Hepatites virais: conheça os diferentes
tipos e saiba como se proteger
As hepatites virais,
infecções inflamatórias do fígado causadas por diferentes tipos de vírus, podem
levar a complicações graves como cirrose e câncer hepático.
“Esses vírus podem
levar a quadros agudos ou crônicos, afetando a função do fígado”, detalha
Carolina Augusta Matos de Oliveira, hepatologista do Hospital Sírio-Libanês.
Segundo a médica, essa
condição é uma preocupação de saúde pública devido ao risco de evolução para
doenças mais graves.
<><> Quais
são os tipos de hepatites virais
Conheça abaixo os
diferentes tipos de hepatites virais.
• Hepatite A
A hepatite A é
transmitida principalmente por alimentos ou água contaminados. “Embora a
hepatite A geralmente cause apenas uma infecção aguda, em casos raros pode
resultar em formas fulminantes”, afirma Oliveira.
Igor Marinho,
infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, adiciona que essa
forma também pode ser transmitida por contato anal-oral durante relações
sexuais. A prevenção é fortemente ligada à higiene e à vacinação.
• Hepatite B
A hepatite B pode se
manifestar tanto de forma aguda quanto crônica. “É transmitida pelo contato com
sangue contaminado, relações sexuais desprotegidas e de mãe para filho durante
o parto”, explica Oliveira.
No Brasil, cerca de
1,1 milhão de pessoas vivem com infecção crônica por HBV. Marinho destaca que,
em casos mais graves, a hepatite B pode levar a cirrose e câncer de fígado.
• Hepatite C
A hepatite C é
predominantemente crônica e se espalha por meio do contato sanguíneo. “Cerca de
700 mil brasileiros são afetados pela hepatite C. Em muitos casos, a doença
pode evoluir para cirrose e câncer hepático”, destaca a infectologista. A
hepatite C é tratável com medicamentos específicos que podem levar a uma cura
efetiva.
• Hepatite D
A hepatite D, ou
delta, só ocorre em indivíduos já infectados com hepatite B. “Esse vírus
necessita do vírus B para se replicar e é mais comum na região Norte do
Brasil”, explica a especialista.
• Hepatite E
A hepatite E é
semelhante à hepatite A em termos de transmissão fecal-oral. “Pode se tornar
crônica em pessoas com sistema imunológico comprometido, e é especialmente
grave para gestantes”, adverte Marinho.
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Sintomas das hepatites virais
Os sintomas variam de
acordo com a gravidade da infecção. Os especialistas destacam que muitas vezes
as hepatites virais não apresentam sintomas visíveis.
“Quando presentes, os
sintomas podem incluir febre, cansaço, náuseas, vômitos, dor abdominal e
icterícia”, explica Marinho.
O infectologista
complementa que, em casos agudos, pode haver diarreia e mal-estar, enquanto
casos crônicos podem levar a insuficiência hepática, acúmulo de líquido
abdominal e sangramentos.
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Tratamentos para as hepatites virais
O tratamento varia
conforme o tipo de hepatite. Para a hepatite A, não há tratamento específico
além de suporte clínico.
“Para a hepatite B,
medicamentos específicos podem ser necessários para controlar a infecção em
casos crônicos”, afirma Marinho.
“Já para a hepatite C,
temos tratamentos altamente eficazes que podem curar a infecção”, acrescenta
Oliveira.
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Vacinas disponíveis contra hepatites virais
• Hepatite A
A vacina contra a
hepatite A está disponível em clínicas particulares e nos Centros de Referência
de Imunobiológicos Especiais (CRIE) pelo SUS.
Oliveira explica que o
imunizante faz parte do calendário infantil do Programa Nacional de Imunizações
e é recomendada a partir dos 15 meses de idade. “Para grupos de risco, a vacina
é oferecida em centros especializados e em clínicas privadas”, destaca.
• Hepatite B
A vacina contra a
hepatite B é amplamente disponível pelo SUS e recomendada para toda a
população. “A vacinação é realizada em três doses, com intervalos de 30 dias
entre a primeira e a segunda dose e seis meses entre a primeira e a terceira
dose”, explica Oliveira.
• Hepatite C
Não há vacina
disponível ainda.
<><> Como
se proteger das hepatites virais
A prevenção das
hepatites virais inclui a vacinação, boas práticas de higiene e evitar
comportamentos de risco, como o compartilhamento de seringas e relações sexuais
desprotegidas.
“Testar-se
regularmente e manter o cartão de vacinação atualizado são medidas essenciais
para evitar a propagação das hepatites”, conclui Marinho.
¨ Você sabe diferenciar as hepatites A, B, C, D e E?
A hepatite é uma
inflamação do fígado e pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios,
álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
Diagnosticar a hepatite precocemente é a melhor forma de obter maiores chances
de eficácia com o tratamento.
É importante lembrar
que toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar a
hepatites, a aids e a sífilis, pois esse cuidado é fundamental para evitar a
transmissão de mãe para filho.
HEPATITE A
A hepatite A é uma
doença contagiosa, causada pelo vírus A (VHA) e também conhecida como “hepatite
infecciosa”.
Transmissão:
Fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos
contaminados pelo vírus.
Sintomas: Geralmente,
não apresenta. Porém, os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou
vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes
claras. Quando surgem, costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção.
Diagnóstico: É
realizado por exame de sangue. Após a confirmação, o profissional de saúde
indicará o tratamento mais adequado. A doença é totalmente curável quando o
portador segue corretamente as recomendações médicas.
Como se prevenir:
Melhorar as condições de higiene e de saneamento básico, lavar sempre as mãos,
consumir apenas água tratada, evitar contato com valões, riachos, chafarizes,
enchentes ou próximo de onde haja esgoto a céu aberto.
HEPATITE B
A hepatite do tipo B é
uma doença infecciosa também chamada de soro-homóloga, causada pelo vírus B
(HBV).
Transmissão: Como o
VHB está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é
considerada uma doença sexualmente transmissível.
Sintomas: A maioria dos casos de hepatite B não apresenta sintomas. Mas, os
mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal,
pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam
aparecer de um a seis meses após a infecção.
Diagnóstico: É feito
por meio de exame de sangue específico.
Como se prevenir: Usar
camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar objetos de uso
pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de
manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e
colocação de piercings.
HEPATITE C
A hepatite C é causada
pelo vírus C (HCV), já tendo sido chamada de “hepatite não A não B”. O vírus C,
assim como o vírus causador da hepatite B, está presente no sangue.
Transmissão:
Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos,
entre outros), higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente,
alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou para confecção de
tatuagem e colocação de piercings; de mãe infectada para o filho durante a
gravidez; sexo sem camisinha com uma pessoa infectada.
Sintomas: O surgimento
de sintomas em pessoas com hepatite C aguda é muito raro. Entretanto, os que
mais aparecem são cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal,
pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Quando a infecção pelo
HCV persiste por mais de seis meses, o que é comum em até 80% dos casos,
caracteriza-se a evolução para a forma crônica.
Diagnóstico: Depende
do tipo do vírus (genótipo) e do comprometimento do fígado (fibrose). Para
isso, é necessária a realização de exames específicos, como biópsia hepática
nos pacientes sem evidências clínicas de cirrose e exames de biologia
molecular.
Como se prevenir: Não
compartilhar com outras pessoas nada que possa ter entrado em contato com
sangue, como seringas, agulhas e objetos cortantes. Entre as vulnerabilidades
individuais e sociais, devem ser considerados o uso de álcool e outras drogas e
a falta de acesso à informação e aos insumos de prevenção como preservativos,
cachimbos, seringas e agulhas descartáveis.
HEPATITE D
A hepatite D, também
chamada de Delta, é causada pelo vírus D (VHD). Mas esse vírus depende da
presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa.
Transmissão: Assim
como a do vírus B, ocorre por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa
infectada; de mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a
amamentação; compartilhamento de material para uso de drogas (seringas,
agulhas, cachimbos, etc), de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar,
escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou de
confecção de tatuagem e colocação de piercings;
Sintomas: Da mesma
forma que as outras hepatites, a do tipo D pode não apresentar sintomas ou
sinais discretos da doença. Os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo e/ou
vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes
claras.
Diagnóstico: A
gravidade da doença depende do momento da infecção pelo vírus D. Pode ocorrer
ao mesmo tempo em que a contaminação pelo vírus B ou atacar portadores de
hepatite B crônica (quando a infecção persiste por mais de seis meses). Na
infecção simultânea dos vírus D e B, na maioria das vezes, manifesta-se da
mesma forma que hepatite aguda B. Já na infecção pelo vírus D em portadores do
vírus B, o fígado pode sofrer danos severos, como cirrose ou até mesmo formas
fulminantes de hepatite.
Como se prevenir: Como
a hepatite D depende da presença do vírus B para se reproduzir, as formas de
evitá-la são as mesmas do tipo B da doença.
HEPATITE E
A hepatite do tipo E é
uma doença infecciosa viral causada pelo vírus VHE, mas possui ocorrência rara
no Brasil, sendo mais comum na Ásia e África.
Transmissão: Sua
transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou
alimentos contaminados pelo vírus. Como as outras variações da doença, quase
não apresenta sintomas. Porém, os mais frequentes são cansaço, tontura, enjoo
e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e
fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de 15 a 60 dias após a infecção.
Diagnóstico: Realizado
por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos anti-HEV. Na maioria dos
casos, a doença não requer tratamento, sendo proibido o consumo de bebidas
alcoólicas, recomendado repouso e dieta pobre em gorduras.
Como se prevenir:
Melhorar as condições de higiene e de saneamento básico, como lavar sempre as
mãos, consumir apenas água tratada, evitar contato com valões, riachos,
chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto a céu aberto.
As hepatites virais
são doenças silenciosas e graves. O diagnóstico precoce amplia a eficácia do
tratamento, por isso consulte regularmente um médico e faça o teste.
Fonte: CNN Brasil/EBC
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