terça-feira, 23 de julho de 2024

Israel não cumpre ordens da Corte da ONU por causa do apoio dos EUA, diz Erdogan

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que Israel não está cumprindo as decisões do Tribunal Internacional de Justiça da ONU devido ao apoio dos EUA e do Ocidente em geral, mas que a Turquia continuará exercendo pressão.

Na sexta-feira (19), o Tribunal Internacional de Justiça da ONU emitiu um parecer consultivo sobre as consequências legais da ocupação de territórios palestinos por Israel. A Corte constatou que a criação de novos assentamentos de Israel violam o direito internacional e constituem anexação. A entidade instou Israel a cessar, o mais rapidamente possível, a implantação de novos colonatos nos territórios palestinos e a sua presença ilegal lá, bem como a pagar reparações pelos danos causados pela ocupação ilegal.

"O Tribunal Internacional de Justiça também condenou Israel a pagar uma indenização. O valor da indenização ainda não foi anunciado. Até a data, Israel não cumpriu nenhuma das ordens do Tribunal Internacional de Justiça porque o Ocidente, especialmente os EUA, estão do lado dele. Atualmente, nós, junto com muitos países do mundo, estamos exercendo a pressão necessária e continuaremos a fazê-lo", disse o líder turco aos jornalistas.

Segundo Erdogan, nada pode ser alcançado apoiando Israel e ignorando a sistemática "perseguição do povo palestino oprimido por muitos anos".

"Israel deve ser punido pelo que fez, e essa punição deve ser suficientemente exemplar para que ninguém possa mais pensar em tal atrocidade", disse o presidente turco.

<><> Delegações palestinas chegam à China otimistas por reconciliação, diz liderança do Fatah

Dr. Tayseer Nasrallah, membro do conselho revolucionário do Fatah, expressou seu otimismo sobre o sucesso da segunda reunião das facções palestinas, que ocorre neste fim de semana a convite da China.

Pequim deve acolher uma segunda reunião das facções palestinas, incluindo os movimentos Jihad Islâmica e Hamas, a fim de chegar a uma solução para a questão do fim da divisão política do povo.

As rodadas de diálogo em Pequim surgem depois de um encontro reuniu os movimentos políticos na capital russa, Moscou, no final de fevereiro passado.

Em abril do ano passado, a China já havia acolhido um encontro que reuniu o Fatah, o Hamas e o restante das facções palestinas. Apesar do fracasso em chegar a um consenso, a nação asiática destacou que os lados "concordaram em continuar o caminho das negociações para alcançar em breve a solidariedade e a unidade palestina".

Em declaração à Sputnik, Nasrallah acrescentou que a delegação do Fatah se deslocou a Pequim com instruções claras para tornar a reunião um sucesso e não desperdiçar a oportunidade. O membro do conselho revolucionário manifestou também a sua esperança de que este espírito prevaleça entre todas as delegações, especialmente a do Hamas.

Segundo Tayseer, o nível de seriedade com que a China trata o assunto aumenta seu otimismo e sua vontade de chegar a um consenso.

Embora a reunião reúna aproximadamente 14 facções palestinas, segundo os observadores, a atenção está voltada para os movimentos Hamas e Fatah como os "dois lados da divisão".

Desde 2007, após uma guerra civil em Gaza devido a contestação da vitória eleitoral do Hamas, os palestinos se encontram divididos em dois governos. A Faixa de Gaza é governada pelo movimento político Hamas, enquanto a região da Cisjordânia é governada pelo Fatah através da entidade administrativa Autoridade Palestina.

"A China sempre apoiou as facções palestinas na chegada a uma reconciliação e na solidariedade através do diálogo, e trabalha para fornecer plataformas e oportunidades para todas as facções palestinas conduzirem o diálogo para a reconciliação", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, em uma coletiva de imprensa.

"A direção dos nossos esforços é a mesma de outras partes relevantes, e queremos melhorar a comunicação e a coordenação com eles para trabalharmos juntos para alcançar a reconciliação interna na Palestina".

¨      Egito demonstra preocupação com ataques aéreos israelenses em Hudaydah, no Iêmen

O Ministério das Relações Exteriores egípcio divulgou neste sábado (20) uma nota oficial expressando preocupação com o recente ataque israelense à cidade portuária de Hudaydah, no Iêmen, e apelou para que todas as partes ajam com moderação e reduzam a escalada da violência.

"O Egito expressa preocupação com a operação militar israelense no Iêmen, que aumenta ainda mais as tensões atuais. Apela a todas as partes para exercerem contenção e reduzirem a escalada", diz o comunicado.

Pelo menos três pessoas morreram e outras 80 ficaram feridas, a maioria por conta dos incêndios, disse uma fonte do Ministério da Saúde do Iêmen à Sputnik.

As Forças de Defesa de Israel reivindicaram a responsabilidadepelos ataques aéreos em Hudaydah, como resposta aos realizados contra Israel. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou ainda que o porto atacado era usado para fins militares, incluindo a importação de armas do Irã.

ONU também expressa preocupação

O secretário-geral das Nações Unidas, Antônio Guterres, também está "profundamente preocupado com os ataques:

"O Secretário-Geral está profundamente preocupado com os últimos relatos de ataques aéreos perto do porto de Al Hudaydah, no Iémen", anunciou o comunicado publicado pelo gabinete do secretário.

Guterres também expressou preocupação com o risco de uma nova escalada na região.

O porta-voz do movimento, Mohammad Abdessalam, confirmou que os ataques aéreos israelenses atingiram instalações petrolíferas e uma usina de energia no porto, causando incêndios.

Confirmado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI), este foi o primeiro ataque isralense contra o Ansar Allah. O bombardeio foi feito ""em resposta às centenas de ataques realizados contra o Estado de Israel nos últimos meses", afirmaram as forças do país em sua conta no Telegram.

Após diversos ataques contra cidades menores israelenses, na quinta-feira (18) o movimento xiita iemenita lançou seu primeiro ataque bem-sucedido contra a capital israelense de Tel-Aviv, deixando uma pessoa morta.

O ataque atingiu um edifício próximo ao consulado dos Estados Unidos e penetrou a defesa aérea de Israel, Iron Dome.

No final do ano passado, os houthis anunciaram que atacariam navios associados a Israel que passassem pelo mar Vermelho até que o país interrompesse sua ofensiva contra Gaza.

·        EUA e Israel trabalharam em conjunto

Segundo relatado pelo portal Axios, citando fontes anônimas dos governos dos EUA e de Israel, representantes militares de ambos os países estiveram em comunicação logo antes do ataque de hoje.

Ainda segundo a fonte israelense, os ataques teriam sido realizados em conjunto entre as duas nações.

<><> EUA e Reino Unido lançam 4 ataques aéreos no oeste do Iêmen, diz mídia

As forças dos EUA e do Reino Unido realizaram quatro ataques aéreos contra a província de Hodeida, no oeste do Iêmen, noticiou um canal de televisão controlado pelo movimento Ansar Allah (houthis).

"Os EUA e o Reino Unido realizaram quatro ataques aéreos na área de Ras Isa, no distrito de Al Salif", informou a mídia.

O ataque ocorre um dia depois que Israel atacou o porto de Hodeida, matando pelo menos seis pessoas e ferindo outras 83, disse o Ministério da Saúde liderado pelos houthis. No sábado (20), foram relatados ataques dos EUA e do Reino Unido a alvos houthis em Hodeida, que acabaram causando um incêndio no porto com o mesmo nome.

Segundo o Exército israelense, os bombardeios ocorreram em resposta às "centenas de ataques realizados contra o Estado de Israel nos últimos meses".

Desde o início da guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas, em outubro de 2023, o movimento Ansar Allah (houthis) tem demonstrado solidariedade com a causa do Hamas ao lançar mísseis contra Israel.

Em novembro de 2023, os houthis também proclamaram a sua decisão de atacar navios mercantes relacionados com Israel no golfo de Áden e no mar Vermelho em resposta aos ataques israelenses na Faixa de Gaza.

<><> Explosões são ouvidas no sul do Líbano após ataques israelenses a depósito de munições

Uma série de explosões sacudiu o sul do Líbano, neste sábado, como resultado de ataques aéreos israelenses a um depósito de munições na cidade de Aadloun e áreas vizinhas, relatou a agência de notícias libanesa NNA.

De acordo com o meio de comunicação, três pessoas ficaram feridas. O ataque provocou uma detonação em massa de projéteis no depósito, o que resultou na interrupção do tráfego na rodovia entre as cidades de Sidon e Tiro.

No sábado anterior, as Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram ter detectado pelo menos 45 lançamentos do Líbano, com alguns dos projéteis caindo em áreas abertas e iniciando incêndios.

As tensões na fronteira entre Israel e Líbano pioraram após o início da operação militar de Israel na Faixa de Gaza desde outubro de 2023 O exército israelense e combatentes do Hezbollah se confrontam quase diariamente em posições ao longo da fronteira.

Em junho, o exército israelense afirmou ter aprovado planos para uma ofensiva contra o Líbano, enquanto o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que Israel poderia lançar uma guerra total contra o vizinho. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, declarou que o grupo invadiria o norte de Israel se a confrontação se intensificasse.

A situação na fronteira entre Israel e Líbano se agravou desde o início das ações militares de Israel na Faixa de Gaza em outubro de 2023, que já deixaram quase 38 mil palestinos mortos. O exército israelense e os combatentes do Hezbollah têm trocado tiros diariamente ao longo das áreas de fronteira.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Líbano, cerca de 100 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas no sul do país devido aos bombardeios israelenses, em meio ao temor de uma escalada do conflito no Oriente Médio. Já o lado israelense relatou cerca de 80 mil residentes no norte de Israel em situação semelhante.

¨      Israel faz esforços diplomáticos para explicar ataques ao Iêmen

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse neste domingo (21) que o Estado judeu estava se esforçando para explicar os ataques ao Iêmen, que ele alegou serem uma retaliação ao apoio aos rebeldes houthis por parte do Irã.

"O aparelho [do Ministério das Relações Exteriores] está se envolvendo com países e organizações em todo o mundo para enfatizar a importância e a necessidade da ação de Israel contra os houthis no Iêmen, e para destacar a responsabilidade direta do Irã pela agressão do grupo terrorista houthi contra Israel e as rotas marítimas internacionais", disse Katz nas redes sociais.

Israel lançou ataques aéreos sem precedentes contra o porto de Hodeida, no mar Vermelho, controlado pelos houthis, no sábado (20), matando pelo menos três pessoas e ferindo mais de 80 outras. O Ministério das Relações Exteriores do Irã alertou Israel e os Estados Unidos neste domingo que os dois seriam responsabilizados por qualquer repercussão regional dos ataques israelenses ao Iêmen e a Gaza.

O principal diplomata israelense acusou o Irã de pôr em perigo a paz global e sugeriu que a situação precisava de ser travada "antes que seja tarde demais". O Irã insistiu que não tinha nada a ganhar com uma escalada e instou os Estados Unidos a exercerem pressão sobre Israel para evitar um conflito mais amplo.

Os rebeldes houthis do Iêmen prometeram em novembro de 2023 atacar quaisquer navios associados a Israel até que Tel Aviv interrompesse as ações militares na Faixa de Gaza. Os ataques levaram os Estados Unidos a formar uma coligação multinacional para proteger a navegação na área do mar Vermelho, bem como para atacar alvos houthis no território.

¨      Mídias dos EUA e Israel alertam que país pode não ter a defesa área que tanto propagandeia

Um drone pesado dos houthis passou furtivamente pelas defesa aéreas israelenses e atingiu um prédio próximo um consulado dos EUA em Tel Aviv.

Esse ataque deveria ser um alerta para que Israel fizesse uma avaliação "realista" de suas capacidades militares, diz o analista de defesa israelense Amir Bohbot em artigo publicado no jornal The Jerusalem Post, neste sábado (20).

Apontando para a guerra em Gaza, que colocou os militares israelenses e especialmente a sua Força Aérea em alerta máximo durante mais de nove meses, Bohbot expressou, preocupação pelo fato do conflito ter "comprometido a capacidade das FDI de se envolverem numa guerra em larga escala e multi-arena de alta intensidade".

"É importante reconhecer a ameaça iminente de uma grande guerra", escreveu o analista, apontando para as forças poderosas reunidas contra Israel na região, desde o Hezbollah no Líbano até aos Houthis no Iêmen, às milícias no Iraque e na Síria, e ao Irã, líder do Eixo de Resistência anti-israelense e anti-EUA.

Estas forças teriam acumulado cerca de 5 mil drones e mísseis para atacar Israel em um conflito aberto.

Para Bohbot, Israel enfrenta "lacuna significativas" entre as ameaças que enfrenta e as soluções para enfrentá-las.

"A ameaça emergente de enxames de drones, capazes de ataques em massa em grandes áreas, representa um enorme desafio para os exércitos ocidentais modernos. Até agora, não ouvi dizer que o plano plurianual [de defesa] das FDI, que foi adiado há muito tempo, coloque ênfase suficiente nestas ameaças."

As preocupações do colaborador do Jerusalem Post foram ecoadas pelo correspondente do New York Times baseado em Tel Aviv, Patrick Kingsley, que sugeriu em seu próprio artigo no sábado (20) que Israel "tem poucas opções para retaliar" ao ataque de drones Houthi, "o que deixa clara a fraqueza de seu sistema de defesa antiaérea" contra drones lentos, de baixa altitude e com baixa emissão de calor.

"Yoav Gallant, o ministro da defesa israelense, jurou vingança pelo ataque, mas analistas disseram neste fim de semana que Israel tinha poucas opções óbvias contra uma milícia que não compartilha fronteira comum com Israel e parece não se intimidar com demonstrações anteriores de força por parte das potências ocidentais" sugeriu Kingsley.

"Uma resposta imediata e de curto prazo poderia ser um acordo de cessar-fogo entre o Hamas e Israel, uma medida que poderia travar os ataques dos aliados do Hamas, como os houthis e o Hezbollah no Líbano. Embora a oposição dos houthis a Israel tenha precedido em muito a guerra em Gaza, o grupo raramente atacou os interesses israelenses antes desta começar", acrescentou.

Ehud Yaari, do Instituto Washington baseado em Israel, rejeitou a possibilidade de ataques aéreos israelenses contra os Houthis terem qualquer impacto. "Qual seria o benefício?", indaga.

"Se entrarmos em cena e contribuirmos com os nossos próprios ataques para dezenas e dezenas de ataques levados a cabo pelos EUA e pelo Reino Unido, isso não vai mudar a balança", disse ao Times.

"Não podemos fechar hermeticamente todas as fronteiras", disse o antigo general da Força Aérea Israelense, Relik Shafir, apontando para as dificuldades em distinguir os drones da "desordem" de pequenos aviões e outras aeronaves.

"O que os drones podem fazer é infiltrar-se de vez em quando através das defesas. E este é o resultado."

O general Shafir expressou apoio à ideia de trégua em Gaza, dizendo que ela pode "provocar algum tipo de calmaria por um tempo".

Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou os apelos a um cessar-fogo e rejeitou como falso um relatório no início deste mês de que os generais israelenses querem uma trégua em Gaza e estão prontos para aceitar a permanência do Hamas no poder – uma perspectiva que os aliados da coligação de Netanyahu rejeitaram fervorosamente.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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