sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Conflito ucraniano pode virar a próxima 'guerra eterna' dos EUA, diz mídia americana

Os Estados Unidos não planejam acabar o conflito na Ucrânia e não consideram sua chance zero de ganhar, afirmou Daniel Davis no seu artigo para o portal 19FortyFive.

"Os Estados Unidos ainda não têm uma estratégia para terminar a guerra. Washington nem sequer tem uma visão de como a guerra pode acabar, e resiste a qualquer esforço para buscar um acordo negociado através da diplomacia", escreve o especialista.

Segundo Davis, a vitória da Ucrânia no campo de batalha é impossível, e continuar a apoiá-la "o tempo que for preciso" não faz sentido.

Além disso, segundo o autor, para Washington a principal prioridade deve ser promover o fim do conflito na Ucrânia juntamente com o fortalecimento da segurança nacional dos Estados Unidos.

No entanto, Davis enfatizou que as autoridades americanas estão fazendo o oposto – apoiando a Ucrânia e prolongando o conflito, o que leva a um enfraquecimento da capacidade de defesa dos EUA.

Por sua vez, o líder russo, Vladimir Putin, salientou que a Rússia não está a tentar incrementar o conflito ucraniano, mas acabar com ele. Mas os países ocidentais falam constantemente sobre a necessidade de continuar lutando, aumentam o envio de armas e treinam os soldados das Forças Armadas ucranianas em seu território.

Moscou afirmou repetidamente que a assistência militar ocidental não augura nada de bom para a Ucrânia e apenas prolonga o conflito.

·         Mídia: Ucrânia falhou e EUA buscam novas frentes para atacar a Rússia

Site egípcio destaca que os EUA não estavam preparados para a resiliência da Rússia no conflito ucraniano apoiado por países da OTAN.

Um artigo publicado nesta quarta-feira (27), no portal egípcio Al-Watan, afirmou que os Estados Unidos estão buscando novas frentes para usar como ataque contra a Rússia, já que a Ucrânia falhou em cumprir essa tarefa.

"Os Estados Unidos enfrentam uma realidade decepcionante. Diante disso, o governo americano começou a abrir novas frentes contra a Rússia no território da Moldávia e no Sul do Cáucaso", diz o artigo.

Segundo o texto, Washington não estava preparado para a resiliência da Rússia e decidiu criar tantos pontos críticos quanto possível, acreditando que isso pode levar ao esgotamento do potencial russo.

O texto destaca que a aposta de Washington em Kiev foi em vão, diante do enorme desequilíbrio entre os exércitos da Rússia e da Ucrânia. Segundo o artigo, a superioridade do Exército da Rússia impossibilita o avanço das Forças Armadas da Ucrânia.

Em várias ocasiões, Moscou advertiu que os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) buscam o confronto com a Rússia. De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, uma maior expansão da aliança ocidental não trará maior segurança à Europa. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia manifestou sua disponibilidade para o diálogo com a OTAN, mas em igualdade de condições, com o Ocidente abandonando sua agenda de militarização do continente europeu. Nos últimos anos, a Rússia denunciou uma atividade sem precedentes da OTAN em nas suas fronteiras ocidentais.

<><> Mídia: Ocidente recua dos fronts políticos e militares, e conflito na Ucrânia faz parte do processo

O Ocidente está fugindo dos fronts políticos e militares por causa do fracasso na Ucrânia, escreve a jornalista do jornal Le Monde, Sylvie Kauffmann.

"A retirada das tropas francesas do Níger dois anos após a retirada americana do Afeganistão é um indicativo de um recuo ocidental que não é apenas militar, mas também de natureza política e diplomática. Além disso, o conflito ucraniano faz parte desse recuo e está exacerbando suas consequências", disse Kauffmann.

Uma fuga do Ocidente está escondida por trás dos preparativos para outra, acrescentou a jornalista.

O Ocidente é forçado a fazer concessões em muitas questões devido à rejeição de suas políticas pelo Sul Global. O conflito na Ucrânia exacerbou essa tendência, resumiu a jornalista.

Anteriormente, o presidente francês Emmanuel Macron disse que as tropas francesas deixariam o Níger até o final do ano. Ele também prometeu interromper a cooperação militar com as atuais autoridades do país, pois "elas não querem mais combater o terrorismo".

 

Ø  Polônia corre risco de sair da UE, diz ex-chefe do Conselho Europeu

 

O ex-chefe do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que a Polônia pode sair da União Europeia (UE) caso o atual partido no poder, Direito e Justiça (PiS, na sigla em polônes), vença as próximas eleições.

Segundo as pesquisas eleitorais mais recentes, o PiS está em vantagem para se manter no governo na corrida eleitoral do dia 15 de outubro. Em mensagem no seu perfil do X (antigo Twitter), o atual líder da oposição afirmou:

"Em 15 de outubro, ou vamos tirar o PiS, ou o PiS vai nos tirar da União Europeia", disse Tusk.

·         Governo polônes cria atritos dentro da UE

Recentemente, a Polônia chamou atenção de outros países do bloco por decisões polêmicas que contrariam pactos da União Europeia. O país, junto da Hungria e Eslováquia, decidiu proibir a entrada de grãos ucranianos em suas fronteiras como uma maneira de proteger seus agricultores.

"Não vamos escutar Berlim, não vamos escutar Bruxelas [...]", disse o primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, sobre a extensão do embargo.

O PiS, que também tem como ponto central de seu governo o controle da imigração, entrou em desentendimentos com os governos da Eslováquia e da Alemanha sobre o controle de suas fronteiras. Atualmente a Polônia faz parte do chamado espaço Schengen, que permite o livre trânsito de pessoas na maioria dos países da UE.

A Polônia estabeleceu pontos de controle em sua fronteira com a Eslováquia como forma de impedir a entrada de imigrantes ilegais. "Instruí o ministro do Interior a introduzir controles... em micro-ônibus, vans, carros, ônibus onde há suspeita de que haja imigrantes ilegais lá", disse Morawiecki em um evento de campanha.

Morawiecki também rebateu o chanceler alemão, Olaf Scholz, que, no último sábado (23), pediu esclarecimentos ao governo polônes sobre alegações de um esquema de corrupção dentro do Ministério das Relações Exteriores polônes, onde autoridades estariam vendendo vistos de imigração.

"Seria melhor informar-se sobre a situação real e não interferir nos assuntos poloneses", rebateu Morawiecki.

 

Ø  Kremlin: aumento nos gastos militares é necessário devido à guerra híbrida contra Rússia

 

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, anunciou que é necessário um aumento no orçamento de defesa, dentro do contexto de guerra híbrida travada contra a Rússia e também da continuação da operação militar especial.

"Evidentemente, tal aumento é necessário, absolutamente necessário, porque vivemos em um estado de guerra híbrida. Seguimos com a operação militar especial. Quero dizer, uma guerra híbrida que é lançada contra nós. E isso exige custos elevados", afirmou Peskov respondendo a um pedido de jornalistas para comentar o projeto de orçamento para o próximo ano que prevê um aumento nos gastos com defesa.

·         Moscou comenta perspectivas de restrições no setor de energia

O porta-voz adicionou que não há necessidade de medidas rigorosas no mercado de combustíveis, porém o trabalho com as empresas continuará.

"Quanto a medidas muito duras, o presidente disse ontem [27] que não são necessárias. Mas, ao mesmo tempo, o chefe de Estado enfatizou que precisamos continuar a trabalhar com as empresas, este trabalho vai continuar", respondeu Peskov a uma pergunta a respeito da necessidade de considerar medidas administrativas específicas ou outro impacto sobre as empresas para forçá-las a estabilizar a situação no mercado interno.

<><> Efeito contrário: sanções ocidentais incentivaram a Rússia a fortalecer ainda mais sua indústria

Entre as indústrias fortalecidas está a de aviação, que até 2030 produzirá mais de 140 aeronaves, com tecnologia própria.

Impostas com o objetivo de prejudicar a economia e o desenvolvimento da Rússia, as sanções ocidentais acabaram por servir como um poderoso incentivo a Moscou para o fortalecimento de muitos segmentos da indústria do país, em especial o da aviação.

A conclusão é de uma postagem feita pelo representante permanente da Rússia para Organizações Internacionais em Viena, Mikhail Ulyanov, em seu canal no Telegram.

"As sanções ocidentais servem como um poderoso incentivo para o rápido desenvolvimento de muitos segmentos da indústria russa, incluindo a indústria da aviação, que terá como base componentes fabricados na Rússia. Até 2030, a Rússia produzirá mais de 140 aeronaves de curta distância, com tecnologia própria", escreveu Ulyanov.

Após o início da operação especial russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, o Ocidente aumentou a pressão das sanções econômicas e das sanções contra o petróleo e gás da Rússia. A interrupção na cadeia de abastecimento levou a um aumento nos preços dos combustíveis e dos alimentos na Europa e nos Estados Unidos.

Em contraponto, a Rússia segue resistindo aos impactos das sanções ocidentais. Moscou afirmou em várias ocasiões que o Ocidente não tem coragem de admitir o fracasso das sanções aplicadas contra a Rússia. Enquanto isso, nos próprios países ocidentais, analistas vêm apontando a ineficácia da política de sanções do Ocidente.

O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou anteriormente que a política de conter e enfraquecer a Rússia é uma estratégia de longo prazo do Ocidente, e que as sanções desferiram um duro golpe em toda a economia global. Segundo ele, o principal objetivo do Ocidente é piorar a vida de milhões de pessoas.

·         Embargo de grãos ucranianos e escassez de armas provocam divisão aberta na Europa, diz mídia

O fornecimento de grãos ucranianos e o esgotamento dos arsenais de países pequenos já causaram uma divisão aberta na Europa em relação ao apoio da Ucrânia, disse em entrevista ao jornal Global Times o acadêmico chinês Zhang Hong.

"As divisões dentro da União Europeia em relação à assistência à Ucrânia se tornaram agora públicas", declarou Zhang, que é pesquisador associado do Instituto de Estudos Russos, do Leste Europeu e da Ásia Central da Academia Chinesa de Ciências Sociais.

Ele observou que os países europeus estão insatisfeitos com o abastecimento ilimitado de grãos ucranianos aos seus mercados e a redução de seus próprios arsenais militares. Enquanto os maiores países europeus, como a França, Alemanha e Reino Unido, e os EUA continuam a prestar assistência a Kiev, alguns países menores já não têm reservas para a ajudar. Isso indica que o conflito entre a Rússia e Ucrânia levou ao limite o potencial e as capacidades de defesa de muitos países da Europa.

Na semana passada, a Comissão Europeia decidiu não estender as restrições às importações de produtos agrícolas da Ucrânia impostas por cinco países da União Europeia que fazem fronteira com a Ucrânia, mas obrigou Kiev a tomar medidas para controlar as exportações.

Depois disso, as autoridades da Eslováquia, Hungria e Polônia anunciaram a manutenção unilateral da proibição. Em 19 de setembro, a Ucrânia entrou com um processo judicial contra a Polônia, Hungria e Eslováquia na Organização Mundial do Comércio (OMC) para demandar a retirada do embargo imposto contra a sua exportação de grãos. Esta ação causou indignação nos países mencionados.

<><> Como a Rússia resiste e consegue driblar as sanções ao petróleo impostas pelo G7

Desde o começo da operação russa na Ucrânia, o Ocidente, liderado pelos países do G7, massacram a Rússia com sanções econômicas. No entanto, novos clientes e novas rotas comercais garantem a manutenção do sucesso da exportação russa de petróleo.

Na tentativa de enfraquecer Moscou através de uma guerra por procuração usando Kiev, os países-membros do grupo, nomeadamente Estados Unidos, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido, estabeleceram uma série de regras para prejudicar a exportação do petróleo russo.

No entanto, mesmo com toda pressão, a Rússia tem evitado com sucesso as sanções à maior parte das suas exportações, e, atualmente, exporta a commodity além do limite de US$ 60 (R$ 301) por barril, alcançando valores que chegam a US$ 100 (R$ 502), relata o G1.

·         Mas como Moscou tem contornado as sanções e mantido sua economia aquecida em meio à coerção ocidental?

Um dos pontos destacados pela mídia brasileira, e ao mesmo tempo conhecido para aqueles que seguem o assunto, é a renovação da carteira de clientes na Ásia e o fortalecimento da parceria com clientes antigos, como Índia e China.

"Já sabíamos que a Rússia havia encontrado rapidamente novos clientes na Ásia, especialmente na China e na Índia, países que não aderiram ao regime de sanções. Eles fizeram um bom negócio porque esse petróleo foi vendido com um grande desconto em relação ao preço oficial", conta Dominique Baillard, cronista de economia ouvida pela mídia.

A especialista destaca que, na verdade, as regras do G7 acabaram por causar efeito contrário, dando mais lucro e facilidades nas garantias de entrega do produto.

"Agora estamos descobrindo que a Rússia está vendendo seu petróleo bruto a um preço muito bom, bem acima do teto de US$ 60 [R$ 301], sem a necessidade de garantias ocidentais. Isso se deve ao fato de que o teto, que está em vigor desde dezembro, aplica-se apenas a cargas cobertas por seguradoras."

Ao mesmo tempo, Moscou contou com a parceria de intermediários localizados em países como Turquia e Emirados Árabes Unidos, por onde passam as remessas. Baillard aponta que, desde o verão europeu (que durou de julho a setembro), Moscou vem conquistando "o máximo proveito da recuperação dos mercados de petróleo".

Esse aumento dos preços também é outro fator que ajuda a manter o sucesso russo, que junto à Arábia Saudita, reduziu seu fornecimento dentro da OPEP+, segundo a especialista.

"Além disso, o desconto aplicado a essa variedade de petróleo bruto diminuiu. Há alguns meses, o Ural (marca de petróleo de referência usada como base para a precificação da mistura de petróleo de exportação da Rússia) estava sendo vendido com um desconto de até US$ 40 (R$ 202) no mercado", destaca Baillard.

A mídia aponta que esse desconto caiu para US$ 12 (R$ 60) e entre junho e agosto, o preço do petróleo bruto russo para exportação saltou de US$ 55 (R$ 278) para US$ 73 (R$ 369) por barril. Com todo esse contexto, as receitas do petróleo impulsionam, de fato, o crescimento da economia russa.

Segundo o FMI, o crescimento global de 2023 previsto em torno de 1,5%, já seria bom para as finanças públicas. Por outro lado, o presidente, Vladimir Putin, planeja um aumento de 70% no orçamento de defesa para 2024.

Nesta quarta-feira (27), o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento, criado para ajudar as ex-repúblicas soviéticas, confirmou as previsões de crescimento fornecidas pelo FMI e expressou sua decepção: "Esperávamos que as sanções fossem mais eficazes", disse em um comunicado à imprensa.

A Ucrânia pressiona para que esse cenário seja mudado e sugere uma redução do teto de US$ 60 por barril e novas medidas para barrar o crescimento russo, relata a mídia. Parceira do G7, Kiev apela para que a Europa seja mais consistente em suas políticas antirussas e pede um embargo aos diamantes, assunto que atualmente está sendo discutido no G7.

O foco nos diamantes acontece visto que importações russas desses elementos preciosos feita por outros países, assim como de semicondutores, voltaram aos níveis anteriores ao início do conflito, relata a mídia brasileira.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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