Israel não cumpre ordens da Corte da ONU
por causa do apoio dos EUA, diz Erdogan
O presidente turco,
Recep Tayyip Erdogan, afirmou que Israel não está cumprindo as decisões do
Tribunal Internacional de Justiça da ONU devido ao apoio dos EUA e do Ocidente
em geral, mas que a Turquia continuará exercendo pressão.
Na sexta-feira (19), o
Tribunal Internacional de Justiça da ONU emitiu um parecer consultivo sobre as
consequências legais da ocupação de territórios palestinos por Israel. A Corte
constatou que a criação de novos assentamentos de Israel violam o direito
internacional e constituem anexação. A entidade instou Israel a cessar, o mais
rapidamente possível, a implantação de novos colonatos nos territórios
palestinos e a sua presença ilegal lá, bem como a pagar reparações pelos danos
causados pela ocupação ilegal.
"O Tribunal
Internacional de Justiça também condenou Israel a pagar uma indenização. O
valor da indenização ainda não foi anunciado. Até a data, Israel não cumpriu
nenhuma das ordens do Tribunal Internacional de Justiça porque o Ocidente,
especialmente os EUA, estão do lado dele. Atualmente, nós, junto com muitos
países do mundo, estamos exercendo a pressão necessária e continuaremos a
fazê-lo", disse o líder turco aos jornalistas.
Segundo Erdogan, nada
pode ser alcançado apoiando Israel e ignorando a sistemática "perseguição
do povo palestino oprimido por muitos anos".
"Israel deve ser
punido pelo que fez, e essa punição deve ser suficientemente exemplar para que
ninguém possa mais pensar em tal atrocidade", disse o presidente turco.
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Delegações palestinas chegam à China otimistas por reconciliação, diz liderança
do Fatah
Dr. Tayseer Nasrallah,
membro do conselho revolucionário do Fatah, expressou seu otimismo sobre o
sucesso da segunda reunião das facções palestinas, que ocorre neste fim de
semana a convite da China.
Pequim deve acolher
uma segunda reunião das facções palestinas, incluindo os movimentos Jihad
Islâmica e Hamas, a fim de chegar a uma solução para a questão do fim da
divisão política do povo.
As rodadas de diálogo
em Pequim surgem depois de um encontro reuniu os movimentos políticos na
capital russa, Moscou, no final de fevereiro passado.
Em abril do ano
passado, a China já havia acolhido um encontro que reuniu o Fatah, o Hamas e o
restante das facções palestinas. Apesar do fracasso em chegar a um consenso, a
nação asiática destacou que os lados "concordaram em continuar o caminho
das negociações para alcançar em breve a solidariedade e a unidade
palestina".
Em declaração à
Sputnik, Nasrallah acrescentou que a delegação do Fatah se deslocou a Pequim
com instruções claras para tornar a reunião um sucesso e não desperdiçar a
oportunidade. O membro do conselho revolucionário manifestou também a sua
esperança de que este espírito prevaleça entre todas as delegações,
especialmente a do Hamas.
Segundo Tayseer, o
nível de seriedade com que a China trata o assunto aumenta seu otimismo e sua
vontade de chegar a um consenso.
Embora a reunião reúna
aproximadamente 14 facções palestinas, segundo os observadores, a atenção está
voltada para os movimentos Hamas e Fatah como os "dois lados da
divisão".
Desde 2007, após uma
guerra civil em Gaza devido a contestação da vitória eleitoral do Hamas, os
palestinos se encontram divididos em dois governos. A Faixa de Gaza é governada
pelo movimento político Hamas, enquanto a região da Cisjordânia é governada pelo
Fatah através da entidade administrativa Autoridade Palestina.
"A China sempre
apoiou as facções palestinas na chegada a uma reconciliação e na solidariedade
através do diálogo, e trabalha para fornecer plataformas e oportunidades para
todas as facções palestinas conduzirem o diálogo para a reconciliação",
disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, em
uma coletiva de imprensa.
"A direção dos
nossos esforços é a mesma de outras partes relevantes, e queremos melhorar a
comunicação e a coordenação com eles para trabalharmos juntos para alcançar a
reconciliação interna na Palestina".
¨ Egito demonstra preocupação com ataques aéreos israelenses em
Hudaydah, no Iêmen
O Ministério das
Relações Exteriores egípcio divulgou neste sábado (20) uma nota oficial
expressando preocupação com o recente ataque israelense à cidade portuária de
Hudaydah, no Iêmen, e apelou para que todas as partes ajam com moderação e
reduzam a escalada da violência.
"O Egito expressa
preocupação com a operação militar israelense no Iêmen, que aumenta ainda mais
as tensões atuais. Apela a todas as partes para exercerem contenção e reduzirem
a escalada", diz o comunicado.
Pelo menos três
pessoas morreram e outras 80 ficaram feridas, a maioria por conta dos
incêndios, disse uma fonte do Ministério da Saúde do Iêmen à Sputnik.
As Forças de Defesa de
Israel reivindicaram a responsabilidadepelos ataques aéreos em Hudaydah, como
resposta aos realizados contra Israel. O primeiro-ministro israelense Benjamin
Netanyahu afirmou ainda que o porto atacado era usado para fins militares,
incluindo a importação de armas do Irã.
ONU também expressa
preocupação
O secretário-geral das
Nações Unidas, Antônio Guterres, também está "profundamente preocupado com
os ataques:
"O
Secretário-Geral está profundamente preocupado com os últimos relatos de
ataques aéreos perto do porto de Al Hudaydah, no Iémen", anunciou o
comunicado publicado pelo gabinete do secretário.
Guterres também
expressou preocupação com o risco de uma nova escalada na região.
O porta-voz do
movimento, Mohammad Abdessalam, confirmou que os ataques aéreos israelenses
atingiram instalações petrolíferas e uma usina de energia no porto, causando
incêndios.
Confirmado pelas
Forças de Defesa de Israel (FDI), este foi o primeiro ataque isralense contra o
Ansar Allah. O bombardeio foi feito ""em resposta às centenas de
ataques realizados contra o Estado de Israel nos últimos meses", afirmaram
as forças do país em sua conta no Telegram.
Após diversos ataques
contra cidades menores israelenses, na quinta-feira (18) o movimento xiita
iemenita lançou seu primeiro ataque bem-sucedido contra a capital israelense de
Tel-Aviv, deixando uma pessoa morta.
O ataque atingiu um
edifício próximo ao consulado dos Estados Unidos e penetrou a defesa aérea de
Israel, Iron Dome.
No final do ano
passado, os houthis anunciaram que atacariam navios associados a Israel que
passassem pelo mar Vermelho até que o país interrompesse sua ofensiva contra
Gaza.
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EUA e Israel trabalharam em conjunto
Segundo relatado pelo
portal Axios, citando fontes anônimas dos governos dos EUA e de Israel,
representantes militares de ambos os países estiveram em comunicação logo antes
do ataque de hoje.
Ainda segundo a fonte
israelense, os ataques teriam sido realizados em conjunto entre as duas nações.
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EUA e Reino Unido lançam 4 ataques aéreos no oeste do Iêmen, diz mídia
As forças dos EUA e do
Reino Unido realizaram quatro ataques aéreos contra a província de Hodeida, no
oeste do Iêmen, noticiou um canal de televisão controlado pelo movimento Ansar
Allah (houthis).
"Os EUA e o Reino
Unido realizaram quatro ataques aéreos na área de Ras Isa, no distrito de Al
Salif", informou a mídia.
O ataque ocorre um dia
depois que Israel atacou o porto de Hodeida, matando pelo menos seis pessoas e
ferindo outras 83, disse o Ministério da Saúde liderado pelos houthis. No
sábado (20), foram relatados ataques dos EUA e do Reino Unido a alvos houthis em
Hodeida, que acabaram causando um incêndio no porto com o mesmo nome.
Segundo o Exército
israelense, os bombardeios ocorreram em resposta às "centenas de ataques
realizados contra o Estado de Israel nos últimos meses".
Desde o início da
guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas, em outubro de 2023, o movimento
Ansar Allah (houthis) tem demonstrado solidariedade com a causa do Hamas ao
lançar mísseis contra Israel.
Em novembro de 2023,
os houthis também proclamaram a sua decisão de atacar navios mercantes
relacionados com Israel no golfo de Áden e no mar Vermelho em resposta aos
ataques israelenses na Faixa de Gaza.
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Explosões são ouvidas no sul do Líbano após ataques israelenses a depósito de
munições
Uma série de explosões
sacudiu o sul do Líbano, neste sábado, como resultado de ataques aéreos
israelenses a um depósito de munições na cidade de Aadloun e áreas vizinhas,
relatou a agência de notícias libanesa NNA.
De acordo com o meio
de comunicação, três pessoas ficaram feridas. O ataque provocou uma detonação
em massa de projéteis no depósito, o que resultou na interrupção do tráfego na
rodovia entre as cidades de Sidon e Tiro.
No sábado anterior, as
Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram ter detectado pelo menos 45
lançamentos do Líbano, com alguns dos projéteis caindo em áreas abertas e
iniciando incêndios.
As tensões na
fronteira entre Israel e Líbano pioraram após o início da operação militar de
Israel na Faixa de Gaza desde outubro de 2023 O exército israelense e
combatentes do Hezbollah se confrontam quase diariamente em posições ao longo
da fronteira.
Em junho, o exército
israelense afirmou ter aprovado planos para uma ofensiva contra o Líbano,
enquanto o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que
Israel poderia lançar uma guerra total contra o vizinho. O líder do Hezbollah,
Hassan Nasrallah, declarou que o grupo invadiria o norte de Israel se a
confrontação se intensificasse.
A situação na
fronteira entre Israel e Líbano se agravou desde o início das ações militares
de Israel na Faixa de Gaza em outubro de 2023, que já deixaram quase 38 mil
palestinos mortos. O exército israelense e os combatentes do Hezbollah têm
trocado tiros diariamente ao longo das áreas de fronteira.
De acordo com o
Ministério das Relações Exteriores do Líbano, cerca de 100 mil pessoas foram
forçadas a deixar suas casas no sul do país devido aos bombardeios israelenses,
em meio ao temor de uma escalada do conflito no Oriente Médio. Já o lado
israelense relatou cerca de 80 mil residentes no norte de Israel em situação
semelhante.
¨
Israel faz esforços
diplomáticos para explicar ataques ao Iêmen
O ministro das
Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse neste domingo (21) que o
Estado judeu estava se esforçando para explicar os ataques ao Iêmen, que ele
alegou serem uma retaliação ao apoio aos rebeldes houthis por parte do Irã.
"O aparelho [do
Ministério das Relações Exteriores] está se envolvendo com países e
organizações em todo o mundo para enfatizar a importância e a necessidade da
ação de Israel contra os houthis no Iêmen, e para destacar a responsabilidade
direta do Irã pela agressão do grupo terrorista houthi contra Israel e as rotas
marítimas internacionais", disse Katz nas redes sociais.
Israel lançou ataques
aéreos sem precedentes contra o porto de Hodeida, no mar Vermelho, controlado
pelos houthis, no sábado (20), matando pelo menos três pessoas e ferindo mais
de 80 outras. O Ministério das Relações Exteriores do Irã alertou Israel e os
Estados Unidos neste domingo que os dois seriam responsabilizados por qualquer
repercussão regional dos ataques israelenses ao Iêmen e a Gaza.
O principal diplomata
israelense acusou o Irã de pôr em perigo a paz global e sugeriu que a situação
precisava de ser travada "antes que seja tarde demais". O Irã
insistiu que não tinha nada a ganhar com uma escalada e instou os Estados
Unidos a exercerem pressão sobre Israel para evitar um conflito mais amplo.
Os rebeldes houthis do
Iêmen prometeram em novembro de 2023 atacar quaisquer navios associados a
Israel até que Tel Aviv interrompesse as ações militares na Faixa de Gaza. Os
ataques levaram os Estados Unidos a formar uma coligação multinacional para
proteger a navegação na área do mar Vermelho, bem como para atacar alvos
houthis no território.
¨ Mídias dos EUA e Israel alertam que país pode não ter a defesa
área que tanto propagandeia
Um drone pesado dos
houthis passou furtivamente pelas defesa aéreas israelenses e atingiu um prédio
próximo um consulado dos EUA em Tel Aviv.
Esse ataque deveria
ser um alerta para que Israel fizesse uma avaliação "realista" de
suas capacidades militares, diz o analista de defesa israelense Amir Bohbot em
artigo publicado no jornal The Jerusalem Post, neste sábado (20).
Apontando para a
guerra em Gaza, que colocou os militares israelenses e especialmente a sua
Força Aérea em alerta máximo durante mais de nove meses, Bohbot expressou,
preocupação pelo fato do conflito ter "comprometido a capacidade das FDI
de se envolverem numa guerra em larga escala e multi-arena de alta
intensidade".
"É importante
reconhecer a ameaça iminente de uma grande guerra", escreveu o analista,
apontando para as forças poderosas reunidas contra Israel na região, desde o
Hezbollah no Líbano até aos Houthis no Iêmen, às milícias no Iraque e na Síria,
e ao Irã, líder do Eixo de Resistência anti-israelense e anti-EUA.
Estas forças teriam
acumulado cerca de 5 mil drones e mísseis para atacar Israel em um conflito
aberto.
Para Bohbot, Israel
enfrenta "lacuna significativas" entre as ameaças que enfrenta e as
soluções para enfrentá-las.
"A ameaça
emergente de enxames de drones, capazes de ataques em massa em grandes áreas,
representa um enorme desafio para os exércitos ocidentais modernos. Até agora,
não ouvi dizer que o plano plurianual [de defesa] das FDI, que foi adiado há
muito tempo, coloque ênfase suficiente nestas ameaças."
As preocupações do
colaborador do Jerusalem Post foram ecoadas pelo correspondente do New York
Times baseado em Tel Aviv, Patrick Kingsley, que sugeriu em seu próprio artigo
no sábado (20) que Israel "tem poucas opções para retaliar" ao ataque
de drones Houthi, "o que deixa clara a fraqueza de seu sistema de defesa
antiaérea" contra drones lentos, de baixa altitude e com baixa emissão de
calor.
"Yoav Gallant, o
ministro da defesa israelense, jurou vingança pelo ataque, mas analistas
disseram neste fim de semana que Israel tinha poucas opções óbvias contra uma
milícia que não compartilha fronteira comum com Israel e parece não se
intimidar com demonstrações anteriores de força por parte das potências
ocidentais" sugeriu Kingsley.
"Uma resposta
imediata e de curto prazo poderia ser um acordo de cessar-fogo entre o Hamas e
Israel, uma medida que poderia travar os ataques dos aliados do Hamas, como os
houthis e o Hezbollah no Líbano. Embora a oposição dos houthis a Israel tenha
precedido em muito a guerra em Gaza, o grupo raramente atacou os interesses
israelenses antes desta começar", acrescentou.
Ehud Yaari, do
Instituto Washington baseado em Israel, rejeitou a possibilidade de ataques
aéreos israelenses contra os Houthis terem qualquer impacto. "Qual seria o
benefício?", indaga.
"Se entrarmos em
cena e contribuirmos com os nossos próprios ataques para dezenas e dezenas de
ataques levados a cabo pelos EUA e pelo Reino Unido, isso não vai mudar a
balança", disse ao Times.
"Não podemos
fechar hermeticamente todas as fronteiras", disse o antigo general da
Força Aérea Israelense, Relik Shafir, apontando para as dificuldades em
distinguir os drones da "desordem" de pequenos aviões e outras
aeronaves.
"O que os drones
podem fazer é infiltrar-se de vez em quando através das defesas. E este é o
resultado."
O general Shafir
expressou apoio à ideia de trégua em Gaza, dizendo que ela pode "provocar
algum tipo de calmaria por um tempo".
Mas o
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou os apelos a um
cessar-fogo e rejeitou como falso um relatório no início deste mês de que os
generais israelenses querem uma trégua em Gaza e estão prontos para aceitar a
permanência do Hamas no poder – uma perspectiva que os aliados da coligação de
Netanyahu rejeitaram fervorosamente.
Fonte: Sputnik Brasil
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