sábado, 20 de julho de 2024

Imobiliária de Nunes tentou construir condomínio empresarial em imóvel na Estrada Ecoturística de Parelheiros

A face imobiliária do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), era até agora apenas um item misterioso em suas declarações de bens ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Desde 2012, quando se elegeu vereador, o político declara uma participação de 74% na empresa Topsul Empreendimentos e Participações. Sempre pelo mesmo valor: R$ 133,2 mil.

De Olho nos Ruralistas identificou pelo menos dois projetos ligados à incorporadora imobiliária do prefeito. O primeiro é um condomínio empresarial localizado no número 6.288 da Estrada Ecoturística de Parelheiros, antes chamada Avenida Sadamu Inoue. Segundo dados da matrícula obtida pela reportagem, o terreno — hoje avaliado em R$ 4,8 milhões — pertenceu à Topsul entre 2007 e 2010.

Na época, a empresa tentava obter o alvará necessário para a construção do condomínio. O pedido teve início em 2007, logo após a fundação da Topsul. Na época, a imobiliária tinha como sócios Robson Gouveia, irmão de Nunes, e outros três empresários ligados à Associação Empresarial da Região Sul (Aesul), conforme mostramos na última reportagem da série Endereços, sobre a expressão espacial do poder no maior município do país: “Imobiliária de Ricardo Nunes mostra conexão empresarial com parceiros da zona sul“.

O terreno em Parelheiros também é o tema central do quinto episódio da série, lançado no canal do observatório no YouTube. Confira abaixo:

O vídeo detalha outro empreendimento ligado à Topsul: a compra de 50% de um imóvel na Rua Antônio Mariano, em maio de 2011. Catorze meses depois, o lote foi vendido para a Hagir Empreendimentos Imobiliários, ligada a Juarez Amaro da Silva, ex-presidente da Aesul e um dos amigos de Nunes que aluga imóveis para a Associação Amiga da Criança e do Adolescente (Acria), investigada no inquérito da “máfia das creches“. O negócio foi intermediado pela corretora InvestHouse, de Ronaldo do Prado Farias, outro dirigente da Aesul que alugava imóveis para a Acria.

O imóvel fica a três quilômetros do condomínio Green Village, centro de irradiação do que este observatório tem chamado de República de Interlagos, o núcleo empresarial do que a imprensa paulistana cunhou como “máfia das creches”, tema de outro vídeo da série Endereços.

PROJETO CONTINUOU NOVE ANOS APÓS TOPSUL VENDER O TERRENO
O pedido de alvará para a construção do condomínio empresarial da Topsul tramitou no Sistema de Controle de Obras e Edificações (Sisacoe) em duas etapas. A primeira, entre 2007 e 2010, resultou no indeferimento do pedido pela Secretaria de Urbanismo e Licenciamento, devido ao não cumprimento de uma observação no projeto.

manteve terreno em Paralheiros até 2010. (Imagem: 11º RI/SP)

De Olho nos Ruralistas tentou acessar a íntegra do alvará no Arquivo Público da Prefeitura de São Paulo para identificar o motivo do indeferimento, mas diante da mudança de endereço do órgão não foi possível obter os documentos. Segundo um funcionário ouvido pela reportagem, os pedidos de vistas têm levado mais de seis meses.

A Topsul interpôs dois recursos solicitando a reavaliação da obra, em 2011 e depois, novamente, em 2012. Ambos foram indeferidos. A análise foi retomada apenas em 2014. Segundo o extrato do processo no Sisacoe, foi solicitada a revisão do levantamento planialtimétrico, a demarcação das faixas não edificáveis e a apresentação do laudo de avaliação ambiental. No ano seguinte, a secretaria pediu a inclusão de um projeto de compensação ambiental para a área desmatada, incluído em 2017.

Quando a licença finalmente saiu, de forma parcial, em agosto de 2019, a Topsul já não era dona do imóvel. Nove anos antes, em agosto de 2010, a imobiliária de Nunes vendeu a área para os empresários Odélio Antonio de Lima e Joel Rodrigues de Macedo. O valor? R$ 200 mil. Apenas R$ 70 mil a mais que o dinheiro desembolsado na compra.

Os dois se mantiveram como proprietários durante toda a tramitação do alvará. Em julho de 2016, enquanto a Topsul recebia as observações relativas ao empreendimento no Sisacoe, Odélio e Joel regularizavam, junto à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), um projeto de construção de uma “loja de departamentos ou magazine e dependências, com área total construída de 6.783,44 m²”.

O documento de vinculação cita ainda a destinação de 1 mil m² — ou 0,1 hectare — para compensação ambiental. Segundo imagens de satélites analisadas por este observatório, a área que seria depois terraplanada possui oito vezes essa dimensão: 8.127,19 m², ou 14% da área total do imóvel.

DONO DE CARTÓRIO, COMPRADOR DO IMÓVEL É PRÓXIMO DE SECRETÁRIO DE NUNES

As imagens de satélite e da série histórica do Google Street View mostram que a área antes pertencente à Topsul foi desmatada e terraplanada em algum ponto entre dezembro de 2021 e setembro de 2023, quando Ricardo Nunes já era prefeito.

Foi durante esse intervalo, em maio de 2023, que Odélio de Lima vendeu o imóvel para as empresas MMD Shimoshio e a LTS Participações Societárias, ambas ligadas à família Shimoshio, dona da rede de supermercados Ayumi, que possui uma unidade na Estrada Ecoturística de Parelheiros, a 350 metros do terreno. Na época, o imóvel já era avaliado em R$ 4,8 milhões, vinte e quatro vezes mais que o valor pago à Topsul pela compra.

Odélio é um pecuarista, dono de quatro fazendas em Guaraci, no interior paulista. Na capital, ele é dono do Cartório de Parelheiros, por sua vez, filiado à Aesul. Hoje em nova sede, o cartório ficava em um condomínio empresarial na Avenida Senador Teotônio Vilela, nº 10.960, Sala 1. Exatamente ali, na mesma sala, foi o endereço fiscal da Topsul até 2011.

O cartório distribui aos seus frequentadores o jornal Notícias da Região, que divulga notícias simpáticas a Nunes. Esse jornal pertence ao compadre do prefeito, Pedro José da Silva, cuja família tem vários contratos com a prefeitura. A série Endereços falará especificamente desse tema.

A conexão entre Odélio e o prefeito de São Paulo vem de José Renato Nalini, ex-secretário estadual de Educação durante o governo Alckmin, hoje secretário do Clima de Nunes. Reportagens da imprensa local apontam que o empresário era amigo pessoal de Nalini e usava sua influência para intermediar o contato entre a prefeitura de Guaraci — onde criava gado — e o Executivo estadual.

“Agradeço também ao munícipe Odélio Antonio de Lima que é amigo do secretário e que intermediou nossa audiência”, afirmou o prefeito Elson Machado em entrevista realizada em 2007.

O Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi registrado durante o período de Odélio à frente do empreendimento em Parelheiros. O documento, elaborado em 2019 e anexado à matrícula, tinha como titular Mauro Vieira Christe, sócio da corretora Irmãos Christe, bastante conhecida no mercado imobiliário da região e dona de outros terrenos em Parelheiros, no entorno da área que pertenceu à Topsul.

Um dos membros da família, Bruno César Christe de Andrade, alugou carros para a campanha de Ricardo Nunes à Câmara Municipal, em 2016, e ocupa o cargo de supervisor de cultura da subprefeitura de Parelheiros. A unidade tem como chefe de gabinete Walter Ruiz Delgado, ex-assessor de Nunes, indicado por ele para a posição. E responsável, na subprefeitura, por atender os vizinhos de Nunes no Sítio Vista Verde, em Marsilac.

NUNES CHEGOU A DEFENDER TOMBAMENTO DA “CASINHA CAIPIRA”
A mesma subprefeitura de Parelheiros, hoje comandada por indicados de Nunes e do presidente da Câmara, Milton Leite, emitiu em 2006 um parecer solicitando ao Tribunal de Contas da União (TCU) a preempção — isto é, a incorporação ao patrimônio público — de uma casa histórica localizada dentro do terreno que pertenceu à Topsul.

Situada em um morro logo na entrada do centro urbano de Parelheiros, a edificação era conhecida como “Casinha Caipira” e considerada um dos marcos arquitetônicos do bairro. Um remanescente do período em que o extremo sul da capital era ocupado majoritariamente por sítios e fazendas, em grande parte ligados à colônia alemã.

A recomendação de compra e tombamento da Casinha Caipira consta em um relatório elaborado em 2008 pelo então subprefeito Walter Tesch, que defendia a criação de um polo turístico regional. A proposta chegou a ser defendida pelo próprio Nunes, durante seu período na Câmara. Mas não vingou.

A casinha caipira foi demolida durante a terraplanagem do terreno, em algum momento entre dezembro de 2021 — quando ela ainda aparece, em meio à mata, pintada de rosa — e setembro de 2023.

Do outro lado da Estrada Ecoturística de Parelheiros, fica o início do Parque Linear Ribeirão Caulim, uma área de 321,3 hectares que percorre o córrego de mesmo nome, com importantes remanescentes de Mata Atlântica. Quando a reportagem esteve no local, em maio, ocorriam no terreno em frente ao que pertenceu à Topsul as obras de canalização do Ribeirão Caulim, visando o controle de enchentes e a criação de aparelhos públicos para o parque linear.

A obra é de responsabilidade da prefeitura. Uma faixa ao lado das obras e em frente do terreno da Topsul, assinada pelo vereador Milton Leite, pede desculpas pelo transtorno: “Estamos trabalhando juntos com o prefeito Ricardo Nunes para melhorar o seu bairro!”

¨      Imobiliária de Ricardo Nunes mostra conexão empresarial com parceiros da zona sul

A regularização de imóveis e loteamentos irregulares tem sido um dos pilares da gestão de Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo. Segundo dados da prefeitura, desde 2022 foram cerca de 92 mil famílias beneficiadas em processos fundiários. Destas, 20.471 receberam concessão de certificados ou matrículas imobiliárias. O tema é um dos eixos centrais da estratégia eleitoral de Nunes, cujo principal adversário na disputa pela reeleição, o deputado Guilherme Boulos (PSOL), possui um longo histórico na militância por moradia junto ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Mas essa não é a única conexão do prefeito de São Paulo com o tema. No quinto episódio da série Endereços, sobre a expressão espacial do poder no maior município do país, mostramos a face imobiliária de Nunes — até agora apenas um item misterioso em suas declarações de bens.

Ele é dono da incorporadora Topsul Empreendimentos e Participações, fundada em 2007 por seu irmão, Robson Gouveia, junto a três outros sócios ligados à Associação Empresarial da Região Sul (Aesul), organização presidida por Nunes entre 2003 e 2005. Esse mesmo grupo de amigos e irmãos de maçonaria — quase todos da loja Fé, Equilíbrio e Luz — compõe o que este observatório tem chamado de República de Interlagos, o núcleo empresarial da “máfia das creches”, tema de outro vídeo da série Endereços.

De Olho nos Ruralistas identificou pelo menos dois projetos ligados à empresa imobiliária de Ricardo Nunes. O primeiro é um condomínio empresarial, próximo do centro de Parelheiros, em um terreno hoje avaliado em R$ 4,8 milhões. O imóvel fica no número 6.288 da Estrada Ecoturística de Parelheiros — antes chamada Avenida Sadamu Inoue — e pertenceu à Topsul entre julho de 2007 e agosto de 2010. Um processo de obtenção de alvará para construção de condomínio corporativo, registrado junto à Secretaria de Urbanismo e Licenciamento, mostra que a empresa ainda figurava como titular do pedido em agosto de 2019, quando a obra foi parcialmente autorizada.

O outro projeto imobiliário envolvendo a Topsul teve início em maio de 2011, um ano depois da venda do terreno de Parelheiros. A empresa de Nunes adquiriu 50% de um imóvel na Rua Antônio Mariano, em Interlagos, por R$ 250 mil. Catorze meses depois, o lote foi vendido para a Hagir Empreendimentos Imobiliários, do empresário Juarez Amaro da Silva, outro maçom e ex-presidente da Aesul. Os dois projetos serão detalhados em reportagens específicas.

Confira abaixo o vídeo sobre a face imobiliária de Ricardo Nunes:

EMPRESA ESTAVA INICIALMENTE EM NOME DO IRMÃO MAIS NOVO

Os anos 2000 foram uma década de ouro para o empresário Ricardo Nunes. Sua empresa de controle de pragas, a Nikkey, deixava de ser uma microempresa e prosperava com os primeiros contratos de dedetização de pallets no Porto de Santos. Pouco depois, viriam os contratos públicos, como mostramos em reportagem da série: “Empresa de Ricardo Nunes e família, a Nikkey, tem contrato com o TRE-SP“.

Filiado ao MDB desde que fez 18 anos, Nunes dava seus primeiros passos no associativismo, ajudando a fundar a Associação das Empresas Controladoras de Pragas do Estado de São Paulo (Adesp), o que o levaria a assumir, em 2003, a presidência da Aesul. Foi da articulação com outros empresários da zona sul de São Paulo que surgiu a Topsul.

Robson Antônio Nunes de Gouveia, irmão de Ricardo, ficou na empresa da fundação, em janeiro de 2007, até março de 2008, quando os dois trocaram de lugar, após o atual prefeito de São Paulo assumir a participação de R$ 36 mil no capital social.

Também foram fundadores da Topsul: Fábio Hayashi Goulart, filho do ex-deputado federal e ex-vereador Antônio Goulart e irmão do vereador Rodrigo Goulart; Tânia Santos Machado, esposa do empreiteiro Valderci Malagosini Machado, ex-subprefeito da Capela do Socorro e Santo Amaro; e Dino Brugnera, pai de Márcio Brugnera, chefe de gabinete de Nunes durante seu primeiro mandato como vereador.

Fábio Goulart é sócio do pai em uma cachaçaria filiada à Aesul. Sua mãe, Kazuko Hayashi Goulart, foi sócia de outra empresa associada, a Companygraf, ligada a Vitor Cavalcanti de Arruda, outro membro da República de Interlagos e dono de imóveis alugados para instalação de creches. Em 2010, Antonio Goulart foi condenado na Justiça por usar verba de gabinete para contratar serviços da gráfica enquanto Kazuko ainda era sócia. A Companygraf recebeu R$ 119,3 mil na campanha de Nunes em 2016 e R$ 47,7 mil em 2018.

Enquanto Antonio era investigado, seu filho Rodrigo passou a contratar outra empresa de Vitor, a VCA Serviços Digitais, com quem gastou R$ 1,8 mil na campanha de reeleição à Câmara Municipal. O mandato de Rodrigo Goulart é patrocinador frequente de eventos da Aesul e o próprio vereador já afirmou trabalhar em parceria com a associação. “Me sinto um verdadeiro representante da entidade”, afirmou no depoimento, publicado pela Aesul em março de 2020.

Topsul manteve terreno em Paralheiros até 2010. (Imagem: 11º RI/SP)

SÓCIO EM IMOBILIÁRIA FOI HOMENAGEADO COM NOME DE PRAÇA

Fábio Hayashi Goulart ficou na sociedade da Topsul até agosto de 2008. Dois anos depois, em fevereiro de 2011, foi a vez de Dino Brugnera e Tânia Machado saírem, dando lugar à Maria do Céu Reis de Gouveia, a mãe do prefeito, ex-presidente da Câmara Municipal de Embu-Guaçu. Ela ficou na sociedade até maio de 2017, deixando Ricardo Nunes como único sócio.

Empresário do setor de combustíveis e irmão de maçonaria de Nunes, Dino Brugnera foi presidente do conselho deliberativo da Aesul entre 1994 e 1996. Seu filho, Márcio Brugnera, presidiu a organização entre 2007 e 2009. Logo depois, se tornou secretário de Obras da capital, na gestão de Gilberto Kassab, entre 2006 e 2012.

Naquele mesmo ano, Márcio assumiu como tesoureiro de campanha e, em seguida, chefe de gabinete de Nunes na Câmara Municipal. Hoje diretor de uma empresa de energia solar, ele foi um dos responsáveis por idealizar o projeto do aeroporto de Parelheiros e a Lei do Transporte Hidroviário, duas das principais bandeiras de Nunes enquanto era vereador. Márcio também presidiu o Instituto de Lideranças Empresariais de São Paulo (Ilesp), ligado à maçonaria.

O pai dele, Dino, faleceu em 2016. Dois anos depois, Ricardo Nunes aprovou na Câmara o batismo de uma praça em homenagem ao amigo, no bairro de Cidade Dutra, próxima do Autódromo de Interlagos — e da sede da Asesul. A placa com o nome do empresário foi pregada na base de um pilar maçônico.

Entre os nomes por trás da Topsul, Valderci e sua esposa Tânia Machado eram aqueles com experiência no mercado de construção. Os dois fundaram a Malagosini Empreendimentos, que hoje tem Tânia e seu filho como sócios. Valderci era irmão de maçonaria de Nunes e foi subprefeito de Santo Amaro e da Capela do Socorro por indicação dele. Ele também foi presidente da Aesul nos anos 2000, antecedendo Márcio Brugnera.

Um documento de 2007 indica que os Malagosini eram os principais responsáveis pela liberação da construção do condomínio da Estrada Ecoturística de Parelheiros. Naquele ano, tramitava na Secretaria de Planejamento um pedido relativo ao zoneamento do terreno. O autor era o arquiteto Jefferson Ferreira Santos, na época sócio de Valderci Malagosini na BLM Empreendimentos. Jefferson foi assessor técnico da SP Obras.  Em 2014, assumiu o comando da Secretaria de Obras de Embu-Guaçu.

O município é tema de outro vídeo da série Endereços: “Da irmã de Nunes ao prefeito de Embu-Guaçu: “Cobra a gente mata. Aguarde meu irmão”“.

PREFEITURA NÃO RESPONDE QUESTÕES E “REPUDIA” REPORTAGEM

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Especial de Comunicação, emitiu uma nota sobre as perguntas enviadas pela reportagem sobre a Topsul, o empreendimento em Parelheiros e as relações de Ricardo Nunes com a Aesul. Nela, o prefeito repudia o que chama de “ilações irresponsáveis” e diz que o observatório “se utiliza de informações falsas”.

O texto afirma que as questões enviadas pela reportagem sobre as negociações imobiliárias da empresa — algumas delas bastante detalhadas, como o leitor pode conferir aqui — não tem “o menor sentido” e considera “uma tentativa irracional de vincular essas relações comerciais às políticas fundiárias do município”.

No dia 26 de junho, em resposta ao terceiro vídeo da série Endereços, a assessoria da prefeitura chegou a associar o trabalho jornalístico do observatório a crime de “perseguição”. A resposta foi considerada intimidatória pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji): “Abraji define nota da prefeitura de São Paulo como “intimidação” ao De Olho nos Ruralistas“.

Confira abaixo a íntegra da nota enviada pela prefeitura:

A Prefeitura de São Paulo repudia veementemente as ilações irresponsáveis feitas pelo site, que se utiliza de informações falsas para atingir a reputação do prefeito Ricardo Nunes e sua família.

Sem qualquer evidência, a reportagem sugere participação do prefeito em ações executadas em 2021 e 2023 em terreno particular e que foi comercializado em 2010. Além disso, questiona a respeito da continuidade de uma parceria que jamais existiu. As criações fantasiosas e confusas continuam expostas em questões sem o menor sentido sobre negociações imobiliárias privadas, numa tentativa irracional de vincular essas relações comerciais às políticas fundiárias do município.

É lamentável que um site que se propõe a produzir informação confiável assuma conduta totalmente parcial em uma campanha desinformativa contra o prefeito, cujos interesses se confundem claramente com os de grupos políticos em período eleitoral.

 

Fonte: De Olho nos Ruralistas

 

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