segunda-feira, 8 de julho de 2024

Fique de olho às suas idas ao banheiro, se estiverem muito frequentes, pode ser bexiga hiperativa

Sabe-se que ir ao banheiro regularmente é extremamente saudável, porém, se a quantidade parecer estar passando do normal, vale consultar um especialista. Isso porque a condição da bexiga hiperativa faz com que as pessoas tenham a necessidade de sair correndo ou acordar várias vezes durante a madrugada para urinar. O quadro leva ao aumento da frequência urinária. Para saber mais, confira o que disseram os especialistas entrevistados pela Agência Einstein.

•        Bexiga hiperativa

A bexiga hiperativa, normalmente, se manifesta quando alguém tem aquela sensação súbita de fazer xixi, que pode ou não acompanhar incontinência urinária. Uma em cada seis pessoas com mais de 40 anos são diagnosticadas, sendo elas homens ou mulheres.

Biologicamente falando, ela "acontece devido à contração involuntária do músculo da bexiga antes do enchimento completo do órgão. Pode ser sem causa pré-determinada ou estar relacionada à doenças que afetam o padrão neurológico da bexiga, a exemplo de Parkinson e esclerose múltipla; transtornos da coluna vertebral e da medula, como hérnia de disco; acidente vascular cerebral (AVC), entre outros".

Caso alguém presenciar esses sintomas, o melhor a se fazer é realizar uma consulta, já que outros problemas de saúde também presenciam este fator como indício. São eles: "infecções, malformações, cálculos urinários, diabetes mellitus e até tumores da via urinária". Além do diagnóstico, o médico dirá qual a melhor forma de combater e melhorar a condição.

•        Busque ajuda o mais rápido

Alguns pacientes demoram até dois anos para buscar ajuda, segundo estudos, e sofrem até mesmo com transtornos psicológicos relacionados à adversidade. De acordo com o urologista e coordenador da pós-graduação em cirurgia robótica urológica, do Hospital Israelita Albert Einstein, Leonardo Borges, o principal fator de risco é o envelhecimento e o quadro pode impactar socialmente, fisicamente e psicologicamente.

"Comportamentos evitativos de convívio social, faltas ao trabalho, abandono de atividades físicas e mesmo dificuldades para sair de casa são comuns, pois o indivíduo se sente constrangido e busca estar sempre com um banheiro por perto, sem falar nas repercussões sexuais e na qualidade do sono que também são frequentes", explica.

 Homens acima de 50 anos têm ainda mais chance por causa do crescimento benigno da próstata. "Mas a doença não deve ser encarada como um processo normal do envelhecimento ou um problema intratável. Se um paciente sofre com esses sintomas, é importante procurar um médico para ter segurança de que não se trata de outro problema mais sério e abrangente", alerta o especialista.

A importância de não deixar o problema agravar é para evitar o uso de fraldas, dermatites e infecções urinárias. Os idosos, por sua vez, também correm risco de cair e fraturar algum osso quando precisam se deslocar com pressa até o banheiro.

•        Tratamento

Para combater a bexiga hiperativa, o profissional de saúde, provavelmente, irá ajustar a quantidade de líquido ingerido por dia e que horas é melhor bebê-lo. "Reduzir o consumo de álcool e café costuma auxiliar no controle dos sintomas, pois eles aumentam a produção de urina e são irritantes para a bexiga, culminando em maior contração detrusora", afirma Borges.

Condimentos, adoçantes, refrigerantes, frutas e sucos cítricos também devem entrar menos na dieta, pois irritam a bexiga e podem deixar os sintomas piores. Outra medida que é capaz de abrandar a vontade de urinar é controlar o peso. Ademais, em alguns casos, será necessário o profissional prescrever alguns remédios "para reduzir a contração da bexiga ou gerar maior relaxamento do órgão nos momentos de enchimento".

Alternativas como exercícios pélvicos, fisioterapia e toxina botulínica também podem cooperar com a redução da vontade de urinar. Por isso, é extremamente necessária uma avaliação médica individualizada.

 

•        O que é bexiga hiperativa e como tratar?

Embora não seja considerada uma doença, a bexiga hiperativa (BH) é um conjunto de sintomas urinários que podem ser prejudiciais para o dia dia e a qualidade de vida.

Segundo o National Overactive Bladder Study (NOBLE), a prevalência da BH é de 16,9% para mulheres e de 16% para homens.

Mas de que forma ela afeta o sistema urinário? Quais são as causas? Como é feito o diagnóstico e tratamento desse problema?

Entenda a seguir.

<><> O que é a bexiga hiperativa?

A Sociedade Internacional de Continência define que bexiga hiperativa (BH) — ou Síndrome da Bexiga Hiperativa e, ainda, chamada popularmente de bexiga nervosa, — é aquela que se manifesta através de sintomas como urgência urinária, com ou sem incontinência de urgência.

Geralmente, esses sintomas estão associados ao aumento na frequência das micções e à ocorrência de nictúria, sem que haja uma causa local ou metabólica identificável.

As contrações involuntárias são mais intensas do que o normal e ocorrem mesmo quando a bexiga não está cheia, o que leva a uma necessidade urgente e súbita de urinar.

Isso pode afetar a qualidade de vida de uma pessoa, visto que é uma situação embaraçosa e capaz de limitar atividades diárias.

<><> Qual a diferença entre bexiga hiperativa e incontinência urinária?

A bexiga hiperativa e a incontinência urinária são duas condições relacionadas ao sistema urinário, mas são distintas em seus sintomas e características.

A BHé uma síndrome caracterizada por sintomas como urgência urinária, frequência urinária aumentada e, muitas vezes, nictúria (necessidade de urinar durante a noite).

Por outro lado, a incontinência é uma condição em que ocorre a perda involuntária de urina. Ela pode ser causada por várias razões, e BH é apenas uma das possíveis causas da incontinência urinária.

Ou seja, nem todas as pessoas com BH tem necessariamente a incontinência, e nem todas as pessoas com incontinência têm esse problema.

<><> Qual a causa da bexiga hiperativa?

Segundo a Urology Care Foundation, entre as razões para o desenvolvimento da bexiga nervosa estão:

•        Distúrbios neurológicos ou danos aos sinais entre o cérebro e a bexiga;

•        Mudanças hormonais;

•        Fraqueza ou espasmos musculares pélvicos;

•        Uma infecção do trato urinário;

•        Efeitos colaterais de um medicamento;

•        Doenças que afetam o cérebro ou a medula espinhal, como acidente vascular cerebral e esclerose múltipla.

Embora a prevalência atinja mais de 30% dos indivíduos com mais de 75 anos de idade, isso não significa que ela seja sinônimo de idade avançada.

<><> Sintomas de bexiga hiperativa

O principal sintoma de BH é uma sensação intensa e súbita de necessidade urgente de urinar, muitas vezes acompanhada de desconforto ou pressão na região da bexiga.

Outros sintomas associados são:

•        Frequência urinária aumentada: pessoas com BH frequentemente urinam com mais frequência do que o normal, podendo urinar várias vezes ao longo do dia e da noite;

•        Incontinência urinária de urgência: a urgência urinária pode levar à incontinência de urgência, que é a perda involuntária de urina antes de conseguir chegar ao banheiro. Isso pode ser embaraçoso e afetar significativamente a qualidade de vida;

•        Nictúria: aquela necessidade de acordar durante a noite para urinar, o que pode perturbar o sono;

•        Incontinência mista: em alguns casos, BH pode ocorrer juntamente com outros tipos de incontinência urinária, como a incontinência de esforço, onde a urina é perdida durante atividades físicas ou esforço;

•        Dificuldade em esvaziar a bexiga: essa dificuldade pode, inclusive, levar a infecções do trato urinário.

<><> Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da bexiga hiperativa é principalmente baseado na avaliação clínica. Além de conversar com o paciente sobre seus sintomas (anamnese), o médico pode usar registro de micções, exames laboratoriais e de imagem, bem como a avaliação urodinâmica.

Durante a avaliação inicial, é crucial reunir informações que descartem outras possíveis causas dos sintomas, que não estejam relacionadas à bexiga nervosa.

Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, para distinguir a BH da infecção urinária, por exemplo, o paciente deve submeter-se a testes clínicos simples, como o Exame de Urina Tipo I (EAS) e a cultura de urina, a fim de descartar a presença de Infecção do Trato Urinário (ITU).

Se os resultados desses exames forem negativos para ITU e os sintomas de urgência urinária persistirem, então o diagnóstico dessa síndrome poderá ser confirmado.

<><> Como é feito o tratamento para bexiga hiperativa?

Existem maneiras de tratar essa disfunção miccional de acordo com a Associação Americana de Urologia, mas todas dependem de acompanhamento médico especializado.

Os tratamentos conservadores geralmente são a primeira abordagem: eles incluem medicação oral, reabilitação do assoalho pélvico e terapia comportamental.

O objetivo do tratamento para a bexiga hiperativa é prolongar o intervalo entre as micções e reduzir a urgência urinária.

Outra opção terapêutica é o uso de medicamentos. Os agentes anticolinérgicos atuam nos receptores muscarínicos, inibindo as contrações do detrusor e são os medicamentos mais comumente prescritos para a BH.

Quando os tratamentos mencionados anteriormente não produzem melhorias, podem ser consideradas outras opções, como a estimulação elétrica do nervo tibial, a aplicação da toxina botulínica tipo A e a neuromodulação sacral.

A cirurgia é considerada como último recurso. Ela tem como objetivo aumentar a capacidade da bexiga por meio de uma cistoplastia com segmento intestinal de íleo detubulizado.

<><> Como prevenir esse quadro?

Especialistas da Sociedade Brasileira de Urologia dão algumas dicas de autocuidados para bexiga hiperativa e como prevenir esse quadro:

•        Manter um estilo de vida saudável: manter um peso corporal dentro do adequado pode ser bom pois o excesso de peso pode aumentar a pressão sobre a bexiga. Adotar uma dieta equilibrada e evitar alimentos e bebidas que possam irritar a bexiga, como cafeína, álcool, alimentos picantes e adoçantes artificiais;

•        Praticar exercícios do assoalho pélvico: exercícios do assoalho pélvico, como os exercícios de Kegel, podem ajudar a fortalecer os músculos que controlam a bexiga e melhorar a continência urinária;

•        Manter uma hidratação adequada: beber líquidos de forma equilibrada é importante para a saúde da bexiga. Evitar a ingestão excessiva de líquidos antes de dormir pode ajudar a reduzir a nictúria (necessidade de urinar durante a noite);

•        Evitar o tabagismo e bebidas alcoólicas: essas substâncias podem irritar a bexiga e agravar os sintomas de bexiga hiperativa;

•        Gerenciar o estresse: O estresse crônico pode piorar os sintomas de bexiga hiperativa em algumas pessoas. Praticar técnicas de gerenciamento de estresse, como meditação e ioga, pode ser benéfico.

 

Fonte: Bons Fluidos/CNN Brasil

 

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