sexta-feira, 5 de julho de 2024

BRICS e OCX são os alicerces da nova ordem mundial nascente, diz Putin

O presidente russo elogiou os laços entre Moscou e a Organização para Cooperação de Xangai, e o papel que a organização está desempenhando.

A Rússia atribui grande importância à interação na Organização para Cooperação de Xangai (OCX), disse nesta quinta-feira (4) o presidente russo na reunião do Conselho de Chefes de Estado dos países da OCX em Astana, Cazaquistão.

"A Rússia atribui grande importância à interação entre parceiros na OCX. Constatamos com satisfação que essa interação segue se desenvolvendo progressivamente com base nos princípios de igualdade, consideração dos interesses uns dos outros, respeito pela diversidade cultural e civilizacional, busca de soluções colegiais para questões urgentes na área da segurança", disse Vladimir Putin.

"A Organização para a Cooperação de Xangai, junto com o BRICS, é um dos principais pilares da nova ordem mundial emergente. São precisamente essas associações que atuam como um poderoso motor dos processos de desenvolvimento global e do estabelecimento de uma verdadeira multipolaridade", comentou ele.

Ele sublinhou que, com a participação ativa dos colegas do Cazaquistão, foi preparado "um pacote realmente sólido de documentos e decisões" para aprovação no atual conselho.

"Sua implementação contribuirá, sem dúvida, para reforçar o papel e a influência da OCX. As abordagens dos países da OCX em relação aos principais aspetos da agenda global e regional estão refletidas na Declaração de Astana apresentada para aprovação na cúpula", apontou Putin.

A declaração "destaca ainda mais o compromisso de todos os membros da OCX com a formação de uma ordem mundial multipolar justa, baseada no papel central das Nações Unidas, no direito internacional e na aspiração dos Estados soberanos a uma parceria mutuamente vantajosa".

O presidente da Rússia afirmou que a posição ativa e proativa da OCX nos assuntos internacionais possui grande demanda no mundo moderno, e destacou o programa de cooperação na luta contra o separatismo e o extremismo nos Estados-membros, aprovado durante a cúpula.

"O conselho empresarial da organização está funcionando, com a ajuda dele os círculos empresariais de nossos países têm a oportunidade de participar de projetos conjuntos mutuamente vantajosos. A associação interbancária da Organização de Xangai está estreitamente envolvida no financiamento de tais projetos", acrescentou o alto responsável.

Vladimir Putin sublinhou ainda que os países integrantes da OCX estão intensificando o uso de suas moedas nacionais nas transações bilaterais. Por exemplo, a participação das moedas nacionais nas transações comerciais da Rússia com os países-membros da organização nos primeiros quatro meses deste ano é superior a 92%. O presidente russo recordou a proposta da Rússia de a OCX criar um mecanismo próprio de pagamentos internacionais.

Além disso, Belarus foi oficialmente admitida na organização após uma cerimônia de assinatura dos documentos de adesão.

"Gostaria de dar as boas-vindas a todos vocês e, é claro, ao presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, em conexão com a conclusão do procedimento de admissão da República de Belarus como membro pleno da OCX", declarou o mandatário russo.

¨      'Papel da OCX como pilar da ordem mundial justa foi fortalecido', diz Putin a Xi Jinping

Os presidentes Vladimir Putin, Xi Jinping e Recep Tayyip Erdogan estiveram presentes nesta quarta-feira (3) na cúpula da Organização para Cooperação de Xangai (OCX), em Astana, organismo que trabalha em prol da segurança e defesa da Eurásia, visando conter a influência global dos Estados Unidos e aliados.

O papel da Organização para Cooperação de Xangai como pilar de uma ordem mundial justa foi fortalecido hoje, disse o presidente russo Vladimir Putin durante uma reunião com o presidente chinês Xi Jinping em Astana, no Cazaquistão.

"Com a expansão do número de participantes, e amanhã Belarus se tornará outro membro pleno da organização, a OCX fortaleceu seu papel como um dos principais pilares de uma ordem mundial multipolar justa", disse Putin, acrescentando que a Rússia apoiará a presidência da China na OCX em 2024-2025.

Ao mesmo tempo, Putin destacou que Moscou e Pequim estão implementando consistentemente um plano para o desenvolvimento da cooperação econômica até 2030.

"O comércio está crescendo. Observamos isso durante a minha visita à República Popular da China e agora podemos afirmar isso novamente. Observamos uma dinâmica positiva no primeiro semestre deste ano. Atualmente, os esforços conjuntos visam a implementação consistente do plano de desenvolvimento para áreas-chave da cooperação econômica russo-chinesa até 2030, aprovado […] em março de 2023", afirmou Putin.

O presidente russo mencionou que Moscou ocupa a presidência do BRICS neste ano.

"Este ano presidimos o BRICS, uma organização fundada pela nossa iniciativa conjunta. Aguardamos com expectativa a participação dos nossos colegas e do senhor na cúpula em Kazan, em outubro deste ano", disse Putin.

O mandatário russo também se encontrou com seu homólogo turco Recep Tayyip Erdogan às margens da cúpula. Erdogan afirmou a Putin que Ancara "continuará seus esforços para resolver o conflito ucraniano".

"Durante a reunião, o presidente Erdogan afirmou que a Turquia continuará os seus esforços para estabelecer a paz na região e em todo o mundo, e que pode estabelecer uma base para um compromisso para acabar com a guerra em curso entre a Rússia e a Ucrânia", divulgou o serviço de imprensa do presidente turco.

Sobre a Faixa de Gaza, o líder turco disse a Putin que "os ataques de Israel aos territórios palestinos e as ameaças contra o Líbano são contra a paz e a tranquilidade regional e global, acrescentando que a disseminação de conflitos causará os maiores danos aos países da região e que a comunidade internacional deve agora se concentrar em deter Israel", disse a presidência turca.

Erdogan também afirmou que a cooperação entre Ancara e Moscou na luta contra o terrorismo é "importante", considerando a situação na Síria.

Ao mesmo tempo, Erdogan disse que tem interesse em colocar em operação a usina nuclear de Akkuyu, que está sendo construída no sul do país pela Rosatom, em atividade o mais rápido possível.

"Agora que estamos aqui com vocês, é um passo muito importante. Esta é a usina nuclear de Akkuyu. Estamos construindo junto com vocês, [...] queremos poder comissionar esta usina nuclear o mais rápido possível."

Em resposta, Putin afirmou que as relações Moscou-Ancara estão se desenvolvendo progressivamente, apesar de todas as dificuldades do momento atual no mundo.

"Apesar de todas as dificuldades do momento atual no mundo, as relações entre a Rússia e a Turquia estão se desenvolvendo progressivamente. Notamos um ligeiro declínio no volume de negócios comercial nos últimos meses, mas ele permanece em um nível bastante alto de US$ 55 bilhões [R$ 306 bilhões], se contarmos em equivalentes a dólares", afirmou o presidente russo.

Putin voou para Astana na manhã desta quarta-feira (3) para participar da cúpula da Organização para Cooperação de Xangai. O evento está sendo realizado sob o lema "Fortalecer o diálogo multilateral: lutar pela paz e pelo desenvolvimento sustentáveis".

Os participantes do encontro planejam assinar um pacote de 24 documentos conjuntos, bem como adotar uma declaração final confirmando o compromisso dos participantes da OCX com os princípios da boa vizinhança e da unidade.

¨      China pede aos EUA que 'parem de saquear a Síria' em meio à denúncia de contrabando de trigo

Pequim instou Washington acabar com o envio ilegal de tropas para a Síria e a parar de saquear os recursos do país, disse nesta quarta-feira (3) uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país asiático.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, fez as observações em uma coletiva de imprensa diária quando questionada sobre um relatório alegando que os militares dos Estados Unidos na Síria estão envolvidos no transporte ilegal de trigo, ao usarem mais de dez caminhões por dia para contrabandear grãos para fora do país.

A porta-voz lembrou que a Síria era uma nação exportadora de trigo, mas atualmente cerca de 55% da sua população enfrenta insegurança alimentar, uma situação pela qual Washington tem uma responsabilidade inevitável.

"Os fatos mostram que os Estados Unidos têm explorado recursos sob o pretexto da luta contra o terrorismo. Os EUA continuam a falar sobre a proteção dos direitos humanos, mas violam os direitos das pessoas à subsistência e à vida em outros países, embora aleguem defender a democracia, a liberdade e a prosperidade, na realidade estão constantemente criando crises humanitárias", salientou Mao, citada pela agência Xinhua.

Washington deve respeitar seriamente a soberania e a integridade territorial da Síria, cessar imediatamente o envio das suas tropas militares para o país, parar de saquear os seus recursos nacionais e tomar medidas concretas para compensar os danos causados ao povo sírio, acrescentou a porta-voz.

¨      China rebate presidente finlandês sobre 'poder acabar com conflito na Ucrânia': somos independentes

O Ministério das Relações Exteriores da China respondeu nesta quarta-feira (3) ao comentário do presidente finlandês Alexander Stubb sobre a alegada capacidade de Pequim de pressionar facilmente Moscou a encerrar o conflito na Ucrânia, lembrando-o que a China e a Rússia são dois Estados independentes.

O presidente finlandês Alexander Stubb opinou em uma entrevista à Bloomberg que o presidente chinês Xi Jinping poderia resolver o conflito na Ucrânia e lançar conversações de paz com apenas "um telefonema" para o Kremlin, uma vez que Moscou é alegadamente dependente de Pequim.

"Em primeiro lugar, a China e a Rússia são grandes Estados independentes. A China não é nem a criadora da crise ucraniana, nem parte dela. Estaremos sempre do lado da paz e do diálogo, manteremos a interação com todas as partes, incluindo a Rússia, e continuaremos desempenhando um papel construtivo na promoção de uma solução política para a crise ucraniana", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, em entrevista coletiva.

O presidente russo Vladimir Putin disse em junho que a Rússia implementaria imediatamente um cessar-fogo e iniciaria negociações com a Ucrânia depois da retirada das tropas ucranianas das regiões incorporadas à Rússia em 2022 e que Kiev abandonasse oficialmente os planos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Até agora, Kiev rejeitou essa possibilidade e exige o regresso às fronteiras anteriores a 2014. A China prometeu apoio a qualquer processo de paz que fosse reconhecido por ambos os lados.

¨      Guerra comercial: Alemanha bloqueia venda de turbinas à China; montadoras lutam para anular tarifas

A associação automobilística alemã VDA pediu à Comissão Europeia que retire suas tarifas planejadas sobre veículos elétricos fabricados na China, em um último esforço para influenciar as negociações antes das tarifas que entram em vigor amanhã (4), enquanto Berlim decide bloquear a venda de turbinas a gás da Volkswagen para Pequim.

Em um último suspiro, expressado em um comunicado emitido nesta quarta-feira (3), a associação disse que as tarifas prejudicariam as montadoras europeias e norte-americanas que exportam para a China e que estas correriam o risco de retaliação chinesa com contratarifas, o que afetaria duramente a indústria alemã, dado seu alto volume de vendas para o gigante asiático.

De acordo com a Reuters, o grupo ainda afirmou que em vez de impor tarifas, a Comissão Europeia deveria se concentrar em garantir o acesso a matérias-primas essenciais — muitas das quais são controladas pela China — para a indústria de veículos elétricos da Europa, reduzindo as barreiras e criando transparência na política comercial.

A VDA também propôs a criação de um conselho para discutir tais assuntos.

Em uma declaração separada, o CEO da BMW, Oliver Zipse, chamou as tarifas de "beco sem saída", argumentando que elas prejudicariam empresas globais, retardariam a descarbonização, ao limitar o fornecimento de veículos elétricos, e não fariam nada para fortalecer a competitividade dos fabricantes europeus.

m 12 de junho, a União Europeia (UE) anunciou a imposição de tarifas de até 38% sobre veículos elétricos importados da China, com a medida passando a valer a partir do dia 4 de julho.

O anúncio foi feito após uma investigação de nove meses sobre supostos subsídios estatais injustos que estariam beneficiando a produção de veículos elétricos chineses, o que criaria uma "concorrência desleal".

Em resposta, Pequim alertou que as taxas poderiam "desencadear uma guerra comercial", com um porta-voz do Ministério do Comércio dizendo que "a responsabilidade é inteiramente do lado da UE".

·        Alemanha veta venda de unidade de turbinas para grupo chinês

Também nesta quarta-feira (3), o governo alemão bloqueou a venda planejada de turbinas a gás da Volkswagen para uma empresa chinesa, com ministros alemães citando razões de segurança.

A venda planejada para a estatal chinesa CSIC Longjiang GH Gas Turbine (GHGT) foi anunciada em junho de 2023, a um preço não revelado, mas a Volkswagen disse em setembro que o governo a analisaria de perto.

A GHGT pertence à China State Shipbuilding Corporation (CSSC), que domina a indústria de construção naval chinesa, segundo o Financial Times.

Alguns políticos alemães estão preocupados que a China possa usar as turbinas a gás não para fins civis, mas para impulsionar navios de guerra.

Questionada sobre a decisão em uma entrevista coletiva, a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, saudou a medida.

O governo alemão pediu que as empresas reduzam sua dependência da China — o parceiro comercial mais importante do país — e está pressionando por condições equitativas para as empresas.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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