sexta-feira, 5 de julho de 2024

VIDA NABABESCA: Flávio Bolsonaro quita mansão, financiada para 30 anos, com aportes de R$ 3,4 milhões

O fenômeno da compra e venda de imóveis da família Bolsonaro, quase sempre em dinheiro vivo, ganhou mais um capítulo nos últimos dias. Veio à tona a informação de que o senador Flávio (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nem mesmo esperou os 360 meses (30 anos) de financiamento para se ver livre da dívida que contraiu ao adquirir uma mansão luxuosíssima em Brasília. Pagou R$ 3,4 milhões em apenas seis parcelas e quitou o imóvel, localizado numa das áreas mais caras do país, o Lago Sul.

Flávio, que comprou o imóvel em 2021, por R$ 6,1 milhões, e pagou à vista uma “entradinha” de R$ 2,9 milhões, resolveu rapidamente a dívida que deveria ser totalmente encerrada apenas quando ele completasse 70 anos, em 2051, prazo que o senador conseguiu junto ao BRB (Banco de Brasília). Em novembro de 2022, o primogênito do antigo ocupante do Palácio do Planalto fez dois depósitos, um de R$ 697,6 mil e outro de 696,8 mil. Menos de dois meses depois, em janeiro de 2023, ele faz um novo pagamento, agora de R$ 996,8 mil.

Em agosto do mesmo ano, o político paga mais R$ 249,7 mil, depositando ainda outros R$ 198,6 mil no mês seguinte, setembro. A dívida foi totalmente quitada em março deste ano, quando Flávio fez o último aporte e liquidou tudo, dando ao banco R$ 520,2 mil. Um senador da República recebe atualmente R$ 41 mil de salário bruto, mas é evidente que um parlamentar pode exercer outras atividades para ganhar dinheiro.

<><> Mas de onde vem o dinheiro e qual a renda de Flávio

Flávio Bolsonaro declarou no ano em que foi eleito senador, em 2018, que tinha R$ 1,74 milhão em patrimônio. No ano seguinte, 2019, esses números baixaram para R$ 1,58 milhão, caindo ainda mais em 2020, chegando a R$ 1,41 milhão. Ele já foi dono de uma loja que vendia chocolates num shopping da Zona Oeste do Rio de Janeiro, que inclusive foi alvo de suspeitas de lavagem de dinheiro, mas se desfez da franquia em 2021.

Atualmente, ele aparece como sócio de uma corretora de seguros. Quando conseguiu o financiamento milionário em 2021, por 30 anos e num banco público do DF, o que gerou muita estranheza, Flávio afirmou à instituição financeira que teria condições de receber o crédito imobiliário porque pagaria com o dinheiro que recebe atuando como advogado, embora no ano anterior, 2020, ele tenha declarado em seu imposto de renda apenas seu salário mensal de senador no valor, à época, de R$ 39 mil. Ou seja, ele não tinha qualquer outra renda, fosse como dono de alguma empresa, sócio, ou mesmo atuando na advocacia.

Já sua esposa, Fernanda Bolsonaro, que é dentista, declarou em 2020, quando o marido já era senador, um patrimônio de R$ 3 milhões, embora no ano anterior, 2019, tenha recebido apenas R$ 13 mil durante todo o período de 12 meses.

Tendo em vista os R$ 2,9 milhões dados de entrada, à vista, e os R$ 3,4 milhões pagos em apenas seis parcelas diferentes nos últimos tempos, matematicamente fica confuso entender como teria sido possível dispor destes valores quando analisados os patrimônios declarados e os ganhos anuais do casal.

O jornal "O Estado de S. Paulo" entrou em contato com o senador Flávio Bolsonaro para que ele explicasse a origem do dinheiro usado para a compra da mansão, mas o parlamentar restringiu-se a dizer que “os recursos são lícitos e fruto do suor do seu trabalho”.

•           Pivô das rachadinhas: Michelle teve contas pagas por chefe de gabinete de Carlos Bolsonaro

Jorge Luiz Fernandes, chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), pagou despesas de Jair, Michelle e Rogéria Bolsonaro, mãe do filho do ex-presidente.

As informações foram levantadas por meio de uma perícia realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) em dados bancários de Carlos e de seus assessores.

O relatório com as conclusões foi obtido, com exclusividade, pela coluna de Juliana Dal Piva, no ICL Notícias.

O documento não registrada que Jair Bolsonaro, Michelle ou Rogéria tenham efetuado depósitos ou transferências semelhantes em datas próximas aos pagamentos realizados com dinheiro da conta corrente de Fernandes.

Com o significativo volume de transações desse tipo, o Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e Corrupção do MP-RJ analisou por amostragem as movimentações financeiras, sorteando aleatoriamente uma determinada quantidade de documentos.

Entre os boletos sorteados, existem dois pagamentos realizados em 2018 em nome de Jair Bolsonaro, mesmo ano em que ele foi eleito presidente da República. Há, também, um pagamento de despesa para Michelle Bolsonaro, em 2019, quando ela já era primeira-dama.

O chefe de gabinete de Carlos pagou para Bolsonaro uma fatura de seguro automotivo, no valor de R$ 2.319,92, e a fatura de uma administradora de imóveis, de R$ 1.131,51. A despesa de Michelle foi uma multa de trânsito com custo de R$ 311,48. Fernandes ainda pagou uma despesa de Rogéria Bolsonaro, no valor de R$ 806,77.

Michelle, inclusive, já foi alvo de investigação por parte da Polícia Federal (PF) pelo suposto pagamento, por meio do cartão corporativo da Presidência, de despesas pessoais.

Segundo a PF, há provas de que Michelle usou o cartão da Presidência para pagar contas pessoais e até procedimentos estéticos, além de quitar contas de parentes com o cartão.

Em 2023, uma série de denúncias foi feita sobre o uso do cartão corporativo por Michelle, que usava também um esquema similar aos casos de corrupção das rachadinhas - investigados nos gabinetes de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Alerj e de Carlos Bolsonaro (PL-RJ, na Câmara Municipal do Rio.

O pente-fino feito nas contas mostra que a esposa de Bolsonaro teria usado o cartão corporativo até mesmo para colocar novos implantes nos seios.

Jorge Luiz Fernandes está sendo investigado por ser, supostamente, o operador do esquema de rachadinha de Carlos Bolsonaro. Conforme a quebra de sigilos, ele recebeu pouco mais de R$ 2 milhões em sua conta de seis outros nomeados por Carlos Bolsonaro na Câmara.

Carlos, por sua vez, é apontado pelo MP como o comandante de uma organização criminosa para a prática de crimes como peculato e lavagem de dinheiro.

<><> Carro e imóvel em dinheiro vivo sem lastro

Além disso, Carlos Bolsonaro comprou um automóvel utilizando como pagamento R$ 52 mil, em dinheiro vivo, em 2010, e um apartamento no centro do Rio de Janeiro, em 2012, pelo valor de R$ 180 mil.

O problema é que, durante este período, a análise do patrimônio do filho do ex-presidente, realizada pelo Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e Corrupção do MP-RJ, apontou que ele não tinha lastro para as operações na renda em que recebeu nos dois respectivos anos.

As informações constam e um relatório do MP-RJ, obtido, com exclusividade, pela coluna de Juliana Dal Piva, no ICL Notícias.

“Os anos-calendário 2010 e 2012 apresentaram evidências de patrimônio a descoberto. Importante ressaltar que, ao apresentar ‘patrimônio a descoberto’, o saldo de caixa fica negativo, ou seja, sua renda líquida mensal fica insuficiente para arcar com suas despesas mensais declaradas”, relatou o MP.

•           LARGADO NA PISTA? Wajngarten, o fiel escudeiro de Bolsonaro, estaria escanteado e sob ‘fritura’

Quando falamos de Jair Bolsonaro (PL), especialmente no período de perrengues que o ex-presidente enfrenta desde que foi derrotado nas urnas por Lula e caiu em desgraça total, sempre vem à cabeça o nome de Fabio Wajngarten, o fiel escudeiro do “capitão”, que durante seu governo ocupou por dois anos a Secom e, depois, tornou-se um de seus conselheiros mais próximos. Mas você deve ter notado que ele não esteve com Bolsonaro nas últimas viagens de arruaça do antigo ocupante do Palácio do Planalto, não é? Pois isso teria uma explicação.

Prestes a ser indiciado pela Polícia Federal no caso do roubo das joias do acervo presidencial que foram vendidas nos EUA, ocasião em que terá que acertar contas com o STF que tanto demoniza, o séquito de Bolsonaro começou a ver em Wajngarten alguém que tem uma espécie de “interesse pessoal” na proximidade com o ex-presidente e, desde então, ele vem sendo escanteado do convívio com o presidente. Seria um caso clássico de “fritura”, aqueles em que alguém se torna o culpado por todo o mal ocorrido e passa a ser desprezado e detestado.

Ainda que oficialmente Wajngarten esteja participando da campanha pela reeleição de Ricardo Nunes (MDB) à Prefeitura de São Paulo, o pupilo de Bolsonaro não foi visto nos últimos atos importantes relacionados à empreitada política, como o anúncio do vice de Nunes, o ultrabolsonarista coronel Mello Araújo, por exemplo, em que pese os dois se odiarem. O ex-Secom também não esteve também na visita do ex-presidente ao Pará ocorrida no último fim de semana.

O que se ouve no mundo político da extrema direita também é que Wajngarten andou pressionando o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, para arranjar um cargo de secretário na área de comunicação do Executivo estadual paulista, o que resultou em mais uma “limada” por parte dos bolsonaristas de grosso calibre que cercam o carioca que se aventurou a governar o estado que sequer conhecia.

O fato é que Wajngarten, de bolsonarista fiscal de bolsonarismo, atacando ferozmente qualquer político que não bajule 24 horas por dia o líder da extrema direita nacional (e procurando “falhas morais” em todo e qualquer aliado para estigmatizá-lo como um bolsonarista não puro), agora vê-se largado na pista pelo “comandante”, a quem até pouco tempo servia como um arremedo de porta-voz.

No entanto, no entorno bolsonarista mais próximo e nos círculos de assessoramento jurídico de Bolsonaro, o fato de Wajngarten ser um sujeito que sabe de absolutamente tudo que se passou nos últimos anos envolvendo o ex-presidente é fator de preocupação, uma vez que uma delação dele poderia causar implosões incalculáveis no grupo.

•           Denúncia do encontro de Ronnie Lessa com os Bolsonaros não chegou a Lisboa?

Há três dias, o vice-presidente nacional do PT, deputado federal do Rio de Janeiro Washington Quaquá, numa entrevista à jornalista Hildegard Angel disse que um dia após assassinar Marielle Franco e Anderson Gomes, o ex-PM Ronnie Lessa ligou para Bolsonaro e se encontrou com um de seus filhos.

Mas parece que a notícia não chegou a Lisboa, onde ainda podem estar 160 autoridades brasileiras dos Três Poderes, que se encontravam na capital portuguesa desde a quarta-feira passada, em vez de estarem trabalhando no Brasil, já que as férias só começam agora em julho.

Só pode ser Lisboa a desculpa, com as fartas comemorações no Encontro promovido pelo Instituto do ministro Gilmar Mendes (por que o Encontro não é nas férias, ministro?), onde ocorreram festas em apartamentos de milionários, inclusive uma em comemoração ao aniversário do presidente da Câmara Arthur Lira, que aqui no Brasil continua a ser cobrado por Justiça pela sua ex-mulher e mãe de dois de seus filhos, Jullyene Lins.

Não há notícia de que a Polícia Federal tenha resolvido investigar o ocorrido e, principalmente, explicar ao público por que motivo não estão no inquérito final do caso a ligação de Ronnie Lessa a Jair Bolsonaro e o encontro com um de seus filhos — provavelmente Carlos, que estava no Rio e no Vivendas da Barra, de onde Ronnie Lessa partiu para os crimes.

<><> A revelação de Quaquá

 Na entrevista A Hildegard Angel, Quaquá revelou a ligação e o encontro de Ronnie Lessa com a família Bolsonaro, um dia após os Assassinatos.

Quaquá — O Brazão não é culpado pela morte da Marielle. 

Hilde — Muita gente acha isso. 

Quaquá — Não é culpado. Estão fazendo com o Brazão uma maldade. O Ronnie Lessa, que é o assassino, o vagabundo assassino, de um dos crimes mais brutais que esse país já viu, nunca se reuniu com o Brazão e não conhece o Brazão. Existe na Polícia Civil do Rio de Janeiro uma longa lista de grampos de telefone do Brazão que prova que eles nunca se falaram mesmo. Dizem que perdeu os registros. Não é verdade. Estão nas investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Então, eu não posso ser a favor do... tudo que fizeram com o PT, que esse sistema judicial brasileiro fez com o PT, eu não posso ser a favor de que faça com a pessoa que, de fato, é meu amigo, votou e fez campanha para o Lula em várias eleições. Só uma que ele não fez, foi a penúltima do Bolsonaro. Mas nem que não fosse, que fosse o próprio Bolsonaro. Eu acho que nós temos que ter.. O Estado precisa ter a capacidade de investigar e achar os assassinos da Marielle. Eu... Ela foi assassinada pelo que tem de mais sujo no Rio de Janeiro. Por esses matadores de aluguel que eram ligados à milícia no Rio de Janeiro. E, por incrível que pareça, um dia depois do assassinato de Marielle, o assassino Ronnie Lessa, que entregou o Brazão, ligou para a casa do Bolsonaro e se encontrou com o filho de Bolsonaro.

Hilde — Isso está nos autos?...

Quaquá — Absolutamente. Agora, foi... apartado da investigação da Polícia Federal. Então, é muito esquisito. É muito esquisita essa investigação. Eu não estou dizendo que são os Bolsonaro que mandaram matar. Mas por que não investigaram isso? Por que não foi investigado?

A Polícia Federal precisa esclarecer o assunto. Primeiramente dizendo se é verdadeira ou não a informação fornecida por Quaquá. A partir daí, sendo verdadeira, é bom que a PF esclareça por que não foi anexada ao inquérito final.

Além do mais, a PF poderia esclarecer outros pontos ainda hoje obscuros no caso.

<><> O Porteiro

No dia do crime, o motorista que levou Ronnie Lessa, Élcio Queiroz, foi buscá-lo no Vivendas da Barra, onde Ronnie morava e onde tem residência também o ex-presidente Bolsonaro.

Para entrar no condomínio havia o registro de que Élcio pediu autorização para ir ao apartamento de Bolsonaro. Sua entrada teria sido autorizada pelo próprio Jair Bolsonaro por telefone, segundo anotou no registro da portaria um porteiro que trabalhava há anos no condomínio.

Quando o fato veio a público, Bolsonaro já era presidente e determinou a seu ministro da Justiça da época, o ex-juiz Sergio Moro, que ouvisse o porteiro.

A PF ouviu o porteiro, que desdisse o que dissera, saiu de férias e sumiu do caso. Nunca mais se ouviu falar nele. Por quê?

Nas recentes investigações, agora sob o governo Lula, a PF voltou a ouvir o porteiro?

<><> O registro da portaria

Mas não foi só Sergio Moro que foi até o Vivendas. Carlos Bolsonaro, conhecido como Carluxo, filho do ex-presidente, ao saber da história de que o porteiro citou seu pai como o homem que autorizou o motorista do crime a entrar no condomínio, resolveu agir por conta própria.

Em vez de aguardar a polícia e a perícia nos registros de ligações do condomínio do dia do crime, Carluxo resolveu ele mesmo acessar o registro e divulgar o resultado para a imprensa.

Não seria o caso de obstrução de Justiça? Foi feita uma averiguação para ver se os dados não foram alterados?

<><> Os telefonemas entre as casas de Bolsonaro e Ronnie Lessa

Durante a investigação foram descobertas ligações telefônicas entre as casas de Bolsonaro e Ronnie Lessa. Mas Jair afirmou na época que nem se lembrava "desse cara" (assim se referiu a Lessa). Então, quem teria feito as ligações?

A saída veio de uma declaração de Jair Renan, o filho 04 de Jair, que disse que "pegou" quase todas as mulheres do condomínio, inclusive a filha de Ronnie. As ligações seriam dele para ela. Namoradinhos. Parece que a polícia se contentou com isso.

O caso é que a filha de Lessa, Mohana Lessa, morou nos Estados Unidos por três períodos, de onde contrabandeava armas e peças de armas para seu pai, segundo outra investigação.

Foi feito o cruzamento das ligações para saber se Mohana estava nos EUA ou no Vivendas da Barra quando as ligações da casa de Bolsonaro para a de Lessa foram feitas?

Ela deu depoimento à PF confirmando o namoro e as ligações?

<><> PGR e PF

O que a Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal têm a dizer sobre a revelação feita por um deputado federal, vice-presidente do PT, partido do presidente da República?

 

Fonte: Fórum

 

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