terça-feira, 9 de julho de 2024

Burnout: Dificuldade em diagnóstico é desafio para identificação e tratamento da síndrome

Neste momento, cerca de 20% dos profissionais brasileiros apresentam exaustão física, mental e emocional resultante de um estresse prolongado e intenso. Esses são sintomas do Burnout, uma síndrome que acomete aproximadamente 1 em cada 5 pessoas que estão no mercado de trabalho, de acordo com pesquisa conduzida pela Gattaz Health (GHR) com mais de 100 mil profissionais de grandes empresas.

O psiquiatra e Chairman da GHR, Dr. Wagner Gattaz aponta ser positivo o crescente interesse público no tema Burnout. Contudo, ele observa que ainda ocorrem equívocos em sua conceituação. Comumente confundido como uma doença, o Burnout foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID-XI)i como um 'Fenômeno Ocupacional', no capítulo que trata do uso de serviços de saúde. “O Burnout não é classificado como uma doença ou condição de saúde, mas sim como uma síndrome que ocorre no ambiente de trabalho. Na mesma categoria dele estão a pobreza e o sedentarismo”, comenta o médico psiquiatra e CEO da Gattaz Health.

Os especialistas explicam que o termo síndrome corresponde a um conjunto de sinais e sintomas observáveis em vários processos patológicos diferentes e sem uma causa específica. Diferentemente de uma doença que, geralmente, tem um agente etiológico conhecido, sintomas mais ou menos comuns e terapêutica definida.

Historicamente, o Burnout foi descrito como uma fraqueza dos nervos, a neurastenia. A menção à palavra data de 1881 e era descrita como uma consequência do progresso civilizatório - apontando como causas o aumento da velocidade de deslocamento; de produção e obsolescência do conhecimento; do volume exacerbado de informações; e da impossibilidade de se desligar do trabalho. Tais sintomas possuem paralelos com o momento contemporâneo, contudo a evolução científica sobre o tema depurou os aspectos de origem e manifestação da síndrome.

Segundo o psiquiatra, o Burnout ocorre em três dimensões: esgotamento emocional (falta de energia, cansaço), despersonalização (atitudes negativas em relação às pessoas, descaso pelas relações sociais, distanciamento das pessoas, descrença em valores positivos das pessoas como honestidade e integridade) e insatisfação pessoal consigo mesmo e com o trabalho (autoavaliação negativa de produtividade, sentimento de incompetência e de incapacidade para interagir com outras pessoas), além de outros sintomas como dor de cabeça frequente, alterações no apetite, insônia,  alterações repentinas de humor, fadiga, hipertensão, dores musculares etc. Na corporação, o Burnout pode ser evidenciado por diminuição do desempenho no trabalho, aumento da irritabilidade, desconexão emocional e exaustão aparente.

“Tais sintomas se aplicam a uma variada gama de transtornos mentais, desde depressão leve; transtornos de ansiedade; transtorno de adaptação ou transtorno de ajustamento. Eu chamo a atenção para este diagnóstico diferencial, pois traz características muito semelhantes ao Burnout. Contudo, os sintomas se aplicam a qualquer área da vida do indivíduo, inclusive o trabalho, enquanto o Burnout se refere a estressores presentes apenas no trabalho”, salienta Dr. Gattaz.

O especialista destaca que o risco do Burnout surge da interação de fatores individuais com elementos do ambiente de trabalho. Comportamentos como perfeccionismo, ser uma pessoa excessivamente ambiciosa e que ter dificuldade em delegar tarefas, podem indicar indivíduos mais suscetíveis a desenvolver essa condição. Na esfera laboral, os fatores de risco psicossociais são marcados por comunicação deficiente, instruções conflitantes e falta de feedback positivo; baixa autonomia; caraterísticas das demandas, como excessivo volume de trabalho, responsabilidade crescente e pressão de tempo; e baixo suporte social, manifestado por distanciamento afetivo de superiores hierárquicos e colegas de trabalho.

A desordem emocional em questão não apenas afeta os indivíduos, mas também tem um impacto significativo nas organizações. Além do custo financeiro associado ao aumento do presenteísmo, absenteísmo e à rotatividade de funcionários, o Burnout pode afetar o clima organizacional, prejudicar a produtividade e afetar a reputação da empresa.

O mapeamento recorrente da qualidade da saúde mental pode ser um instrumento de identificação e mensuração do impacto do Burnout numa corporação. Os tratamentos podem ocorrer por meio de medicamentos, psicoterapia, tratamento clínico, orientação familiar e medicina do estilo de vida.

 

•        Julho é o mês de conscientização sobre miomas. Por Carla Santana

Julho é um mês dedicado à conscientização sobre os miomas uterinos, tumores benignos que afetam cerca de 70% das mulheres brancas e 80% das mulheres negras, segundo o Ministério da Saúde. Dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) indicam que essas lesões são responsáveis por cerca de 300 mil cirurgias anuais no país. Os sintomas variam de mulher para mulher, mas incluem dores pélvicas, sangramento menstrual intenso, aumento do volume abdominal e, em alguns casos, dificuldade para engravidar.

A empresária Ramaiana Maria de Souza R. Bispo (41) planejava ter o segundo filho quando recebeu o diagnóstico. Ela sentia dores na região pélvica e fluxo sanguíneo muito forte no período menstrual. “Em 2019, descobri um mioma muito pequeno que deveria ser apenas monitorado. Em 2021, durante a pandemia de Covid-19, constatei a necessidade de realizar a cirurgia”, contou. Ramaiana optou pela cirurgia robótica, procedimento menos invasivo que agrega vantagens como menor tempo de recuperação e menos dor no pós-operatório, além da precisão necessária para a conservação do tecido saudável do útero.

“O cirurgião pélvico Marcos Travessa me explicou as possibilidades de tratamento. Decidimos pela cirurgia robótica, pois tínhamos o desejo de ter mais um filho. Hoje, meu mais velho tem 19 anos e o caçula, um ano e três meses. Cheguei a perder a esperança de engravidar devido ao mioma muito grande e pela idade. Felizmente, deu tudo certo e, por isso, sou muito grata à equipe que me operou”, relatou Ramaiana.

<><> Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico dos miomas geralmente é feito por meio de ultrassonografia pélvica ou transvaginal, exames que permitem a visualização dos tumores e a avaliação do seu tamanho e localização. Em casos mais complexos, a ressonância magnética pode ser necessária para um diagnóstico mais preciso. Segundo Marcos Travessa, diretor do núcleo de ginecologia do Instituto Brasileiro de Cirurgia Robótica (IBCR), “a identificação precoce dos miomas é essencial para determinar o tratamento mais adequado e evitar complicações”.

Existem diversas opções de tratamento, que variam de acordo com os sintomas, o tamanho e a localização dos miomas, além do desejo da paciente de preservar a fertilidade. A ginecologista Gabrielli Tigre, membro do Núcleo de Ginecologia do IBCR, destaca a importância de um acompanhamento médico regular: “Os tratamentos podem incluir medicamentos; procedimentos minimamente invasivos, como a embolização das artérias uterinas; e cirurgias, que vão desde a miomectomia (retirada só do mioma) até a histerectomia (retirada de todo o útero), dependendo da gravidade e desejo reprodutivo. Cada caso precisa ser avaliado de forma individual e personalizada”, explicou”.

<><> Prevenção

Manter um estilo de vida saudável, com dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos, ajuda a reduzir o risco de miomas. A conscientização sobre a importância dos exames ginecológicos regulares também é fundamental para o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz dos miomas uterinos. A experiência de Ramaiana revela como a intervenção médica adequada pode transformar vidas, devolvendo a saúde e a esperança de muitas mulheres.

 

Fonte: Por Julia Monteiro, da assessoria da Gattaz Health

 

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