quinta-feira, 4 de julho de 2024

Doença arterial periférica: o que é e causas

A doença arterial periférica (DAP) é uma condição caracterizada pelo estreitamento das artérias periféricas que transportam o sangue do coração para outras partes do corpo. Ela afeta a circulação sanguínea dos membros inferiores e superiores, ou seja, braços, mãos, pernas e pés.

O tipo mais comum da doença é conhecido como DAP dos membros inferiores, em que o fluxo sanguíneo é reduzido para as pernas e pés. A DAP nos membros superiores (braços, mãos e dedos) é menos comum, mas ainda afeta uma porcentagem da população.

A condição é comum, embora dados de 2021 indiquem que no Brasil, anualmente, 0,0053% da população é diagnosticada com doença arterial periférica. Ela afeta, principalmente, idosos, com 20% da população acometida pela doença tendo mais de 65 anos de idade.

Infelizmente, a DAP não possui cura, mas pode ser tratada. No entanto, ela progride assintomática em 80% dos casos, o que compromete a eficácia do tratamento e o prognóstico da doença.

           O que causa a doença arterial periférica?

A doença arterial periférica é causada através de um processo conhecido como aterosclerose — o acúmulo de depósitos gordurosos contendo colesterol (placas) nas paredes das artérias. Essas placas de gordura impedem o fluxo de sangue ao resto do corpo, causando danos aos tecidos. Em alguns casos, os danos são tão extremos que levam à gangrena — a morte dos tecidos.

Existem certos fatores e problemas de saúde que aumentam o risco de desenvolvimento de DAP e outras formas de doenças cardiovasculares, incluindo:

           Tabagismo — fumar é considerado o fator de risco mais significativo para o desenvolvimento da doença;

           Diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2;

           Pressão alta (hipertensão);

           Colesterol alto;

           Envelhecimento;

           Obesidade;

           Estresse;

           Consumo frequente de alimentos ricos em gorduras saturadas;

           Sedentarismo;

           Histórico familiar de doenças cardíacas;

           Doença renal crônica.

Além disso, causas menos comuns de doença arterial periférica incluem:

           Inflamação dos vasos sanguíneos;

           Lesões nos braços ou pernas;

           Alterações nos músculos ou ligamentos;

           Exposição à radiação.

<><> Como identificar a DAP?

A maioria das pessoas que eventualmente são diagnosticadas com DAP começam assintomáticas. De fato, segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, até 4 em cada 10 pessoas com a condição não sentem dores nas pernas ou outros sintomas.

Porém, os sintomas da doença arterial periférica podem incluir:

           Frieza na parte inferior das pernas ou pés, especialmente quando comparado com o outro lado;

           Claudicação intermitente — dor nas pernas ao caminhar ou ao realizar outras atividades;

           Dormência ou fraqueza nas pernas;

           Falta de pulso ou pulso fraco nas pernas ou pés;

           Cãibras dolorosas em um ou ambos os quadris, coxas ou músculos da panturrilha após certas atividades, como caminhar ou subir escadas;

           Pele brilhante nas pernas;

           Mudanças na cor da pele nas pernas;

           Crescimento mais lento das unhas dos pés;

           Feridas nos dedos dos pés, pés ou pernas que não cicatrizam;

           Dor ao usar os braços, como dores e cãibras ao tricotar, escrever ou realizar outras tarefas manuais;

           Disfunção erétil;

           Perda de cabelo ou crescimento mais lento de pelos nas pernas.

<><> Diagnóstico

Existem diversos tipos de diagnóstico para DAP, incluindo o exame físico dos membros superiores e inferiores do paciente. Outros testes usados para o diagnóstico da doença podem incluir:

           Índice tornozelo-braquial: compara a pressão arterial no tornozelo com a pressão arterial no braço.

           Exames de sangue: verifica os níveis de colesterol.

           Ultrassom: visualiza a artéria com ondas sonoras e mede o fluxo sanguíneo em uma artéria para indicar a presença de um bloqueio.

           Tomografia computadorizada: mostra as artérias do abdômen, pelve e pernas.

           Angiografia por Ressonância Magnética (ARM): informações semelhantes às geradas por uma tomografia computadorizada, mas sem a necessidade de raios X.

           Angiografia: um agente de contraste é injetado nas artérias, o que ajuda a mostrar os vasos sanguíneos durante radiografias

<><> Estágios da doença arterial periférica

Após o diagnóstico, muitos profissionais de saúde usam o sistema Fontaine para atribuir um estágio à doença arterial periférica. Os estágios incluindo no sistema Fontaine são:

           I: Assintomático (sem sintomas).

           IIa: Claudicação leve (dor nas pernas durante o exercício).

           IIb: Claudicação moderada a grave.

           III: Dor isquêmica em repouso.

           IV: Úlceras ou gangrena.

<><> Possíveis tratamentos

O tratamento da doença arterial periférica pode envolver tanto mudanças de estilo de vida quanto um tratamento cirúrgico. Enquanto a doença em si não tem cura, o seu tratamento é fundamental para que os pacientes mantenham uma boa qualidade de vida.

Além disso, o tratamento pode ajudar a diminuir o risco de possíveis complicações associadas à DAP, como ataques cardíacos e AVCs.

           Prática de exercícios físicos

A prática de exercícios físicos é uma parte essencial do tratamento da doença arterial periférica. O exercício regular ajuda o corpo a usar melhor o oxigênio e melhora os sintomas da doença, além de melhorar o condicionamento físico do paciente.

           Mudanças na dieta

Uma das possíveis causas da DAP é o colesterol alto, que é uma das principais consequências de uma alimentação não saudável. Portanto, uma dieta pobre em gordura saturada, gordura trans e colesterol, e rica em alimentos naturais, como frutas e vegetais, é indicada para os pacientes. Essas mudanças na alimentação promovem a diminuição do colesterol, que pode reverter alguns dos sintomas da condição.

           Não fumar

O uso de tabaco aumenta o risco de DAP, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral, de acordo com a American Heart Association. Parar de fumar pode ajudar a retardar a progressão da condição, assim como de outras doenças cardíacas.

           Cuidado com os pés

Pessoas com DAP, especialmente aquelas que também têm diabetes, correm o risco de má cicatrização de feridas e lesões na parte inferior das pernas e pés. Por isso, muitos profissionais de saúde ressaltam a importância do cuidado com os pés, que incluem a higiene do local, além do tratamento de possíveis feridas.

           Medicamentos

Um profissional de saúde pode prescrever medicamentos para ajudar a controlar vários aspectos da DAP. Isso pode incluir medicamentos:

           Antiplaquetários;

           Cujo objetivo é reduzir o colesterol;

           Para o tratamento da hipertensão;

           Anticoagulantes.

Além disso, uma pesquisa realizada pela Northwestern University and University of Florida demonstrou que o uso do nicotinamida, uma forma de vitamina B3, pode aumentar a resistência à caminhada de pacientes com doença arterial periférica.

No entanto, é importante notar que nenhum tratamento, incluindo o uso de suplementos ou medicamentos controlados, deve ser feito sem a supervisão médica. Consulte um profissional da saúde — apenas eles poderão diagnosticar e tratar a condição de acordo com o seu quadro.

 

Fonte: eCycle

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