BRICS e
OCX são os alicerces da nova ordem mundial nascente, diz Putin
O
presidente russo elogiou os laços entre Moscou e a Organização para Cooperação
de Xangai, e o papel que a organização está desempenhando.
A
Rússia atribui grande importância à interação na Organização para Cooperação de
Xangai (OCX), disse nesta quinta-feira (4) o presidente russo na reunião do
Conselho de Chefes de Estado dos países da OCX em Astana, Cazaquistão.
"A
Rússia atribui grande importância à interação entre parceiros na OCX.
Constatamos com satisfação que essa interação segue se desenvolvendo
progressivamente com base nos princípios de igualdade, consideração dos
interesses uns dos outros, respeito pela diversidade cultural e civilizacional,
busca de soluções colegiais para questões urgentes na área da segurança",
disse Vladimir Putin.
"A
Organização para a Cooperação de Xangai, junto com o BRICS, é um dos principais
pilares da nova ordem mundial emergente. São precisamente essas associações que
atuam como um poderoso motor dos processos de desenvolvimento global e do
estabelecimento de uma verdadeira multipolaridade", comentou ele.
Ele
sublinhou que, com a participação ativa dos colegas do Cazaquistão, foi
preparado "um pacote realmente sólido de documentos e decisões" para
aprovação no atual conselho.
"Sua
implementação contribuirá, sem dúvida, para reforçar o papel e a influência da
OCX. As abordagens dos países da OCX em relação aos principais aspetos da
agenda global e regional estão refletidas na Declaração de Astana apresentada
para aprovação na cúpula", apontou Putin.
A
declaração "destaca ainda mais o compromisso de todos os membros da OCX
com a formação de uma ordem mundial multipolar justa, baseada no papel central
das Nações Unidas, no direito internacional e na aspiração dos Estados
soberanos a uma parceria mutuamente vantajosa".
O
presidente da Rússia afirmou que a posição ativa e proativa da OCX nos assuntos
internacionais possui grande demanda no mundo moderno, e destacou o programa de
cooperação na luta contra o separatismo e o extremismo nos Estados-membros,
aprovado durante a cúpula.
"O
conselho empresarial da organização está funcionando, com a ajuda dele os
círculos empresariais de nossos países têm a oportunidade de participar de
projetos conjuntos mutuamente vantajosos. A associação interbancária da
Organização de Xangai está estreitamente envolvida no financiamento de tais
projetos", acrescentou o alto responsável.
Vladimir
Putin sublinhou ainda que os países integrantes da OCX estão intensificando o
uso de suas moedas nacionais nas transações bilaterais. Por exemplo, a
participação das moedas nacionais nas transações comerciais da Rússia com os
países-membros da organização nos primeiros quatro meses deste ano é superior a
92%. O presidente russo recordou a proposta da Rússia de a OCX criar um
mecanismo próprio de pagamentos internacionais.
Além
disso, Belarus foi oficialmente admitida na organização após uma cerimônia de
assinatura dos documentos de adesão.
"Gostaria
de dar as boas-vindas a todos vocês e, é claro, ao presidente de Belarus,
Aleksandr Lukashenko, em conexão com a conclusão do procedimento de admissão da
República de Belarus como membro pleno da OCX", declarou o mandatário
russo.
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'Papel da OCX como
pilar da ordem mundial justa foi fortalecido', diz Putin a Xi Jinping
Os
presidentes Vladimir Putin, Xi Jinping e Recep Tayyip Erdogan estiveram
presentes nesta quarta-feira (3) na cúpula da Organização para Cooperação de
Xangai (OCX), em Astana, organismo que trabalha em prol da segurança e defesa
da Eurásia, visando conter a influência global dos Estados Unidos e aliados.
O
papel da Organização para Cooperação de Xangai como pilar de uma ordem mundial
justa foi fortalecido hoje, disse o presidente russo Vladimir Putin durante uma
reunião com o presidente chinês Xi Jinping em Astana, no Cazaquistão.
"Com
a expansão do número de participantes, e amanhã Belarus se tornará outro membro
pleno da organização, a OCX fortaleceu seu papel como um dos principais pilares
de uma ordem mundial multipolar justa", disse Putin, acrescentando que a
Rússia apoiará a presidência da China na OCX em 2024-2025.
Ao
mesmo tempo, Putin destacou que Moscou e Pequim estão implementando
consistentemente um plano para o desenvolvimento da cooperação econômica até
2030.
"O
comércio está crescendo. Observamos isso durante a minha visita à República
Popular da China e agora podemos afirmar isso novamente. Observamos uma
dinâmica positiva no primeiro semestre deste ano. Atualmente, os esforços
conjuntos visam a implementação consistente do plano de desenvolvimento para
áreas-chave da cooperação econômica russo-chinesa até 2030, aprovado […] em
março de 2023", afirmou Putin.
O
presidente russo mencionou que Moscou ocupa a presidência do BRICS neste ano.
"Este
ano presidimos o BRICS, uma organização fundada pela nossa iniciativa conjunta.
Aguardamos com expectativa a participação dos nossos colegas e do senhor na
cúpula em Kazan, em outubro deste ano", disse Putin.
O
mandatário russo também se encontrou com seu homólogo turco Recep Tayyip
Erdogan às margens da cúpula. Erdogan afirmou a Putin que Ancara
"continuará seus esforços para resolver o conflito ucraniano".
"Durante
a reunião, o presidente Erdogan afirmou que a Turquia continuará os seus
esforços para estabelecer a paz na região e em todo o mundo, e que pode
estabelecer uma base para um compromisso para acabar com a guerra em curso
entre a Rússia e a Ucrânia", divulgou o serviço de imprensa do presidente
turco.
Sobre
a Faixa de Gaza, o líder turco disse a Putin que "os ataques de Israel aos
territórios palestinos e as ameaças contra o Líbano são contra a paz e a
tranquilidade regional e global, acrescentando que a disseminação de conflitos
causará os maiores danos aos países da região e que a comunidade internacional
deve agora se concentrar em deter Israel", disse a presidência turca.
Erdogan
também afirmou que a cooperação entre Ancara e Moscou na luta contra o
terrorismo é "importante", considerando a situação na Síria.
Ao
mesmo tempo, Erdogan disse que tem interesse em colocar em operação a usina
nuclear de Akkuyu, que está sendo construída no sul do país pela Rosatom, em
atividade o mais rápido possível.
"Agora
que estamos aqui com vocês, é um passo muito importante. Esta é a usina nuclear
de Akkuyu. Estamos construindo junto com vocês, [...] queremos poder
comissionar esta usina nuclear o mais rápido possível."
Em
resposta, Putin afirmou que as relações Moscou-Ancara estão se desenvolvendo
progressivamente, apesar de todas as dificuldades do momento atual no mundo.
"Apesar
de todas as dificuldades do momento atual no mundo, as relações entre a Rússia
e a Turquia estão se desenvolvendo progressivamente. Notamos um ligeiro
declínio no volume de negócios comercial nos últimos meses, mas ele permanece
em um nível bastante alto de US$ 55 bilhões [R$ 306 bilhões], se contarmos em
equivalentes a dólares", afirmou o presidente russo.
Putin
voou para Astana na manhã desta quarta-feira (3) para participar da cúpula da
Organização para Cooperação de Xangai. O evento está sendo realizado sob o lema
"Fortalecer o diálogo multilateral: lutar pela paz e pelo desenvolvimento
sustentáveis".
Os
participantes do encontro planejam assinar um pacote de 24 documentos
conjuntos, bem como adotar uma declaração final confirmando o compromisso dos
participantes da OCX com os princípios da boa vizinhança e da unidade.
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China pede aos EUA que
'parem de saquear a Síria' em meio à denúncia de contrabando de trigo
Pequim
instou Washington acabar com o envio ilegal de tropas para a Síria e a parar de
saquear os recursos do país, disse nesta quarta-feira (3) uma porta-voz do
Ministério das Relações Exteriores do país asiático.
A
porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, fez as
observações em uma coletiva de imprensa diária quando questionada sobre um
relatório alegando que os militares dos Estados Unidos na Síria estão
envolvidos no transporte ilegal de trigo, ao usarem mais de dez caminhões por
dia para contrabandear grãos para fora do país.
A
porta-voz lembrou que a Síria era uma nação exportadora de trigo, mas
atualmente cerca de 55% da sua população enfrenta insegurança alimentar, uma
situação pela qual Washington tem uma responsabilidade inevitável.
"Os
fatos mostram que os Estados Unidos têm explorado recursos sob o pretexto da
luta contra o terrorismo. Os EUA continuam a falar sobre a proteção dos
direitos humanos, mas violam os direitos das pessoas à subsistência e à vida em
outros países, embora aleguem defender a democracia, a liberdade e a
prosperidade, na realidade estão constantemente criando crises
humanitárias", salientou Mao, citada pela agência Xinhua.
Washington
deve respeitar seriamente a soberania e a integridade territorial da Síria,
cessar imediatamente o envio das suas tropas militares para o país, parar de
saquear os seus recursos nacionais e tomar medidas concretas para compensar os
danos causados ao povo sírio, acrescentou a porta-voz.
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China rebate
presidente finlandês sobre 'poder acabar com conflito na Ucrânia': somos
independentes
O
Ministério das Relações Exteriores da China respondeu nesta quarta-feira (3) ao
comentário do presidente finlandês Alexander Stubb sobre a alegada capacidade
de Pequim de pressionar facilmente Moscou a encerrar o conflito na Ucrânia,
lembrando-o que a China e a Rússia são dois Estados independentes.
O
presidente finlandês Alexander Stubb opinou em uma entrevista à Bloomberg que o
presidente chinês Xi Jinping poderia resolver o conflito na Ucrânia e lançar
conversações de paz com apenas "um telefonema" para o Kremlin, uma
vez que Moscou é alegadamente dependente de Pequim.
"Em
primeiro lugar, a China e a Rússia são grandes Estados independentes. A China
não é nem a criadora da crise ucraniana, nem parte dela. Estaremos sempre do
lado da paz e do diálogo, manteremos a interação com todas as partes, incluindo
a Rússia, e continuaremos desempenhando um papel construtivo na promoção de uma
solução política para a crise ucraniana", disse a porta-voz do Ministério
das Relações Exteriores, Mao Ning, em entrevista coletiva.
O
presidente russo Vladimir Putin disse em junho que a Rússia implementaria
imediatamente um cessar-fogo e iniciaria negociações com a Ucrânia depois da
retirada das tropas ucranianas das regiões incorporadas à Rússia em 2022 e que
Kiev abandonasse oficialmente os planos de adesão à Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN). Até agora, Kiev rejeitou essa possibilidade e exige o
regresso às fronteiras anteriores a 2014. A China prometeu apoio a qualquer
processo de paz que fosse reconhecido por ambos os lados.
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Guerra comercial:
Alemanha bloqueia venda de turbinas à China; montadoras lutam para anular
tarifas
A
associação automobilística alemã VDA pediu à Comissão Europeia que retire suas
tarifas planejadas sobre veículos elétricos fabricados na China, em um último
esforço para influenciar as negociações antes das tarifas que entram em vigor
amanhã (4), enquanto Berlim decide bloquear a venda de turbinas a gás da
Volkswagen para Pequim.
Em
um último suspiro, expressado em um comunicado emitido nesta quarta-feira (3),
a associação disse que as tarifas prejudicariam as montadoras europeias e
norte-americanas que exportam para a China e que estas correriam o risco de
retaliação chinesa com contratarifas, o que afetaria duramente a indústria
alemã, dado seu alto volume de vendas para o gigante asiático.
De
acordo com a Reuters, o grupo ainda afirmou que em vez de impor tarifas, a
Comissão Europeia deveria se concentrar em garantir o acesso a matérias-primas
essenciais — muitas das quais são controladas pela China — para a indústria de
veículos elétricos da Europa, reduzindo as barreiras e criando transparência na
política comercial.
A
VDA também propôs a criação de um conselho para discutir tais assuntos.
Em
uma declaração separada, o CEO da BMW, Oliver Zipse, chamou as tarifas de
"beco sem saída", argumentando que elas prejudicariam empresas
globais, retardariam a descarbonização, ao limitar o fornecimento de veículos
elétricos, e não fariam nada para fortalecer a competitividade dos fabricantes
europeus.
m
12 de junho, a União Europeia (UE) anunciou a imposição de tarifas de até 38%
sobre veículos elétricos importados da China, com a medida passando a valer a
partir do dia 4 de julho.
O
anúncio foi feito após uma investigação de nove meses sobre supostos subsídios
estatais injustos que estariam beneficiando a produção de veículos elétricos
chineses, o que criaria uma "concorrência desleal".
Em
resposta, Pequim alertou que as taxas poderiam "desencadear uma guerra
comercial", com um porta-voz do Ministério do Comércio dizendo que "a
responsabilidade é inteiramente do lado da UE".
·
Alemanha veta venda de unidade de turbinas
para grupo chinês
Também
nesta quarta-feira (3), o governo alemão bloqueou a venda planejada de turbinas
a gás da Volkswagen para uma empresa chinesa, com ministros alemães citando
razões de segurança.
A
venda planejada para a estatal chinesa CSIC Longjiang GH Gas Turbine (GHGT) foi
anunciada em junho de 2023, a um preço não revelado, mas a Volkswagen disse em
setembro que o governo a analisaria de perto.
A
GHGT pertence à China State Shipbuilding Corporation (CSSC), que domina a
indústria de construção naval chinesa, segundo o Financial Times.
Alguns
políticos alemães estão preocupados que a China possa usar as turbinas a gás
não para fins civis, mas para impulsionar navios de guerra.
Questionada
sobre a decisão em uma entrevista coletiva, a ministra do Interior alemã, Nancy
Faeser, saudou a medida.
O
governo alemão pediu que as empresas reduzam sua dependência da China — o
parceiro comercial mais importante do país — e está pressionando por condições
equitativas para as empresas.
Fonte:
Sputnik Brasil
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