Burnout: Dificuldade em diagnóstico é
desafio para identificação e tratamento da síndrome
Neste momento, cerca
de 20% dos profissionais brasileiros apresentam exaustão física, mental e
emocional resultante de um estresse prolongado e intenso. Esses são sintomas do
Burnout, uma síndrome que acomete aproximadamente 1 em cada 5 pessoas que estão
no mercado de trabalho, de acordo com pesquisa conduzida pela Gattaz Health
(GHR) com mais de 100 mil profissionais de grandes empresas.
O psiquiatra e
Chairman da GHR, Dr. Wagner Gattaz aponta ser positivo o crescente interesse
público no tema Burnout. Contudo, ele observa que ainda ocorrem equívocos em
sua conceituação. Comumente confundido como uma doença, o Burnout foi incluído
na Classificação Internacional de Doenças (CID-XI)i como um 'Fenômeno
Ocupacional', no capítulo que trata do uso de serviços de saúde. “O Burnout não
é classificado como uma doença ou condição de saúde, mas sim como uma síndrome
que ocorre no ambiente de trabalho. Na mesma categoria dele estão a pobreza e o
sedentarismo”, comenta o médico psiquiatra e CEO da Gattaz Health.
Os especialistas
explicam que o termo síndrome corresponde a um conjunto de sinais e sintomas
observáveis em vários processos patológicos diferentes e sem uma causa
específica. Diferentemente de uma doença que, geralmente, tem um agente
etiológico conhecido, sintomas mais ou menos comuns e terapêutica definida.
Historicamente, o
Burnout foi descrito como uma fraqueza dos nervos, a neurastenia. A menção à
palavra data de 1881 e era descrita como uma consequência do progresso
civilizatório - apontando como causas o aumento da velocidade de deslocamento;
de produção e obsolescência do conhecimento; do volume exacerbado de
informações; e da impossibilidade de se desligar do trabalho. Tais sintomas
possuem paralelos com o momento contemporâneo, contudo a evolução científica
sobre o tema depurou os aspectos de origem e manifestação da síndrome.
Segundo o psiquiatra,
o Burnout ocorre em três dimensões: esgotamento emocional (falta de energia,
cansaço), despersonalização (atitudes negativas em relação às pessoas, descaso
pelas relações sociais, distanciamento das pessoas, descrença em valores positivos
das pessoas como honestidade e integridade) e insatisfação pessoal consigo
mesmo e com o trabalho (autoavaliação negativa de produtividade, sentimento de
incompetência e de incapacidade para interagir com outras pessoas), além de
outros sintomas como dor de cabeça frequente, alterações no apetite,
insônia, alterações repentinas de humor,
fadiga, hipertensão, dores musculares etc. Na corporação, o Burnout pode ser
evidenciado por diminuição do desempenho no trabalho, aumento da
irritabilidade, desconexão emocional e exaustão aparente.
“Tais sintomas se
aplicam a uma variada gama de transtornos mentais, desde depressão leve;
transtornos de ansiedade; transtorno de adaptação ou transtorno de ajustamento.
Eu chamo a atenção para este diagnóstico diferencial, pois traz características
muito semelhantes ao Burnout. Contudo, os sintomas se aplicam a qualquer área
da vida do indivíduo, inclusive o trabalho, enquanto o Burnout se refere a
estressores presentes apenas no trabalho”, salienta Dr. Gattaz.
O especialista destaca
que o risco do Burnout surge da interação de fatores individuais com elementos
do ambiente de trabalho. Comportamentos como perfeccionismo, ser uma pessoa
excessivamente ambiciosa e que ter dificuldade em delegar tarefas, podem indicar
indivíduos mais suscetíveis a desenvolver essa condição. Na esfera laboral, os
fatores de risco psicossociais são marcados por comunicação deficiente,
instruções conflitantes e falta de feedback positivo; baixa autonomia;
caraterísticas das demandas, como excessivo volume de trabalho,
responsabilidade crescente e pressão de tempo; e baixo suporte social,
manifestado por distanciamento afetivo de superiores hierárquicos e colegas de
trabalho.
A desordem emocional
em questão não apenas afeta os indivíduos, mas também tem um impacto
significativo nas organizações. Além do custo financeiro associado ao aumento
do presenteísmo, absenteísmo e à rotatividade de funcionários, o Burnout pode
afetar o clima organizacional, prejudicar a produtividade e afetar a reputação
da empresa.
O mapeamento
recorrente da qualidade da saúde mental pode ser um instrumento de
identificação e mensuração do impacto do Burnout numa corporação. Os
tratamentos podem ocorrer por meio de medicamentos, psicoterapia, tratamento
clínico, orientação familiar e medicina do estilo de vida.
• Julho é o mês de conscientização sobre
miomas. Por Carla Santana
Julho é um mês
dedicado à conscientização sobre os miomas uterinos, tumores benignos que
afetam cerca de 70% das mulheres brancas e 80% das mulheres negras, segundo o
Ministério da Saúde. Dados da Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) indicam que essas lesões são responsáveis
por cerca de 300 mil cirurgias anuais no país. Os sintomas variam de mulher
para mulher, mas incluem dores pélvicas, sangramento menstrual intenso, aumento
do volume abdominal e, em alguns casos, dificuldade para engravidar.
A empresária Ramaiana
Maria de Souza R. Bispo (41) planejava ter o segundo filho quando recebeu o
diagnóstico. Ela sentia dores na região pélvica e fluxo sanguíneo muito forte
no período menstrual. “Em 2019, descobri um mioma muito pequeno que deveria ser
apenas monitorado. Em 2021, durante a pandemia de Covid-19, constatei a
necessidade de realizar a cirurgia”, contou. Ramaiana optou pela cirurgia
robótica, procedimento menos invasivo que agrega vantagens como menor tempo de
recuperação e menos dor no pós-operatório, além da precisão necessária para a
conservação do tecido saudável do útero.
“O cirurgião pélvico
Marcos Travessa me explicou as possibilidades de tratamento. Decidimos pela
cirurgia robótica, pois tínhamos o desejo de ter mais um filho. Hoje, meu mais
velho tem 19 anos e o caçula, um ano e três meses. Cheguei a perder a esperança
de engravidar devido ao mioma muito grande e pela idade. Felizmente, deu tudo
certo e, por isso, sou muito grata à equipe que me operou”, relatou Ramaiana.
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Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico dos
miomas geralmente é feito por meio de ultrassonografia pélvica ou transvaginal,
exames que permitem a visualização dos tumores e a avaliação do seu tamanho e
localização. Em casos mais complexos, a ressonância magnética pode ser necessária
para um diagnóstico mais preciso. Segundo Marcos Travessa, diretor do núcleo de
ginecologia do Instituto Brasileiro de Cirurgia Robótica (IBCR), “a
identificação precoce dos miomas é essencial para determinar o tratamento mais
adequado e evitar complicações”.
Existem diversas
opções de tratamento, que variam de acordo com os sintomas, o tamanho e a
localização dos miomas, além do desejo da paciente de preservar a fertilidade.
A ginecologista Gabrielli Tigre, membro do Núcleo de Ginecologia do IBCR,
destaca a importância de um acompanhamento médico regular: “Os tratamentos
podem incluir medicamentos; procedimentos minimamente invasivos, como a
embolização das artérias uterinas; e cirurgias, que vão desde a miomectomia
(retirada só do mioma) até a histerectomia (retirada de todo o útero),
dependendo da gravidade e desejo reprodutivo. Cada caso precisa ser avaliado de
forma individual e personalizada”, explicou”.
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Prevenção
Manter um estilo de
vida saudável, com dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos,
ajuda a reduzir o risco de miomas. A conscientização sobre a importância dos
exames ginecológicos regulares também é fundamental para o diagnóstico precoce e
o tratamento eficaz dos miomas uterinos. A experiência de Ramaiana revela como
a intervenção médica adequada pode transformar vidas, devolvendo a saúde e a
esperança de muitas mulheres.
Fonte: Por Julia
Monteiro, da assessoria da Gattaz Health
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