quarta-feira, 10 de julho de 2024

Estudo mostra quantos passos dar para reduzir risco de morte

Sua meta é sair do sedentarismo? Saiba que não é preciso dar muitos passos para isso. Um novo estudo sugere o número de passos que devemos dar todos os dias para obter benefícios para a saúde e reduzir o risco de morte - e é menos do que você imagina!

O estudo, publicado no European Journal of Preventive Cardiology nesta terça-feira (8), descobriu que caminhar, pelo menos, 3.967 passos por dia reduz o risco de morte por qualquer causa. Além disso, andar 2.337 passos por dia reduz o risco de morrer de doenças cardiovasculares.

A análise também mostrou que quanto mais você caminha, maiores são os benefícios para a saúde. O risco de morrer por qualquer causa ou doença cardiovascular diminui significativamente a cada 500 a 1.000 passos extras dados - além do valor mínimo estipulado anteriormente.

De acordo com o estudo, um aumento de 1.000 passos por dia foi associado a uma redução de 15% no risco de morte por qualquer causa e um aumento de 500 passos por dia foi associado a uma redução de 7% nas mortes por doenças cardiovasculares. O trabalho foi feito a partir da análise de 226.889 pessoas de 17 estudos diferentes em todo o mundo.

Os pesquisadores também descobriram que mesmo que as pessoas dessem até 20 mil passos por dia, os benefícios continuaram a aumentar. Eles ainda não conseguiram encontrar um limite máximo de passos que devem ser dados para obter os benefícios. O estudo foi liderado por Maciej Banach, professor de cardiologia da Universidade Médica de Lodz, na Polônia.

“Nosso estudo confirma que quanto mais você anda, melhor”, diz o Prof. Banach. “Descobrimos que isso se aplica a homens e mulheres, independente da idade e independente de se você vive em uma região temperada, subtropical ou subpolar do mundo, ou em uma região com uma mistura de climas. Além disso, nossa análise indica que apenas 4.000 passos por dia são necessários para reduzir significativamente as mortes por qualquer causa e menos ainda para reduzir as mortes por doenças cardiovasculares”.

•        O que os resultados do estudo mostram?

Os estudos analisados acompanharam os participantes por uma média de sete anos. A idade média foi de 64 anos e 49% dos participantes eram do sexo feminino. Em pessoas com 60 anos ou mais, a redução no risco de morte foi menor do que o observado em pessoas mais jovens.

De acordo com a análise, houve uma redução de 42% no risco observado nos idosos que caminharam entre 6 mil e 10 mil passos por dia. Por outro lado, houve uma redução de 49% no risco em adultos mais jovens que caminharam entre 7 mil e 13 mil passos por dia.

“Em um mundo onde temos medicamentos cada vez mais avançados para tratar condições específicas, como doenças cardiovasculares, acredito que devemos sempre enfatizar que as mudanças no estilo de vida, incluindo dieta e exercícios, que foram os principais heróis de nossa análise, podem ser pelo menos tão ou até mais eficazes na redução do risco cardiovascular e no prolongamento da vida”, afirma Banach.

O autor enfatiza que são necessários mais estudos, com ainda mais participantes, para investigar se esses benefícios podem existir para exercícios intensos, como corrida e musculação. O estudo também possui limitações por ter sido observacional e pelo impacto da contagem dos passos não ter sido testado em pessoas com diferentes doenças.

•        Benefícios da caminhada

A caminhada é um dos exercícios mais fáceis e acessíveis. "Para uma pessoa que não pratica nenhum tipo de esporte, uma caminhada de apenas 10 minutos por dia já provoca efeitos perceptíveis ao corpo depois de apenas uma semana", destacou o fisiologista do esporte Paulo Correia, da Unifesp, em matéria publicada anteriormente no MinhaVida.

Além disso, conforme explica Roberto Ranzini, ortopedista e especialista em Medicina Esportiva, também em matéria anterior, além dos benefícios físicos, a atividade também aumenta a síntese de neurotransmissores no cérebro, gerando a sensação de bem-estar.

Entre os principais benefícios da caminhada, estão:

•        Melhora a circulação sanguínea

•        Deixa o pulmão mais eficiente

•        Combate a osteoporose

•        Aumenta a sensação de bem-estar

•        Deixa o cérebro mais saudável

•        Promove o emagrecimento

•        Previne e reduz o diabetes

Para compreender melhor as sugestões apresentadas pelo estudo, dar mil passos leva, aproximadamente, 10 minutos. Portanto, para atingir a quantidade mínima de passos que são benéficos, de acordo com a pesquisa, basta caminhar por 40 minutos diariamente. Smartphones e smartwatches também podem indicar quantos passos são dados em um dia.

•        Caminhada de poucos minutos após refeição pode evitar diabetes

Que exercícios físicos são importantes para evitar diversas doenças, incluindo a diabetes, não é uma novidade. Cientistas também já apontaram que fazer 15 minutos de caminhada após uma refeição pode reduzir os níveis de açúcar no sangue. Porém, um novo estudo indica que mesmo poucos minutos de caminhada podem ser benéficos para a saúde.

Trata-se de uma meta-análise publicada na revista Sports Medicine. Os pesquisadores analisaram os resultados de sete estudos que compararam os efeitos de ficar na posição sentada com os de ficar em pé ou de caminhar sobre medições de saúde cardíaca, níveis de insulina e açúcar no sangue.

Segundo os pesquisadores, uma caminhada leve, de apenas dois a cinco minutos, teve um impacto significativo na moderação dos níveis de açúcar no sangue. Consequentemente, o hábito pode ajudar a prevenir diabetes tipo 2.

<><> Como o estudo foi feito?

A meta-análise foi realizada através da avaliação de sete estudos: em cinco deles, nenhum dos participantes tinha pré-diabetes ou diabetes tipo 2. Os dois estudos restantes analisaram pessoas com e sem essas doenças. Os pesquisadores pediram para que os participantes ficassem em pé ou caminhassem entre dois a cinco minutos a cada 20 a 30 minutos ao longo de um dia inteiro.

Todos os estudos analisados mostraram que poucos minutos de caminhada leve após uma refeição podem melhorar significativamente os níveis de açúcar no sangue em comparação com sentar-se no sofá ou em uma mesa de trabalho.

Ficar em pé também ajudou a baixar os níveis de açúcar no sangue, embora não tanto quanto a caminhada leve. Isso acontece porque a caminhada requer um envolvimento mais ativo dos músculos. Além disso, o organismo gasta a energia provinda dos alimentos consumidos na refeição em um momento em que ela está em abundância na corrente sanguínea.

<><> Caminhadas curtas são interessantes durante o expediente

Um dos autores do artigo, Aidan Buffey, estudante de pós-graduação na Universidade de Limerick, disse, em entrevista ao The New York Times, que minicaminhadas de dois ou três minutos são uma boa alternativa durante a jornada de trabalho. “As pessoas não vão se levantar e correr numa esteira ou pelo escritório”, afirmou. Mas podem, em sua opinião, tomar um café ou dar um passeio pelo corredor.

Já para quem está em home office, a sugestão de Buffey é fazer uma caminhada pelo quarteirão após o almoço ou entre reuniões virtuais. Ou, então, que tal levar seu pet para passear nesse período? Já para quem não consegue tirar esses poucos minutos para caminhar, vale ficar um pouco em pé também.

•        Caminhar rápido todos os dias previne câncer e mais doenças

Poucos minutos de caminhada diária promovem diversos benefícios ao corpo e à mente, mas a intensidade da atividade pode trazer algumas vantagens extras. É o que apontam novos estudos publicados nas revistas JAMA Internal Medicine e JAMA Neurology. 

Segundo as pesquisas, andar em um ritmo ágil durante cerca de 30 minutos diariamente diminuiu o risco de doenças cardiovasculares, câncer, demência e morte prematura nas pessoas analisadas. Isso em comparação com caminhar um número semelhante de passos, mas em um ritmo mais lento.

Os pesquisadores, ao analisarem dados de rastreadores de atividade de mais de 78 mil pessoas, descobriram que as pessoas cujo ritmo médio era de uma caminhada rápida apresentaram resultados melhores de saúde em comparação aos que andaram em uma quantidade semelhante todos os dias, mas em um ritmo mais lento.

No geral, os participantes mais rápidos tiveram um risco 35% menor de morrer, uma chance 25% menor de doenças cardíacas ou câncer e um risco 30% menor de demência quando comparados aos com ritmo médio mais lento.

<><> Como o estudo foi feito?

Para os trabalhos, que incluíram dados de pessoas do UK Biobank, participantes com idade média de 61 anos aceitaram utilizar um rastreador de atividade durante sete dias inteiros.

Após esse período de coleta de dados, os pesquisadores acompanharam os resultados de saúde das pessoas, avaliando se elas apresentaram doenças cardíacas, câncer, demência ou vieram a óbito em um período de seis a oito anos. 

A partir disso, eles descobriram que cada dois mil passos adicionais por dia reduziam o risco de desenvolvimento de doenças cardíacas, câncer e morte prematura em cerca de 10%.

Já relacionado ao desenvolvimento de demência, cerca de nove mil passos por dia foram associados a um risco reduzido em 50%, com uma redução em 25% começando com cerca de três mil passos por dia.

Segundo o estudo, não havia participantes suficientes que caminhassem mais de 10 mil passos para determinar possíveis benefícios extras.

<><> Benefícios extras da caminhada rápida

Esse não é o primeiro estudo que avaliou a relação entre a intensidade da caminhada aos benefícios da atividade. Segundo uma pesquisa publicada no Journal of the American Heart Association em 2013, caminhadas rápidas ou corridas em distâncias próximas reduzem o risco de hipertensão, diabetes e doenças cardíacas.

"Não precisa ser uma sessão consecutiva de 30 minutos", disse Matthew Ahmadi, pesquisador da Universidade de Sydney (Austrália) e um dos autores dos estudos. "Podem ser apenas breves momentos aqui e ali ao longo do dia".

Seja uma caminhada no parque, na praça ou na rua, a atividade apresenta resultados eficazes e é excelente para pessoas que preferem exercícios de baixa intensidade. Além dos benefícios já citados, caminhar diariamente também impacta positivamente outros aspectos da saúde, como:

•        Promove mais energia: se realizada pela manhã, a caminhada regular pode aumentar os níveis de energia para começar o dia, sendo benéfica especialmente para pessoas que sofrem de condições médicas crônicas associadas à fadiga;

•        Reduz o estresse: a atividade ajuda a aumentar a síntese de neurotransmissores no cérebro, diminuindo o estresse e dando a sensação de bem-estar. A liberação de endorfinas e serotoninas também atua de forma positiva sobre a depressão;

•        Melhora a concentração: a caminhada funciona como um estimulante cerebral, promovendo melhor concentração e aumentando a criatividade;

•        Ajuda a dormir melhor: a qualidade de sono é um dos maiores benefícios da caminhada, uma vez que ela pode regular e aumentar os níveis da melatonina, hormônio do sono.

Conforme as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda-se que adultos realizem pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada; ou pelo menos 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade vigorosa. Ou, em outros casos, uma combinação equivalente ao longo da semana para benefícios substanciais à saúde.

"Adultos devem começar realizando pequenas quantidades de atividade física e aumentar gradualmente a frequência, intensidade e a duração ao longo do tempo", indica a OMS.

 

Fonte: Minha Vida

 

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