sábado, 20 de julho de 2024

'Um mundo sem a China é uma fantasia política': por que EUA querem apertar medidas protecionistas?

Os Estados Unidos estão considerando novas e mais restritivas medidas para pressionar os seus aliados a restringirem o seu comércio de chips com a China. Mas há um detalhe: a cadeia global de semicondutores está profundamente interligada, alertou o jornal Global Times.

Na quarta-feira (17), as ações do setor de chips sofreram quedas, com ações de grandes empresas de semicondutores como a Nvidia caindo drasticamente enquanto os mercados assimilavam relatos de uma repressão mais dura ao comércio com a China.

A Nvidia caiu mais de 6%, enquanto a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company caiu quase 7%, e a ASML caiu mais de 10%, segundo o Yahoo Finance.

A crise no setor ocorre no momento em que o governo do presidente Joe Biden está considerando restrições ainda mais rígidas ao acesso da China a produtos de chips de alta tecnologia dos EUA.

Segundo o editorial, Washington utiliza a chamada "diplomacia dos chips" para estabelecer uma estreita cooperação na cadeia de fornecimento de semicondutores com nações como o Japão e os Países Baixos e, desta forma, construir uma aliança internacional que exclui Pequim.

"No entanto, a cadeia global da indústria de chips está profundamente interconectada, e tentar criar artificialmente um mundo sem a China é apenas uma fantasia política", afirma o jornal.

O governo Biden está exigindo que os países aliados reforcem os serviços de manutenção para equipamentos de fabricação de chips chineses, impactando diretamente fornecedores de equipamentos importantes como ASML e Tokyo Electronics, bem como empresas de chips dos EUA como Intel, Qualcomm e Nvidia.

"A indústria de chips é um elo crítico na cadeia global da indústria de alta tecnologia, e sua estabilidade afeta diretamente a produção e a inovação de produtos eletrônicos. A repressão da China pelos EUA prejudica não apenas a comunidade global, mas também a si mesma", destaca a mídia.

De acordo com a Semiconductor Equipment and Materials International, as vendas globais de equipamentos de fabricação de semicondutores totais por fabricantes de equipamentos originais devem atingir US$ 109 bilhões (R$ 604 bilhões) em 2024, com a China respondendo por mais de 30%, tornando-se o maior mercado.

Espera-se que Nvidia, Intel e Qualcomm gerem receita anual significativa no mercado chinês. É também por isso que, apesar da pressão de Washington, o investimento da Intel na China está crescendo.

O crescimento do investimento "levou as empresas americanas a tentarem continuamente persuadir a Casa Branca a abandonar a política de atualização das restrições de chips na China. Muitos fabricantes americanos de equipamentos de chips expressaram recentemente em uma série de reuniões com autoridades dos EUA que a atual política comercial é contraproducente, prejudicando os interesses das empresas americanas de semicondutores, mas falhando em impedir o desenvolvimento da China como o governo dos EUA esperava", escreve a mídia.

Ao mesmo tempo, Washington está tentando impedir que as empresas chinesas obtenham equipamentos avançados de produção de chips e certas tecnologias-chave através dos seus controles de exportação.

Mas diante da pressão externa, as fabricantes chinesas de chips começarão inevitavelmente a acelerar os seus esforços independentes, promovendo assim o desenvolvimento sustentável a longo prazo da indústria nacional de semicondutores.

"A manifestação típica do 'bullying tecnológico' americano não só leva a China, mas também outros países do mundo a compreender profundamente a importância de manter uma ordem justa no campo da tecnologia e de promover o desenvolvimento comum", concluiu o Global Times.

<><> Em oposição ao governo Biden, Trump dá 'boas-vindas à China' para fábricar carros nos EUA

Em um movimento contrário ao da administração vigente, o ex-presidente Donald Trump reiterou a abertura para que montadoras chinesas produzam carros nos Estados Unidos como uma forma de impulsionar a economia.

A indicação do republicano sinaliza uma abordagem potencialmente diferente da efetuada pelo governo de Joe Biden que tentou impedir a entrada de veículos com ligações ao país.

"Agora mesmo, enquanto falamos, grandes fábricas estão sendo construídas do outro lado da fronteira no México pela China para fazer carros para vender nos EUA. Essas fábricas serão construídas nos Estados Unidos e nosso povo vai operar essas fábricas", disse Trump em um discurso na Convenção Nacional Republicana em Milwaukee na quinta-feira (18).

No entanto, Trump acrescentou que, de outra forma, aplicaria tarifas de até 200% em cada carro para impedi-los de entrar no país.

Os comentários são semelhantes às observações que ele fez em março em um comício em Ohio, dando boas-vindas às empresas automobilísticas chinesas para construir fábricas nos EUA, sem nomear nenhuma empresa, relembra a Bloomberg.

A maior fabricante de veículos elétricos da China, a BYD, está procurando montar uma das maiores fábricas de automóveis do México.

Tanto Trump quanto Biden buscam impedir que carros feitos na China entrem nos EUA para proteger fabricantes nacionais. Mas o candidato republicano parece adotar uma abordagem mais transacional quando se trata de empresas chinesas construindo carros em território norte-americano, ressalta a mídia.

Em contraste, Joe Biden examinou amplamente veículos com ligações à China, incluindo potencialmente aqueles feitos fora do país. Ao mesmo tempo, tentou excluir empresas com pelo menos 25% de propriedade de uma entidade governamental chinesa de se beneficiarem de créditos fiscais.

O presidente também lançou, em fevereiro, uma investigação sobre carros com software feito na China que poderiam comprometer os dados e a segurança de cidadãos dos EUA, conforme noticiado.

¨      Organização de Xangai está gradualmente se tornando rival da OTAN, diz mídia norte-americana

A OCX já tem alguma força, e pode minar a ordem mundial liderada pelos EUA se conseguir juntar a si países como a Arábia Saudita e a Turquia, segundo a Bloomberg.

Uma importante reunião dos principais atores geopolíticos ocorreu não na cúpula da OTAN nos Estados Unidos, mas na Organização para Cooperação de Xangai (OCX) no Cazaquistão, na opinião de um colunista da Bloomberg.

"De certa forma, a OCX é uma versão alternativa da OTAN. Em termos de população e extensão geográfica, a OCX é a maior organização de segurança e defesa do mundo. Sua área terrestre abrange 80% do continente eurasiano; seus membros compreendem 40% da população mundial", escreveu James Stavridis na quinta-feira (18).

Segundo o artigo de Stavridis, o problema para o Ocidente é a capacidade da Rússia e da China de usar a OCX para afastar as principais potências regionais da ordem mundial liderada pelos EUA, como a Arábia Saudita e a Turquia.

"A OTAN deve prestar mais atenção à crescente influência, ao potencial econômico e militar e às ambições do Grupo de Xangai", diz a Bloomberg.

A organização internacional OCX foi fundada em 2001. Ela é composta por dez países: Belarus, Cazaquistão, China, Índia, Irã, Paquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão. O Afeganistão e a Mongólia também são países observadores, e Armênia, Azerbaijão, Camboja, Emirados Árabes Unidos, Nepal, Sri Lanka e Turquia são países parceiros.

¨      Financiamento de Kiev impede a União Europeia de aumentar sua competitividade, diz Orbán

O primeiro-ministro da Hungria criticou o que disse ser o financiamento do conflito na Ucrânia, e em detrimento de investimentos no bloco europeu.

É difícil para a União Europeia melhorar sua competitividade em declínio enquanto ela "canalizar" dinheiro para a Ucrânia sem ser parte do conflito, disse Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria.

De acordo com ele, a Hungria nomeou o aumento da competitividade europeia uma das prioridades de sua presidência no Conselho da UE, e que pretende iniciar a conclusão de um pacto relevante.

"Encaremos os fatos: nesta guerra, a Europa até agora não ganhou nada, apenas perdeu. O dinheiro está indo para a Ucrânia, então é muito difícil melhorar a competitividade se, ao mesmo tempo, gastarmos muito dinheiro em uma guerra que nem sequer é nossa, mas uma guerra entre duas nações eslavas, e injetamos dinheiro em massa para um dos lados, já bem mais de cem bilhões de forints [R$ 1,54 bilhão]", delineou o premiê à rádio Kossuth.

O primeiro-ministro húngaro sublinhou que os agricultores europeus estão subfinanciados por causa do financiamento da Ucrânia, e que o desenvolvimento da infraestrutura em todo o continente está sendo reduzido.

Orbán disse repetidamente que a economia da Ucrânia havia entrado em colapso e só existia devido ao financiamento da Europa e dos EUA. Ele crê que Bruxelas apoia a continuação do conflito na Ucrânia porque montadores de armas especuladores e os grandes círculos econômicos ocidentais, incluindo o bilionário norte-americano George Soros, estão lucrando seriamente com isso, e querem acessar os recursos naturais da Rússia.

<><> Orçamento militar da Polônia será o maior da história em 2025, diz ministro da Defesa do país

Wladyslaw Kosiniak-Kamysz previu um "recorde" nos gastos militares poloneses para o próximo ano, ultrapassando, segundo ele, 4% do PIB.

O orçamento militar da Polônia para 2025 será o maior da história, anunciou o ministro da Defesa Nacional do país à rádio RadioZet.

"Mais do que neste ano. Um recorde na história", disse Wladyslaw Kosiniak-Kamysz quando questionado sobre o tamanho do orçamento militar, em uma entrevista publicada na quinta-feira (18).

Ele referiu que o orçamento militar de 2025 excedeu 4% do PIB.

"Será maior, com certeza, mais de 4%. Agora temos 4%. Três por cento é determinado pela legislação e cerca de 1% vem do Fundo de Apoio às Forças Armadas", disse o ministro.

Wieslaw Kukula, chefe do Estado-Maior da Polônia - Sputnik Brasil, 1920,

Ele destacou que, entre outras coisas, as Forças Armadas polonesas terão que gastar mais dinheiro com munição e subsídios para os soldados.

"O preço da munição de calibre 155 milímetros aumentou muito, mais que dobrou. Os maiores aumentos são nos subsídios dos soldados, 67% a mais do que nossos antecessores haviam planejado", referiu Kosiniak-Kamysz.

No sábado (13), Radoslaw Sikorski, ministro das Relações Exteriores da Polônia, declarou que Varsóvia planeja gastar 5% do PIB na área militar em 2025.

 

¨      Palestina pede que países reconsiderem relações com Israel após Corte reconhecer ocupação ilegal

O enviado especial da Autoridade Nacional Palestina (ANP) para Assuntos Internacionais, Riyad al-Malki, repercutiu nesta sexta-feira (19) a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que reconheceu a ocupação ilegal por Israel de territórios palestinos, apontando que houve anexação.

O enviado especial ainda pediu que todos os países reconsiderarem suas relações com Israel diante do reconhecimento da Justiça internacional de que houve anexação dos territórios palestinos por Tel Aviv.

"A Corte ordenou o fim da ocupação ilegal de Israel. Isso significa que todos os Estados e a ONU [Organização das Nações Unidas] devem imediatamente revisar suas relações bilaterais com Israel para garantir que suas políticas não contribuam para a contínua agressão de Israel contra o povo palestino", declarou al-Malki à imprensa ao final da sessão do Tribunal de Haia.

A CIJ também emitiu um parecer consultivo sobre as consequências da ocupação israelense dos territórios palestinos. Entre 19 e 26 de fevereiro, o órgão internacional realizou audiências às consequências da ocupação israelense dos territórios palestinos, incluindo a região de Jerusalém Oriental. As discussões também contaram com a participação de três organizações internacionais: a Liga Árabe, a Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) e a União Africana.

A delegação palestina pediu à CIJ que declarasse ilegal a anexação de seus territórios, em meio à última esperança para uma solução de dois Estados.

·        Guerra na Faixa de Gaza

As tensões entre Israel e a Palestina estão em um dos piores níveis da história desde 7 de outubro do ano passado, quando um ataque coordenado pelo Hamas contra mais de 20 comunidades israelenses resultou em aproximadamente 1,2 mil mortos, além da captura de 253 reféns, dos quais cerca de 100 foram posteriormente libertados em troca de prisioneiros.

Em retaliação, Israel declarou guerra ao Hamas e lançou uma série de bombardeios sobre Gaza, que até agora resultaram em quase 39 mil mortos e mais de 89,3 mil feridos.

Rússia e outros países instam Israel e o Hamas a negociarem um cessar-fogo e defendem uma solução de dois Estados, aprovada pela ONU em 1947, como o único caminho possível para alcançar uma paz duradoura na região.

<><> Netanyahu confirma que deve discursar no Congresso dos EUA na próxima semana

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou nesta quinta-feira (18) que possui planos de visitar os Estados Unidos na próxima semana, quando deve fazer um discurso no Congresso norte-americano. O país é o principal fiador de Tel Aviv em meio à guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza.

"Estou indo para os EUA na próxima semana para me dirigir a uma sessão conjunta do Congresso. Vou falar sobre a retidão de Israel [em meio ao conflito], mas também apresentarei seu valor", disse Netanyahu enquanto visitava a cidade fronteiriça de Rafah em Gaza, onde a operação militar contra o Hamas está em andamento há mais de dois meses.

A viagem do primeiro-ministro ocorre em meio ao comunicado da Casa Branca sobre o presidente dos EUA, Joe Biden, ter testado positivo para COVID-19.

Em maio, Biden anunciou um plano para um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, além da troca de reféns. A primeira etapa do acordo deve incluir uma paralisação das operações por seis semanas no enclave em troca da libertação de cerca de 40 reféns israelenses vivos e mortos.

Apesar de várias rodadas de negociações, as autoridades israelenses repetidamente afirmaram que Israel buscava continuar as hostilidades até que todos os seus objetivos fossem alcançados, sendo o principal deles, além da libertação do grupo, a completa eliminação do movimento Hamas.

Israel tem conduzido operações militares na Faixa de Gaza em resposta ao ataque de movimento palestino Hamas em seu território em 7 de outubro do ano passado, o que já provocou a morte de mais de 38 mil pessoas.

Pelo menos 120 reféns ainda estão sob custódia do movimento na enclave palestino, dos quais mais de 40 são considerados mortos, segundo autoridades israelenses. Durante diversas operações e esforços humanitários, 135 pessoas foram libertadas.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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