Desembarcando? Ex-ministro manda
"recado" para Bolsonaro após vitória da esquerda na França
Alçado à Casa Civil do
governo Jair Bolsonaro (PL) para selar a cooptação do Centrão pela ultradireita
fascista, o presidente do PP, Ciro Nogueira, mandou um recado ao ex-presidente
após a vitória da esquerda nas eleições na França neste domingo (7).
Em longo texto na rede
X, o presidente do PP, mesmo partido do presidente da Câmara Arthur Lira (AL),
Nogueira sinalizou que o Centrão pode saltar, de vez, do barco bolsonarista,
caso o ex-presidente decida se radicalizar ainda mais diante dos indiciamentos
pela Justiça.
Ao dizer que "as
eleições para a (SIC) França deixam uma lição pedagógica para todo o mundo e o
Brasil", Nogueira parte para cima dos "setores extremistas, que
possuem tentações majoritárias e dominantes".
"No Brasil não é
diferente. Os setores mais vigorosos da Direita ainda imaginam que podem,
sozinhos, ser referendados pela vontade popular. Mas o povo brasileiro não é de
extremismos", emenda.
Nogueira, então, se
junta aos setores da direita que vêm sendo criticados - especialmente por
Carlos Bolsonaro (PL-RJ) - por caminharem em direção à "terceira
via", articulada pelo sistema financeiro e a mídia neoliberal, que querem
distância do ex-presidente nas eleições de 2026.
"Para aqueles da
Direita brasileira que entendem que ela é o começo, o meio e o fim, fica o
alerta da França: a democracia não possui um único caminho quando o extremismo
se apresenta como a direção inevitável", diz.
• Radicalismo inacreditável: Eduardo
Bolsonaro quer sanções contra o Brasil
Durante um discurso no
CPAC 2024, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) defendeu a imposição de
sanções econômicas contra o Brasil e autoridades brasileiras. E se diz
PATRIOTA!!!!
Na palestra, que
defendia abertamente a soltura dos bolsonaristas presos no 8 de janeiro, o
filho de Bolsonaro afirmou que está esperançoso por uma vitória trumpista. A
ideia? Impor sanções contra o próprio país.
Ele citou negociações
que tem tido com o deputado republicano Chris Smith.
"Esse deputado,
ele está, na verdade, fazendo a costura, criando o arcabouço, para aprovar uma
lei nos Estados Unidos que trará consequências para as autoridades brasileiras.
E quando o Trump for eleito, ele terá mais conforto ainda para corrigir essa
injustiça aqui do Brasil", afirmou Eduardo Bolsonaro.
"Já existe lei
nos Estados Unidos para fazer esse tipo de coisa. A Venezuela, por exemplo, tem
vários ativos congelados nos Estados Unidos devido ao seu envolvimento com o
narcotráfico, devido a todas as questões de violações à liberdade. E esse deputado,
Chris Smith, ele já aprovou uma lei nesse sentido contra a Bielorrússia",
disse.
"Com a eleição do
Trump, a gente pode ter um grande reviravolta. E nós teremos, se Deus quiser.
Porque essas pessoas não estão pagando preço à toa", completou.
A defesa aqui é que o
Brasil se torne um dos países com instituições ou autoridades sancionadas pelos
EUA, uma medida que busca desestabilizar regimes desafetos de Washington.
Duvida? Tem vídeo.
<><> Não é
a primeira vez
Em abril, filho de
Bolsonaro foi aos EUA com outros deputados para tentar articular sanções de
Washington contra o Brasil sob a alegação de
"ditadura".
Ricardo Cappelli,
figura crucial para a manutenção do estado democrático de direito após a
tentativa de golpe do 8 de janeiro, fez uma dura crítica à atitude de Eduardo
Bolsonaro.
"Alta traição
nacional. Procurar nações estrangeiras para pedir sanções comerciais às
empresas brasileiras é crime de lesa pátria", afirmou.
"O presidente
@LulaOficial viajando para abrir
mercados e patriotas de araque sabotando o BRASIL. Inaceitável", completou
o ex-secretário do MJ.
¨ No Brasil atual, todos bolsonaristas terão seus quinze minutos
de fama. Por Francisco Fernandes Ladeira
Na década de 1960,
Andy Warhol profetizou: “no futuro, todos terão seus quinze minutos de fama”.
Parafraseando o artista visual estadunidense, podemos dizer que, no Brasil
contemporâneo, onde o fascismo saiu da coleira, todo bolsonarista terá seus
quinze minutos de fama. Via de regra, pelos motivos mais toscos, grotescos e
constrangedores. Tratam-se de pessoas anônimas (pelo menos para o grande
público), responsáveis por frases e/ou atitudes deploráveis, que posteriormente
viralizam nas principais redes sociais.
O fenômeno dos “quinze
minutos de fama bolsonarista” ganhou força após a derrota eleitoral do “mito”
em 2022 (concebida pelo gado como “fraude”). Nesse contexto, bolsonaristas
fecharam rodovias em todo o Brasil, em protesto contra a vitória eleitoral do “comunista”
Luiz Inácio Lula da Silva. Entre eles estava um indivíduo que subiu no
para-brisa de um caminhão para impedir que o veículo ultrapassasse o bloqueio
dos manifestantes. No entanto, o motorista não parou e o bolsonarista ficou por
alguns quilômetros pendurado. Com as imagens inspirando inúmeros memes na
internet, surgiu o primeiro personagem de nossa lista: o “patriota do
caminhão”.
Por outro lado, um dos
caminhos mais certeiros para um bolsonarista alcançar os quinze minutos de fama
é demonstrar seus preconceitos em público, sem máscaras. Pode até render
candidatura para cargo legislativo. Nesse sentido, temos a “homofóbica da padaria”,
alçada ao estrelato efêmero quando foi flagrada insultando um casal de
homossexuais em uma padaria paulistana. No repertório de xingamentos, clássicos
do léxico bolsonarista: “mimimi”, “eu sou de família tradicional” e “os valores
estão sendo invertidos”. Para não fugir da cartilha “cidadão de bem”, a
“homofóbica da padaria” tem em seu currículo acusações de extorsão e ameaças.
Do mesmo modo, um
casal evangélico, dono de uma gráfica em São Paulo, teve seus quinze minutos de
fama ao declarar que não faz convites para uniões homoafetivas. Com a
repercussão do caso, os proprietários da empresa publicaram um vídeo, se
dizendo vítimas de “heterofobia” (como se sabe, inventar preconceitos que não
existem é uma das principais especialidades da extrema direita
brasileira).
Por falar em religião,
uma das marcas registradas do bolsonarismo é a intolerância em relação às
crenças de matrizes africanas. Sendo assim, uma influencier cristã se tornou
conhecida nacionalmente por publicar um vídeo em suas redes sociais que
associava as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul à ira divina (por
causa da grande presença de terreiros de “macumba” no estado).
Mas não basta insultar
minorias sociais, é preciso ir às vias de fato. Em Fortaleza, um bolsonarista
ganhou seus quinze minutos de fama por ter apalpado as partes íntimas de uma
mulher, sem consentimento, enquanto ela deixava o elevador de um edifício comercial.
Como sua atitude, evidentemente, não foi bem-vista (rendeu até demissão do
emprego), o “assediador do elevador” recorreu à uma das máximas bolsonaristas:
alegou ter “problemas psiquiátricos”.
Além do
conservadorismo nos costumes, o bolsonarismo tem como slogan ser “liberal na
economia” (aliás, a sua face mais cruel). Isso significa privatizações,
sucateamento de serviços públicos e perdas de direitos trabalhistas, entre
outras mazelas. Nessa lógica, o fundador do grupo G4 Educação é o mais recente
bolsonarista agraciado com os quinze minutos de fama. O motivo: defender a
superexploração do trabalhador. Como todo “cidadão de bem” respeitável,
seguindo o lema “imposto é roubo”, ele tem em seu histórico uma dívida de 10,5
milhões de reais em impostos à União.
Também são dignos de
uma menção honrosa os bolsonaristas que comemoraram a falsa prisão de Alexandre
de Moraes (confirmando a “fraude” na eleição presidencial de 2022), os
adoradores do pneu de caminhão, os patriotas que acamparam em frente a quartéis
e os golpistas de 8 de janeiro.
Porém, em um futuro
distópico, esses bravos cidadãos de bem não terão apenas quinze minutos de
fama; serão eternizados e representados como heróis nacionais nos livros de
História produzidos pela Brasil Paralelo. Nada é tão ruim que não possa piorar!
¨ Milei diz que Bolsonaro é “perseguido pela Justiça”, insinua
crítica contra Lula e agrava crise com o Brasil. Por Marcia Carmo
O presidente da
Argentina, Javier Milei, disse, neste domingo, que o ex-presidente Jair
Bolsonaro é vítima da Justiça. “Um perseguido judicial”, afirmou Milei. “Olhem
a perseguição judicial que nosso amigo Jair Bolsonaro está sofrendo no Brasil”,
disse. As declarações do argentino de extrema-direita foram realizadas na
Conferência Política da Ação Conservadora (CPAC), no Balneário Camboriú, no
estado de Santa Catarina, três dias após Bolsonaro ter sido indiciado pela
Polícia Federal no inquérito que investiga um esquema ilegal de joias dadas por
delegações estrangeiras à Presidência da República. O ex-presidente foi
indiciado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato
(apropriação de bem público), como foi publicado na imprensa brasileira e internacional.
A presença de Milei no
evento em Camboriú aumentou a tensão para níveis inéditos na relação bilateral.
Na sexta-feira, fontes do Itamaraty disseram ao Brasil 247 que
não se descartava convocar o embaixador do Brasil na Argentina, Julio Bitelli,
num sinal de insatisfação, dependendo do tom das palavras de Milei. A reação
poderia incluir até a retirada do embaixador do Brasil, disseram.“Não podemos
agir como se nada estivesse acontecendo. Um presidente falar mal do nosso Chefe
de Estado no território brasileiro será inadmissível”, disseram as fontes, sob
a condição do anonimato.
No discurso de dez
páginas, Milei não citou o nome do presidente Lula. A imprensa argentina
publicou, no início da noite deste domingo, manchete em seus portais indicando
que esta frase seria um recado ao Chefe de Estado brasileiro. “Se vocês têm
alguma dúvida (do que ele entende serem os males do socialismo), observem como
vivem as famílias destes líderes do socialismo do Século XXI. Vejam como vive a
família de Maduro (da Venezuela), vejam como vivem os filhos de alguns de seu
próprio país. São todos multimilionários que vivem como se tivessem fundado o
Google”. Logo depois, esta frase foi associada pela imprensa argentina,
especificamente ao presidente da Venezuela e líderes da esquerda em geral, sem
associação direta ao presidente Lula. E a frase mais interpretada como crítica
ao presidente do Brasil foi a de Milei condenando o Foro de São Paulo, já que
ele surgiu a partir da iniciativa do PT.Neste domingo, voltamos a consultar
fontes do Itamaraty. Uma delas disse que o discurso foi “mais ameno do que se esperava”.
A outra, porém, avaliou que o nível de tensão não diminuiu e a situação
bilateral continuará sendo “estudada”.
Em seu longo discurso
em Camboriú, Milei voltou a criticar o socialismo, a esquerda em geral e o
Fórum de São Paulo, enfatizando sua rejeição aos governos progressistas da
América Latina. Milei tem demostrado desprezo pela integração regional. Ele não
comparecerá à reunião dos presidentes do Mercosul, nesta segunda-feira, em
Assunção, no Paraguai. O Brasil é o primeiro país da América do Sul que ele
visita após quase sete meses de governo, mas, neste caso, não para visitar o
presidente eleito através das urnas e sim seu par ideológico, o ex-presidente
Bolsonaro. O Brasil é o principal sócio comercial da Argentina e a Argentina o
principal destino das exportações industriais brasileiras. A opção de Milei por
Bolsonaro levou políticos argentinos de peso no país a declararem que a
Argentina pode acabar sendo prejudicada em seus resultados reais. O governador
de Córdoba, Martín Llayora, disse que teme que o setor automotivo seja afetado
– a província tem forte relação com este setor no Brasil. E este é um dos pilares
do setor comercial e econômico entre os dois países. A ex-deputada federal
Elisa Carrió, admiradora de Lula, disse que Milei está “ameaçando a paz” da
região, ao criticar o presidente do Brasil.
• Milei recua em ataque a Lula após
Itamaraty sinalizar ruptura diplomática
Ao melhor estilo Jair
Bolsonaro (PL), o presidente da Argentina, Javier Milei, recuou dos ataques
diretos a Lula durante sua incursão entre os fascistas do Brasil em sua viagem
a Camboriú (SC) para participar da Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC),
cópia do evento da extrema-direita nos EUA trazida ao país por Eduardo
Bolsonaro (PL).
Antes de sua primeira
viagem ao Brasil, em que deixou de lado a diplomacia para adular Bolsonaro,
Milei reiterou os ataques feitos a Lula durante a campanha eleitoral.
Em publicação na rede
X no dia 2 de julho, o presidente argentino disse que o brasileiro
"reclama porque eu lhe respondo com sinceridade (ele foi preso por
corrupção e é comunista)".
Em pronta resposta, o
Itamaraty emitiu um comunicado à Casa Rosada em que o governo brasileiro diz
que "esperamos que não haja repetição da ofensa ao presidente Lula".
“Seria uma situação
grave que poderia ter consequências diplomáticas profundas, como a retirada do
embaixador em Buenos Aires, e que complicaria muito a relação bilateral até
levar a uma ruptura virtual das relações, como aconteceu com a Espanha”, disse o
Itamaraty.
Em maio, o presidente
do Governo da Espanha, Pedro Sanchez convocou o embaixador após Milei chamar a
esposa dele, Bergoña Gomez, de corrupta em um evento do partido de
extrema-direita Vox, em Madri.
Alertado pelo
Itamaraty, Milei recuou e sequer citou Lula em seu discurso no Brasil,
concentrando-se a repetir velhos chavões contra o "socialismo" e
fortalecer o discurso vitimista de Bolsonaro.
"Olhem o que
aconteceu na Venezuela, olha o que aconteceu na Bolívia quando Evo Morales
ganhou pela terceira vez, olhem a perseguição que o nosso amigo Bolsonaro sofre
aqui no Brasil, e olhem o que está acontecendo na Bolívia, um falso golpe de
estado", afirmou Milei aos fascistas apoiadores de Bolsonaro em Santa
Catarina.
Com 57% da população
argentina vivendo na pobreza após o desmonte neoliberal na economia argentina,
Milei tentou se defender atacando os "socialistas".
"Quero dizer que
vamos sair da miséria gostem ou não os socialistas, porque a grande maioria dos
argentinos escolheu uma mudança profunda de regime que prometemos na campanha,
e nós temos o compromisso de cumprir com a maioria, ainda que os beneficiários
desse sistema corrupto, parasitário e empobrecedor movam céus e terras para nos
boicotar. Não passarão", afirmou.
• Mauro Vieira
Em evento que antecede
a participação de Lula, nesta segunda-feira (8), na sessão Plenária dos
Presidentes do Mercosul, o chanceler brasileiro Mauro Vieira alfinetou Milei,
que não deve participar da reunião, lembrando as tentativas de golpe na Bolívia
e no Brasil.
"Não posso
começar esse meu pronunciamento sem me referir, logo de início, à tentativa de
golpe de estado ocorrida, há pouco mais de 10 dias, na república da Bolívia.
Quero aqui me solidarizar com minha contraparte e amiga Celinda Sosa. No Brasil
também tivemos de enfrentar, ainda nos primeiros dias deste terceiro mandato do
presidente Lula, uma tentativa de reverter, por meio da violência, a vontade
soberana do povo, expressa nas urnas. No Brasil, assim como na Bolívia, a
democracia venceu – e tenho certeza de que sairá mais forte", discursou
Vieira.
Ao final de sua fala,
o chanceler brasileiro voltou a falar da importância da "democracia"
e da "paz" para integração da região, em novo recado à ultradireita
fascista.
"Para enfrentar
os desafios globais e fortalecer a nossa região, devemos, primeiramente,
fortalecer nosso bloco, com instituições robustas, maior integração de nossas
cadeias produtivas, mais cooperação e, acima de tudo, com a constante defesa
dos nossos princípios fundadores: a paz e a democracia como elementos-chave do
processo de integração", concluiu.
Fonte: Fórum/Brasil
247
Nenhum comentário:
Postar um comentário