terça-feira, 23 de julho de 2024

Bahia: 6 são investigados por suspeita de receber R$ 16,5 milhões em propina para conceder licenças ambientais

Seis pessoas são investigadas na Bahia por suspeita receber R$ 16,5 milhões em propina para conceder licenças ambientais do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Nesta sexta-feira (19), foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nos imóveis dos suspeitos em diversas cidades baianas, entre eles uma mansão em Riacho de Santana.

Ao g1 o Inema disse que não foi notificado oficialmente sobre os fatos que giram em torno da investigação acerca de supostos envolvimentos de servidores e ex-funcionários do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

De acordo com o Grupo de Atuação de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), responsável pelas investigações, os mandados foram cumpridos em Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas, Guanambi e Riacho de Santana.

Entre os suspeitos, estão servidores e ex-funcionários do Inema. A suspeita é que o grupo investigado participa de um esquema que, entre 2019 e 2023, viabilizou ilegalmente a concessão de licenças ambientais e autorizações de supressão de vegetação.

O pagamento das propinas foi feito, na maior parte, por fazendeiros ou empresas relacionadas a empreendimentos rurais do oeste do estado, via depósitos bancários nas contas de um dos investigados.

<><> Os suspeitos são investigados pelos seguintes crimes:

•        corrupção ativa;

•        corrupção passiva;

•        lavagem de dinheiro;

•        associação criminosa.

<><> Enquanto as investigações seguem, foi determinado:

•        suspensão dos bens dos investigados;

•        suspensão das funções de um técnico do Inema.

Os materiais apreendidos nos endereços dos investigados serão submetidos a conferência e análise pelos promotores de Justiça.

>>>>> Nota do Inema

Diante da ‘Operação Ceres’, deflagrada pelo Ministério Público do Estado da Bahia, por meio do Grupo de Atuação de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) e da Promotoria de Justiça de Proteção da Moralidade Administrativa, para investigação criminal acerca de supostos envolvimentos de servidores e ex-funcionários do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), cumpre informar que não fomos notificados oficialmente acerca dos fatos que giram em torno da referida investigação.

“Estamos à disposição do MP, prestando auxílio para o bom e fiel andamento da investigação, firmando compromisso no sentido de que não compactuamos com práticas ilegais de quaisquer naturezas. O nosso compromisso é com a moralidade administrativa e demais mandamentos constitucionais próprios da prestação do serviço público de proteção ao meio ambiente”, destacou o Secretário do Meio Ambiente, Eduardo Mendonça Sodré Martins.

 

•        MP apura indícios de 26 loteamentos ilegais na Chapada Diamantina

Depois de mais de um ano de audiências públicas realizadas em municípios da Chapada Diamantina, o Ministério Público da Bahia (MP) chegou a um número: 26 loteamentos e condomínios em áreas rurais da região podem ser ilegais.

Os empreendimentos estão na mira do MP desde maio do ano passado, quando foram iniciados os encontros nas cidades da Chapada.

As supostas irregularidades foram catalogadas pelas próprias secretarias de meio ambiente dos municípios. Dos cinco que foram visitados pelo MP, quatro informaram os dados preliminares.

Os municípios de Mucugê e Lençóis sinalizaram o maior número de empreendimentos possivelmente ilegais: oito.

Em seguida, na lista, aparece Iraquara, com seis loteamentos. A pasta do meio ambiente de Ibicoara indicou quatro loteamentos ao órgão.

Já Andaraí não entregou a documentação preliminar, embora tenha sido solicitada.

Os empreendimentos foram mapeados com base em um critério legal: áreas rurais brasileiras não podem ser loteadas, nem o endereço de condomínios de casa ou prédios.

O instrumento evita a urbanização de zonas de agricultura e a destruição de um modo de vida intricado ao território.

São os planos diretores municipais de cada cidade que definem quais são e onde ficam os três tipos de zona: urbanas, rurais e de expansão.

“Mas o loteamento dessas áreas é uma questão preocupante na Chapada”, afirma o promotor Alan Cedraz, da Promotoria Regional Ambiental do Alto Paraguaçu.

“Na zona rural, a finalidade é agrícola, não de urbanização. O que tem acontecido é que se tem criado condomínios rurais que traz graves problemas para o uso do solo, lixo, saneamento”, acrescenta Cedraz.

O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), com a polícia ambiental e os municípios, já fiscalizou esses alvos. Mas os relatórios dessas vistorias não foram encaminhados ao MP. Contatado pela reportagem, o órgão também não respondeu.

As prefeituras também não atenderam até o fechamento da publicação, e os nomes dos empreendimentos apurados pelo MP não foram informados, devido à fase atual da apuração.

Antes de efetuar a compra de um bem, no entanto, é possível solicitar uma certidão no cartório de imóveis que declara se o imóvel ou lote pode existir e ser vendido.

<><> Comunidade rural localizada na Chapada Diamantina aguarda há mais de 20 anos por energia elétrica

Os moradores da Comunidade de União e Fazenda Zabelê, localizada na zona rural da cidade de Iramaia, região da Chapada Diamantina, aguardam há mais de 20 anos por energia elétrica. Segundo informações do Portal Achei Sudoeste, parceiro do Acorda Cidade, utilizar geladeira, item essencial para conservação de alimentos, é impossível no local.

Diante das altas temperaturas na região, os moradores precisam se deslocar até a cidade mais próxima para comprar alimentos frescos, o que impacta no orçamento das famílias consideradas de baixa renda.

“Só tem promessa de colocar energia, até hoje, nunca colocou. Moramos em um lugar tão perto da energia, cerca de 3km, mas não temos”, lamentou um morador da comunidade.

De acordo com o portal, a comunidade é composta por 42 residências, que realizam solicitações com frequência à Neoenergia Coelba, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica no estado da Bahia, mas sem sucesso.

Um projeto foi desenvolvido para atender a comunidade, mas não foi executado.

 

Fonte: g1/Correio

 

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