terça-feira, 9 de julho de 2024

Governo Lula não pretende cobrar mensalidades em universidades públicas – “furo” da Folha é fake news

O professor e educador Daniel Cara utilizou a plataforma X (antigo Twitter) para desmentir uma notícia publicada pela Folha de S. Paulo neste domingo sobre a possível cobrança de mensalidades em universidades públicas. De acordo com Cara, um colega do alto escalão da equipe econômica do governo afirmou que a matéria da Folha não corresponde aos fatos e que não há qualquer perspectiva de cobrança de mensalidades nas universidades federais, tampouco alterações no Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).

Cara expressou sua satisfação com a confirmação de que tais medidas não estão em discussão: "Um colega do alto escalão da equipe econômica do governo afirmou que a matéria da Folha de S. Paulo não corresponde aos fatos: não há perspectiva de cobrança de mensalidade nas universidades federais e tampouco há chance de alteração do Fundeb, que representa a grande vitória da Educação contra o governo Bolsonaro. Excelente! É importante agora a equipe econômica desmentir publicamente o jornal. Lula não pode, mais uma vez, pagar esse ônus, como ocorreu com a questão dos pisos de saúde e educação. Da nossa parte, seguimos lutando pelo financiamento da educação pública, sempre."

A notícia da Folha de S. Paulo afirmava que, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartar mudanças no piso de despesas com educação, a equipe econômica estaria analisando outras medidas de ajuste. Entre elas, estaria a cobrança de mensalidades de alunos ricos em universidades públicas e a alteração de parâmetros do Fundeb. Segundo a reportagem, essas medidas fariam parte de um conjunto de mais de cem iniciativas visando o reequilíbrio fiscal.

De acordo com a Folha, a cobrança de mensalidades nas universidades públicas seria destinada apenas aos alunos de classes sociais mais favorecidas, afetando parte dos 1,3 milhão de estudantes matriculados na rede federal de ensino superior. No caso do Fundeb, a matéria sugeria que possíveis mudanças poderiam proporcionar maior flexibilidade orçamentária, como a elevação do percentual da contribuição da União que pode ser contabilizado no piso federal da educação e a redução do percentual do fundo destinado ao pagamento dos profissionais da educação básica.

Contudo, a informação foi desmentida por fontes internas do governo ao professor Daniel Cara, que reiterou a importância da equipe econômica se manifestar publicamente sobre o assunto para evitar mal-entendidos e proteger a imagem do presidente Lula. A reafirmação do compromisso com a educação pública e a manutenção dos parâmetros do Fundeb são vistas como essenciais para o avanço e a consolidação das conquistas educacionais no Brasil.

•        Governo repudia reportagem sobre planos de cobrar mensalidade em universidades federais

O Ministério da Fazenda informou nesta segunda-feira (8) que a pasta "jamais" analisou a possibilidade de cobrar mensalidades em universidades públicas. A pasta divulgou uma nota para desmentir a reportagem “Governo cogita cobrar de alunos ricos em federais e mudar Fundeb para ajustar contas”, da Folha de S.Paulo

"Tais iniciativas jamais estiveram entre as medidas em análise pela pasta. O Ministério ressalta que não foi procurado pelo jornal, o que impediu uma manifestação oficial antes da publicação", diz a nota da pasta comandada por Fernando Haddad.

O perfil da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da Presidência da República divulgou a nota nas redes sociais. "O governo federal não cogita cobrar mensalidade de qualquer aluno de universidades federais", destaca a postagem.

<><> ENTENDA O CASO:

A Folha publicou, no sábado, 6 de julho, uma matéria cujo título era “Governo cogita cobrar de alunos ricos em federais e mudar Fundeb para ajustar contas”.

Trecho da reportagem:

“Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartar mudanças no piso de despesas com educação, a equipe econômica redirecionou as atenções a outras medidas de ajuste ligadas à área. Entre elas, cobrar mensalidade de alunos ricos em universidades públicas e alterar parâmetros do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).

As medidas são analisadas por uma ala do governo e, de acordo com relatos feitos à Folha, fazem parte de um cardápio com mais de cem iniciativas vistas como passíveis de serem colocadas em debate. O objetivo é buscar o reequilíbrio fiscal diante do compromisso de eliminar o déficit nas contas públicas.

A cobrança das mensalidades nas universidades seria voltada apenas a alunos de classes sociais mais favorecidas. A iniciativa teria como alvo parte do universo de 1,3 milhão de estudantes matriculados na rede federal de ensino superior (segundo o Censo da Educação Superior do Inep de 2022).”

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A notícia causou enorme polêmica nas redes sociais, naturalmente, porque a ideia de cobrar mensalidade de estudantes mais abastados volta e meia vem a tôna, em geral defendida por setores ultraliberais, mas é sempre rechaçada por especialistas em educação.

O silêncio do governo, em não rebater prontamente a notícia, alarmou (e irritou) ativistas da educação, além da militância política mais ativa nas redes. Primeiro porque se trata de uma ideia positivamente idiota, porque a arrecadação seria insignificante. Segundo porque gera desgaste desnecessário do governo junto às suas próprias bases, especialmente no setor mais ligado à educação, onde os trabalhadores são particularmente politizados.

O Cafezinho entrou em contato com o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e perguntou qual era, afinal, a posição oficial do governo sobre esse tema.

Haddad foi categórico. Esse projeto, de cobrar mensalidades de alunos das universidades federais, nunca passou pela cabeça do governo.

Para o ministro, a matéria na Folha não tem nenhum sentido, e a ideia não pára em pé, econômica, social e juridicamente.

A propósito, a reportagem da Folha não cita fontes, a não ser uma suposta “ala do governo”, mais especificamente da “equipe econômica”.

Bem, o Cafezinho conversou com o próprio chefe da equipe econômica do governo, o ministro Fernando Haddad. E a resposta é não, a ideia de cobrar mensalidade de aluno, rico ou pobre, de universidade federal, não está sendo “cogitada” pelo governo Lula.

•        "Universidade pública deve ser igual para todos", afirma Lula

Durante o lançamento do campus Zona Leste da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do campus Cidade Tiradentes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), que aconteceu no Instituto das Cidades, na capital paulista, Lula enfatizou a importância da igualdade de oportunidades no acesso à educação superior. "Eu só ficarei sossegado o dia que a gente tiver um país em que as crianças disputem uma vaga na universidade, não pelo berço que nasceram, não pelo hospital que nasceram, o Estado tem que garantir à filha mais humilde de uma empregada doméstica o direito de entrar na universidade que vai estudar o filho da patroa”, afirmou o presidente.

A cerimônia contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o ministro da Educação, Camilo Santana, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Durante seu discurso, Camilo Santana destacou os investimentos significativos do Governo Federal na educação no estado de São Paulo. "Hoje nós estamos aqui para anunciar os investimentos nas universidades e institutos federais do estado de São Paulo. Aqui são R$ 441 milhões na expansão e na consolidação dos nossos institutos federais. Serão 12 novos institutos", pontuou o ministro.

Segundo Fernando Haddad, o novo campus da Unifesp na Zona Leste é um marco na inclusão e na democratização do acesso à educação superior. "Aqui você pode ser pobre e você tem lugar garantido, você pode ser preto, da periferia que você vai ter lugar garantido. Não é mais como no passado que universidade pública era coisa de gente rica, agora universidade pública é do povo brasileiro", destacou Haddad.

<><> Investimento em Educação

No mesmo dia, foi anunciada a expansão do IFSP para o bairro Jardim Ângela, na zona sul da capital paulista. Serão investidos R$ 939 milhões na expansão e consolidação de universidades e institutos federais em 40 municípios paulistas. O novo campus da Unifesp na Zona Leste oferecerá quatro novos cursos de graduação, beneficiando até 2.760 novos estudantes, além de contar com um novo hospital universitário com 350 leitos, que ampliará a capacidade de atendimento médico na região.

<><> Expansão dos Institutos Federais

O plano de expansão do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) prevê a criação de 12 novos campi, com investimentos de R$ 300 milhões, distribuídos em municípios como Osasco, Santos, Diadema, Ribeirão Preto, entre outros. Cada campus terá capacidade de atender, em média, 1.400 estudantes, majoritariamente em cursos técnicos integrados ao ensino médio.

<><> Novo PAC

O Governo Federal anunciou em junho um investimento de R$ 5,5 bilhões para a consolidação e expansão das universidades e hospitais universitários federais, parte do Novo PAC. Esse montante inclui a criação de dez novos campi universitários e melhorias na infraestrutura de todas as 69 universidades federais, além de R$ 1,75 bilhão para obras em 31 hospitais universitários da Ebserh.

<><> Fortalecimento da Infraestrutura Educacional

Durante o evento, o ministro das Cidades, Jader Filho, reforçou que os investimentos são parte do retorno dos grandes projetos de infraestrutura. "É o retorno do PAC, só para o estado de São Paulo, nesta primeira etapa, no Ministério das Cidades são cerca de R$ 3,5 bilhões em obras de urbanização de favelas, de contenção de encostas, de regularização fundiária para que o povo de São Paulo possa ter o direito de dizer ‘eu tenho um título de terra’", afirmou Jader Filho.

•        Educação é a chave para a competitividade do Brasil, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da inauguração das novas instalações da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios no Campus Osasco da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Durante o evento, Lula destacou a importância da educação como fator crucial para elevar a competitividade do Brasil no cenário global.

"A educação é a arma mais importante para colocar o Brasil no patamar mais elevado de competitividade. Queremos nos transformar em um país exportador de inteligência. Este país precisa mudar se queremos ser respeitados no mundo, e é por isso que a educação é investimento", declarou o presidente Lula.

Lula enfatizou que o governo federal deve garantir acesso à universidade para todos os brasileiros, independentemente de sua posição social. "Eu carrego dentro de mim uma obsessão: o filho do trabalhador deve ter o mesmo direito de qualquer cidadão de estudar na universidade. Queremos que a filha de uma empregada doméstica possa ser médica, dentista ou engenheira", afirmou.

<><> Novo Campus Osasco

O novo espaço da Unifesp em Osasco, que recebeu um investimento de R$ 102 milhões, atenderá 1.400 alunos, 55 técnicos e 150 docentes. As instalações incluem salas de aula, auditórios, restaurante universitário e laboratórios. O campus oferecerá seis cursos, além de disciplinas comuns a todos os cursos, com início das aulas previsto para a primeira semana de agosto.

A obra do Campus Osasco é parte de um investimento maior de R$ 143,6 milhões via Novo PAC, que também inclui a implantação do Campus Zona Leste, um hospital universitário na Zona Sul de São Paulo e um complexo esportivo no Campus Baixada Santista.

"O objetivo é investir na formação de todos os brasileiros, independente da classe social. Todos devem partir do mesmo ponto", afirmou Lula.

Camilo Santana, ministro da Educação, destacou a retomada de quase seis mil obras inacabadas na educação básica, um desafio assumido desde o início de 2023. "Independente do partido do prefeito, vamos concluir todas as obras da educação pública, seja universidade, escola ou creche", declarou.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, ressaltou que a inauguração é apenas o começo de um processo contínuo de crescimento e expansão da universidade. "A universidade é uma obra sem fim. Continuaremos expandindo e melhorando as instalações", afirmou.

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, destacou o crescimento de Osasco nas últimas décadas e a importância dos novos investimentos na cidade.

<><> Declarações da Reitora e Prefeito

Raiane Assunção, reitora da Unifesp, afirmou que os recursos aplicados representam um investimento significativo para a cidade e o Brasil. "Este prédio demonstra que a educação não é gasto, é investimento. Nossa capacidade de produzir conhecimento e formar pessoas devolverá muito mais do que foi investido", disse.

Rogério Lins, prefeito de Osasco, enfatizou a união entre a cidade e o governo federal em prol da educação. "Estamos todos no mesmo propósito: melhorar a educação para todos", afirmou.

<><> Inclusão e Diversidade

A estudante de direito Jamile Fernandes, representando os discentes, falou sobre a importância da inclusão e diversidade nas universidades. "A universidade se faz com pessoas, com inclusão e diversidade, e com políticas públicas de permanência", declarou emocionada.

<><> Expansão Nacional

Além das melhorias em Osasco, o governo federal anunciou um investimento de R$ 5,5 bilhões para expandir e consolidar universidades e hospitais universitários em todo o país, criando novos campi e melhorando a infraestrutura das 69 universidades federais.

 

Fonte: Brasil 247/Fórum

 

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