China: para manter sua posição globalmente
EUA se tornaram um 'império de mentiras'
Os Estados Unidos se
tornaram há muito tempo um "império de mentiras" enquanto continuam a
fomentar falsas narrativas sobre a China e outros países para garantir sua
posição globalmente, disse Zhang Xiaogang, porta-voz do Ministério da Defesa da
China.
No mês passado, o
Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA divulgou uma versão não classificada de uma
doutrina oficial intitulada Deception (Decepção), que proporciona uma visão
sobre táticas que emprega para ganhar uma vantagem sobre um suposto adversário
e mitigar os riscos, apostando em "distorção deliberada da
realidade".
Falando a jornalistas
na quinta-feira (25), Zhang observou que o "comportamento enganoso"
de Washington tem ido muito além dos limites dos assuntos militares e "de
fato penetrou profundamente em seus ossos". Os EUA "ousam inventar
falsidades para seus próprios interesses egoístas e há muito tempo se tornaram
um verdadeiro 'império de mentiras'", acrescentou.
O porta-voz lembrou
que os EUA tentaram manipular ativamente a opinião pública durante a Guerra
Fria e, em seguida, se envolveram em estratagemas com "pó branco" e
utilizaram os chamados Capacetes Brancos para "lançar guerras agressivas"
contra o Iraque e a Síria, respectivamente. Em relação ao primeiro, Zhang se
referiu ao momento infame de 2003, quando o então secretário de Estado dos EUA,
Colin Powell, apresentou ao Conselho de Segurança da ONU suposta evidência de
que o Iraque possuía armas de destruição em massa – uma alegação que mais tarde
se revelou ser falsa.
Os Capacetes Brancos
são uma organização voluntária baseada na Síria que opera nas partes do país
controladas pela oposição. Embora afirme estar envolvido exclusivamente em
atividades humanitárias, o grupo acusou verbalmente o governo de Damasco de
crimes de guerra. Os Capacetes Brancos, entretanto, foram acusados de ter laços
com grupos terroristas, uma acusação que a organização nega veementemente.
Zhang enfatizou que
"se pode enganar por um tempo, mas não se pode enganar sempre",
enquanto exortava os EUA a "corrigir imediatamente as suas práticas
erradas, parar de espalhar informações falsas, parar de enganar o mundo com
mentiras e parar de difamar outros países […]".
¨ China nunca tirou vantagem do conflito na Ucrânia, diz Pequim
nas Nações Unidas
Nesta quinta-feira
(25), o embaixador chinês nas Nações Unidas, Fu Cong, afirmou que a China não
lucra com o conflito na Ucrânia e controla rigorosamente itens de uso duplo
civis e militares.
Discursando em uma
reunião do Conselho de Segurança da organização sobre o conflito, o embaixador
declarou que "a China nunca colocou lenha na fogueira ou tirou vantagem da
situação, nem forneceu armas letais a nenhuma parte do conflito".
Na quarta-feira (24),
durante conversas com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em
Pequim, o chanceler ucraniano, Dmitry Kuleba, disse que Kiev já pode conduzir o
diálogo e negociações com o lado russo.
Por sua vez, Wang
disse que a China acredita que a resolução de todos os conflitos deve passar
pela mesa de negociações.
"[…] a resolução
de todas as disputas deve ser alcançada através de meios políticos",
complementou, citado pela porta-voz do ministério.
Em maio, a China e o
Brasil publicaram conjuntamente um memorando propondo uma solução política para
a crise ucraniana, sublinhando que as negociações eram a única solução viável.
¨ Em reunião da ASEAN, China é franca e direta com Japão:
'Relações estão em estágio crítico'
Á margem da reunião de
ministros das Relações Exteriores organizada pela Associação das Nações do
Sudeste Asiático (ASEAN), o chanceler chinês Wang Yi disse ao seu homólogo
japonês que as relações entre seus países estão em um ponto de virada, para o
mau ou para o bem.
Wang fez afirmação
enquanto ele e Yoko Kamikawa discutiam questões espinhosas, incluindo cidadãos
japoneses detidos na China, proibições de importação de alimentos e restrições
a semicondutores, relata a Reuters.
"As relações
China-Japão estão atualmente em um ponto crítico: avance ou fique para trás. A
política da China em relação ao Japão sempre manteve estabilidade e
continuidade. Espera-se que o lado japonês estabeleça uma percepção objetiva e
correta de Pequim e busque uma política positiva e racional em relação à
China", disse Wang a Kamikawa.
A comunicação entre os
vizinhos tem sido tensa nos últimos anos devido a questões como reivindicações
territoriais, comerciais e a ira de Pequim pela decisão de Tóquio de despejar
no mar água tratada da usina nuclear danificada de Fukushima.
Em suas primeiras
conversas individuais em oito meses, Kamikawa pediu veementemente o
cancelamento das restrições de importação impostas por Pequim aos produtos
alimentícios japoneses após o vazamento de Fukushima.
Ao mesmo tempo, o
Japão tem intensificado seus laços com os Estados Unidos junto a outros países
do G7, e buscou cortar seus laços econômicos com a China em áreas estratégicas,
como restrições contínuas para limitar o acesso de Pequim a semicondutores avançados.
Segundo a mídia,
Kamikawa afirmou a Wang que as restrições à exportação de semicondutores do
Japão não visam nenhum país específico e que Tóquio está disposto a manter uma
comunicação construtiva sobre o assunto com a China.
"É extremamente
importante criar um ambiente no qual cidadãos japoneses e empresas japonesas
possam operar na China com tranquilidade", disse Kamikawa.
Os dois ministros
disseram que buscariam estabelecer comunicações regulares e fizeram convites
mútuos para visitar seus respectivos países para continuar as negociações, de
acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Japão.
<><> Encontro
com Lavrov da Rússia
O chanceler chinês
também encontrou com seu homólogo russo no evento e as duas autoridades
discutiram as perspectivas para a implementação de uma nova arquitetura de
segurança, informou o Ministério das Relações Exteriores russo.
"Sergei Lavrov e
Wang Yi discutiram as perspectivas de implementação do conceito iniciado pelo
lado russo para criar uma nova arquitetura de segurança na Eurásia em um
cenário de estagnação dos mecanismos euro-atlânticos", disse o ministério
em um comunicado.
Durante o encontro,
Lavrov acrescentou que "a Rússia trabalhará com a China para apoiar o
papel central da ASEAN [...] e evitar a interferência de forças externas".
¨ Kremlin diz que resposta ao envio de € 1,5 bi de seus ativos
para Ucrânia será 'lenta e calculada'
A União Europeia vai
transferir € 1,5 bilhão (R$ 8,2 bilhões) em recursos provenientes de ativos
russos congelados para a Ucrânia, anunciou a presidente da Comissão Europeia,
Ursula von der Leyen, nesta sexta-feira (26). Moscou classificou a ação como "ilegal".
A presidente disse que
a verba será destinada para a "defesa e reconstrução da Ucrânia",
escreveu von der Leyen em uma postagem no X (antigo Twitter).
A Rússia respondeu ao
anúncio através do porta-voz presidencial, Dmitry Peskov, afirmando que
"isso não é motivo para uma reação rápida, mas sim para uma ação bem
pensada em resposta a essas decisões ilegais que a União Europeia está
implementando. Essas ações serão certamente levadas a cabo, mas devem ser bem
pensadas, elas devem estar totalmente alinhadas aos nossos interesses",
disse Peskov.
Os países ocidentais
bloquearam cerca de US$ 300 bilhões (R$ 1,69 trilhão) em ativos soberanos
russos depois que Moscou começou a operação na Ucrânia em fevereiro de 2022.
No mês passado, o G7 e
a União Europeia concordaram em usar os juros obtidos com os ativos russos
congelados para apoiar um empréstimo de US$ 50 bilhões (R$ 281 bilhões) para a
Ucrânia. A Rússia prometeu ação legal.
Os Estados-membros da
UE têm discutido opções para estender o período de renovação das sanções sobre
os ativos do Banco Central russo, a fim de garantir o empréstimo do G7 para
Kiev, de acordo com um rascunho de documento da UE e declarações de diplomatas
vistos pela Reuters.
¨
Pagamento congelado:
Zelensky dará calote bilionário nos EUA? 'Risco é grande', atesta especialista
Em um movimento que
gerou grande agitação em Washington e entre aliados europeus, Donald Trump
anunciou o senador de Ohio J. D. Vance como seu candidato a vice-presidente
para a campanha presidencial.
J. D. Vance, conhecido
por ser um dos maiores críticos à ajuda americana à Ucrânia no Congresso,
levanta preocupações sobre o futuro do apoio dos Estados Unidos a Kiev caso
Trump vença as eleições em novembro.
A escolha de Vance
destaca uma possível mudança na política externa americana, especialmente no
que diz respeito ao conflito entre Ucrânia e Rússia, apontam analistas ouvidos
pela Sputnik Brasil.
Especialistas
políticos e observadores internacionais estão atentos às implicações dessa
decisão, temendo que uma administração Trump-Vance possa reduzir ou até mesmo
cortar a assistência financeira e militar a Kiev, forçando Vladimir Zelensky a
negociar a paz com Moscou. Segundo especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil,
caso Kamala Harris ganhe, o calote pode ser aliviado.
Ucrânia: o eventual
calote bilionário nos EUA
Recentemente, a
Ucrânia anunciou que pretende congelar o pagamento a credores internacionais
até 2027. Um dos principais aliados financeiros ao poderio armamentista de
Kiev, os EUA correm risco de levar um calote bilionário. É o que afirmam
analistas ouvidos pela Sputnik Brasil.
Se somadas às verbas
enviadas à Ucrânia, a nação norte-americana já disponibilizou cerca de US$ 175
bilhões (aproximadamente, R$ 990 bilhões) em ajuda.
Luiz Felipe Osório, professor
de relações internacionais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(UFRRJ), aponta que uma mudança na política de apoio pode ter consequências
significativas não apenas para a Ucrânia, mas também para os próprios EUA.
"O risco de um
calote por parte de Zelensky é grande, principalmente considerando a proposta
de congelar pagamentos a credores internacionais até 2027", afirmou
Osório.
"No entanto, boa
parte desse valor é destinado a gastos específicos dentro do complexo
militar-industrial americano, o que mantém uma parcela significativa dos
recursos nos Estados Unidos", alertou à Sputnik Brasil.
Condições precisam ser
analisadas, mas Biden se beneficiou
Para Williams
Gonçalves, professor titular de relações internacionais da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ), não está claro sob quais termos os Estados
Unidos emprestaram dinheiro à Ucrânia.
Entretanto, ele
destaca que grande parte desse financiamento foi destinado à compra de
armamentos americanos por meio de créditos específicos.
"É preciso saber
sob quais condições os Estados Unidos fizeram esses empréstimos à Ucrânia.
Naturalmente que há garantias para esses empréstimos. E, diretamente, boa parte
desse dinheiro foi concedido na forma de créditos para que Zelensky comprasse
armamento nos Estados Unidos. A guerra da Ucrânia é, para os Estados Unidos,
uma forma de vender suas armas", arguiu o analista.
Ele continuou dizendo
que o presidente Biden é um homem do complexo industrial-militar.
"Portanto, eu penso que uma boa parte desse dinheiro não foi passado
diretamente para a Ucrânia, mas sim que foi dado na forma de créditos para a
aquisição de equipamento nos Estados Unidos", complementou à Sputnik.
Ele observa que, para
os Estados Unidos, o conflito na Ucrânia tem se mostrado uma oportunidade para
vender armas, refletindo a influência da indústria bélica norte-americana no
governo do presidente Joe Biden.
Trump deve ser
protecionista e Kamala deve ser aliada
Osório destaca ainda
que uma possível redução ou corte de ajuda à Ucrânia afetaria diretamente
setores da produção de armamentos pesados e dos investimentos ligados ao
conflito.
"Trump
provavelmente diminuiria ou cortaria esse auxílio, refletindo a visão
isolacionista de sua candidatura, que defende investimentos no mercado interno
e a redução de gastos externos", sublinhou o analista internacional.
Sobre as possíveis
ações de uma administração Trump, Osório comenta: "Trump tende a diminuir
ou cortar o auxílio à Ucrânia, enquanto Harris, se eleita, provavelmente
manteria ou até aumentaria o financiamento, seguindo uma política mais
agressiva em relação à Rússia."
Gonçalves destacou que
a eleição de Kamala Harris representaria a continuidade da política externa do
governo Biden, especialmente em relação à Ucrânia. Ele argumenta que Harris foi
escolhida como sucessora de Biden precisamente por essa continuidade, não por
mera simpatia.
"Ela [Kamala] vai
dar continuidade à política do Biden, que é a de tentar recuperar a posição de
hegemonia dos Estados Unidos no mundo: atacando na Europa a Rússia e atacando
na Ásia a China", alertou Gonçalves.
Por outro lado,
Gonçalves afirma que a abordagem de Donald Trump seria significativamente
diferente. Segundo ele, Trump adota uma visão comercialista das relações
internacionais, concentrando-se principalmente nas vantagens econômicas da
China em relação aos Estados Unidos.
¨
Fitch rebaixa rating
da Ucrânia para nível que 'marca o início de um processo de inadimplência'
A agência
internacional de classificação anunciou um corte no nível de rating da Ucrânia,
citando "o acordo de princípio alcançado em 22 de julho" entre Kiev e
os detentores de Eurobonds sobre a reestruturação da dívida.
A agência
internacional de classificação norte-americana Fitch rebaixou o rating de
inadimplência do emissor (IDR, na sigla em inglês) de longo prazo em moeda
estrangeira da Ucrânia, informou na quarta-feira (24) a agência em um
comunicado.
A agência não costuma
atribuir perspectivas aos ratings soberanos de CCC+ e abaixo. O rating de longo
prazo em moeda local foi mantido em CCC-, enquanto os IDR de curto prazo da
Ucrânia em ambas as moedas foram colocados em C, após ter estado em CC. O rating
de teto do país foi mantido em B-.
"O rebaixamento
do rating de inadimplência do emissor em moeda estrangeira de longo prazo da
Ucrânia reflete a visão da Fitch de que o acordo de princípio alcançado em 22
de julho [segunda-feira] entre o governo e certos detentores de Eurobonds sobre
os termos da reestruturação da dívida [...] marca o início de um processo de
inadimplência", indicou o comunicado.
Denis Shmygal,
primeiro-ministro ucraniano, anunciou na segunda-feira (22) que o país havia
chegado a um acordo com um comitê de detentores de Eurobonds sobre a
reestruturação da dívida. Além disso, Yaroslav Zheleznyak, membro da Suprema
Rada ucraniana, disse na semana passada que o parlamento ucraniano havia
aprovado um projeto de lei de reestruturação que permitia ao governo suspender
os pagamentos da dívida externa do Estado até outubro.
Fonte: Sputnik Brasil
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