Câncer do
colo do útero: primeiros sinais e causas
O
câncer de colo do útero (CCU) é um crescimento de células que começa no colo do
útero, também conhecido como cérvix. O colo do útero é a parte inferior do
útero, que se conecta à vagina.
Segundo
a Organização Mundial de Saúde (OMS), o CCU é o quarto câncer mais comum em
pessoas com útero em todo o mundo, com cerca de 600 mil casos relatados
anualmente. No Brasil, ele é o terceiro tumor maligno mais frequente na
população feminina, excluindo o câncer de pele não melanoma, e a quarta causa
de morte de mulheres por câncer.
Embora
comum, o câncer de colo do útero pode ser curado se diagnosticado em estágio
inicial — o que ressalta a importância sobre a conscientização deste tipo de
câncer, seus sinais e possíveis fatores de risco.
• O que provoca câncer de colo de
útero?
Cerca
de 95% dos casos de câncer cervical são causados pela infecção genital
persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV, que também causa
verrugas genitais e lesões pré-cancerosas. Esse vírus é sexualmente
transmissível, com o HPV sendo classificado como uma IST.
Isso
não significa, contudo, que toda pessoa infectada pelo vírus da HPV
desenvolverá a condição. De fato, estima-se que quase todas as pessoas com uma
vida sexual ativa serão infectadas pelo vírus em algum momento da vida,
geralmente sem sintomas — com 90% das infecções desaparecendo dentro de um ano
devido à ação do sistema imunológico.
Apenas
cerca de 10% das infecções são oncogênicas, ou seja, resultam na transformação
de células normais em células cancerígenas. Isso é decorrente, muitas vezes, da
exposição contínua desprotegida ao vírus da HPV.
Normalmente,
são necessários de 15 a 20 anos para que essa mutação ocorra. Porém, em pessoas
com o sistema imunológico enfraquecido, como em casos de HIV não tratado, este
processo pode ser mais rápido e demorar de 5 a 10 anos.
Existem
cerca de 100 diferentes cepas de HPV, mas apenas certos tipos causam câncer de
colo de útero — os dois mais comuns sendo o HPV-16 e o HPV-18.
• Quais são os sinais de câncer no colo
do útero?
Os
estágios iniciais do câncer do colo do útero geralmente não apresentam sintomas
e são difíceis de detectar. De fato, os primeiros sinais da doença podem levar
anos para se desenvolverem e, quando aparecem, são comumente confundidos com
condições comuns, como sintomas da menstruação e de infecções do trato
urinário.
Os
primeiros sinais do câncer do colo do útero incluem:
• Corrimento vaginal aquoso ou com
sangue, que pode ser intenso e ter um odor desagradável.
• Sangramento vaginal após a relação
sexual, entre a menstruação ou após a menopausa.
• Menstruações mais intensas e que
duram mais que o normal.
Uma
vez que o câncer se espalha para tecidos ou órgãos próximos, os sintomas podem
incluir:
• Micção difícil ou dolorosa, às vezes
com a presença de sangue;
• Diarreia, dor ou sangramento no reto
ao defecar;
• Fadiga, perda de peso e apetite;
• Uma sensação geral de mal-estar;
• Dor nas costas ou inchaço nas pernas;
• Dor pélvica/abdominal ou dor durante
a atividade sexual.
Devido
à eficácia do tratamento do câncer cervical nos primeiros estágios, mulheres
sexualmente ativas são encorajadas a procurar um profissional de saúde se
apresentarem qualquer sintoma associado à condição.
• Tipos e estágios do câncer
Os tipos
de câncer de colo do útero são divididos com base no tipo de célula em que o
câncer começa. Os principais tipos incluem:
• Carcinoma de células escamosas:
começa em células finas e planas, que revestem a parte externa do colo do útero
e são conhecidas como células escamosas. Acredita-se que a maioria dos cânceres
cervicais são carcinomas de células escamosas.
• Adenocarcinoma: começa nas células
glandulares, que revestem o canal cervical.
Às
vezes, ambos os tipos de células podem estar envolvidos no desenvolvimento do
câncer cervical. E, muito raramente, o câncer ocorre em outras células do colo
do útero.
O
diagnóstico da doença é feito através de exames médicos, como o Papanicolau, em
que são coletadas células do colo do útero. Após o diagnóstico, o profissional
de saúde é responsável por associar o câncer a um estágio específico, que
indica a severidade do caso — se ele se espalhou e, se sim, para quais regiões
do corpo. Os quatro estágios do câncer cervical são:
• I — o câncer é pequeno e pode, ou
não, ter se espalhado para os gânglios linfáticos. Contudo, não se espalhou
para outras partes do corpo.
• II — o câncer é maior e pode ter se
espalhado para fora do útero e do cérvix ou para os gânglios linfáticos. Porém,
ainda não atingiu outras partes do corpo.
• III — o câncer se espalhou para a
parte inferior da vagina ou para a pélvis. Pode estar bloqueando os ureteres,
os tubos que transportam a urina dos rins para a bexiga. Porém, não se espalhou
para outras partes do seu corpo.
• IV — o câncer pode ter se espalhado
para fora da pélvis, para órgãos como pulmões, ossos ou fígado.
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Tratamento
Baseando-se
no tipo de estágio de câncer e seu possível avanço, profissionais de saúde
indicam o tratamento apropriado para cada quadro da doença, que pode incluir:
• Radiação;
• Quimioterapia;
• Cirurgias;
• Imunoterapia.
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Quais são as chances de cura do câncer de colo de útero?
O
prognóstico da doença é baseado em que estágio ocorreu o diagnóstico e quando
foi iniciado o tratamento. Em geral, em cânceres do primeiro estágio, em que as
células cancerígenas estão limitadas ao colo do útero, a taxa de sobrevivência
em 5 anos é de 92%.
Depois
que o câncer se espalha pela região pélvica, a taxa de sobrevivência em 5 anos
cai para 56% e, se o câncer se espalhar para outras partes do corpo, a
sobrevivência é de apenas 17%.
Portanto,
é recomendado que todas as pessoas com útero e de vida sexual ativa realizem o
exame preventivo do câncer de colo uterino com frequência.
“Toda
mulher que tem ou já teve vida sexual deve submeter-se ao exame preventivo
periódico, especialmente as que têm entre 25 e 59 anos. Inicialmente, o exame
deve ser feito anualmente. Após dois exames seguidos (com um intervalo de um
ano) apresentando resultado normal, o preventivo pode passar a ser feito a cada
três anos”.
• Fatores de risco do câncer do colo do
útero
Enquanto
a infecção por HPV é considerada o principal fator de risco para o
desenvolvimento do câncer do colo do útero, ele não é o único. Outras doenças e
hábitos, por exemplo, também podem contribuir para a sua aparição, como:
• HIV;
• Clamídia;
• Tabagismo;
• Obesidade;
• Histórico familiar de câncer
cervical;
• Manter uma dieta pobre em frutas e
vegetais;
• Uso de pílulas anticoncepcionais;
• Três gestações a termo;
• Uma primeira gestação antes dos 17
anos de idade;
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Como se prevenir contra o câncer do colo do útero
Segundo
a OMS, existem 6 vacinas contra o HPV disponíveis globalmente. Todas protegem
contra os tipos 16 e 18 de HPV de alto risco, que causam a maioria dos cânceres
do colo do útero e demonstraram ser seguras e eficazes na prevenção da infecção
pelo HPV e do câncer em si.
No
Brasil, o esquema de vacinação contra a HPV segue as diretrizes determinadas
pela OMS. Ou seja, o público-alvo da vacina são meninas e meninos de 9 a 14
anos, visando protegê-los antes da exposição ao vírus.
O
grupo prioritário também inclui pessoas com imunocomprometimento, vítimas de
violência sexual e outras condições específicas, conforme disposição do
Programa Nacional de Imunizações (PNI), podendo receber a vacina até os 45
anos.
Além
da vacinação, existem outras medidas preventivas para o câncer do colo do
útero, como:
• Manter relações sexuais protegidas,
com o uso de preservativos;
• Limitar o número de parceiros
sexuais;
• Parar de fumar e evitar o uso de
produtos derivados do tabaco.
Fonte:
eCycle
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