Com 'posição ainda mais radical sobre a
Ucrânia', vice de Trump não vê Putin como ameaça
A Europa está
preocupada com o fato de o ex-presidente norte-americano Donald Trump
(2017–2021) ter escolhido James Vance como candidato à vice-presidência dos EUA
porque ele não adota uma posição radical em relação a Vladimir Putin,
presidente da Rússia, escreve na terça-feira (16) a agência britânica Reuters.
"Na Conferência
de Segurança de Munique, Vance disse que Putin não representa uma ameaça
existencial para a Europa", destacou a agência.
Vance também teria
afirmado que a Europa e os EUA não seriam capazes de fornecer à Ucrânia munição
necessária para derrotar a Rússia. Tudo isso gera sérias preocupações na
Europa, indica.
"Ele adota uma
posição ainda mais radical sobre a Ucrânia do que Trump e quer acabar com o
apoio militar", disse Nils Schmid, porta-voz do Partido Social Democrata
alemão, do chanceler Olaf Scholz, à agência.
Durante a convenção do
Partido Republicano em 9 de julho, o candidato presidencial Trump anunciou que
havia oferecido a Vance, senador de Ohio, a indicação para a vice-presidência
se ele vencesse a eleição de novembro. Um pouco mais tarde, a convenção do
Partido Republicano nomeou Vance como candidato a vice.
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Não haverá 'carona grátis' para aliados dos EUA na garantia da paz mundial, diz
vice de Trump
Caso o candidato
Donald Trump ganhe as eleições presidenciais, aliados dos EUA não terão
"caronas grátis" na partilha de garantir a paz mundial, afirmou nesta
quarta-feira (17) o candidato republicano à vice-presidência e senador por
Ohio, James David Vance, na Convenção Nacional Republicana 2024 em Milwaukee,
Wisconsin (EUA).
"Juntos,
garantiremos que nossos aliados compartilhem o fardo de garantir a paz mundial.
Chega de caronas grátis para nações que traem a generosidade do contribuinte
americano. Juntos, enviaremos nossos filhos para a guerra somente quando
necessário. Quando dermos um soco, daremos um soco forte", declarou ele em
seu discurso.
Na segunda-feira (15),
Trump anunciou Vance como seu companheiro de chapa para a corrida presidencial
de 2024.
Durante o evento do
RNC, Vance aceitou oficialmente a nomeação republicana para ser o próximo
vice-presidente dos EUA. A convenção termina nesta quinta-feira (18), quando
está previsto um discurso do próprio Trump.
Conhecido por criticar
a ajuda militar multibilionária dos EUA à Ucrânia e por pedir negociações com a
Rússia, ele também pede que o governo dos EUA mude a atenção para a competição
com a China.
Em política interna,
ele apoia a proibição do aborto e o endurecimento da legislação migratória. A
eleição presidencial dos EUA está marcada para 5 de novembro. Os principais
concorrentes esperados na cédula são o atual presidente Joe Biden e seu antecessor
Trump.
J.D. Vance
inicialmente criticou fortemente Donald Trump, mas mudou de opinião em 2018,
alegando que Trump "reconhece a frustração que existe" nas partes
pós-industriais de Ohio e em outros estados do Centro-Oeste dos EUA. Na
campanha de reeleição de Trump em 2020, Vance foi um dos principais apoiadores
e defendeu que o magnata do setor imobiliário perdeu devido a uma vasta fraude
eleitoral.
¨ Próximos 2-3 meses poderão ser os mais complicados para Kiev,
diz mídia norte-americana
Uma avaliação da
Associated Press revelou as dificuldades sofridas pelas tropas ucranianas para
se defender ou atacar as forças russas, não obstante a ajuda ocidental.
Os próximos meses
podem se tornar os mais difíceis deste ano para as tropas ucranianas, em meio
aos avanços graduais do Exército russo e aos atrasos na ajuda ocidental,
informa na quarta-feira (17) a agência norte-americana Associated Press (AP),
citando especialistas ocidentais.
"Os próximos dois
ou três meses provavelmente serão os mais difíceis deste ano para a
Ucrânia", disse Michael Kofman, analista do Fundo Carnegie para a Paz
Internacional (reconhecido como agente estrangeiro na Rússia), citado pela AP.
A mídia também destaca
que as dificuldades da Ucrânia no campo de batalha estão aumentando, mesmo com
a aprovação da ajuda dos EUA.
"O Exército de
Kiev precisará de tempo para repor totalmente os estoques esgotados. A Ucrânia
não poderá organizar uma contraofensiva até o final deste ano, no mínimo."
Antes disso, observa a
agência, o atraso de seis meses na ajuda dos EUA "abriu a porta" para
uma ofensiva das forças russas, que estão mais bem equipadas, apesar da entrega
da ajuda ocidental a Kiev.
A última
contraofensiva ucraniana começou em 4 de junho do ano passado e, três meses
depois, Vladimir Putin, presidente da Rússia, declarou que ela tinha fracassado
completamente. Em janeiro de 2024, Putin reiterou a mensagem, declarando que a
iniciativa estava então nas mãos das Forças Armadas russas, e que, se isso
continuasse, a existência da Ucrânia como Estado estaria em questão.
¨ Conselheiro de Trump adverte sobre perigos de provocar a Rússia
a partir do apoio à Ucrânia
Washington provoca de
forma constante Moscou e ainda arrisca a possibilidade de uma nova guerra
mundial ao permitir que a Ucrânia lance mísseis fabricados nos Estados Unidos
em direção ao território russo, disse nesta terça-feira (16) o conselheiro de
campanha do ex-presidente Donald Trump.
"Estamos à beira
da Terceira Guerra Mundial. Acabamos de autorizar os ucranianos a lançarem
mísseis fabricados nos EUA em direção à Rússia", alertou o conselheiro do
candidato republicano, Chris LaCivita.
O especialista
acrescentou que este é "um assunto sério". LaCivita fez as
declarações durante a convenção nacional do Partido Republicano, que na última
segunda (15) escolheu Trump como seu candidato para as eleições nacionais de
novembro.
Para além do
conselheiro, o candidato a vice-presidente escolhido por Trump, o senador
republicano por Ohio James David Vance, também tem sido fortemente crítico da
continuidade da ajuda militar norte-americana ao regime de Kiev, e chegou a
escrever um editorial no The New York Times em que defende que "a
matemática sobre a Ucrânia não fecha". Para Vance, os EUA não têm "a
capacidade de fabricar a quantidade de armas que a Ucrânia precisa que
forneçamos para vencer o conflito".
Vance ainda considerou
os planos de confiscar ativos russos para cobrir os custos do conflito por
procuração na Ucrânia "perigosos". No final do ano passado, ele
alegou que Vladimir Zelensky deveria abrir mão das reivindicações sobre
territórios recentemente reintegrados à Rússia e negociar um acordo para
encerrar o conflito do país com Moscou.
¨ Kremlin: transformação da UE em um bloco de defesa força Rússia
a adaptar sua política externa
Após a fala da
presidente da Comissão Europeia de que o bloco europeu pode se transformar em
uma união de defesa, a Rússia se vê forçada a adaptar as suas abordagens de
política externa em conformidade, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov,
nesta quinta-feira (18).
"Mas de qualquer
forma, isso o confirma de qualquer maneira [...] a atitude geral dos Estados
europeus em relação à militarização, à escalada de tensões, ao confronto e à
confiança em métodos de confronto da sua política externa. [...] Estas são as realidades
em que temos de viver. E é claro que tudo isto nos obriga a adaptar a nossa
abordagem de política externa em conformidade", disse Peskov aos
jornalistas.
O trabalho no âmbito
da união de defesa da União Europeia (UE) irá se sobrepor ao trabalho dos
países europeus no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN),
acrescentou o porta-voz.
No início do dia, a
presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu transformar o
bloco europeu em uma União Europeia de defesa no caso da sua reeleição. A
responsável disse ainda que será introduzido um cargo de comissário europeu
para a Defesa, bem como será implementado o projeto European Air Shield (Escudo
Aéreo Europeu).
A ideia da presidente
da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre uma união de defesa na UE
significa uma mudança nas prioridades do bloco e está dando conotações
militares à UE, acrescentou Dmitry Peskov.
"Aparentemente, a
senhora [Ursula] von der Leyen falou sobre uma mudança nas prioridades e a
transformação da UE, dando conotações militares a esta união", disse
Peskov.
"A Federação da
Rússia não representou nem representa qualquer ameaça a ninguém na União
Europeia. Está defendendo os seus interesses na Ucrânia em condições em que os
países da União Europeia excluíram qualquer possibilidade de diálogo ou de ter
em conta as preocupações da Rússia. Estas são as realidades em que temos de
viver e, claro, tudo isto nos obriga a configurar a nossa abordagem política
externa em conformidade", disse Peskov.
Quando questionado
sobre a presença de navios da OTAN na região do mar Negro, Peskov afirmou que a
Rússia tomará medidas para garantir a sua segurança.
"É claro que a
Rússia tomará todas as medidas necessárias para garantir a sua própria
segurança", disse o porta-voz do Kremlin, ressaltando que a grande
presença de navios da OTAN na região do mar Negro — sobretudo na Bulgária e na
Romênia, representa uma ameaça adicional para Moscou considerando o contexto
atual.
Peskov lembrou ainda
que a Turquia cumpre perfeitamente suas funções como administradora na
regulação do transporte marítimo na região.
"O regime de
permanência dos Estados não pertencentes ao mar Negro no mar Negro é
estritamente regulamentado pela Convenção de Montreux. A Turquia, neste caso, é
o administrador e desempenha as suas funções de forma bastante suave",
disse Peskov aos repórteres.
¨ Eslováquia diz ser contrária à punição de Orbán pela UE após
visita do premiê à Rússia
Após o anúncio de
possíveis punições ao primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, por conta das
visitas de Estado à Rússia e à China, representantes da Eslováquia não vão
apoiar as medidas contra o líder húngaro. A informação foi divulgada pelo
homólogo do país europeu, Robert Fico, nesta quarta-feira (17).
Na última sexta-feira
(12), o jornal Politico informou que ministros das Relações Exteriores da União
Europeia (UE) planejam boicotar a cúpula de assuntos externos em Budapeste no
próximo mês ao organizar sua própria reunião, em resposta às visitas de Orbán à
Rússia e à China.
"Instruí o
Ministério das Relações Exteriores para que nossos representantes nos órgãos da
UE não concordem de forma alguma com ideias literalmente loucas de punir a
Hungria na presidência da UE, pelo fato de o primeiro-ministro húngaro, Viktor
Orbán, ter visitado Moscou e Pequim, além de Kiev e Washington com uma
iniciativa pela paz", disse Fico nas redes sociais.
O primeiro-ministro
defendeu que os líderes não devem temer a defesa de realizar diálogos abertos
não só com a China, mas também com a Rússia. Além disso, Fico declarou que
planeja visitar a China para discutir a paz e o papel decisivo de Pequim em sua
conquista. A viagem foi adiada após uma tentativa de assassinato contra o
político em maio.
Já o presidente
eslovaco, Peter Pellegrini, programa uma viagem a Budapeste na próxima quinta
(18) para se reunir com o seu homólogo húngaro, Tamas Sulyok, e o presidente do
Parlamento, Laszlo Kover.
Orbán realizou uma
turnê de "missão de paz" neste mês quando visitou Rússia, Ucrânia e
China e se encontrou com os seus presidentes para esboçar a visão de um
processo de paz. Mais tarde, ele também se encontrou com o candidato
presidencial dos EUA e ex-presidente Donald Trump. Alguns líderes da UE
criticaram o que veem como o uso inadequado da presidência rotativa do bloco
por Orbán.
¨ MRE húngaro: 'Ucranianos vão decidir' se ilegitimidade de
Zelensky é obstáculo às negociações de paz
São os ucranianos que
devem decidir se o mandato expirado de Vladimir Zelensky é um obstáculo às
negociações com a Rússia sobre a resolução do conflito, disse o ministro das
Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, à Sputnik.
"São os
ucranianos que devem decidir. Zelensky não é o presidente da Hungria. Portanto,
graças a Deus, esta questão não deveria estar na nossa agenda", declarou o
chanceler.
O mandato de Zelensky
como presidente eleito da Ucrânia se encerrou no dia 20 de maio. As eleições
presidenciais deveriam ter sido realizadas no dia 31 de março, mas foram
suspensas sob o pretexto da lei marcial. Com isso, a Constituição do país
estipula claramente que o mandato de um presidente só pode durar cinco anos,
após os quais devem ser realizadas eleições sem possibilidade de prorrogação do
seu mandato presidencial.
No dia 14 de julho, o
presidente russo, Vladimir Putin, formulou várias condições-chave para iniciar
negociações de paz, em particular, que a Ucrânia retirasse as tropas dos quatro
novos territórios russos (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporozhie), desistisse
de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e mantivesse a
posição neutra e não alinhada e o status de Estado não nuclear; e que todas as
sanções contra a Rússia fossem suspensas.
<><> Impacto
das eleições dos EUA na Ucrânia
Em entrevista à
Sputnik, Szijjarto acrescentou ainda que as próximas eleições presidenciais nos
Estados Unidos representarão um momento decisivo para a solução diplomática da
situação na Ucrânia.
"Penso que as
eleições presidenciais dos EUA serão um momento decisivo nesse sentido",
disse o chanceler.
Ele explicou ainda
que, se o ex-presidente e candidato republicano Donald Trump vencer,
"haverá uma boa oportunidade para lançar negociações de paz neste
ano", dado que neste caso a posição dos EUA sobre a situação mudará.
O próprio Trump
declarou em mais de uma ocasião que, se eleito novamente presidente dos Estados
Unidos, poria fim ao conflito ucraniano em 24 horas.
A esse respeito, a
Rússia observou que o problema é complexo demais para uma solução tão simples.
Desde 24 de fevereiro
de 2022, a Rússia realiza uma operação militar especial na Ucrânia, cujos
objetivos são proteger a população do genocídio de Kiev e enfrentar os riscos
de segurança nacional representados pelo avanço da OTAN para o Leste Europeu.
Em dezembro de 2023, o presidente russo afirmou que a operação continuará até
que a Rússia consiga a desnazificação, a desmilitarização e a neutralidade da
Ucrânia.
Fonte: Sputnik Brasil
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