Conflito ucraniano pode virar a próxima 'guerra eterna' dos EUA, diz
mídia americana
Os Estados Unidos não planejam acabar o conflito na
Ucrânia e não consideram sua chance zero de ganhar, afirmou Daniel Davis no seu
artigo para o portal 19FortyFive.
"Os Estados Unidos ainda não têm uma
estratégia para terminar a guerra. Washington nem sequer tem uma visão de como
a guerra pode acabar, e resiste a qualquer esforço para buscar um acordo
negociado através da diplomacia", escreve o especialista.
Segundo Davis, a vitória da Ucrânia no campo de
batalha é impossível, e continuar a apoiá-la "o tempo que for
preciso" não faz sentido.
Além disso, segundo o autor, para Washington a
principal prioridade deve ser promover o fim do conflito na Ucrânia juntamente
com o fortalecimento da segurança nacional dos Estados Unidos.
No entanto, Davis enfatizou que as autoridades
americanas estão fazendo o oposto – apoiando a Ucrânia e prolongando o
conflito, o que leva a um enfraquecimento da capacidade de defesa dos EUA.
Por sua vez, o líder russo, Vladimir Putin,
salientou que a Rússia não está a tentar incrementar o conflito ucraniano, mas
acabar com ele. Mas os países ocidentais falam constantemente sobre a
necessidade de continuar lutando, aumentam o envio de armas e treinam os
soldados das Forças Armadas ucranianas em seu território.
Moscou afirmou repetidamente que a assistência
militar ocidental não augura nada de bom para a Ucrânia e apenas prolonga o
conflito.
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Mídia: Ucrânia falhou e EUA buscam novas frentes
para atacar a Rússia
Site egípcio destaca que os EUA não estavam
preparados para a resiliência da Rússia no conflito ucraniano apoiado por
países da OTAN.
Um artigo publicado nesta quarta-feira (27), no
portal egípcio Al-Watan, afirmou que os Estados Unidos estão buscando novas
frentes para usar como ataque contra a Rússia, já que a Ucrânia falhou em
cumprir essa tarefa.
"Os Estados Unidos enfrentam uma realidade
decepcionante. Diante disso, o governo americano começou a abrir novas frentes
contra a Rússia no território da Moldávia e no Sul do Cáucaso", diz o
artigo.
Segundo o texto, Washington não estava preparado
para a resiliência da Rússia e decidiu criar tantos pontos críticos quanto
possível, acreditando que isso pode levar ao esgotamento do potencial russo.
O texto destaca que a aposta de Washington em Kiev
foi em vão, diante do enorme desequilíbrio entre os exércitos da Rússia e da
Ucrânia. Segundo o artigo, a superioridade do Exército da Rússia impossibilita
o avanço das Forças Armadas da Ucrânia.
Em várias ocasiões, Moscou advertiu que os países
da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) buscam o confronto com a
Rússia. De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, uma maior expansão
da aliança ocidental não trará maior segurança à Europa. O Ministério das
Relações Exteriores da Rússia manifestou sua disponibilidade para o diálogo com
a OTAN, mas em igualdade de condições, com o Ocidente abandonando sua agenda de
militarização do continente europeu. Nos últimos anos, a Rússia denunciou uma
atividade sem precedentes da OTAN em nas suas fronteiras ocidentais.
<><> Mídia: Ocidente recua dos fronts
políticos e militares, e conflito na Ucrânia faz parte do processo
O Ocidente está fugindo dos fronts políticos e
militares por causa do fracasso na Ucrânia, escreve a jornalista do jornal Le
Monde, Sylvie Kauffmann.
"A retirada das tropas francesas do Níger dois
anos após a retirada americana do Afeganistão é um indicativo de um recuo
ocidental que não é apenas militar, mas também de natureza política e
diplomática. Além disso, o conflito ucraniano faz parte desse recuo e está
exacerbando suas consequências", disse Kauffmann.
Uma fuga do Ocidente está escondida por trás dos
preparativos para outra, acrescentou a jornalista.
O Ocidente é forçado a fazer concessões em muitas
questões devido à rejeição de suas políticas pelo Sul Global. O conflito na
Ucrânia exacerbou essa tendência, resumiu a jornalista.
Anteriormente, o presidente francês Emmanuel Macron
disse que as tropas francesas deixariam o Níger até o final do ano. Ele também
prometeu interromper a cooperação militar com as atuais autoridades do país,
pois "elas não querem mais combater o terrorismo".
Ø Polônia corre risco de sair da UE, diz ex-chefe do Conselho Europeu
O ex-chefe do Conselho Europeu, Donald Tusk,
afirmou que a Polônia pode sair da União Europeia (UE) caso o atual partido no
poder, Direito e Justiça (PiS, na sigla em polônes), vença as próximas
eleições.
Segundo as pesquisas eleitorais mais recentes, o
PiS está em vantagem para se manter no governo na corrida eleitoral do dia 15
de outubro. Em mensagem no seu perfil do X (antigo Twitter), o atual líder da
oposição afirmou:
"Em 15 de outubro, ou vamos tirar o PiS, ou o
PiS vai nos tirar da União Europeia", disse Tusk.
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Governo polônes cria atritos dentro da UE
Recentemente, a Polônia chamou atenção de outros
países do bloco por decisões polêmicas que contrariam pactos da União Europeia.
O país, junto da Hungria e Eslováquia, decidiu proibir a entrada de grãos
ucranianos em suas fronteiras como uma maneira de proteger seus agricultores.
"Não vamos escutar Berlim, não vamos escutar
Bruxelas [...]", disse o primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki,
sobre a extensão do embargo.
O PiS, que também tem como ponto central de seu
governo o controle da imigração, entrou em desentendimentos com os governos da
Eslováquia e da Alemanha sobre o controle de suas fronteiras. Atualmente a
Polônia faz parte do chamado espaço Schengen, que permite o livre trânsito de
pessoas na maioria dos países da UE.
A Polônia estabeleceu pontos de controle em sua
fronteira com a Eslováquia como forma de impedir a entrada de imigrantes
ilegais. "Instruí o ministro do Interior a introduzir controles... em
micro-ônibus, vans, carros, ônibus onde há suspeita de que haja imigrantes
ilegais lá", disse Morawiecki em um evento de campanha.
Morawiecki também rebateu o chanceler alemão, Olaf
Scholz, que, no último sábado (23), pediu esclarecimentos ao governo polônes
sobre alegações de um esquema de corrupção dentro do Ministério das Relações
Exteriores polônes, onde autoridades estariam vendendo vistos de imigração.
"Seria melhor informar-se sobre a situação
real e não interferir nos assuntos poloneses", rebateu Morawiecki.
Ø Kremlin: aumento nos gastos militares é necessário devido à guerra
híbrida contra Rússia
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, anunciou que
é necessário um aumento no orçamento de defesa, dentro do contexto de guerra
híbrida travada contra a Rússia e também da continuação da operação militar
especial.
"Evidentemente, tal aumento é necessário,
absolutamente necessário, porque vivemos em um estado de guerra híbrida.
Seguimos com a operação militar especial. Quero dizer, uma guerra híbrida que é
lançada contra nós. E isso exige custos elevados", afirmou Peskov
respondendo a um pedido de jornalistas para comentar o projeto de orçamento
para o próximo ano que prevê um aumento nos gastos com defesa.
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Moscou comenta perspectivas de restrições no setor
de energia
O porta-voz adicionou que não há necessidade de
medidas rigorosas no mercado de combustíveis, porém o trabalho com as empresas
continuará.
"Quanto a medidas muito duras, o presidente
disse ontem [27] que não são necessárias. Mas, ao mesmo tempo, o chefe de
Estado enfatizou que precisamos continuar a trabalhar com as empresas, este
trabalho vai continuar", respondeu Peskov a uma pergunta a respeito da
necessidade de considerar medidas administrativas específicas ou outro impacto
sobre as empresas para forçá-las a estabilizar a situação no mercado interno.
<><> Efeito contrário: sanções ocidentais
incentivaram a Rússia a fortalecer ainda mais sua indústria
Entre as indústrias fortalecidas está a de aviação,
que até 2030 produzirá mais de 140 aeronaves, com tecnologia própria.
Impostas com o objetivo de prejudicar a economia e
o desenvolvimento da Rússia, as sanções ocidentais acabaram por servir como um
poderoso incentivo a Moscou para o fortalecimento de muitos segmentos da
indústria do país, em especial o da aviação.
A conclusão é de uma postagem feita pelo
representante permanente da Rússia para Organizações Internacionais em Viena,
Mikhail Ulyanov, em seu canal no Telegram.
"As sanções ocidentais servem como um poderoso
incentivo para o rápido desenvolvimento de muitos segmentos da indústria russa,
incluindo a indústria da aviação, que terá como base componentes fabricados na
Rússia. Até 2030, a Rússia produzirá mais de 140 aeronaves de curta distância,
com tecnologia própria", escreveu Ulyanov.
Após o início da operação especial russa na
Ucrânia, em fevereiro de 2022, o Ocidente aumentou a pressão das sanções
econômicas e das sanções contra o petróleo e gás da Rússia. A interrupção na
cadeia de abastecimento levou a um aumento nos preços dos combustíveis e dos
alimentos na Europa e nos Estados Unidos.
Em contraponto, a Rússia segue resistindo aos
impactos das sanções ocidentais. Moscou afirmou em várias ocasiões que o
Ocidente não tem coragem de admitir o fracasso das sanções aplicadas contra a
Rússia. Enquanto isso, nos próprios países ocidentais, analistas vêm apontando
a ineficácia da política de sanções do Ocidente.
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou
anteriormente que a política de conter e enfraquecer a Rússia é uma estratégia
de longo prazo do Ocidente, e que as sanções desferiram um duro golpe em toda a
economia global. Segundo ele, o principal objetivo do Ocidente é piorar a vida
de milhões de pessoas.
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Embargo de grãos ucranianos e escassez de armas
provocam divisão aberta na Europa, diz mídia
O fornecimento de grãos ucranianos e o esgotamento
dos arsenais de países pequenos já causaram uma divisão aberta na Europa em
relação ao apoio da Ucrânia, disse em entrevista ao jornal Global Times o
acadêmico chinês Zhang Hong.
"As divisões dentro da União Europeia em
relação à assistência à Ucrânia se tornaram agora públicas", declarou
Zhang, que é pesquisador associado do Instituto de Estudos Russos, do Leste
Europeu e da Ásia Central da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
Ele observou que os países europeus estão
insatisfeitos com o abastecimento ilimitado de grãos ucranianos aos seus
mercados e a redução de seus próprios arsenais militares. Enquanto os maiores
países europeus, como a França, Alemanha e Reino Unido, e os EUA continuam a
prestar assistência a Kiev, alguns países menores já não têm reservas para a
ajudar. Isso indica que o conflito entre a Rússia e Ucrânia levou ao limite o
potencial e as capacidades de defesa de muitos países da Europa.
Na semana passada, a Comissão Europeia decidiu não
estender as restrições às importações de produtos agrícolas da Ucrânia impostas
por cinco países da União Europeia que fazem fronteira com a Ucrânia, mas
obrigou Kiev a tomar medidas para controlar as exportações.
Depois disso, as autoridades da Eslováquia, Hungria
e Polônia anunciaram a manutenção unilateral da proibição. Em 19 de setembro, a
Ucrânia entrou com um processo judicial contra a Polônia, Hungria e Eslováquia
na Organização Mundial do Comércio (OMC) para demandar a retirada do embargo
imposto contra a sua exportação de grãos. Esta ação causou indignação nos
países mencionados.
<><> Como a Rússia resiste e consegue
driblar as sanções ao petróleo impostas pelo G7
Desde o começo da operação russa na Ucrânia, o
Ocidente, liderado pelos países do G7, massacram a Rússia com sanções
econômicas. No entanto, novos clientes e novas rotas comercais garantem a
manutenção do sucesso da exportação russa de petróleo.
Na tentativa de enfraquecer Moscou através de uma
guerra por procuração usando Kiev, os países-membros do grupo, nomeadamente
Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido, estabeleceram uma
série de regras para prejudicar a exportação do petróleo russo.
No entanto, mesmo com toda pressão, a Rússia tem
evitado com sucesso as sanções à maior parte das suas exportações, e,
atualmente, exporta a commodity além do limite de US$ 60 (R$ 301) por barril,
alcançando valores que chegam a US$ 100 (R$ 502), relata o G1.
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Mas como Moscou tem contornado as sanções e mantido
sua economia aquecida em meio à coerção ocidental?
Um dos pontos destacados pela mídia brasileira, e
ao mesmo tempo conhecido para aqueles que seguem o assunto, é a renovação da
carteira de clientes na Ásia e o fortalecimento da parceria com clientes
antigos, como Índia e China.
"Já sabíamos que a Rússia havia encontrado
rapidamente novos clientes na Ásia, especialmente na China e na Índia, países
que não aderiram ao regime de sanções. Eles fizeram um bom negócio porque esse
petróleo foi vendido com um grande desconto em relação ao preço oficial",
conta Dominique Baillard, cronista de economia ouvida pela mídia.
A especialista destaca que, na verdade, as regras
do G7 acabaram por causar efeito contrário, dando mais lucro e facilidades nas
garantias de entrega do produto.
"Agora estamos descobrindo que a Rússia está
vendendo seu petróleo bruto a um preço muito bom, bem acima do teto de US$ 60
[R$ 301], sem a necessidade de garantias ocidentais. Isso se deve ao fato de
que o teto, que está em vigor desde dezembro, aplica-se apenas a cargas
cobertas por seguradoras."
Ao mesmo tempo, Moscou contou com a parceria de
intermediários localizados em países como Turquia e Emirados Árabes Unidos, por
onde passam as remessas. Baillard aponta que, desde o verão europeu (que durou
de julho a setembro), Moscou vem conquistando "o máximo proveito da
recuperação dos mercados de petróleo".
Esse aumento dos preços também é outro fator que
ajuda a manter o sucesso russo, que junto à Arábia Saudita, reduziu seu
fornecimento dentro da OPEP+, segundo a especialista.
"Além disso, o desconto aplicado a essa
variedade de petróleo bruto diminuiu. Há alguns meses, o Ural (marca de
petróleo de referência usada como base para a precificação da mistura de
petróleo de exportação da Rússia) estava sendo vendido com um desconto de até
US$ 40 (R$ 202) no mercado", destaca Baillard.
A mídia aponta que esse desconto caiu para US$ 12
(R$ 60) e entre junho e agosto, o preço do petróleo bruto russo para exportação
saltou de US$ 55 (R$ 278) para US$ 73 (R$ 369) por barril. Com todo esse
contexto, as receitas do petróleo impulsionam, de fato, o crescimento da economia
russa.
Segundo o FMI, o crescimento global de 2023
previsto em torno de 1,5%, já seria bom para as finanças públicas. Por outro
lado, o presidente, Vladimir Putin, planeja um aumento de 70% no orçamento de
defesa para 2024.
Nesta quarta-feira (27), o Banco Europeu para a
Reconstrução e o Desenvolvimento, criado para ajudar as ex-repúblicas
soviéticas, confirmou as previsões de crescimento fornecidas pelo FMI e
expressou sua decepção: "Esperávamos que as sanções fossem mais
eficazes", disse em um comunicado à imprensa.
A Ucrânia pressiona para que esse cenário seja
mudado e sugere uma redução do teto de US$ 60 por barril e novas medidas para
barrar o crescimento russo, relata a mídia. Parceira do G7, Kiev apela para que
a Europa seja mais consistente em suas políticas antirussas e pede um embargo
aos diamantes, assunto que atualmente está sendo discutido no G7.
O foco nos diamantes acontece visto que importações
russas desses elementos preciosos feita por outros países, assim como de
semicondutores, voltaram aos níveis anteriores ao início do conflito, relata a
mídia brasileira.
Fonte: Sputnik Brasil
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