Interesses, eleições e erro estratégico de Zelensky: Polônia abre o
jogo sobre Alemanha e Ucrânia
A Alemanha está por trás das tensões entre a
Ucrânia e a Polônia, que vê como perigosa uma aliança ucraniano-polonesa para
seus interesses, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia,
Arkadiusz Mularczyk.
Em entrevista ao portal Fronda.pl, a autoridade
polonesa assegurou que a Ucrânia cometeu um "grande erro estratégico"
ao optar por fortalecer suas relações com Berlim, sacrificando os laços com
Varsóvia.
"Acredito que isso responde em grande parte a
uma iniciativa dos próprios alemães, que decidiram que a aliança estratégica
ucraniano-polonesa resulta muito inconveniente e perigosa para eles, pois
desloca o centro de tomada de decisões do Ocidente ao Oriente", afirmou.
Mularczyk também assegurou não ter dúvida de que
Zelensky recebeu "algumas promessas econômicas ou políticas", que a
Alemanha não cumprirá de forma alguma.
O objetivo a curto prazo de Berlim é "criar
tensões entre Kiev e Varsóvia no período que antecede as eleições" na
Polônia, para criar obstáculos na reeleição do governo da Direita Unida,
destacou o político polonês.
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Em visita a Kiev, Stoltenberg volta a dizer que
entrada da Ucrânia na OTAN é uma 'questão de tempo
Em julho deste ano, Stoltenberg já havia dito que a
Ucrânia estava "mais perto do que nunca" de ingressar na Aliança
Atlântica.
Em uma entrevista após visita surpresa a Kiev hoje
(28) encontro com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, Stoltenberg
enfatizou que a entrada da Ucrânia na OTAN é "uma questão de tempo".
O secretário-geral anunciou que a OTAN tinha agora
contratos abrangentes em vigor com empresas de armamento no valor de € 2,4
milhões (R$ 12, 7 milhões) para munições essenciais.
Por sua vez, Zelensky aproveitou a visita, que
também contou com a presença dos ministros da Defesa do Reino Unido e da
França, para fazer lobby por mais sistemas de defesa aérea.
"O secretário-geral concordou em empreender
esforços para nos ajudar e apoiar nesta questão [de defesa aérea], para
mobilizar os Estados-membros da aliança", afirmou o presidente ucraniano.
Moscou já declarou diversas vezes que qualquer arma
enviada para o território ucraniano será alvo legítimo das Forças Armadas
russas.
Hoje (27), o governo russo anunciou que aumentará
os gastos com defesa em quase 70% para o próximo ano, canalizando recursos
maciços para a sua operação na Ucrânia a fim de combater o que classifica de
"conflito híbrido" desencadeada pelo Ocidente.
<><> Chefe do Estado-Maior Conjunto dos
EUA sai em meio a abordagens divergentes em Washington
Decisão chega em um momento em que a paciência do
Ocidente com a Ucrânia está diminuindo, e com diferença no pensamento entre o
Departamento de Estado e o Departamento de Defesa americanos.
Os departamentos de Defesa e de Estado dos EUA
diferem em suas abordagens sobre a ajuda à Ucrânia, escreve na quarta-feira
(27) o jornal norte-americano Politico, citando uma autoridade sênior da
administração Joe Biden.
O jornal detalha que, embora Washington tenha
inicialmente sido relutante em enviar sistemas de armas avançados, ele acabou
aprovando, incluindo com a ajuda de aliados, a entrega de lançadores múltiplos
de foguetes Himars, sistemas de defesa antiaérea Patriot, tanques M1 Abrams,
caças F-16, munições de fragmentação e projéteis de urânio empobrecido, e
também mísseis ATACMS com um alcance de aproximadamente 300 quilômetros.
De acordo com o jornal, as autoridades dos EUA
reconhecem que o Pentágono adere à "abordagem deliberada e baseada em
processos" ao avaliar as necessidades do campo de batalha ucraniano. No
entanto, Lloyd Austin, secretário de Defesa, e Mark Milley, presidente cessante
do Estado-Maior Conjunto, reiteraram que sua prioridade é garantir que Kiev
tenha o armamento necessário à sua disposição.
"Uma coisa que estava e continua em minha
mente todos os dias é a gestão da escalada", disse Milley, segundo o
Politico.
"O fato é que a Rússia tem armas nucleares,
ponto final, e eles têm a capacidade de destruir a humanidade. Não se deve
brincar com isso."
Segundo a fonte do Político, "o [Departamento
de] Estado procura oportunidades, o Departamento de Defesa procura
ameaças".
"As pessoas do Departamento de Defesa diriam
que precisam pensar nos prós e contras de cada decisão de armamento, e essa
responsabilidade recai sobre eles", resumiu a fonte do Politico.
A saída de Milley, que acontecerá nesta sexta-feira
(29), acontece em um momento em que "o Ocidente mostra sinais de estar
ficando sem armas e sem paciência com a Ucrânia", destaca a mídia
norte-americana.
A Casa Branca comprometeu-se a fornecer a Kiev
armamentos no valor total de US$ 43,9 bilhões (R$ 221,08 bilhões) desde o
início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, informou na última
quinta-feira (21) um boletim informativo do Pentágono.
Ø Belarus diz que helicóptero polonês violou seu espaço aéreo e envia
aviões militares; Varsóvia nega
Nesta quinta-feira (28), Belarus disse que um
helicóptero polonês violou seu espaço aéreo e disse que, em resposta, enviou
aeronaves militares ao local. A suposta ação eleva ainda mais as tensões entre
os dois países.
A Polônia negou "inequivocamente estes
relatórios" e disse que "nenhum dos helicópteros poloneses cruzou o
espaço aéreo de Belarus", declarou um porta-voz do Comando Operacional das
Forças Armadas da Polônia à Reuters.
"Por volta das 15h20 [09h20 do horário de
Brasília), a aeronave cruzou a fronteira da República de Belarus, voou a uma
profundidade de até 1,5 quilômetro. Às 16h22 [10h22 de Brasília], o helicóptero
violou repetidamente a fronteira do Estado, indo a 300 metros de
profundidade", afirmou o Ministério da Defesa belarusso.
O Ministério das Relações Exteriores belarusso
convocou o encarregado de Negócios polonês, Marcin Wojciechowski, para
protestar e exigiu que Varsóvia conduzisse "uma investigação objetiva
sobre o incidente" e tomasse medidas para prevenir tais incidentes no
futuro.
A suposta ação eleva claramente as tensões entre os
dois países que se encontram em progressiva divergência, principalmente depois
que a Polônia decidiu fechar uma parte de sua fronteira com Belarus e envio um
grande número de tropas militares para região.
Em agosto, Varsóvia também acusou Minsk de violar
seu espaço aéreo, e os atritos fizeram com que os Estados Unidos, através da
OTAN, lançaram um comunicado dizendo que "não consideram que a OTAN esteja
diante de um cenário em que deva trazer seu Artigo 5 de defesa coletiva",
conforme noticiado.
Ø Na Eslováquia, os fundos recebidos dos EUA podem ser usados na compra
de fuzis
O Ministério da Defesa eslovaco propõe utilizar os
fundos recebidos dos Estados Unidos para comprar 5 mil fuzis de assalto M4A1
com um custo total de US$ 17,4 milhões (R$ 87,7 milhões), de acordo com
documentos da entidade apresentados ao governo.
Em setembro de 2022, o Ministério da Defesa da
Eslováquia recebeu US$ 205,8 milhões (R$ 1 bilhão) de fundos americanos, dos
quais US$ 200 milhões poderiam ser utilizados para a compra de novo equipamento
militar e o restante para meios de defesa contra drones. Os meios financeiros
foram atribuídos a partir de fundos do Financiamento Militar Estrangeiro (FMF,
na sigla em inglês) destinados à modernização de forças armadas estrangeiras,
neste caso, do Exército eslovaco. Em julho de 2023, o gabinete de ministros
eslovaco aprovou a utilização de US$ 189,9 milhões (R$ 957,8 milhões) para a
compra de 160 veículos militares da empresa americana Oshkosh.
"O objetivo do documento é apresentar ao
governo informações sobre a intenção do Ministério da Defesa de comprar fuzis
de assalto M4A1 de 5,56 mm por um custo total de US$ 17,4 milhões (R$ 87,7
milhões) através do uso de fundos do FMF", afirma a proposta.
De acordo com os dados do MD eslovaco, isto iria
satisfazer a necessidade do Exército em 5 mil fuzis de assalto M4A1 e as suas
entregas, caso o governo aprove esta proposta, estão previstas para 2025.
Uma condição do subsídio é que os recursos sejam
usados para comprar equipamentos de fabricantes norte-americanos.
Ø Hungria apela a não dar à Ucrânia um único centavo do orçamento da EU
A Ucrânia não receberá um único centavo do
orçamento da União Europeia (UE) até que a Hungria receba o dinheiro que lhe é
devido dos fundos europeus, já que é necessário um apoio unânime para alterar o
orçamento da UE, disse o chefe do gabinete do primeiro-ministro húngaro,
Gergely Gulyas.
"[...] Сomo é necessário apoio unânime para
alterar o orçamento da UE, um país que não pertencente à UE não receberá um
centavo do orçamento da UE até que um Estado-membro receba o que lhe é
legalmente devido", disse Gulyas em uma reunião do governo.
A Comissão Europeia estava abusando de seus
poderes, atrasando "de forma absurda e irritante" o pagamento de
dinheiro dos fundos da UE para a Hungria sob pretextos rebuscados, acrescentou
ele.
"Esperamos que eles façam novas perguntas, não
porque o dinheiro foi gasto em outra coisa, Deus nos livre, dado a um país não
pertencente à UE. A Hungria responderá às perguntas e espera que a Comissão
Europeia não continue protelando, quebre as regras e pague o dinheiro devido à
Hungria [...]. Não há motivo para a CE [Comissão Europeia] continuar se
comportando dessa maneira", resumiu Gulyas.
Anteriormente, a chefe da Comissão Europeia, Ursula
von der Leyen, disse que a CE havia revisado o orçamento plurianual da UE para
o período de 2024 a 2027 e propôs que os países o aumentassem em € 66 bilhões
(cerca de R$ 349 bilhões) para ajudar a Ucrânia, implementar programas de
migração e refugiados e fortalecer a competitividade da união.
O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán chamou a
oferta de frívola porque não se sabe para onde foi o dinheiro dado a Kiev
anteriormente.
Em meados de setembro de 2022, a Comissão Europeia
propôs ao Conselho da UE introduzir contra a Hungria o mecanismo condicional no
orçamento europeu. Isso implicaria o congelamento de cerca de 7,5 bilhões de euros
(R$ 38 bilhões) do financiamento para Budapeste. O caso é o primeiro na
história da União Europeia, desde que, há dois anos, foi criado o mecanismo de
condicionamento, destinado a proteger o orçamento do bloco da corrupção.
A Comissão Europeia continua a bloquear os fundos
da UE para a Hungria porque quer influenciar a posição da Hungria sobre
migração, educação sexual, ajuda à Ucrânia e sanções, mas Budapeste não
pretende mudar seu ponto de vista sobre essas questões, que considera
fundamentais, disse o primeiro-ministro húngaro. O país deve estar preparado
para sérios ataques da UE, porque "Bruxelas e a máquina de propaganda
liberal" não são seletivas quanto aos meios e usam todos os tipos de
chantagem contra Budapeste, afirmou, por sua vez, o ministro das Relações
Exteriores húngaro Peter Szijjarto.
Ø UE pretende reforçar capacidades de defesa para combater a Rússia,
relata mídia
A União Europeia (UE) planeja reforçar suas
capacidades de defesa para enfrentar a Rússia, informou o jornal Politico, com
referência ao projeto de declaração da cúpula da Comunidade Política Europeia.
"A UE deverá reforçar as suas capacidades de
defesa para combater a Rússia em um ambiente global ameaçador", observa-se
na declaração.
Assim, segundo o documento do portal, a UE pretende
desenvolver a base tecnológica e industrial nos países europeus, incluindo
através de um aumento de investimento.
De acordo com o projeto de declaração, a União
Europeia planeja realizar os trabalhos preparatórios necessários para o futuro
alargamento da união, que é considerado "investimento em paz, segurança,
estabilidade".
Como anteriormente referido, a cúpula da Comunidade
Política Europeia realizar-se-á na cidade espanhola de Granada da Comunidade
Autônoma da Andaluzia, em 5 de outubro.
Por sua vez, na terça-feira (27), o representante
interino da Rússia na UE, Kirill Logvinov, disse à Sputnik que os gastos não
planejados com a defesa, incluindo a ajuda à Ucrânia, forçarão a União Europeia
a moderar ambições em outras áreas importantes para a união.
Ø Xi Jinping considera a reunificação com Taiwan 'inevitável' e que
'nenhuma força a pode impedir'
A reunificação total da China com Taiwan é
historicamente inevitável e nenhuma força pode impedi-la, afirmou o presidente
chinês Xi Jinping.
"Devemos manter a adesão ao princípio de Uma
Só China e ao Consenso de 1992, promover o desenvolvimento pacífico das
relações entre os dois lados do estreito de Taiwan, aprofundar o
desenvolvimento integrado dos dois lados do estreito de Taiwan, salvaguardar os
interesses fundamentais da nação chinesa e promover o bem-estar dos
compatriotas de ambos os lados do estreito", disse Xi Jinping em uma
recepção pelo 74º aniversário da fundação da República Popular da China, que o
país celebrará em 1º de outubro.
"A realização da reunificação total da pátria
é uma aspiração comum do povo e pela tendência dos tempos ela é historicamente
inevitável e nenhuma força a pode impedir", acrescentou o presidente
chinês.
Os laços oficiais entre a China e a ilha de Taiwan
foram rompidos em 1949, depois que as forças do partido nacionalista Kuomintang
sofreram uma derrota na guerra civil contra o Partido Comunista e se mudaram
para aquele arquipélago. As relações foram restauradas apenas no nível
comercial e informal no final dos anos 1980. Desde o início da década de 1990,
as partes têm estado em contato através de organizações não governamentais.
A liderança chinesa tem afirmado repetidamente que
Pequim procurará a reunificação pacífica com a ilha, mas nunca prometerá
abandonar o recurso à força militar, se necessário.
Fonte: Sputnik Brasil
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