VIDA
NABABESCA: Flávio Bolsonaro quita mansão, financiada para 30 anos, com aportes
de R$ 3,4 milhões
O
fenômeno da compra e venda de imóveis da família Bolsonaro, quase sempre em
dinheiro vivo, ganhou mais um capítulo nos últimos dias. Veio à tona a
informação de que o senador Flávio (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL), nem mesmo esperou os 360 meses (30 anos) de financiamento para
se ver livre da dívida que contraiu ao adquirir uma mansão luxuosíssima em
Brasília. Pagou R$ 3,4 milhões em apenas seis parcelas e quitou o imóvel,
localizado numa das áreas mais caras do país, o Lago Sul.
Flávio,
que comprou o imóvel em 2021, por R$ 6,1 milhões, e pagou à vista uma
“entradinha” de R$ 2,9 milhões, resolveu rapidamente a dívida que deveria ser
totalmente encerrada apenas quando ele completasse 70 anos, em 2051, prazo que
o senador conseguiu junto ao BRB (Banco de Brasília). Em novembro de 2022, o
primogênito do antigo ocupante do Palácio do Planalto fez dois depósitos, um de
R$ 697,6 mil e outro de 696,8 mil. Menos de dois meses depois, em janeiro de
2023, ele faz um novo pagamento, agora de R$ 996,8 mil.
Em
agosto do mesmo ano, o político paga mais R$ 249,7 mil, depositando ainda
outros R$ 198,6 mil no mês seguinte, setembro. A dívida foi totalmente quitada
em março deste ano, quando Flávio fez o último aporte e liquidou tudo, dando ao
banco R$ 520,2 mil. Um senador da República recebe atualmente R$ 41 mil de
salário bruto, mas é evidente que um parlamentar pode exercer outras atividades
para ganhar dinheiro.
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Mas de onde vem o dinheiro e qual a renda de Flávio
Flávio
Bolsonaro declarou no ano em que foi eleito senador, em 2018, que tinha R$ 1,74
milhão em patrimônio. No ano seguinte, 2019, esses números baixaram para R$
1,58 milhão, caindo ainda mais em 2020, chegando a R$ 1,41 milhão. Ele já foi
dono de uma loja que vendia chocolates num shopping da Zona Oeste do Rio de
Janeiro, que inclusive foi alvo de suspeitas de lavagem de dinheiro, mas se
desfez da franquia em 2021.
Atualmente,
ele aparece como sócio de uma corretora de seguros. Quando conseguiu o
financiamento milionário em 2021, por 30 anos e num banco público do DF, o que
gerou muita estranheza, Flávio afirmou à instituição financeira que teria
condições de receber o crédito imobiliário porque pagaria com o dinheiro que
recebe atuando como advogado, embora no ano anterior, 2020, ele tenha declarado
em seu imposto de renda apenas seu salário mensal de senador no valor, à época,
de R$ 39 mil. Ou seja, ele não tinha qualquer outra renda, fosse como dono de
alguma empresa, sócio, ou mesmo atuando na advocacia.
Já
sua esposa, Fernanda Bolsonaro, que é dentista, declarou em 2020, quando o
marido já era senador, um patrimônio de R$ 3 milhões, embora no ano anterior,
2019, tenha recebido apenas R$ 13 mil durante todo o período de 12 meses.
Tendo
em vista os R$ 2,9 milhões dados de entrada, à vista, e os R$ 3,4 milhões pagos
em apenas seis parcelas diferentes nos últimos tempos, matematicamente fica
confuso entender como teria sido possível dispor destes valores quando
analisados os patrimônios declarados e os ganhos anuais do casal.
O
jornal "O Estado de S. Paulo" entrou em contato com o senador Flávio
Bolsonaro para que ele explicasse a origem do dinheiro usado para a compra da
mansão, mas o parlamentar restringiu-se a dizer que “os recursos são lícitos e
fruto do suor do seu trabalho”.
• Pivô das rachadinhas: Michelle teve
contas pagas por chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro
Jorge
Luiz Fernandes, chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), pagou
despesas de Jair, Michelle e Rogéria Bolsonaro, mãe do filho do ex-presidente.
As
informações foram levantadas por meio de uma perícia realizada pelo Ministério
Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) em dados bancários de Carlos e de seus
assessores.
O
relatório com as conclusões foi obtido, com exclusividade, pela coluna de
Juliana Dal Piva, no ICL Notícias.
O
documento não registrada que Jair Bolsonaro, Michelle ou Rogéria tenham
efetuado depósitos ou transferências semelhantes em datas próximas aos
pagamentos realizados com dinheiro da conta corrente de Fernandes.
Com
o significativo volume de transações desse tipo, o Laboratório de Combate à
Lavagem de Dinheiro e Corrupção do MP-RJ analisou por amostragem as
movimentações financeiras, sorteando aleatoriamente uma determinada quantidade
de documentos.
Entre
os boletos sorteados, existem dois pagamentos realizados em 2018 em nome de
Jair Bolsonaro, mesmo ano em que ele foi eleito presidente da República. Há,
também, um pagamento de despesa para Michelle Bolsonaro, em 2019, quando ela já
era primeira-dama.
O
chefe de gabinete de Carlos pagou para Bolsonaro uma fatura de seguro
automotivo, no valor de R$ 2.319,92, e a fatura de uma administradora de
imóveis, de R$ 1.131,51. A despesa de Michelle foi uma multa de trânsito com
custo de R$ 311,48. Fernandes ainda pagou uma despesa de Rogéria Bolsonaro, no
valor de R$ 806,77.
Michelle,
inclusive, já foi alvo de investigação por parte da Polícia Federal (PF) pelo
suposto pagamento, por meio do cartão corporativo da Presidência, de despesas
pessoais.
Segundo
a PF, há provas de que Michelle usou o cartão da Presidência para pagar contas
pessoais e até procedimentos estéticos, além de quitar contas de parentes com o
cartão.
Em
2023, uma série de denúncias foi feita sobre o uso do cartão corporativo por
Michelle, que usava também um esquema similar aos casos de corrupção das
rachadinhas - investigados nos gabinetes de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Alerj e
de Carlos Bolsonaro (PL-RJ, na Câmara Municipal do Rio.
O
pente-fino feito nas contas mostra que a esposa de Bolsonaro teria usado o
cartão corporativo até mesmo para colocar novos implantes nos seios.
Jorge
Luiz Fernandes está sendo investigado por ser, supostamente, o operador do
esquema de rachadinha de Carlos Bolsonaro. Conforme a quebra de sigilos, ele
recebeu pouco mais de R$ 2 milhões em sua conta de seis outros nomeados por
Carlos Bolsonaro na Câmara.
Carlos,
por sua vez, é apontado pelo MP como o comandante de uma organização criminosa
para a prática de crimes como peculato e lavagem de dinheiro.
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Carro e imóvel em dinheiro vivo sem lastro
Além
disso, Carlos Bolsonaro comprou um automóvel utilizando como pagamento R$ 52
mil, em dinheiro vivo, em 2010, e um apartamento no centro do Rio de Janeiro,
em 2012, pelo valor de R$ 180 mil.
O
problema é que, durante este período, a análise do patrimônio do filho do
ex-presidente, realizada pelo Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e
Corrupção do MP-RJ, apontou que ele não tinha lastro para as operações na renda
em que recebeu nos dois respectivos anos.
As
informações constam e um relatório do MP-RJ, obtido, com exclusividade, pela
coluna de Juliana Dal Piva, no ICL Notícias.
“Os
anos-calendário 2010 e 2012 apresentaram evidências de patrimônio a descoberto.
Importante ressaltar que, ao apresentar ‘patrimônio a descoberto’, o saldo de
caixa fica negativo, ou seja, sua renda líquida mensal fica insuficiente para
arcar com suas despesas mensais declaradas”, relatou o MP.
• LARGADO NA PISTA? Wajngarten, o fiel
escudeiro de Bolsonaro, estaria escanteado e sob ‘fritura’
Quando
falamos de Jair Bolsonaro (PL), especialmente no período de perrengues que o
ex-presidente enfrenta desde que foi derrotado nas urnas por Lula e caiu em
desgraça total, sempre vem à cabeça o nome de Fabio Wajngarten, o fiel
escudeiro do “capitão”, que durante seu governo ocupou por dois anos a Secom e,
depois, tornou-se um de seus conselheiros mais próximos. Mas você deve ter
notado que ele não esteve com Bolsonaro nas últimas viagens de arruaça do
antigo ocupante do Palácio do Planalto, não é? Pois isso teria uma explicação.
Prestes
a ser indiciado pela Polícia Federal no caso do roubo das joias do acervo
presidencial que foram vendidas nos EUA, ocasião em que terá que acertar contas
com o STF que tanto demoniza, o séquito de Bolsonaro começou a ver em
Wajngarten alguém que tem uma espécie de “interesse pessoal” na proximidade com
o ex-presidente e, desde então, ele vem sendo escanteado do convívio com o
presidente. Seria um caso clássico de “fritura”, aqueles em que alguém se torna
o culpado por todo o mal ocorrido e passa a ser desprezado e detestado.
Ainda
que oficialmente Wajngarten esteja participando da campanha pela reeleição de
Ricardo Nunes (MDB) à Prefeitura de São Paulo, o pupilo de Bolsonaro não foi
visto nos últimos atos importantes relacionados à empreitada política, como o
anúncio do vice de Nunes, o ultrabolsonarista coronel Mello Araújo, por
exemplo, em que pese os dois se odiarem. O ex-Secom também não esteve também na
visita do ex-presidente ao Pará ocorrida no último fim de semana.
O
que se ouve no mundo político da extrema direita também é que Wajngarten andou
pressionando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo,
para arranjar um cargo de secretário na área de comunicação do Executivo
estadual paulista, o que resultou em mais uma “limada” por parte dos
bolsonaristas de grosso calibre que cercam o carioca que se aventurou a
governar o estado que sequer conhecia.
O
fato é que Wajngarten, de bolsonarista fiscal de bolsonarismo, atacando
ferozmente qualquer político que não bajule 24 horas por dia o líder da extrema
direita nacional (e procurando “falhas morais” em todo e qualquer aliado para
estigmatizá-lo como um bolsonarista não puro), agora vê-se largado na pista
pelo “comandante”, a quem até pouco tempo servia como um arremedo de porta-voz.
No
entanto, no entorno bolsonarista mais próximo e nos círculos de assessoramento
jurídico de Bolsonaro, o fato de Wajngarten ser um sujeito que sabe de
absolutamente tudo que se passou nos últimos anos envolvendo o ex-presidente é
fator de preocupação, uma vez que uma delação dele poderia causar implosões
incalculáveis no grupo.
• Denúncia do encontro de Ronnie Lessa
com os Bolsonaros não chegou a Lisboa?
Há
três dias, o vice-presidente nacional do PT, deputado federal do Rio de Janeiro
Washington Quaquá, numa entrevista à jornalista Hildegard Angel disse que um
dia após assassinar Marielle Franco e Anderson Gomes, o ex-PM Ronnie Lessa
ligou para Bolsonaro e se encontrou com um de seus filhos.
Mas
parece que a notícia não chegou a Lisboa, onde ainda podem estar 160
autoridades brasileiras dos Três Poderes, que se encontravam na capital
portuguesa desde a quarta-feira passada, em vez de estarem trabalhando no
Brasil, já que as férias só começam agora em julho.
Só
pode ser Lisboa a desculpa, com as fartas comemorações no Encontro promovido
pelo Instituto do ministro Gilmar Mendes (por que o Encontro não é nas férias,
ministro?), onde ocorreram festas em apartamentos de milionários, inclusive uma
em comemoração ao aniversário do presidente da Câmara Arthur Lira, que aqui no
Brasil continua a ser cobrado por Justiça pela sua ex-mulher e mãe de dois de
seus filhos, Jullyene Lins.
Não
há notícia de que a Polícia Federal tenha resolvido investigar o ocorrido e,
principalmente, explicar ao público por que motivo não estão no inquérito final
do caso a ligação de Ronnie Lessa a Jair Bolsonaro e o encontro com um de seus
filhos — provavelmente Carlos, que estava no Rio e no Vivendas da Barra, de
onde Ronnie Lessa partiu para os crimes.
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A revelação de Quaquá
Na entrevista A Hildegard Angel, Quaquá
revelou a ligação e o encontro de Ronnie Lessa com a família Bolsonaro, um dia
após os Assassinatos.
Quaquá
— O Brazão não é culpado pela morte da Marielle.
Hilde
— Muita gente acha isso.
Quaquá
— Não é culpado. Estão fazendo com o Brazão uma maldade. O Ronnie Lessa, que é
o assassino, o vagabundo assassino, de um dos crimes mais brutais que esse país
já viu, nunca se reuniu com o Brazão e não conhece o Brazão. Existe na Polícia
Civil do Rio de Janeiro uma longa lista de grampos de telefone do Brazão que
prova que eles nunca se falaram mesmo. Dizem que perdeu os registros. Não é
verdade. Estão nas investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Então, eu
não posso ser a favor do... tudo que fizeram com o PT, que esse sistema
judicial brasileiro fez com o PT, eu não posso ser a favor de que faça com a
pessoa que, de fato, é meu amigo, votou e fez campanha para o Lula em várias
eleições. Só uma que ele não fez, foi a penúltima do Bolsonaro. Mas nem que não
fosse, que fosse o próprio Bolsonaro. Eu acho que nós temos que ter.. O Estado
precisa ter a capacidade de investigar e achar os assassinos da Marielle. Eu...
Ela foi assassinada pelo que tem de mais sujo no Rio de Janeiro. Por esses matadores
de aluguel que eram ligados à milícia no Rio de Janeiro. E, por incrível que
pareça, um dia depois do assassinato de Marielle, o assassino Ronnie Lessa, que
entregou o Brazão, ligou para a casa do Bolsonaro e se encontrou com o filho de
Bolsonaro.
Hilde
— Isso está nos autos?...
Quaquá
— Absolutamente. Agora, foi... apartado da investigação da Polícia Federal.
Então, é muito esquisito. É muito esquisita essa investigação. Eu não estou
dizendo que são os Bolsonaro que mandaram matar. Mas por que não investigaram
isso? Por que não foi investigado?
A
Polícia Federal precisa esclarecer o assunto. Primeiramente dizendo se é
verdadeira ou não a informação fornecida por Quaquá. A partir daí, sendo
verdadeira, é bom que a PF esclareça por que não foi anexada ao inquérito
final.
Além
do mais, a PF poderia esclarecer outros pontos ainda hoje obscuros no caso.
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O Porteiro
No
dia do crime, o motorista que levou Ronnie Lessa, Élcio Queiroz, foi buscá-lo
no Vivendas da Barra, onde Ronnie morava e onde tem residência também o
ex-presidente Bolsonaro.
Para
entrar no condomínio havia o registro de que Élcio pediu autorização para ir ao
apartamento de Bolsonaro. Sua entrada teria sido autorizada pelo próprio Jair
Bolsonaro por telefone, segundo anotou no registro da portaria um porteiro que
trabalhava há anos no condomínio.
Quando
o fato veio a público, Bolsonaro já era presidente e determinou a seu ministro
da Justiça da época, o ex-juiz Sergio Moro, que ouvisse o porteiro.
A
PF ouviu o porteiro, que desdisse o que dissera, saiu de férias e sumiu do
caso. Nunca mais se ouviu falar nele. Por quê?
Nas
recentes investigações, agora sob o governo Lula, a PF voltou a ouvir o
porteiro?
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O registro da portaria
Mas
não foi só Sergio Moro que foi até o Vivendas. Carlos Bolsonaro, conhecido como
Carluxo, filho do ex-presidente, ao saber da história de que o porteiro citou
seu pai como o homem que autorizou o motorista do crime a entrar no condomínio,
resolveu agir por conta própria.
Em
vez de aguardar a polícia e a perícia nos registros de ligações do condomínio
do dia do crime, Carluxo resolveu ele mesmo acessar o registro e divulgar o
resultado para a imprensa.
Não
seria o caso de obstrução de Justiça? Foi feita uma averiguação para ver se os
dados não foram alterados?
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Os telefonemas entre as casas de Bolsonaro e Ronnie Lessa
Durante
a investigação foram descobertas ligações telefônicas entre as casas de
Bolsonaro e Ronnie Lessa. Mas Jair afirmou na época que nem se lembrava
"desse cara" (assim se referiu a Lessa). Então, quem teria feito as
ligações?
A
saída veio de uma declaração de Jair Renan, o filho 04 de Jair, que disse que
"pegou" quase todas as mulheres do condomínio, inclusive a filha de
Ronnie. As ligações seriam dele para ela. Namoradinhos. Parece que a polícia se
contentou com isso.
O
caso é que a filha de Lessa, Mohana Lessa, morou nos Estados Unidos por três
períodos, de onde contrabandeava armas e peças de armas para seu pai, segundo
outra investigação.
Foi
feito o cruzamento das ligações para saber se Mohana estava nos EUA ou no
Vivendas da Barra quando as ligações da casa de Bolsonaro para a de Lessa foram
feitas?
Ela
deu depoimento à PF confirmando o namoro e as ligações?
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PGR e PF
O
que a Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal têm a dizer sobre a
revelação feita por um deputado federal, vice-presidente do PT, partido do
presidente da República?
Fonte:
Fórum
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