundiárias do município.
É
lamentável que um site que se propõe a produzir informação confiável assuma
conduta totalmente parcial em uma campanha desinformativa contra o prefeito,
cujos interesses se confundem claramente com os de grupos políticos em período
eleitoral.
Fonte: De Olho nos
Ruralistas
Nenhum comentário:
Postar um comentário