PF pede registros de visitas de militares ao Alvorada para investigar
reuniões sobre golpe
A Polícia Federal solicitou ao Gabinete de
Segurança Institucional (GSI) que forneça os registros de entrada e saída de
militares e outros visitantes no Palácio do Alvorada nos períodos mencionados por
Mauro Cid, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o blog da jornalista Andréia Sadi, da
GloboNews, as datas se referem a encontros supostamente realizados para
discutir uma trama golpista.
A partir dessas informações, a PF busca confirmar a
veracidade do roteiro do golpe descrito no depoimento de Mauro Cid, que ocupava
o cargo de ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid passou 116 dias preso e
conseguiu a liberdade após a homologação de seu acordo de delação premiada com
a Polícia Federal.
Os investigadores pretendem comparar as datas de
acesso registradas com as informações fornecidas por Cid durante seus
depoimentos de delação.
As imagens das entradas e saídas do Palácio do
Alvorada são regularmente apagadas, conforme apurado pelo blog. No entanto, o
controle de acesso ao prédio continua, embora seja realizado manualmente.
Em delação, Cid afirmou à Polícia Federal que
Bolsonaro realizou reuniões no Palácio da Alvorada, nas quais consultou
comandantes da Marinha e das Forças Armadas sobre a viabilidade de um golpe de
Estado no País.
As investigações têm como foco principal os
militares que eram favoráveis ao governo. Na delação de Cid, são mencionados
nomes como o do almirante Almir Garnier Santos, que na época comandava a
Marinha e teria assegurado a Bolsonaro que sua tropa estaria preparada para
seguir um eventual plano golpista.
Além de envolvimento na suposta tentativa de
invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Cid é
investigado pela participação na venda ilegal de joias recebidas por comitivas
presidenciais e por falsificação dos cartões de vacinação da família Bolsonaro.
Atos
golpistas: general da reserva alvo da PF tem passaporte, celular e arma
apreendidos
A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta
sexta-feira (29), um mandado de busca e apreensão em Brasília contra o general
da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, acusado de participação nos atos golpistas
de 8 de janeiro. A ação ocorre no âmbito da 18ª fase da Operação Lesa Pátria.
A Polícia Federal suspeita que o general tenha relação com golpistas que abriram
acesso ao Congresso Nacional, em Brasília, no dia 8 de janeiro.
As investigações apontam que o general Ridauto
seria um dos denominados “kids pretos” que integravam cargos de alto escalão no
governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ridauto presta depoimento na PF, após ser intimado
pela corporação durante as buscas. Durante a ação, os agentes apreenderam um
celular, arma e o passaporte do general.
Segundo apuração da TV Globo, o militar se assustou
com o cumprimento do mandado, mas não causou dificuldade à equipe de policias
federais.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou
o bloqueio de ativos e valores do investigado. Para a investigação, o general é
considerado executor e possivelmente um dos idealizadores dos atos golpistas.
Ainda de acordo com a apuração da reportagem, no
inquérito policial, existem vários depoimentos de vândalos presos relatando a
ação de indivíduos de balaclava e luvas ajudando e incentivando os demais a
entrarem no Congresso Nacional.
Segundo os depoimentos, eles chamaram os invasores
depois de abrirem as escotilhas de acesso ao teto do Congresso Nacional. A
subida até lá só teria sido possível por causa de uma escada feita com gradis
amarrados.
A TV Globo apurou que os investigadores suspeitam
do envolvimento do general da reserva com este grupo "invisível" que
abre acessos especiais para a invasão do Congresso.
• Operação
Os agentes cumpriram um mandado de busca e
apreensão na casa do general da reserva, na Asa Sul, bairro nobre de Brasília.
Durante a ação, os policiais federais apreenderam um celular, arma e o
passaporte do general.
O militar se assustou com o cumprimento do mandado,
mas não causou dificuldade à equipe de policias federais. Ridauto presta
depoimento na PF, após ser intimado pela corporação durante as buscas.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou
o bloqueio de ativos e valores do investigado. Para a investigação, o general é
considerado executor e possivelmente um dos idealizadores dos atos golpistas.
• Quem
é Ridauto Fernandes, general ligado a Pazuello
O general é ex-diretor de Logística do Ministério da
Saúde, ligado ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ele foi nomeado para o
cargo em julho de 2021 e exonerado no dia 31 de dezembro, último dia do governo
de Jair Bolsonaro (PL).
Atualmente, Ridauto atua como professor do
Instituto Sagres de Política e Gestão Estratégica Aplicadas, conforme
informações disponíveis na página da internet da própria instituição.
Ridauto é considerado um dos “kids pretos” que
integravam cargos de alto escalão de Bolsonaro. A nomenclatura — também chamada
de “forças especiais” (FE) — definiria militares da ativa ou da reserva do
Exército, especialistas em operações especiais.
Os "kids pretos" passam por formação no
Comando de Operações Especiais em Goiânia, em Goiás, ou na 3ª Companhia de
Forças Especiais, em Manaus, no Amazonas.
Como parte do treinamento, os militares aprendem a
atuar em missões com alto grau de risco e sigilo, como em operações de guerra
irregular — terrorismo, guerrilha, insurreição, movimentos de resistência,
insurgência.
Além disso, são preparados para situações que
envolvam sabotagem, operações de inteligência, planejamento de fugas e evasões.
• 'Kids
pretos'
As investigações apontam que o general Ridauto
seria um dos denominados “kids pretos” que integravam cargos de alto escalão no
governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os “kids pretos” — ou “forças especiais” (FE) —
seriam militares da ativa ou da reserva do Exército, especialistas em operações
especiais. Eles são formados no Comando de Operações Especiais em Goiânia, em
Goiás, ou na 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus, no Amazonas.
Eles são treinados para a participação em missões
com alto grau de risco e sigilo, como em operações de guerra irregular —
terrorismo, guerrilha, insurreição, movimentos de resistência, insurgência —,
sendo preparados para situações que envolvam sabotagem, operações de
inteligência, planejamento de fugas e evasões.
• Investigação
Imagens apontariam para a ação de primeiros
vândalos, usando balaclava e luvas, abrindo passagem para o restante dos
bolsonaristas pelo teto do Congresso Nacional.
Ainda de acordo com a apuração da reportagem, no
inquérito policial, existem vários depoimentos de vândalos presos relatando a
ação de indivíduos de balaclava e luvas ajudando e incentivando os demais a
entrarem no Congresso Nacional.
Segundo os depoimentos, eles chamaram os invasores
depois de abrirem as escotilhas de acesso ao teto do Congresso Nacional. A
subida até lá só teria sido possível por causa de uma escada feita com gradis
amarrados.
A TV Globo apurou ainda que os investigadores
suspeitam do envolvimento do general da reserva com este grupo
"invisível" que abre acessos especiais para a invasão do Congresso.
A TV apurou que a nova fase da Lesa Pátria faz
parte de uma frente da investigação que busca identificar supostos integrantes
das Forças Especiais do Exército que teriam dado início às invasões às sedes
dos Três Poderes.
Imagens apontariam para a ação de primeiros
vândalos, usando balaclava e luvas, abrindo passagem para o restante dos
bolsonaristas pelo teto do Congresso Nacional.
Ainda de acordo com a apuração da reportagem, as
suspeitas indicam que, durante os ataques, ocorreu uma atuação profissional,
por pessoas que conheciam previamente o local e possuíam treinamento.
• Lesa
Pátria
Os mandados desta sexta-feira são cumpridos no
âmbito da 18ª fase da Operação Lesa Pátria, que tenta identificar os
bolsonaristas que invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de
janeiro.
Segundo a PF, os fatos investigados constituem
crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado,
dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e
deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
General
alvo da PF foi a ato golpista: “Tô arrepiado”
O alvo da 18ª fase da Operação Lesa Pátria,
deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (29/9), participou
dos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro. O general da reserva Ridauto Lúcio
Fernandes aparece em um vídeo na Praça dos Três Poderes na ocasião.
De blusa do Brasil, Fernandes disse, na época, que
estava “arrepiado” com a invasão e criticou a Polícia Militar do Distrito
Federal (PMDF) por ter atirado bombas de gás lacrimogêneo nos terroristas. O
general também já defendeu, em suas redes sociais, um golpe de Estado e disse
que “morreria e mataria” pelo Brasil.
Procurado pelo Metrópoles, o Exército respondeu que
o militar encontra-se na reserva e “não ocupa cargo ou desempenha função na
Força”, e afirmou que não se manifesta sobre investigações em curso e a cargo
de outros órgãos.
<><> Como o Alto Comando do Exército
viu a operação da PF contra um general
Generais do Alto Comando do Exército avaliaram, nos
bastidores, como “correta” a operação deflagrada pela Polícia Federal nesta
sexta-feira (29/9) contra o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes.
O militar foi alvo da 18ª fase da operação Lesa
Pátria, que investiga os responsáveis pelas invasões golpistas às sedes dos
Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023 em Brasília.
Autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF),
agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão contra Ridauto. A Justiça
também bloqueou ativos e valores do militar.
Segundo generais ouvidos pela coluna sob reserva, a
avaliação positiva da operação contra Ridauto é baseada em informações de que
há provas da ligação do militar com o “planejamento” dos atos do 8 de janeiro.
General poderá perder o posto
Integrantes do Alto Comando do Exército ressaltam
que, mesmo estando na reserva, Ridauto poderá ser alvo da Justiça Militar, se
condenado criminalmente pela Justiça comum.
“Caso condenado, mesmo na reserva, ele pode perder
o posto. E isso é homologado pela Justiça Militar”, explicou à coluna um
general que integra o Alto Comando do Exército.
Golpista
que ameaçou 'colapsar o sistema' diz que 'não sabia' que cometia crime ao
invadir Planalto
Apontada pela Polícia Federal como uma das
organizadoras dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, Ana Priscila
Azevedo afirmou nesta quinta-feira, 28, que "não sabia" que estava
cometendo crime ao invadir o Palácio do Planalto e participar de uma tentativa
de golpe de Estado.
Presa desde 10 de janeiro, Ana Priscila ficou
conhecida ao publicar um vídeo, antes dos ataques aos prédios dos Três Poderes,
anunciando que iria "colapsar o sistema", "sitiar Brasília"
e "tomar o poder de assalto". Ela ainda convocou mais de 30 mil
pessoas num grupo de Telegram para irem a Brasília. "A Babilônia vai
cair", disparou.
"Confesso que não sabia que estava errando, e muito
menos poderia imaginar que estava a praticar um crime. Jamais pensei que
poderia ser proibida de falar", afirmou Ana Priscila durante depoimento na
CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Em sua fala inicial, ela se autointitulou
"patriota", rejeitando rótulo de golpista. "Sou patriota como
devem ser todos os parlamentares. Sou patriota como deveriam ser todos os
ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Sou patriota como deveriam ser
todos os brasileiros", disse.
A golpista foi desmentida durante o seu depoimento.
Ela chegou a afirmar que a manifestação era pacífica e que não participou da
depredação. Vídeos publicados pelo Estadão mostram Ana Priscila em meio à
invasão do Palácio do Planalto.
Durante a sessão, Ana Priscila também afirmou que
acreditava que os "patriotas" seriam bem-vindos nos acampamentos
golpistas em frente ao QG do Exército, em Brasília. "Bastaria um soldado
raso nos avisar que deveríamos sair, que teríamos ido embora", disse.
Ana Priscila chegou a ser detida já no dia 8 de
janeiro pelos militares do Exército que atuavam dentro do Palácio do Planalto,
mas conseguiu fugir, como revelou o Estadão. Foi presa, contudo, dois dias
depois em uma das fases da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal (PF), a
mando do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O STF começou a julgar golpistas que invadiram as
sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro. As penas têm variado entre 12 e 17
anos por diversos crimes, entre eles abolição violenta do Estado Democrático de
Direito e golpe de Estado.
Fonte: Terra/g1/Metrópoles
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