terça-feira, 23 de julho de 2024

Somos a 1ª geração que entendeu a crise climática e a última que pode freá-la

Estamos vivendo um momento crucial na história da humanidade. Pela primeira vez, temos uma compreensão mais clara da crise climática, de suas causas e consequências devastadoras para o meio ambiente e para as pessoas. Ao mesmo tempo, somos a última geração que tem a oportunidade de agir decisivamente para mitigar seus impactos.

Não existe uma “guerra” entre seres humanos e Natureza. Nós somos a Natureza e estamos promovendo nossa autodestruição com a forma em que consumimos. A produção e o consumo consciente são urgentemente necessários e indispensáveis para nossa sobrevivência. Nesse cenário, as empresas têm um papel fundamental a desempenhar e contribuir para um futuro melhor.

A educação socioambiental deve ser incorporada em todas as áreas das empresas. Isso significa, não basta ter uma equipe destinada a pensar esses temas, é necessário instituir o tema de forma transversal, desde os operários da fábrica até a alta governança. Contemplando a substituição de descartáveis até letramento de Diversidade & Inclusão. Uma abordagem eficaz é designar um multiplicador de conhecimento por equipe responsável por disseminar informações com fontes confiáveis.

Nesse sentido, experiências teóricas se complementam com vivências práticas, como, por exemplo, visitar uma cooperativa de reciclagem. É essencial investir no desenvolvimento do pensamento crítico dos colaboradores, para que as propostas já venham com esse direcionamento. Muitos de nós não tivemos uma formação socioambiental adequada em casa ou na escola, o que torna necessário começar do básico.

Para serem verdadeiramente responsáveis, as empresas devem examinar cada etapa do ciclo de vida de seus produtos e serviços. Isso inclui, produtos e serviços que resolvem problemas:

- Origem da Matéria-Prima: de onde vêm os materiais utilizados? São fontes sustentáveis e eticamente obtidas?

- Práticas de Produção: minimizam o impacto ambiental e utilizam energias renováveis e reduzem o desperdício?

- Deslocamento: como os produtos são transportados? Há alternativas menos poluentes?

- Complexidade nas Embalagens: as embalagens são recicláveis ou compostáveis? Elas são excessivamente complexas ou podem ser simplificadas?

- Condições Humanas: os trabalhadores envolvidos no processo de produção estão em condições dignas e justas?

•        Governança que prioriza impacto positivo

A governança corporativa deve ser reestruturada para priorizar decisões que gerem impacto positivo. Isso significa que o ESG (Ambiental, Social e Governança) deve sair da teoria e ser integrado na prática diária das empresas. A responsabilidade ambiental não pode ser um apêndice das operações, mas sim o coração de todas as decisões corporativas. Para isso, é necessário ter ao menos um membro especialista em ESG/CLIMA no Conselho Executivo e Deliberativo.

A crise climática é o desafio definidor de nossa era. As empresas têm o poder e a responsabilidade de liderar a mudança. Ao educar seus colaboradores, adotar práticas de produção responsáveis, reformular suas estratégias de marketing e implementar uma governança voltada para o impacto positivo, as empresas podem ser protagonistas na criação de um futuro mais sustentável.

O tempo para agir é agora. Somos a primeira geração que entende a crise climática e a última que pode freá-la. Que possamos ser protagonistas desse desafio histórico.

 

•        O alarmante declínio do oxigênio nos mares e rios da Terra

Cientistas alertam que os níveis de oxigênio dissolvido em corpos d’água ao redor do mundo estão diminuindo rapidamente, colocando em risco ecossistemas aquáticos essenciais e a vida de bilhões de pessoas que dependem desses habitats para alimentação e renda.

Assim como o oxigênio atmosférico é vital para animais como nós, o oxigênio dissolvido (OD) na água é essencial para ecossistemas aquáticos saudáveis, sejam eles de água doce ou marinhos. Com bilhões de pessoas dependentes desses habitats para alimentação e renda, é preocupante que o oxigênio nesses ecossistemas esteja diminuindo substancial e rapidamente.

Uma equipe liderada pelo ecologista Kevin Rose publicou um artigo na Nature Ecology & Evolution, que propõe que a desoxigenação aquática seja adicionada à lista de ‘fronteiras planetárias’, que atualmente descreve nove domínios que impõem limites “dentro dos quais a humanidade pode continuar a se desenvolver e prosperar por gerações futuras”.

<><> Quais são as fronteiras planetárias?

Até agora, as fronteiras planetárias incluem:

•        Mudança climática;

•        Acidificação dos oceanos;

•        Redução da camada de ozônio estratosférico;

•        Interferência nos ciclos globais de fósforo e nitrogênio;

•        Taxa de perda de biodiversidade;

•        Uso global de água doce;

•        Mudança no sistema terrestre;

•        Carga de aerossóis;

•        Poluição química.

Uma equipe liderada pelo ecologista de água doce Kevin Rose, do Instituto Politécnico Rensselaer nos EUA, está preocupada que essa lista ignore um dos limites mais importantes da Terra.

“A desoxigenação observada nos ecossistemas de água doce e marinhos da Terra representa um processo adicional de fronteira planetária, que é crítico para a integridade dos sistemas ecológicos e sociais da Terra, e tanto regula quanto responde às mudanças em outros processos de fronteira planetária.” - Trecho do artigo publicado na Nature

<><> Razões para a queda de oxigênio na água

Os níveis de oxigênio dissolvido na água caem por várias razões. Águas mais quentes não conseguem reter tanto oxigênio dissolvido e, com as emissões de gases de efeito estufa elevando as temperaturas do ar e da água acima das médias de longo prazo, as águas superficiais estão se tornando menos capazes de manter esse elemento vital.

O oxigênio dissolvido também pode ser consumido pela vida aquática mais rapidamente do que é reposto pelos produtores do ecossistema. Florescimentos de algas e booms bacterianos, desencadeados por um influxo de matéria orgânica e nutrientes provenientes de fertilizantes agrícolas e domésticos, esgotos e resíduos industriais, rapidamente consomem o oxigênio dissolvido disponível.

Nos piores casos, o oxigênio torna-se tão escasso que os micróbios sufocam e morrem, muitas vezes levando consigo espécies maiores. Populações de micróbios que não dependem de oxigênio então se alimentam da abundância de matéria orgânica morta, crescendo a uma densidade que reduz a luz e limita a fotossíntese, prendendo todo o corpo d’água em um ciclo vicioso e sufocante chamado eutrofização.

<><> Aumento da diferença de densidade

A desoxigenação aquática também é impulsionada por um aumento na diferença de densidade entre camadas na coluna de água. Este aumento pode ser atribuído ao aquecimento mais rápido das águas superficiais em relação às águas profundas e ao derretimento do gelo, que diminui a salinidade da superfície nos oceanos.

Quanto mais definidas essas camadas são, menos movimento há entre elas, o que a vida subaquática vertical depende. Essas flutuações de densidade movem a água superficial oxigenada para as profundezas e, sem essa circulação impulsionada pela temperatura, a ventilação nas profundezas dos ambientes aquáticos para.

Tudo isso tem causado estragos nos ecossistemas aquáticos, dos quais nossa própria espécie depende para alimentação, água, renda e bem-estar.

•        Chamada para ação global

Os autores do artigo chamam por um esforço global concertado para monitorar e pesquisar a desoxigenação das partes ‘azuis’ do nosso planeta, juntamente com esforços políticos para prevenir a desoxigenação rápida e os desafios associados que já estamos começando a enfrentar.

“Reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o escoamento de nutrientes e os inputs de carbono orgânico (por exemplo, carga de esgoto bruto) retardaria ou potencialmente reverteria a desoxigenação. A expansão da estrutura das fronteiras planetárias para incluir a desoxigenação como uma fronteira [ajudará] a focar esses esforços.” - Trecho do artigo publicado na Nature

 

•        Logística reversa: economia pra empresas e ajuda pro meio ambiente

A indústria de telecomunicações gera um volume grande de resíduos eletrônicos, incluindo celulares, modems, roteadores e baterias. Porém, a logística reversa vem se mostrando um caminho ambientalmente correto e economicamente vantajoso.

Em um cenário de crescimento no volume de lixo eletrônico, a questão torna-se mais importante do que nunca. O E-Waste Monitor 2024, relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que analisa o descarte desse tipo de resíduos, revelou que os brasileiros jogam fora 2,4 bilhões de quilos de material eletroeletrônico todos os anos. O número representa um crescimento de cerca de 15% se comparado ao volume do relatório anterior, em 2020. Por isso, dar o destino adequado para estes materiais torna-se urgente.

Carlos Tanaka, fundador da PostalGow e especialista em logística, explica que esse movimento é uma tendência que atinge diretamente a questão ambiental, além de ser uma estratégia econômica.

“As empresas que conseguem implementar esse sistema de forma eficiente têm uma redução nos custos de produção”, avalia.

<><> Redução de custos e otimização de recursos

O descarte inadequado dos resíduos eletrônicos causa diversos danos, como contaminação do solo e da água, problemas de saúde e riscos à biodiversidade. Nesse contexto, a logística reversa se firma como ferramenta para coletar, transportar, processar e destinar corretamente esses aparelhos e componentes, promovendo sua reutilização, reciclagem e descarte seguro.

A logística reversa ajuda até a eliminar os altos custos de destinação a aterros sanitários, que podem variar entre R$ 0,50 e R$ 3 por quilo. Em contrapartida, a reciclagem pode gerar receita de até R$ 5 por kg. Essa prática também permite a recuperação de materiais como metais preciosos e plásticos, que serão reutilizados na produção de novos produtos. Estudos da Universidade de São Paulo (USP) indicam que a reutilização pode gerar uma economia de até 20% nos custos de produção.

Além disso, a pratica contribui para a redução de devoluções e trocas de produtos defeituosos ou danificados, diminuindo custos com transporte, mão de obra e atendimento ao cliente.

<><> Benefícios para clientes e meio ambiente

Os consumidores também saem ganhando quando existe essa política por parte das empresas. Aquelas que adotam práticas sustentáveis se tornam a preferência de 72% dos consumidores, conforme apontado por uma pesquisa do Procon.

Quem oferece programas desse tipo, e ainda com descontos ou troca de produtos usados por novos, conseguem fidelizar sua base de consumidores e atrair novos. A implementação da logística reversa também fortalece a imagem das empresas junto ao público e aos investidores, demonstrando um compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Isso pode resultar em maior fidelização de clientes e atração de novos investidores.

Carlos Tanaka destaca a relevância estratégica dessa prática para todo o setor de telecomunicações.

“Trata-se de uma oportunidade para que todos os envolvidos possam inovar em seus processos e se destacarem em um mercado cada vez mais competitivo. Investir nessa área deixou de ser meramente um posicionamento a favor do meio ambiente, mas também uma opção clara pelos custos mais baixos”, finaliza.

 

•        Enchentes: tecnologia com IA é usada para prevenção de desastres naturais . Por Hilton Carvalho  

As enchentes são o tipo mais frequente de desastre natural e ocorrem quando um excesso de água submerge terrenos que normalmente são secos. As inundações são causadas, geralmente, por chuvas intensas, ocupação desordenada do espaço, pela impermeabilização do solo, pela eliminação da vegetação nativa, pela deposição irregular de resíduos sólidos, ciclone tropical ou tsunami em áreas costeiras.  

Um levantamento realizado pela Confederação dos Municípios, em 2023, revelou que pelo menos 5,8 milhões de brasileiros foram afetados diretamente pelo impacto de chuvas ou secas no ano passado. Esses números incluem casos de perda de vidas, desalojamentos e perdas econômicas significativas. A grande questão é se é possível prever inundações desse porte — e a resposta é sim. Atualmente, com a inteligência artificial, já é possível monitorar, em tempo real, o aumento do nível da água em determinados locais, permitindo que as autoridades removam pessoas de áreas de risco com antecedência. 

<><> O que normalmente acontece nas cidades brasileiras?

Segundo o Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade do Ipea, as medidas estruturais intensivas são as mais utilizadas. Essas obras de engenharia implementadas para reduzir o risco de enchentes podem ser de três tipos, dependendo da sua função: i) aceleração do escoamento — diques e canalizações, que aumentam a capacidade de descarga de rios e o corte de meandros; ii) retardamento do escoamento — reservatórios e bacias de amortecimento; iii) desvio do escoamento — canais de desvio. 

No entanto, não existem ferramentas para detecção da altura de água na maior parte das cidades do nosso país, ou, quando existem, elas não conseguem fornecer imagens atualizadas do local. O mais comum é a instalação de apenas uma régua de medição, sem qualquer sensor, o que exige visitar a região ou depender de outros sistemas para verificar a situação, causando inúmeros problemas. 

<><> Soluções com IA

Os sistemas de monitoramento com câmeras do tipo All-in-One, que contam com inteligência artificial para detecção do nível de água, funcionam 24/7 para ler informações em tempo real e enviar alertas ao centro de comando, que irá verificar se o alarme é verdadeiro ou não. A câmera PTZ, por exemplo, é uma das opções que inclusive apresenta excelente desempenho em baixa luminosidade. A leitura do ponto de água pode ser sobreposta na transmissão ao vivo, bem como nas gravações de vídeo com a tecnologia de IA incorporada. Além disso, os dados brutos podem ser exportados para realização de análises off-line com base na localização, data/hora e outras condições para revisar os dados históricos e acompanhar as tendências.

Assim, a gestão de alarmes pode ser realizada de forma adequada, pois o sistema exibe todos os alarmes e o operador pode tratar com base no processo de POP (Procedimento operacional padrão), além de visualizar os detalhes de cada um deles conforme necessário. Tudo é registrado na trilha de auditoria. O operador pode gerenciar centralmente a visualização ao vivo ou a reprodução dos sites, além de gerenciar a permissão e os direitos de acesso ao sistema.

O sistema de monitoramento com câmeras que utilizam IA é ideal para diversos cenários. Pode ser implantado em locais de acúmulo de água, como estradas, ruas e vias propensas a inundações, garantindo a segurança da população. Além disso, é perfeito para reservatórios e barragens, assim como para margens de rios e lagos próximos a áreas urbanas. Adicionalmente, o sistema pode ser instalado ao longo das trilhas ferroviárias para evitar danos aos equipamentos, prevenindo transtornos aos cidadãos e custos à administração pública. 

 

Fonte: Homework/Olhar Digital/NB Press Comunicação

 

Nenhum comentário: