sexta-feira, 5 de julho de 2024

Denúncia: autoridades de Kiev ajudaram parentes a fugir do país sob o manto de orfanatos

O comissário para Direitos Humanos da Suprema Rada, Parlamento unicameral da Ucrânia, Dmitry Lubinets, afirmou que autoridades governamentais de Kiev poderiam ter ajudado seus parentes a deixar o território ucraniano sob o disfarce de estarem ajudando crianças órfãs e encaminhou a denúncia para o gabinete do procurador-geral.

"Orfãos e crianças privadas de cuidados parentais tornaram-se um disfarce para parentes próximos de autoridades de Kiev deixarem ilegalmente o país e evitarem a mobilização", denunciou em seu canal no Telegram.

Em março de 2022, segundo Lubinets, 68 alunos do Centro de Reabilitação Social e Psicológica de Crianças nº 1 foram evacuados para a Alemanha acompanhados de 20 adultos. Dentre esses acompanhantes, havia pessoas que não possuíam nenhuma relação com a função social e que conseguiram o emprego no dia anterior.

"Entre essas pessoas está um parente próximo do chefe do Serviço Infantil de Kiev e um parente próximo do chefe do Centro de Reabilitação Social e Psicológica de Crianças nº 1. Entre os acompanhantes estão também mais quatro pessoas. O motivo para essa saída exige estudos adicionais."

"Todos os acompanhantes renunciaram aos seus cargos depois de se encontrarem fora do país, e nenhum deles trabalha atualmente nessas agências. Além disso, não regressaram à Ucrânia."

A Ucrânia está sob regime marcial desde 24 de fevereiro de 2022 e, no dia seguinte, Vladimir Zelensky assinou um decreto sobre a mobilização geral. Homens entre 18 e 60 anos estão proibidos de deixar a Ucrânia durante a lei marcial. A evasão do serviço militar durante a mobilização é punível com até cinco anos de prisão. A convocação pode ser feita em vários locais, como em postos de gasolina e em cafés.

¨      Ativista pela paz dos EUA: cobertura ocidental do conflito na Ucrânia é a 'pior de todos os tempos'

O advogado, estudioso e ativista pela paz dos EUA, Daniel Kovalik, disse nesta quarta-feira (3) que esteve em Donbass, chamou a cobertura ocidental do conflito na Ucrânia de piada e disse ser a pior cobertura "de todos os tempos".

"Acho que este é o pior conflito coberto que já vi na minha vida. É, francamente, uma piada e é uma pena a forma como isso está sendo coberto", disse Kovalik durante uma coletiva de imprensa nas Nações Unidas.

Kovalik, o jornalista norte-americano Jackson Hinkle e o membro do Comitê Administrativo da Coalizão Nacional Unida Antiguerra Christopher Helali acabaram de regressar de uma viagem a Donbass, onde tiveram a oportunidade de falar com o povo e de ver pessoalmente a devastação causada pelo bombardeio ucraniano continuado contra civis na região.

Para o ativista, o conflito na Ucrânia é o candidato mais provável para iniciar a 3ª Guerra Mundial e há pessoas na Casa Branca que querem que isso aconteça.

Os ativistas pela paz notaram o fato de Donbass, especialmente em Lugansk, estar marcado de vestígios de bombardeios ucranianos usando bombas e sistemas americanos, a maioria dos quais continuam a atingir alvos civis, incluindo escolas, jardins de infância e hospitais.

No início de junho, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Rússia estava disposta a um cessar-fogo imediato e que iniciaria negociações com a Ucrânia depois que Kiev retirasse as tropas de Donbass e abandonasse oficialmente os planos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

O Departamento de Estado dos EUA chamou os termos de Putin para a paz na Ucrânia de "maximalistas".

¨      Aliados da OTAN hesitam em convidar a Ucrânia ao bloco por ser 'corrupta demais', diz mídia

A Ucrânia será informada na cúpula da OTAN em Washington na próxima semana que não deverá se juntar à aliança devido aos problemas de corrupção, informa o The Telegraph, citando um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA.

Na cúpula, que será realizada na capital dos Estados Unidos de 9 a 11 de julho, os aliados da OTAN deverão pedir "medidas adicionais" de Kiev para combater a corrupção antes das negociações de adesão, informou o jornal nesta quarta-feira (3). Esta posição será definida por escrito no comunicado da OTAN que será assinado na cúpula em 9 de julho, disse o funcionário.

O interlocutor adiantou que deve ser elogiado tudo que a Ucrânia fez nos últimos dois anos em termos de reformas.

"Uma vez que eles continuam fazendo essas reformas, queremos elogiá-las, queremos falar de medidas adicionais que precisam ser tomadas, particularmente no domínio da luta contra a corrupção. É uma prioridade para muitos de nós ao redor da mesa", disse o funcionário citado pela mídia britânica.

No final de setembro de 2022, o líder ucraniano, Vladimir Zelensky, disse que o seu país estava solicitando a adesão acelerada à OTAN.

Anteriormente, o presidente dos EUA, Joe Biden, em entrevista à revista Time, reconheceu ter testemunhado uma "corrupção significativa" na Ucrânia em visitas ao país durante seu mandato como vice-presidente. Em vez da entrada na OTAN, Kiev terá de se contentar com "garantias de segurança".

O presidente russo, Vladimir Putin, reiterou que Moscou considera o estatuto de não alinhado da Ucrânia vital para pôr fim ao conflito que já dura há anos. O objetivo declarado de Kiev de aderir à aliança liderada pelos EUA foi uma das razões da Rússia para lançar a sua operação militar especial em fevereiro de 2022.

¨      Expansão da OTAN pode acabar se Trump for reeleito presidente dos EUA, sugere revista

Donald Trump está considerando efetuar um acordo com a Rússia para não expandir a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para a Ucrânia e Geórgia, caso seja reeleito presidente dos EUA, escreve o Politico citando fontes anônimas.

Trump é o presumível candidato republicano e ele vai desafiar o atual chefe da Casa Branca Joe Biden nas eleições de novembro. Sua campanha ainda não nomeou uma equipe de segurança nacional ou publicou uma nova agenda para a OTAN, mas a edição elaborou um possível plano.

"Como parte de um plano para a Ucrânia que foi relatado anteriormente, o candidato presuntivo do [Partido Republicano] está ponderando um acordo por meio do qual a OTAN se compromete a não mais se expandir para leste – especificamente na Ucrânia e na Geórgia – e negocia com o presidente russo Vladimir Putin sobre quanto território ucraniano Moscou pode manter", indica o artigo, citando dois "especialistas em segurança nacional próximos de Trump".

Uma fonte anônima supostamente familiarizada com as ideias de Trump disse que ele estava "aberto a algo que impedisse a expansão da OTAN e não voltasse para as fronteiras da Ucrânia em 1991", mas não excluiu nenhuma outra opção, "incluindo o fornecimento de grandes quantidades de armas" a Kiev.

Embora seja improvável que Trump saia da OTAN imediatamente, ele possivelmente reformulará o bloco liderado pelos EUA para fazer com que seus membros europeus assumam mais responsabilidade – algo que as fontes da revista temem que não sejam realmente capazes.

Os países europeus da aliança que não gastam pelo menos 2% do seu PIB com as forças armadas "não desfrutariam da generosidade de defesa e garantia de segurança" dos EUA, disse uma fonte anônima alinhada a Trump.

Os EUA "não têm forças militares suficientes para todos", disse ao Politico Elbridge Colby, vice-secretário adjunto de estratégia de Trump. "Não podemos quebrar nossa lança na Europa contra os russos quando sabemos que os chineses e os russos estão colaborando, e os chineses são uma ameaça mais perigosa e significativa".

<><> Europeus se opõem esmagadoramente ao envio de tropas para a Ucrânia, aponta pesquisa

Uma esmagadora maioria dos cidadãos europeus se opõe ao envio de tropas para a Ucrânia, revelou uma nova sondagem do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR, na sigla em inglês) nesta quarta-feira (3).

Em particular, o percentual de pessoas entrevistadas que não eram a favor do envio de soldados do seu país para a Ucrânia foi de 90% na Bulgária, 85% na Grécia, 81% na Alemanha, 80% na Itália, 78% na Suíça, 72% na República Tcheca, 70% nos Países Baixos, 69% na Polônia, França e Espanha respectivamente, 67% na Estônia, 66% no Reino Unido, 60% em Portugal e 54% na Suécia.

Além disso, a maioria das pessoas entrevistadas nos países europeus e na Ucrânia acreditam que Kiev não será capaz de recuperar territórios perdidos pela força devido ao fato de as Forças Armadas russas serem uma "barreira" forte demais para ser superada.

Isso incluiu 81% dos entrevistados na Ucrânia, 79% na Estônia e na Grécia respectivamente, 77% na Bulgária, 74% na República Tcheca, 73% na Polônia, 72% no Reino Unido e Espanha cada, 69% em Portugal, 68% na Suíça e nos Países Baixos, 67% na Alemanha, 64% na França e Itália, e 56% na Suécia.

A sondagem foi realizada com 19.566 pessoas em 15 países, incluindo a Ucrânia, na primeira quinzena de maio, sem serem fornecidos dados sobre a margem de erro.

·        Angustiado, Zelensky desafia Trump a revelar planos para acabar com o conflito na Ucrânia

Vladimir Zelensky disse em entrevista à Bloomberg nesta quarta-feira (3) que se o ex-presidente Donald Trump tem um plano para o fim do conflito ucraniano, "ele deveria nos contar hoje".

O republicano, que lidera as pesquisas na corrida presidencial com Joe Biden, afirmou na semana passada que acabará com o conflito se vencer as eleições, marcadas para novembro.

Em um debate recente com Biden, Trump criticou os bilhões de dólares gastos na defesa da Ucrânia, dizendo que Kiev "não está ganhando a guerra".

"Se houver riscos para a independência ucraniana […], queremos estar prontos para isso, queremos saber", afirmou Zelensky.

Em uma entrevista de quase uma hora, o líder do regime ucraniano lamentou os atrasos nas entregas de armas de aliados ocidentais e disse que estava "potencialmente pronto" para se encontrar com Trump para ouvir as propostas de sua equipe.

"Queremos entender se em novembro teremos o apoio poderoso dos EUA ou se ficaremos sozinhos", declarou.

Zelensky tem um relacionamento tenso com Trump, que durante sua presidência o acusou consistentemente de corrupção e, logo após a eleição do ex-comediante, em 2019, supostamente o pressionou para investigar alegações contra Biden.

Na entrevista, que aconteceu um dia após o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, pedir a Zelensky que considerasse um cessar-fogo, o ucraniano rejeitou a opção. Ele disse que aqueles que defendiam essa postura falharam em articular como um cessar-fogo funcionaria, relata a mídia.

¨      Zelensky precisa entender que EUA amam mais Israel que a Ucrânia, afirma especialista

Os Estados Unidos têm prioridades mais elevadas do que a Ucrânia, incluindo o apoio incondicional a Israel. O presidente sem mandato da Ucrânia faria bem em saber que, à medida em que as eleições nos EUA se aproximam, poderá surgir uma mudança na política no cenário internacional, disse uma analista de geopolítica à Sputnik.

Durante o debate da semana passada (28), a Ucrânia foi discutida, mas nenhum dos candidatos apresentou planos concretos para continuar financiando a Ucrânia. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que encontraria uma solução para o conflito antes de assumir o cargo em janeiro, enquanto o atual presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que as suas ações na Ucrânia impediram o presidente russo Vladimir Putin de restaurar "o seu império soviético".

Em contraste, quando a Palestina foi mencionada, ambos os candidatos discutiram quem apoiava mais Israel. "Somos o maior produtor de apoio a Israel do que qualquer outro no mundo", argumentou Biden. "Você deveria deixá-los ir e deixá-los terminar o trabalho", disse Trump sobre Israel, acrescentando que Biden se parecia com "um péssimo palestino".

"Ambos amam [Israel] — na verdade discutiram quem ama mais Israel", disse Sarah Bils, veterana da Marinha dos EUA, à Sputnik, na segunda-feira (1º). O forte contraste deveria ter sido esclarecedor para Vladimir Zelensky, o antigo menino de ouro do Ocidente.

"Lamento, no final das contas, a prioridade [para os EUA] será sempre Israel", disse Bils, acrescentando que o sentimento não se baseava no etnocentrismo ou em ideias religiosas, mas simplesmente que "geopoliticamente, é mais importante para os Estados Unidos proteger Israel do que proteger a Ucrânia".

Israel tem sido, por vezes, descrito como "um porta-aviões dos Estados Unidos no Oriente Médio".

No dia seguinte ao debate, Zelensky deu uma coletiva de imprensa dizendo que em breve apresentaria um "plano abrangente" para acabar com o conflito que seria apoiado pela "maioria" do mundo. Ele também indicou que estava aberto a conversar com a Rússia através de intermediários. Embora os comentários tenham surgido pouco depois de a sua mais recente chamada "conferência de paz" ter sido descrita quase universalmente como um fracasso, foi difícil ignorar a sua proximidade com o desastroso desempenho de Biden no debate.

"Não levo a sério suas negociações de paz", explicou Bils. "Especialmente porque ele já ganhou tempo suficiente", adiando quaisquer negociações potenciais até depois da cada vez mais provável derrota eleitoral da administração Biden.

Como tem acontecido há décadas, os norte-americanos não têm forma de utilizar os dois principais partidos se quiserem ver uma mudança significativa na política externa.

"Os democratas são muito mais duros com a Rússia, os republicanos são muito mais duros com a China. Basta escolher o seu veneno. No final das contas, você ainda tem um sionista", explicou Bils. "Você quer lutar contra a Rússia ou quer lutar contra a China? Eu também não quero lutar, mas essas são suas escolhas aqui."

Em sua resposta pós-debate, a candidata do Partido Verde, Jill Stein, ofereceu aos eleitores uma opção diferente. "Nosso país não está apenas financiando um genocídio [...], o genocídio não continuaria sem [Biden e o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken]", explicou ela, dizendo que no debate havia "dois fomentadores da guerra basicamente competindo por quem pode nos levar à Terceira Guerra Mundial o mais rapidamente".

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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