Somos a 1ª geração que entendeu a crise
climática e a última que pode freá-la
Estamos vivendo um
momento crucial na história da humanidade. Pela primeira vez, temos uma
compreensão mais clara da crise climática, de suas causas e consequências
devastadoras para o meio ambiente e para as pessoas. Ao mesmo tempo, somos a
última geração que tem a oportunidade de agir decisivamente para mitigar seus
impactos.
Não existe uma
“guerra” entre seres humanos e Natureza. Nós somos a Natureza e estamos
promovendo nossa autodestruição com a forma em que consumimos. A produção e o
consumo consciente são urgentemente necessários e indispensáveis para nossa
sobrevivência. Nesse cenário, as empresas têm um papel fundamental a
desempenhar e contribuir para um futuro melhor.
A educação
socioambiental deve ser incorporada em todas as áreas das empresas. Isso
significa, não basta ter uma equipe destinada a pensar esses temas, é
necessário instituir o tema de forma transversal, desde os operários da fábrica
até a alta governança. Contemplando a substituição de descartáveis até
letramento de Diversidade & Inclusão. Uma abordagem eficaz é designar um
multiplicador de conhecimento por equipe responsável por disseminar informações
com fontes confiáveis.
Nesse sentido,
experiências teóricas se complementam com vivências práticas, como, por
exemplo, visitar uma cooperativa de reciclagem. É essencial investir no
desenvolvimento do pensamento crítico dos colaboradores, para que as propostas
já venham com esse direcionamento. Muitos de nós não tivemos uma formação
socioambiental adequada em casa ou na escola, o que torna necessário começar do
básico.
Para serem
verdadeiramente responsáveis, as empresas devem examinar cada etapa do ciclo de
vida de seus produtos e serviços. Isso inclui, produtos e serviços que resolvem
problemas:
- Origem da
Matéria-Prima: de onde vêm os materiais utilizados? São fontes sustentáveis e
eticamente obtidas?
- Práticas de
Produção: minimizam o impacto ambiental e utilizam energias renováveis e
reduzem o desperdício?
- Deslocamento: como
os produtos são transportados? Há alternativas menos poluentes?
- Complexidade nas
Embalagens: as embalagens são recicláveis ou compostáveis? Elas são
excessivamente complexas ou podem ser simplificadas?
- Condições Humanas:
os trabalhadores envolvidos no processo de produção estão em condições dignas e
justas?
• Governança que prioriza impacto positivo
A governança
corporativa deve ser reestruturada para priorizar decisões que gerem impacto
positivo. Isso significa que o ESG (Ambiental, Social e Governança) deve sair
da teoria e ser integrado na prática diária das empresas. A responsabilidade
ambiental não pode ser um apêndice das operações, mas sim o coração de todas as
decisões corporativas. Para isso, é necessário ter ao menos um membro
especialista em ESG/CLIMA no Conselho Executivo e Deliberativo.
A crise climática é o
desafio definidor de nossa era. As empresas têm o poder e a responsabilidade de
liderar a mudança. Ao educar seus colaboradores, adotar práticas de produção
responsáveis, reformular suas estratégias de marketing e implementar uma governança
voltada para o impacto positivo, as empresas podem ser protagonistas na criação
de um futuro mais sustentável.
O tempo para agir é
agora. Somos a primeira geração que entende a crise climática e a última que
pode freá-la. Que possamos ser protagonistas desse desafio histórico.
• O alarmante declínio do oxigênio nos
mares e rios da Terra
Cientistas alertam que
os níveis de oxigênio dissolvido em corpos d’água ao redor do mundo estão
diminuindo rapidamente, colocando em risco ecossistemas aquáticos essenciais e
a vida de bilhões de pessoas que dependem desses habitats para alimentação e renda.
Assim como o oxigênio
atmosférico é vital para animais como nós, o oxigênio dissolvido (OD) na água é
essencial para ecossistemas aquáticos saudáveis, sejam eles de água doce ou
marinhos. Com bilhões de pessoas dependentes desses habitats para alimentação e
renda, é preocupante que o oxigênio nesses ecossistemas esteja diminuindo
substancial e rapidamente.
Uma equipe liderada
pelo ecologista Kevin Rose publicou um artigo na Nature Ecology &
Evolution, que propõe que a desoxigenação aquática seja adicionada à lista de
‘fronteiras planetárias’, que atualmente descreve nove domínios que impõem
limites “dentro dos quais a humanidade pode continuar a se desenvolver e
prosperar por gerações futuras”.
<><> Quais
são as fronteiras planetárias?
Até agora, as
fronteiras planetárias incluem:
• Mudança climática;
• Acidificação dos oceanos;
• Redução da camada de ozônio
estratosférico;
• Interferência nos ciclos globais de
fósforo e nitrogênio;
• Taxa de perda de biodiversidade;
• Uso global de água doce;
• Mudança no sistema terrestre;
• Carga de aerossóis;
• Poluição química.
Uma equipe liderada
pelo ecologista de água doce Kevin Rose, do Instituto Politécnico Rensselaer
nos EUA, está preocupada que essa lista ignore um dos limites mais importantes
da Terra.
“A desoxigenação
observada nos ecossistemas de água doce e marinhos da Terra representa um
processo adicional de fronteira planetária, que é crítico para a integridade
dos sistemas ecológicos e sociais da Terra, e tanto regula quanto responde às
mudanças em outros processos de fronteira planetária.” - Trecho do artigo
publicado na Nature
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Razões para a queda de oxigênio na água
Os níveis de oxigênio
dissolvido na água caem por várias razões. Águas mais quentes não conseguem
reter tanto oxigênio dissolvido e, com as emissões de gases de efeito estufa
elevando as temperaturas do ar e da água acima das médias de longo prazo, as águas
superficiais estão se tornando menos capazes de manter esse elemento vital.
O oxigênio dissolvido
também pode ser consumido pela vida aquática mais rapidamente do que é reposto
pelos produtores do ecossistema. Florescimentos de algas e booms bacterianos,
desencadeados por um influxo de matéria orgânica e nutrientes provenientes de
fertilizantes agrícolas e domésticos, esgotos e resíduos industriais,
rapidamente consomem o oxigênio dissolvido disponível.
Nos piores casos, o
oxigênio torna-se tão escasso que os micróbios sufocam e morrem, muitas vezes
levando consigo espécies maiores. Populações de micróbios que não dependem de
oxigênio então se alimentam da abundância de matéria orgânica morta, crescendo
a uma densidade que reduz a luz e limita a fotossíntese, prendendo todo o corpo
d’água em um ciclo vicioso e sufocante chamado eutrofização.
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Aumento da diferença de densidade
A desoxigenação
aquática também é impulsionada por um aumento na diferença de densidade entre
camadas na coluna de água. Este aumento pode ser atribuído ao aquecimento mais
rápido das águas superficiais em relação às águas profundas e ao derretimento
do gelo, que diminui a salinidade da superfície nos oceanos.
Quanto mais definidas
essas camadas são, menos movimento há entre elas, o que a vida subaquática
vertical depende. Essas flutuações de densidade movem a água superficial
oxigenada para as profundezas e, sem essa circulação impulsionada pela
temperatura, a ventilação nas profundezas dos ambientes aquáticos para.
Tudo isso tem causado
estragos nos ecossistemas aquáticos, dos quais nossa própria espécie depende
para alimentação, água, renda e bem-estar.
• Chamada para ação global
Os autores do artigo
chamam por um esforço global concertado para monitorar e pesquisar a
desoxigenação das partes ‘azuis’ do nosso planeta, juntamente com esforços
políticos para prevenir a desoxigenação rápida e os desafios associados que já
estamos começando a enfrentar.
“Reduzir as emissões
de gases de efeito estufa, o escoamento de nutrientes e os inputs de carbono
orgânico (por exemplo, carga de esgoto bruto) retardaria ou potencialmente
reverteria a desoxigenação. A expansão da estrutura das fronteiras planetárias
para incluir a desoxigenação como uma fronteira [ajudará] a focar esses
esforços.” - Trecho do artigo publicado na Nature
• Logística reversa: economia pra empresas
e ajuda pro meio ambiente
A indústria de
telecomunicações gera um volume grande de resíduos eletrônicos, incluindo
celulares, modems, roteadores e baterias. Porém, a logística reversa vem se
mostrando um caminho ambientalmente correto e economicamente vantajoso.
Em um cenário de
crescimento no volume de lixo eletrônico, a questão torna-se mais importante do
que nunca. O E-Waste Monitor 2024, relatório da Organização das Nações Unidas
(ONU) que analisa o descarte desse tipo de resíduos, revelou que os brasileiros
jogam fora 2,4 bilhões de quilos de material eletroeletrônico todos os anos. O
número representa um crescimento de cerca de 15% se comparado ao volume do
relatório anterior, em 2020. Por isso, dar o destino adequado para estes
materiais torna-se urgente.
Carlos Tanaka,
fundador da PostalGow e especialista em logística, explica que esse movimento é
uma tendência que atinge diretamente a questão ambiental, além de ser uma
estratégia econômica.
“As empresas que
conseguem implementar esse sistema de forma eficiente têm uma redução nos
custos de produção”, avalia.
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Redução de custos e otimização de recursos
O descarte inadequado
dos resíduos eletrônicos causa diversos danos, como contaminação do solo e da
água, problemas de saúde e riscos à biodiversidade. Nesse contexto, a logística
reversa se firma como ferramenta para coletar, transportar, processar e destinar
corretamente esses aparelhos e componentes, promovendo sua reutilização,
reciclagem e descarte seguro.
A logística reversa
ajuda até a eliminar os altos custos de destinação a aterros sanitários, que
podem variar entre R$ 0,50 e R$ 3 por quilo. Em contrapartida, a reciclagem
pode gerar receita de até R$ 5 por kg. Essa prática também permite a
recuperação de materiais como metais preciosos e plásticos, que serão
reutilizados na produção de novos produtos. Estudos da Universidade de São
Paulo (USP) indicam que a reutilização pode gerar uma economia de até 20% nos
custos de produção.
Além disso, a pratica
contribui para a redução de devoluções e trocas de produtos defeituosos ou
danificados, diminuindo custos com transporte, mão de obra e atendimento ao
cliente.
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Benefícios para clientes e meio ambiente
Os consumidores também
saem ganhando quando existe essa política por parte das empresas. Aquelas que
adotam práticas sustentáveis se tornam a preferência de 72% dos consumidores,
conforme apontado por uma pesquisa do Procon.
Quem oferece programas
desse tipo, e ainda com descontos ou troca de produtos usados por novos,
conseguem fidelizar sua base de consumidores e atrair novos. A implementação da
logística reversa também fortalece a imagem das empresas junto ao público e aos
investidores, demonstrando um compromisso com a sustentabilidade e a
responsabilidade social. Isso pode resultar em maior fidelização de clientes e
atração de novos investidores.
Carlos Tanaka destaca
a relevância estratégica dessa prática para todo o setor de telecomunicações.
“Trata-se de uma
oportunidade para que todos os envolvidos possam inovar em seus processos e se
destacarem em um mercado cada vez mais competitivo. Investir nessa área deixou
de ser meramente um posicionamento a favor do meio ambiente, mas também uma opção
clara pelos custos mais baixos”, finaliza.
• Enchentes: tecnologia com IA é usada
para prevenção de desastres naturais . Por Hilton Carvalho
As enchentes são o
tipo mais frequente de desastre natural e ocorrem quando um excesso de água
submerge terrenos que normalmente são secos. As inundações são causadas,
geralmente, por chuvas intensas, ocupação desordenada do espaço, pela
impermeabilização do solo, pela eliminação da vegetação nativa, pela deposição
irregular de resíduos sólidos, ciclone tropical ou tsunami em áreas
costeiras.
Um levantamento
realizado pela Confederação dos Municípios, em 2023, revelou que pelo menos 5,8
milhões de brasileiros foram afetados diretamente pelo impacto de chuvas ou
secas no ano passado. Esses números incluem casos de perda de vidas,
desalojamentos e perdas econômicas significativas. A grande questão é se é
possível prever inundações desse porte — e a resposta é sim. Atualmente, com a
inteligência artificial, já é possível monitorar, em tempo real, o aumento do
nível da água em determinados locais, permitindo que as autoridades removam
pessoas de áreas de risco com antecedência.
<><> O que
normalmente acontece nas cidades brasileiras?
Segundo o Centro de
Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade do Ipea, as medidas estruturais
intensivas são as mais utilizadas. Essas obras de engenharia implementadas para
reduzir o risco de enchentes podem ser de três tipos, dependendo da sua função:
i) aceleração do escoamento — diques e canalizações, que aumentam a capacidade
de descarga de rios e o corte de meandros; ii) retardamento do escoamento —
reservatórios e bacias de amortecimento; iii) desvio do escoamento — canais de
desvio.
No entanto, não
existem ferramentas para detecção da altura de água na maior parte das cidades
do nosso país, ou, quando existem, elas não conseguem fornecer imagens
atualizadas do local. O mais comum é a instalação de apenas uma régua de
medição, sem qualquer sensor, o que exige visitar a região ou depender de
outros sistemas para verificar a situação, causando inúmeros problemas.
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Soluções com IA
Os sistemas de
monitoramento com câmeras do tipo All-in-One, que contam com inteligência
artificial para detecção do nível de água, funcionam 24/7 para ler informações
em tempo real e enviar alertas ao centro de comando, que irá verificar se o
alarme é verdadeiro ou não. A câmera PTZ, por exemplo, é uma das opções que
inclusive apresenta excelente desempenho em baixa luminosidade. A leitura do
ponto de água pode ser sobreposta na transmissão ao vivo, bem como nas
gravações de vídeo com a tecnologia de IA incorporada. Além disso, os dados
brutos podem ser exportados para realização de análises off-line com base na
localização, data/hora e outras condições para revisar os dados históricos e
acompanhar as tendências.
Assim, a gestão de
alarmes pode ser realizada de forma adequada, pois o sistema exibe todos os
alarmes e o operador pode tratar com base no processo de POP (Procedimento
operacional padrão), além de visualizar os detalhes de cada um deles conforme
necessário. Tudo é registrado na trilha de auditoria. O operador pode gerenciar
centralmente a visualização ao vivo ou a reprodução dos sites, além de
gerenciar a permissão e os direitos de acesso ao sistema.
O sistema de
monitoramento com câmeras que utilizam IA é ideal para diversos cenários. Pode
ser implantado em locais de acúmulo de água, como estradas, ruas e vias
propensas a inundações, garantindo a segurança da população. Além disso, é
perfeito para reservatórios e barragens, assim como para margens de rios e
lagos próximos a áreas urbanas. Adicionalmente, o sistema pode ser instalado ao
longo das trilhas ferroviárias para evitar danos aos equipamentos, prevenindo
transtornos aos cidadãos e custos à administração pública.
Fonte: Homework/Olhar
Digital/NB Press Comunicação
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