Câncer de
rim: fatores de risco, sintomas e tratamento
O
câncer de rim acontece quando as células desse órgão começam a crescer de
maneira descontrolada, levando à formação de tumores malignos.
"É
importante ressaltar que os tumores de rim são doenças heterogêneas e existem
mais de 20 subtipos histológicos, sendo fundamental realizar o reconhecimento
específico para definir o tipo de tratamento", afirma a Dra. Isabela
Werneck, patologista associada a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
"As
causas do câncer de rim ainda não são completamente compreendidas, mas
acredita-se que fatores genéticos e ambientais desempenham um papel
significativo", afirma o Dr. Bruno
Zawadzki, nefrologista e Diretor Médico Nacional da DaVita Tratamento Renal.
• Quais os fatores de risco do câncer
de rim?
Diversos
fatores podem aumentar o risco de desenvolver o câncer de rim, sendo que os
principais são:
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Obesidade;
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Tabagismo;
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Hipertensão;
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Histórico familiar de câncer de rim;
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Doenças genéticas;
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Idade avançada;
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Uso de certos medicamentos.
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Quais os sintomas do câncer de rim?
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Os sintomas mais comuns do câncer de rim incluem:
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Perda de peso inexplicada;
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Fadiga excessiva;
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Febre intermitente;
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Massa palpável na região abdominal;
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Presença de sangue na urina;
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Dor persistente na região lombar ou lateral.
No
entanto, o Dr. José Maurício Mota, oncologista especialista em tumores
oncológicos, alerta que o câncer de rim, especialmente em estágios iniciais,
pode ser silencioso.
"Vale
destacar também que esses sintomas podem ser indicativos de outras doenças, por
isso, a avaliação médica é fundamental", lembra o Dr. Bruno.
• Como é feito o diagnóstico do câncer
de rim?
O
diagnóstico do câncer de rim começa com uma avaliação clínica detalhada. Exames
de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância
magnética, também são necessários.
"Em
casos suspeitos, pode ser realizada uma biópsia renal para confirmar o
diagnóstico, na qual uma pequena amostra do tecido renal é examinada
microscopicamente", afirma o Diretor Médico Nacional da DaVita Tratamento
Renal.
O
Dr. Bruno ainda ressalta sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer.
"Isso aumenta significativamente as chances de cura e tratamentos menos
invasivos. Tumores detectados em estágios iniciais são mais facilmente
removíveis cirurgicamente antes de se espalharem para outras partes do
corpo", comenta.
• Como prevenir o câncer de rim?
A
prevenção do câncer de rim envolve a adoção de um estilo de vida saudável e
ativo. "Manter um peso saudável, controlar a pressão arterial, evitar o
tabagismo e a exposição à substâncias tóxicas são medidas essenciais, assim
como a prática regular de atividade física e uma dieta equilibrada, rica em
frutas, legumes e verduras", orienta o Zawadzki.
• Como o nosso ritmo biológico pode
interferir no desenvolvimento do câncer
O
câncer é uma doença crônica que atinge grande proporção da população mundial.
Vários órgãos públicos e centros de investigação se mobilizam com o objetivo de
compreender as suas causas, o curso da doença e como preveni-la. No entanto, é
unânime que nosso atual estilo de vida contribui com o aumento no número de
casos diários da doença, e nosso ritmo biológico está relacionado com isso.
Em
fevereiro deste ano, o Centro Internacional de Investigações sobre o Câncer, da
Organização Mundial de Saúde (OMS), publicou um documento com as estimativas
mundiais da doença e o resultado foi preocupante. De acordo com os dados
apresentados, durante o ano de 2022, os três tipos de cânceres mais frequentes
na população mundial foram: mama (1.871.979 casos), colorretal (1.477.839) e
pulmão (1.277.987) e a expectativa não é animadora, já que estes números vêm
aumentando ao longo dos anos.
A
OMS alerta também que um pouco menos da metade de todas as mortes decorrentes
do câncer são causadas por fatores considerados como modificáveis (tabagismo,
consumo de álcool e alimentação inadequada), ou seja, poderíamos trabalhar de
maneira preventiva, com resultados promissores no combate a esta doença.
• A alimentação e o câncer
O
processo de ocidentalização do hábito alimentar resultou em aspectos
alimentares como o excesso no consumo de alimentos ultraprocessados, dietas
hipercalóricas, excesso de alimentos ricos em gordura saturada e sódio,
associados ao baixo consumo dos alimentos fonte de fibra alimentar, cálcio e
vitaminas em geral. Este padrão
alimentar quando associado com o desenvolvimento de obesidade e sedentarismo
refletem uma combinação altamente favorável para o desenvolvimento de tumores
malignos ou cânceres.
Um
conceito que deve ficar claro para você é que, nem sempre quando falamos em
tumores, estamos mencionando um câncer, uma vez que os tumores são definidos
como uma massa, decorrente do crescimento celular, e que podem apresentar
características benignas ou malignas, sendo estes últimos considerados câncer.
Alguns dos quais possuem a característica de migrar e invadir a outras partes
do corpo, fenômeno conhecido como metástase.
• Como o nosso ritmo biológico
interfere no desenvolvimento de câncer?
Dentre
os fatores já mencionados, outro aspecto que influencia diretamente o
desenvolvimento de tumores malignos é o ritmo biológico ou circadiano. Segundo
o Prof. Nicolás Tobar, investigador do Instituto de Nutrição e Tecnología dos
Alimentos (INTA), os seres vivos evoluíram ajustando o seu funcionamento
fisiológico, de acordo com os sinais do entorno, comandados principalmente pela
luz solar.
Todos
temos um relógio interno, localizado em nosso cérebro, que está conectado
diretamente com os sinais de luz que chegam por meio da retina. Este relógio
regula diariamente o funcionamento de nossos genes para que as células atuem de
maneira coordenada, antecipando algumas mudanças ambientais.
Todas
as funções biológicas do ser humano apresentam um padrão e ritmo diário,
chamado de circadiano, e que são diretamente dependentes deste relógio central
finamente conectado e coordenado com outros relógios (chamados de periféricos),
presentes nos diferentes tecidos e órgãos do nosso corpo.
A
sincronicidade entre estes relógios é peça chave para o bom funcionamento do
nosso corpo, sendo o metabolismo um dos inúmeros processos que recebe
influência destes ritmos, a partir da flutuação dos níveis de gorduras,
glicose, hormônios e outras moléculas, que se comunicam principalmente com o
relógio central, regulando ou definindo entre várias funções e respostas
internas, a atividade do sistema imunológico, por exemplo.
Há
uma ligação direta entre o nosso metabolismo e o nosso sistema imunológico,
impactando na forma como nosso corpo se defende de agressões internas ou
externas.
Adicionalmente,
assim como a luz solar, os ciclos de sono e vigília ou de alimentação e jejum,
também são capazes de modular o funcionamento dos nossos relógios internos,
impactando diretamente em nossa resposta imune. A privação de sono ou o padrão
alterado do mesmo, foram associados com deficiências nos mecanismos de
reparação do DNA e aumento do estresse oxidativo, favorecendo a ocorrência de
mutações e o desenvolvimento de tumores, afirma o professor Tobar.
Conforme
comentamos anteriormente, dormir pouco e/ou dormir mal, ter uma dieta não
saudável ou comer durante horas não adequadas ou ainda comer próximo ao horário
de dormir, impactará negativamente no ritmo de expressão de genes das células
imunológicas, podendo alterar sua capacidade de defesa a partir da exposição de
diferentes ameaças. Sabemos que as células do sistema imunológico, quando têm o
seu padrão de expressão circadiana alterada, não conseguem responder
adequadamente frente a ação de bactérias ou vírus, por exemplo, resultando na
multiplicação destes agentes agressores.
Do
mesmo modo, um inadequado funcionamento das células do sistema imune pode
influenciar na identificação ou eliminação das células malignas, permitindo o
crescimento de tumores. Os macrófagos por exemplo, que são células importantes
para a resposta imune, quando seu relógio interno perde o seu ritmo, podem
contribuir com o aumento da expressão de moléculas que favorecerão estados
inflamatórios, estimularão a malignidade e inibirão a capacidade de outras
células em eliminar os tumores.
Em
resumo, o desenvolvimento de tumores malignos é um processo multifatorial
complexo, que recebe influência direta de fatores genéticos, mas também de
fatores modificáveis, ou seja, que podem ser alterados a partir de mudanças em
nosso estilo de vida, a partir do controle de peso corporal, uma alimentação
mais saudável e de qualidade, melhora no padrão e duração do sono, redução de
estresse e prática regular de exercícios físicos. Portanto, devemos manter uma
visão otimista, trabalhando na prevenção e cultivando hábitos de vida.
Fonte:
Boa Forma/IstoÉ Bem Estar
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