Presidente do BC: 'análises econômicas têm errado muito' e juros em 2024
serão mais baixos
O presidente do Banco Central (BC) do Brasil,
Roberto Campos Neto, criticou as análises econômicas e declarou que em 2024 os
juros serão os mais baixos possíveis. As declarações foram feitas em entrevista
à economista Míriam Leitão e divulgadas nesta quarta-feira (27) pelo jornal O
Globo.
Na entrevista, Campos Neto afirmou que tem se
aproximado cada vez mais do ministro Fernando Haddad, ao admitir que é
"muito difícil cortar gastos neste país". Afirmou também que as
análises econômicas "têm errado muito ultimamente":
"Têm errado o crescimento, têm errado um pouco
a inflação, têm errado muito emprego, têm errado os números de crédito",
declarou.
O presidente do BC disse ainda que deseja entregar
a inflação na meta, além dos juros "o mais baixo possível" no último
ano de seu mandato que encerra em 2024.
De acordo com Campos Neto, a nota de crédito do
Brasil poderia ser melhor, mesmo com a recente melhora da classificação feita
pela Standard&Poor’s.
Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva criticou as estimativas da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) para a economia brasileira em 2024, dizendo
que ficou "irritado" e que no final do ano que vem vai "provar
que erraram".
Lula já havia criticado a previsão de crescimento
do produto interno bruto (PIB) feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)
em agosto deste ano.
·
Dívida Pública Federal do Brasil sobe em novembro e é a maior da série
histórica
O Tesouro Nacional informou nesta quarta-feira (27)
que a Dívida Pública Federal (DPF) subiu 2,48% em novembro, em relação a
outubro, em termos nominais. A alta foi de R$ 153,11 bilhões, ao subir de R$
6,172 trilhões, em outubro, para R$ 6,325 trilhões em novembro.
A dívida já havia subido 1,58% entre setembro e
outubro (R$ 6,028 trilhões para R$ 6,172 trilhões), devido ao baixo volume de
vencimentos de títulos.
Apesar da alta consecutiva, essa última a maior da
série histórica, a Dívida Pública Federal continua abaixo do previsto segundo o
Plano Anual de Financiamento (PAF), que tinha a expectativa de que até o fim de
2023 ela ficaria entre R$ 6,4 trilhões e R$ 6,8 trilhões.
A DPF é a dívida que o Tesouro Nacional, que
pertence ao Ministério da Fazenda, assume para financiar o déficit orçamentário
do governo federal e assim cobrir as despesas que superam a arrecadação com
impostos, contribuições e outras receitas. Inclui o refinanciamento da própria
dívida.
Ø Haddad:
impostos sobre diesel vão voltar em 2024, mas preço para consumidor final não
deve aumentar
A volta dos impostos federais sobre o óleo diesel a
partir de 2024 foi confirmada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta
terça-feira (26). Mas, segundo ele, a redução do preço pela Petrobras
compensará os valores dos impostos e não deve haver aumento para o consumidor
final.
"A partir do dia 1º de janeiro tem a
reoneração do diesel, que conta com impacto de pouco mais de R$ 0,30. O impacto
da redução do preço anunciado pela Petrobras será de mais de 50%. Se você
comparar o preço do diesel, vai ter queda no preço, mesmo com a remuneração.
Quando vier algum argumento de aumento de preço, importante ficar atento,
porque não tem nada a ver", declarou Haddad a jornalistas após reunião com
o ministro da Indústria e Comércio e vice-presidente, Geraldo Alckmin.
A Petrobras anunciou hoje que a partir de amanhã
(27) reduzirá em R$ 0,30 por litro o preço médio do diesel A para as
distribuidoras, que passará a ser de R$ 3,48 por litro. Os impostos federais
sobre a gasolina foram restabelecidos em junho.
Os impostos PIS e Cofins do diesel e da gasolina
estavam zerados desde 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro, em meio à
campanha eleitoral, que retirou tributos federais. O governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva prorrogou a isenção dos combustíveis até 31 de dezembro.
Haddad anunciou também que será lançado ainda nesta
semana o programa de depreciação acelerada, para que empresas possam deduzir
investimentos em máquinas e equipamentos da base de cálculo de tributos em um
prazo mais curto do que o atual.
Ø Justiça de
Alagoas rejeita pedido para bloquear R$ 1 bilhão da Braskem
A Justiça Federal em Alagoas rejeitou o pedido do
Ministério Público Federal (MPF) e da Defensoria Pública da União (DPU) para
bloquear R$ 1 bilhão nas contas da mineradora Braskem.
A decisão, datada do último sábado (23), contrariou
a solicitação feita em 14 de dezembro pelos órgãos mencionados, juntamente com
o Ministério Público de Alagoas (MP-AL), buscando assegurar a inclusão de novos
imóveis em um programa de compensação financeira para os moradores do bairro
Bom Parto, em Maceió, afetado pela exploração de sal-gema como parte de um
processo movido contra a mineradora.
O juiz André Luís Maia Tobias Granja, em sua
decisão, avaliou que a medida de bloqueio deve ser abordada com cautela. Ele
afirmou: "No caso em tela, não existe a necessidade de garantir uma
execução futura, uma vez que já existe um título executivo formado nos autos,
ainda que provisório, o qual pode ser devidamente executado em sede de
cumprimento individual de sentença coletiva."
Vários bairros da capital alagoana enfrentam
problemas de desgaste do solo devido à exploração de sal-gema ao longo dos
anos, realizada em jazidas subterrâneas pela Braskem.
Esse tipo de sal é utilizado na indústria química.
As falhas graves no processo de mineração resultaram em instabilidade no solo,
levando à evacuação completa de pelo menos três bairros em 2020, devido a
tremores de terra que comprometeram a estrutura dos imóveis.
Ø A bolada
que Bolsonaro e Michelle receberam do PL em 2023
Lotados na cúpula do PL desde que deixaram o poder,
no início do ano, Michelle e Jair Bolsonaro receberam, juntos, mais de meio
milhão de reais só em salários do partido em 2023: um total de R$ 589.087,12.
Presidente de honra da sigla comandada por Valdemar
Costa Neto, Bolsonaro recebeu, entre abril e outubro, R$ 200.281,14 da legenda,
conforme informações prestadas pelo PL ao Tribunal Superior Eleitoral. Se
projetado a novembro e dezembro o valor de R$ 30.483,16 que o ex-presidente
recebe mensalmente, o montante total no ano chega a R$ 261.247,16.
Presidente do PL Mulher, a ex-primeira-dama recebeu
R$ 236.390,48 de fevereiro a setembro. Somando até dezembro mais três parcelas
mensais dos vencimentos dela, também de R$ 30.483,16, os salários de Michelle
custaram ao PL R$ 327.839,96 em 2023.
Os valores, diga-se, são somente os salários em
dinheiro de cada um, enquanto dirigentes partidários. O PL ainda banca despesas
com assessores, advogados e deslocamentos dos dois.
Dos R$ 141 milhões de reais recebidos pelo partido
em 2023, nada menos que R$ 140,9 milhões vieram de parcelas mensais do fundo
partidário, ou seja, dinheiro público, registradas até outubro.
Fonte: Sputnik Brasil/Metrópoles
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