quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Premiê das Ilhas Salomão rejeita reunião com Biden: 'Não vou me sentar e ouvir sermões dos outros'

O primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, que se recusou a participar de uma reunião de líderes do Pacífico com o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que não queria "ninguém lhe dando sermões", informou uma rede de televisão australiana.

Ao regressar de Nova York após a sessão da Assembleia Geral da ONU (AGNU), o primeiro-ministro Manasseh Sogavare durante uma conferência de imprensa em Honiara resolveu explicar as razões de sua recusa em aceitar um convite para se reunir com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Washington, juntamente com participantes do Fórum das Ilhas do Pacífico.

"Participei de uma [Cúpula de Líderes do Pacífico] no ano passado, e não saiu nada dessa reunião", disse Sogavare, segundo a mídia australiana.

"Não vou ficar sentado aí ouvindo as pessoas me darem sermões, de jeito nenhum", disse o primeiro-ministro das Ilhas Salomão.

Os líderes das nações do Pacífico Sul reuniram-se com Biden na segunda (25) e na terça-feira (26), realizaram uma mesa redonda com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.

Tal como relatado anteriormente, Sogavare levantou preocupações nos Estados Unidos e na Austrália sobre os laços estreitos de seu país com a China, incluindo acordos de segurança. Washington e Camberra temem o alegado estabelecimento de bases militares chinesas nas Ilhas Salomão.

O primeiro-ministro das Ilhas Salomão destacou positivamente o papel da China no desenvolvimento do seu país na AGNU em Nova Iorque (22) e na conferência de imprensa em Honiara.

·         Ilhas Salomão se alinham à China após rejeitarem convite de Biden para cúpula de líderes do Pacífico

As Ilhas Salomão, El Salvador e Tanzânia se juntam ao Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, elevando para 109 os membros da entidade.

As Ilhas Salomão aderiram ao Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (AIIB, na sigla em inglês), apoiado pela China, dias depois de o seu líder ter rejeitado um convite para se encontrar com o presidente dos EUA, Joe Biden, na cúpula de líderes do Pacífico.

As Ilhas Salomão se juntam ao banco ao lado do país centro-americano de El Salvador, que aprofundou a sua relação com Pequim alguns anos depois de mudar os laços com Taiwan em detrimento da China, além da Tanzânia, de acordo com o South China Morning Post (SCMP).

Com as novas admissões o número total de países que aderiram ao banco asiático sobe para 109 e representa 81% da população mundial, cerca de 65% do produto interno bruto (PIB) global. Embora a maioria esteja na Ásia, o banco também tem membros fora da região, como Reino Unido, França e dezenas de países africanos, incluindo Argélia, Etiópia, Ruanda e Egito.

"A adição de El Salvador, Ilhas Salomão e Tanzânia fortalece a comunidade do AIIB e apoia a nossa missão coletiva de financiar infraestruturas para o futuro", disse o presidente do AIIB e presidente do conselho de administração, Jin Liqun. "Juntos, trabalharemos em projetos prioritários dentro das nossas prioridades temáticas claramente definidas para impulsionar o crescimento sustentável a longo prazo".

Segundo o presidente, o crescimento do número de membros para 109 mostrou "que muitos acreditam na nossa missão de alcançar o desenvolvimento sustentável de infraestruturas e o crescimento econômico, bem como no nosso compromisso de apoiar ativamente projetos de infraestruturas que contribuam para a mitigação, adaptação e resiliência das alterações climáticas".

A China detém uma participação de 30% no banco que começou a operar em 2016 como ideia do presidente chinês Xi Jinping e foi anunciado como a resposta da Ásia ao Banco Mundial para fornecer financiamento de infraestruturas aos seus membros.

O AIIB financiou mais de 200 projetos no valor de US$ 44 bilhões (cerca de R$ 219,5 bilhões) desde 2016 e está se posicionando como o principal financiador de projetos relacionados com o clima, prometendo, no seu recém-lançado plano de ação climática, alocar pelo menos 50% das suas aprovações anuais no financiamento climático.

O especialista em China e professor da Escola Elliott de Assuntos Internacionais da Universidade George Washington, David Shinn, disse que os três mais novos membros esperam obter parte do financiamento de infraestruturas oferecido pelo AIIB, que conta com uma vasta adesão de países que representam várias convicções políticas.

"Não há nenhuma desvantagem significativa em aderir e a motivação é provavelmente mais prática do que geopolítica", disse Shinn.

O primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, se recusou a participar da cúpula de líderes das nações do Pacífico, na Casa Branca, na segunda e terça-feira (25-26). Antes da recusa, ele elogiou a China pelo seu modelo de desenvolvimento no seu discurso na Assembleia Geral da ONU na semana passada.

O principal produto de exportação das Ilhas Salomão para a China é a madeira, mas o país também vende produtos como frutas e nozes processadas e, em troca, compra principalmente produtos de ferro.

No ano passado, a China assinou um acordo de segurança com as Ilhas Salomão, permitindo que Sogavare solicitasse à polícia e aos oficiais militares da China, se necessário, a proteção do "pessoal chinês e de grandes projetos" na nação do Pacífico. A decisão suscitou preocupação nos EUA e na Austrália sobre os interesses crescentes de Pequim na região, onde Washington também está fazendo incursões.

Em julho, Sogavare acusou os EUA de interferir nos "assuntos internos" da nação do Pacífico depois de Washington ter levantado preocupações sobre a assinatura de um acordo de segurança com Pequim por Honiara.

 

Ø  Mídia: pressionado por EUA e ONU, Brasil rejeita novo envio de tropa ao Haiti por 'atritos internos'

 

Para Brasília, não existe clima para uso das forças nacionais no exterior enquanto a situação entre o Executivo e o Exército Brasileiro não ficar esclarecida após a tentativa de golpe. No entanto, Brasil vai fornecer treinamento para policiais haitianos ainda este ano. Canadá e EUA também recusaram o envio de tropas.

A Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH, na sigla em inglês) foi criada pelo Conselho de Segurança da ONU em 2004 para restaurar a ordem no Haiti, e teve um dos seus braços militares comandado pelo Exército Brasileiro por 13 anos.

A missão teve fim em 2017, entretanto, uma nova etapa de desestabilização com a explosão de violência e uma disputa pelo poder foi aberta. Desde o início deste ano, mais de 2,4 mil haitianos morreram por conta da violência no país, relata a coluna de Jamil Chade no UOL.

Nos últimos dias, a ONU vem insistindo sobre a necessidade urgente de uma operação que possa novamente estabelecer a paz no país, com o governo brasileiro sendo consultado, tanto pelas Nações Unidas quanto pelo governo dos Estados Unidos, sobre envio de tropas nacionais. Brasília, porém, considerou que o clima no país não era adequado para tal engajamento, relata o colunista.

Ainda segundo a mídia, o governo Lula aponta que o mal-estar entre uma parte dos generais das Forças Armadas e o Executivo brasilerio influencia na recusa em negociar novo envio de missão militar.

O mal-estar, que já era notado desde os primeiros dias da gestão Lula, ganhou uma dimensão ainda maior após as revelações sobre a delação do tenente-coronel, Mauro Cid, que teria indicado como o ex-presidente, Jair Bolsonaro, debateu a possibilidade de um golpe com a cúpula das Forças Armadas.

Visto isso, a gestão Lula acredita que "não há ambiente" para o envio de tropas, principalmente porque muitos dos comandantes brasileiros, que lideraram a operação no Haiti, acabaram tendo um papel importante no governo Bolsonaro.

Augusto Heleno, Fernando Azevedo e Silva, Tarcísio de Freitas e Carlos Alberto dos Santos Cruz fizeram parte das tropas enviadas pelo Brasil ao país e, nos últimos anos, ocuparam importantes na administração anterior.

Além da ressalva com os militares, o governo brasileiro analisou que enviar uma nova missão sem foco no desenvolvimento do país caribenho não faz sentido, uma vez que em pouco tempo a crise voltará.

Com a resistência brasileira, a ONU se voltou para o Canadá. Segundo o colunista, o plano foi estudado, mas o governo canadense concluiu que o envio de tropas era "arriscado" e também acabou desistindo.

Na semana passada o governo do Quênia se ofereceu para liderar a força internacional e o envio de mil homens. Jamaica, Bahamas e Antígua e Barbuda também indicaram que podem contribuir, diz a mídia.

Para que a operação ocorra, uma resolução deverá ser apresentada ao Conselho de Segurança da ONU, órgão que será presidido a partir de outubro pelo Brasil. O texto será proposto pelos governos dos EUA e do Equador, e a esperança é de que haja um amplo apoio.

Washington também já anunciou que não enviará soldados, mas ofereceu apoio médico, de transporte e de inteligência à equipe internacional e possivelmente o envio de US$ 100 milhões (R$ 501 milhões) para apoiar a missão. Orçamento bem baixo quando comparado aos enviados para Ucrânia.

Entretanto, no Palácio do Planalto, não se descarta que, em uma eventual aprovação da resolução, o Brasil contribua com apoio logístico e de inteligência. De acordo com cinco embaixadores brasileiros ouvidos pela BBC, o governo brasileiro está decidido a fornecer treinamento à Polícia Nacional do Haiti (PNH).

"Há, de fato, o comprometimento do governo brasileiro como um todo em apoiar a capacitação das forças de segurança do Haiti. É uma iniciativa que vem sendo coordenada pelo Ministério de Relações Exteriores em conjunto com a Agência Brasileira de Cooperação e com a Polícia Federal", afirmou à mídia o delegado Valdecy Urquiza, diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal.

Discutida há meses em Brasília, a disposição teria sido comunicada ao primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, pelo próprio presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, durante uma conversa entre os dois líderes no dia 22 de junho em Paris, segundo fontes ouvidas pela agência britânica.

Nas próximas semanas, uma equipe da Academia Nacional da Polícia Federal irá a Porto Príncipe para concluir um diagnóstico sobre as principais necessidades das forças policiais do país.

Em vez de enviar tropas, Urquiza disse que o Brasil quer ver reduções da criminalidade local operada pelo policiamento haitiano com treinamento brasileiro, acrescentando que a participação das Forças Armadas brasileiras na nova atuação está realmente descartada.

 

Ø  Rússia e Sul Global provam que sanções ocidentais usadas como 'armas' fracassaram, diz empresário

 

O empresário russo Oleg Deripaska afirmou ao jornal Financial Times que a Rússia "sobreviveu ao esforço para isolar sua economia, desenvolvendo laços com o Sul Global", e provou "ser capaz de superar as sanções ocidentais".

Em sua matéria, o FT destaca que a Rússia obteve sucesso em evitar as sanções do G7 à maior parte das suas exportações de petróleo, beirando os US$ 100 (R$ 498) por barril.

O empresário russo ainda afirmou sempre ter duvidado do sucesso das sanções, usadas como uma espécie de "arma milagrosa" pelo Ocidente, destacando que usar o sistema financeiro como arma não tinha como ser eficiente no século XXI.

Deripaska também ressaltou a capacidade de o Sul Global resistir à pressão para se juntar às sanções ocidentais.

"Eles precisam alimentar um bilhão todo dia [...]. Foi um erro grave pensar que poderiam usar esse excelente mecanismo para pressionar regimes autocráticos. Do próximo um bilhão que está para nascer, 70% serão nessa região. Vamos encarar a realidade, eles querem desenvolvimento, precisam dos recursos naturais da Rússia, de soluções russas, de comércio com a Rússia", afirmou o empresário, ao falar de sua viagem pela Ásia, onde comprovou a força dos países do Sul Global.

O FT ressalta que o comércio russo com a Índia triplicou no primeiro semestre de 2023, enquanto o comércio com a China teve uma alta de 32% nos primeiros oito meses.

O empresário também destacou que os esforços ocidentais em fornecer armas à Ucrânia também não mudarão a situação atual na região e que, em vez de resolver o conflito, esse fornecimento servirá apenas prolongar o sofrimento e causar ainda mais perdas humanas.

"Acreditar que as sanções vão parar [o conflito], ou criar uma mudança de regime que vá mudar ou de alguma forma nos aproximar do fim do conflito [...], não. Nós precisamos de outra solução", concluiu.

 

Ø  Medvedev: Rússia está pronta para conflito com a OTAN, que se tornou 'um bloco abertamente fascista'

 

O Ocidente está empurrando o mundo para um conflito global nunca visto desde a Segunda Guerra Mundial ao fornecer armas cada vez mais potentes à Ucrânia e ao homenagear nazistas, disse o ex-presidente russo Dmitry Medvedev em um post no Telegram.

Medvedev, que atualmente é vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, reagiu assim à alegada entrega de tanques de combate M1 Abrams dos EUA à Ucrânia e ao escândalo envolvendo o Parlamento canadense, quando o primeiro-ministro do país Justin Trudeau e o presidente ucraniano Vladimir Zelensky aplaudiram de pé um ex-membro das Waffen SS.

"Parece que a Rússia está sendo deixada com cada vez menos opções de escolha além de um conflito direto com a OTAN", disse ele, destacando as informações de que Washington prometeu fornecer a Kiev mísseis táticos de longo alcance ATACMS.

Medvedev afirmou que a OTAN "se transformou em um bloco abertamente fascista semelhante ao Eixo de Hitler, só que maior," acrescentando que a Rússia está preparada para o enfrentar se for necessário.

"Estamos prontos, embora o resultado venha a ser alcançado a um custo muito maior para a humanidade do que em 1945", advertiu o ex-presidente russo.

Anteriormente ele já havia qualificado os apoiadores ocidentais de Kiev como uma coalizão "pró-nazista" e advertido sobre a possibilidade de um confronto direto entre a Rússia e a OTAN.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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