BODES EXPIATÓRIOS: Quando racismo e antissemitismo são esgrimidos em
defesa de Lula
Já não é possível discernir entre direita e
esquerda. O globalismo é inimigo de ambos.
Um dos símbolos dele é o bilionário financista
húngaro-estadunidense George Soros, que manipula corações e mentes por uma
esquerda "internacional", apartada do nacionalismo e calcada no
identitarismo vazio de significado.
No Brasil, este discurso juntou o ex-comunista Aldo
Rebelo a ruralistas que combatem a influência "nefasta" das ONGs.
Com elas estariam comprometidas figuras importantes
do governo Lula, como os ministros Silvio Almeida, Sonia Guajajara e Anielle
Franco, além do candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos.
Aqui, cabe uma anedota: o ex-síndico do prédio onde
moro, eleitor em São Paulo, vota em qualquer um -- menos em Boulos.
Ricardo Nunes? Tudo bem, desde que não seja o
"agente secreto" do imperialismo.
Dado o confronto que travou com o ministro Paulo
Pimenta por espaço no governo, nesta categoria também se enquadra o ex-deputado
federal Jean Willys.
Outra "marionete" de Soros.
“A salada ideológica é típica de um país acostumado
a importar ideias, desde o maoismo desenvolvido na China para circunstâncias
locais até o pensamento nacionalista russo de Alexander Duguin.”
É um reflexo da pobreza de ideias de quem vive na
periferia do capitalismo.
Racismo e antissemitismo mal disfarçados se
escondem sob a argumentação de quem defende a infalibilidade papal de Lula.
Nos Estados Unidos e, especialmente na Europa
Oriental, Soros não é apenas o bilionário politicamente insensível à agrura dos
miseráveis.
Ele é também, e principalmente, o judeu de nariz
adunco que inspirou os Protocolos dos Sábios do Sião e Hitler.
Um bode expiatório perfeito, à esquerda e à
direita, para uma ideia tão antiga quando atual: a manipulação da sociedade
global por uma conspiração judaica.
A incentivar esta ideia, os crimes cometidos por
Israel contra os palestinos.
Já as supostas pressões internacionalistas para que
Lula escolha uma mulher negra para o STF não passam de racismo disfarçado.
O argumento é de que Lula, tendo escolhido Joaquim
Barbosa para uma vaga no STF, foi "traído" pelos negros.
Portanto, repetir a dose agora seria correr um
risco renovado.
O argumento faz com que Lula seja poupado de
críticas pelas escolhas ruins que fez para o STF.
O problema foi ter escolhido um negro, não um
promotor de veia persecutória sem compromisso de classe.
Isso abre espaço para que Lula escolha
conservadores que vão moldar a Corte pelos próximos 30 anos.
Conservadores, mas amigos do imperador.
O presidente estaria sob pressão indevida da
sociedade civil para abrir mão de uma de suas prerrogativas de eleito: escolher
quem ele quiser para ser ministro do STF.
A ideia contraria os requisitos básicos da
democracia, que supõem que Lula faria suas escolhas de acordo com o amplo arco
de alianças que o levou ao Planalto.
E desconhece que algo se dá nos bastidores da
frágil democracia brasileira: escolhas entre amigos, em que os lobistas agem de
forma obscura.
O lobby público e transparente é um escândalo,
enquanto a pressão cochichada entre quatro paredes é tida como algo que faz
parte do jogo.
“Racismo e antissemitismo combinados, em defesa do
descompromisso democrático. Mais uma jabuticaba brasileira.”
Um
pênalti para Lula bater – Por pastor Zé Barbosa Jr
45 minutos do segundo tempo. A bola está na marca
do pênalti. Não é uma final de campeonato, mas é como se fosse. É um jogo
pesado, de grande rivalidade, e a torcida lota o estádio esperando que seu
craque corra na direção da pelota com a sua genialidade de sempre, mas...
parece que ele segue para cobrar a penalidade máxima como quem sente câimbras,
e corre o risco de chutar para fora.
Eu, como bom flamenguista, não consigo não lembrar
do Zico na copa de 86. Era o grande craque da Seleção de Telê Santana e tinha
em seus pés a chance de despachar a França e avançar para as semifinais daquela
fatídica copa. Pouca gente lembra que o jogo foi para os pênaltis e que, na
disputa, Zico marcou o seu, mas Sócrates e Júlio Cesar desperdiçaram suas
cobranças. Ninguém lembra disso. O jogo ficou marcado pelo pênalti perdido por
Zico e Zico ficou marcado por esse pênalti perdido.
Pois Lula tem agora, e só ele poderia ter essa
chance (é o nosso grande craque, ainda) de marcar um gol histórico: escolher
para compor o STF uma mulher negra. É um dos grandes pênaltis da vida de Lula
(ele já teve outros, com certeza) e não dá pra desperdiçar essa cobrança.
Qualquer outro chute será um pênalti perdido. QUALQUER OUTRO. Pode ser o Flávio
Dino, que todos admiramos e queremos (um dia, não agora) no nosso Supremo
Tribunal ou outro qualquer grande nome do Direito brasileiro, mas, se não for
uma mulher negra, será um chute pra fora. Mais que isso, uma bola isolada bem
longe da meta.
Lula não tem desculpas para não fazer isso. A
declaração de que não será gênero nem “cor” que definirá a sua escolha nos
enche de interrogações. Será que ele vai perder mesmo essa chance de uma
reparação histórica num governo que foi eleito, entre outras coisas, para justamente
efetuar essas reparações, após quatro anos de barbárie, racismo institucional e
Ministros escolhidos não por sua capacidade e força histórica, mas para agradar
um nicho religioso ávido por sangue e destruição de direitos, inclusive da
população negra do Brasil.
Nem mesmo a escolha de uma mulher negra para a
Suprema Corte da Justiça brasileira será uma “grande reparação”: caso seja essa
a escolha de Lula o STF ainda contará com ONZE pessoas BRANCAS, sendo DEZ
HOMENS BRANCOS. Não há argumento que sustente uma decisão de escolher mais um
HOMEM BRANCO para essa Corte. Lula se torna indesculpável caso não opte por uma
mulher negra. Seria declarar, em alto e bom som, que não há mulher negra capaz
de assentar-se numa daquelas desejadas (e odiadas por muitos) cadeiras. E há!
Muitas delas, por sinal! Não apenas uma, mas várias!
Não há para onde fugir: caso não escolha uma mulher
negra para o STF Lula estará, DECIDIDAMENTE, optado pela continuidade do
racismo institucional, pela manutenção dos privilégios brancos, pela opressão
das mulheres e subalternidade eterna das mulheres negras. Repito: QUALQUER
OUTRA escolha será desperdiçar a maior oportunidade de tentativa de reparação
histórica que, neste momento, se coloca nas mãos de nosso Presidente.
Por fim, caso insista no patriarcado branco, Lula
comete, também uma grande incoerência presidencial: de que adianta, por
exemplo, um MINISTÉRIO DE IGUALDADE RACIAL se, na oportunidade que tem de
praticar essa igualdade, refuga? De que adianta o discurso de um Brasil multicolorido
em reconstrução se, na “hora do vamos ver”, repete as escolhas de governos
anteriores, num pacto solene de branquitude masculina? Chegou a hora de fazer
valer os milhões de votos que recebeu das mulheres negras do país, que anseiam
por igualdade.
Caso o contrário, continuará sendo o nosso
Presidente, sim, a melhor escolha entre a democracia e a barbárie em 2022, mas
marcado para sempre por um pênalti perdido: a chance de tornar real o discurso
de igualdade de sua campanha e a transformar em verdade a existência de seu
MINISTÉRIO DE IGUALDADE RACIAL. Negar a uma mulher negra o assento no STF será
dizer que esse e outros ministérios são apenas aparatos para agradar os
movimentos negros, mas sem efetividade alguma quando se trata das decisões
presidenciais.
Chegou a hora, Lula. E eu espero que você marque
esse gol. É hora de virar o jogo!
MPF
investiga mulher negra por ‘racismo’ contra brancos
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) vai
investigar a conduta de Marcelle Decothé da Silva, ex-assessora da ministra
Anielle Franco que foi exonerada após criticar a torcida do São Paulo na final
da Copa do Brasil, no último domingo.
O subprocurador-geral, José Carlos Cosenzo,
encaminhou o caso para o Fórum Criminal da Barra Funda. O promotor de Justiça
com atribuição vai examinar e tipificar a conduta de Marcelle, ou seja, adequar
ao crime específico que ela supostamente teria cometido. Depois disso, a
ex-assessora será investigada e serão reunidas provas — neste caso,
principalmente as mídias onde foram publicadas as falas dela contra
são-paulinos.
Marcelle foi alvo de uma série de representações de
deputados federais e estaduais. Entre eles, aliados de primeira ordem do
ex-presidente Jair Bolsonaro, como o deputado Gil Diniz (PL-SP), conhecido como
“carteiro reaça”, que acusa a ex-assessora de crime de racismo.
Entenda o caso
No último domingo, durante a final da Copa do
Brasil, Marcelle publicou em seu Instagram críticas à torcida do São Paulo.
“Torcida branca, que não canta, descendente de
europeu safade”, escreveu ela, usando a linguagem neutra. Depois, ainda
acrescentou: “Pior, tudo de pauliste”, em fala vista como xenofóbica.
A assessora especial foi exonerada. Em nota, o
ministério afirmou que as declarações de Marcelle nas redes sociais “estão em
evidente desacordo com as políticas e objetivos do MIR”. A pasta informou ainda
que o caso será investigado pelo Comitê de Integridade, Transparência, Ética e
Responsabilização para “prevenir ocorrências que contrariem os princípios
norteadores da missão do ministério”.
A polêmica não foi a única envolvendo a ministra da
Igualdade Racial. Anielle foi também criticada por viajar de Brasília a São
Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Assessora
diz em livro que Marielle seria presidente
Assessora parlamentar de Marielle Franco (PSOL),
Fernanda Chaves afirma em livro a ser lançado hoje ter dito em vários momentos
que seguiria “até o fim” com a vereadora carioca, morta a tiros em 2018.
Fernanda estava no carro que foi alvejado por diversas vezes no bairro do
Estácio, no centro do Rio — o motorista Anderson Gomes também morreu.
Eu disse a ela algumas vezes que estaríamos juntas
até o fim, coisa de amiga mesmo. Lembro de dizer isso quando ela veio me chamar
para estar no mandato dela, em 2016. Ela disse que precisava se cercar de
pessoas de plena confiança na coordenação do gabinete. Fernanda Chaves,
assessora de Marielle Franco Livro “Nesse Lugar”
Assessora conta que acreditava que Marielle poderia
ser presidente da República. No livro, Fernanda relata que conversou com a
vereadora sobre isso “quando soube da possibilidade de ela se candidatar”.
Segundo a assessora, Marielle dava “uma estrondosa gargalhada” ao ouvir isso,
embora “a observação fosse seríssima”.
Lembro de ter dito a ela: ‘Você é a única pessoa
que eu conheço que acho que pode ser absolutamente qualquer coisa que resolver
ser, até presidenta da República’. Ela seria presidenta da República se
cismasse com isso. Trecho do livro “Nesse Lugar”, de Fernanda Chaves e
Priscilla Brito Batizado de “Nesse Lugar”, o livro foi escrito em parceria com
a socióloga Priscilla Brito. A obra narra os fatos ocorridos entre o fim da
campanha eleitoral de 2016, na qual Marielle foi eleita pelo PSOL com mais de
46 mil votos, e 14 de março de 2018, dia em que a vereadora e o motorista
Anderson foram mortos a tiros.
O lançamento será em Brasília. Fernanda foi ferida
no atentado. A assessora estava do lado esquerdo do banco de trás do carro, ao
lado de Marielle, e foi atingida por estilhaços do vidro rompido pela rajada de
tiros. No dia, Fernanda foi levada a um hospital. Ela passou anos fora do país após
o crime. Os mandantes do assassinato da vereadora não foram identificados até
hoje.
Em 2019, os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz
foram presos e apontados como autores do homicídio. Em delação, Élcio afirmou
que dirigia o carro do qual Lessa fez os disparos que mataram Marielle e
Anderson. Os dois irão a júri popular, em data ainda a ser definida pela
Justiça do Rio.
Apesar da inominável brutalidade do interrompimento
de sua vida, Marielle continua chegando com muita força. O fim é relativo.
Logo, os que tentaram apagá-la estão condenados ao resto de suas infelizes
vidas a “conviver” com Marielle em todos os lugares. Trecho do livro “Nesse
Lugar”, de Fernanda Chaves e Priscilla Brito.
Deputado
LGBT+ processa Ratinho e SBT
Ratinho será intimado pela 27ª Vara Cível de São
Paulo, a respeito de um pedido de indenização por danos morais de R$ 500 mil
movido contra o apresentador do SBT pelo ativista Agripino Magalhães Júnior,
que milita pela causa LGBT+ e é deputado estadual suplente do Legislativo
paulista. A decisão pela intimação foi da juíza Fernanda Jacó Monteiro, na
terça-feira.
A magistrada determinou que um oficial de Justiça
procure o titular do “Programa do Ratinho” e, se necessário, deixe a intimação
com o responsável pela portaria da casa ou do condomínio onde ele vive — o
documento não perderá a validade se isso acontecer. Ratinho é dono de mais de
uma dezena de fazendas espalhadas pelo Brasil, sendo que a maior delas fica no
interior do Paraná.
Uma vez informado sobre o caso, o comunicador terá
prazo de 15 dias para se defender das alegações de Agripino e de seu advogado,
Ângelo Carbone. Os dois acionaram o MP de São Paulo em junho, quando Ratinho
disse na tela do SBT que a Parada do Orgulho LGBT+, realizada naquele mês, não
deveria acontecer na Avenida Paulista, uma vez que o lugar precisaria ser
reservado às famílias e o Sambódromo do Anhembi, esse sim, seria adequado ao
“Carnaval dos viados e das sapatões”.
Diante das declarações, Agripino pediu que o MP
processasse Ratinho por homofobia, equiparada ao crime de racismo pelo STF
desde 2019. Ao saber do pedido, o apresentador, também no ar, se referiu ao
ativista como “um cidadão (…) safado, vagabundo e sem vergonha”, além de sugerir
que o autor da ação teria uma “folha corrida”: “Eu vou de briga, vou de
confusão mesmo”, disse ainda.
Por causa dessas falas, Agripino pede a condenação
de Ratinho em R$ 500 mil. Ao todo, ele move três processos contra Ratinho,
todas referentes ao mesmo episódio.
Fonte: Fórum/O Globo/UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário