Arqueólogos encontram língua perdida em tábua cuneiforme na Turquia
Em uma tábua cuneiforme, um grupo de pesquisadores encontraram
uma língua extinta há muito tempo – milênios, para falar a verdade. A tábua de
argila da Idade do Bronze foi encontrada na Turquia por pesquisadores da
Julius-Maximilians-Universität Würzburg, universidade localizada na Alemanha.
A descoberta abre caminho para se decifrar a
história das diversas línguas indo-europeias que existiram e ainda existem.
Acredita-se que há e já houve centenas delas no mundo. Essas línguas estão
relacionadas e nos trazem até as línguas atuais faladas na Europa e no mundo. Os pesquisadores acreditam que todas as línguas
Indo-Europeias compartilham um ancestral comum na pré-história.
Com a colonização
dos europeus por todo o mundo, hoje, metade da população
mundial fala uma língua indo-europeia. Entre essas línguas, estão as línguas de
origem europeia e de partes da Ásia fortemente ligadas à Europa historicamente,
por exemplo: português, espanhol, inglês, francês, russo, português, alemão,
punjabi, bengali e hindi.
A descoberta foi realizada na cidade de Hattusha,
próximo a atual cidade de Boğazkale, antiga Boğazköy. Hattusha foi a capital do
Império Hitita, um poderoso Império que existiu na região onde hoje é a atual
Turquia, Líbano e Síria, em uma área chamada de Anatólia, a partir segundo
milênio antes de Cristo e que foi extinto mais de um milênio a.C, durante da
Idade do Bronze.
A área é, hoje, Patrimônio Mundial da UNESCO desde
1986.
Há mais de 100 anos ocorrem escavações no local sob
direção do Instituto Arqueológico Alemão. Desde então, quase 30 mil tábuas de
argila foram encontradas e são documentadas desde então. Segundo um comunicado, os estudos “fornecem
informações ricas sobre a história, a sociedade, a economia e as tradições
religiosas dos hititas e dos seus vizinhos.”.
“Campanhas arqueológicas anuais lideradas pelo
atual diretor do local, professor Andreas Schachner, do Departamento de
Istambul do Instituto Arqueológico Alemão, continuam a aumentar os achados
cuneiformes”, diz o comunicado.
·
A importância das
descobertas
A maioria dos textos é escrita em hitita, a língua
indo-europeia mais antiga atestada e a língua dominante no local. No entanto,
as escavações deste ano renderam uma surpresa. Escondida em um texto ritual
culto escrito em hitita está uma recitação em uma língua até então
desconhecida”, explica o comunicado da Julius-Maximilians-Universität Würzburg
(JMU Würzbur).
No comunicado, o professor Daniel Schwemer, chefe
da Cátedra de Estudos Antigos do Oriente Próximo JMU Würzbur diz que os textos
em hitita referem-se à nova língua encontrada como língua da terra de Kalašma, que é uma área localizada aproximadamente no noroeste
do coração hitita. Os pesquisadores acreditam que Kalašma situa-se
provavelmente na área da atual província de Bolu, ainda na Turquia.
“Os hititas estavam exclusivamente interessados em
registrar rituais em línguas estrangeiras”, explica Schwemer.
Os textos, que foram escritos por escribas do rei
hitita, trazem luz a várias tradições e meios linguísticos da Anatólia, Síria e
Mesopotâmia. Há línguas faladas nas proximidades do Império Hitita que são
pouco conhecidas, com o luwiano e palaico. Na região, havia também línguas não
indo-europeias, como o hattic.
Já foi confirmado que a nova língua faz parte
da família
das línguas anatólio-indo-europeias. Por ser uma
língua recém descoberta, o texto é, em sua maior parte, incompreensível.
Entretanto, os pesquisadores já perceberam que o texto parece compartilhar
bastante características com o Luwian.
Agora, os pesquisadores querem realizar novos
estudos a fim de encontrar novas relações da língua com outras línguas e
dialetos da região da Anatólia no final da Idade do Bronze para abrir caminho
no conhecimento para a área.
Ø Arqueólogos descobrem palácio maia de 1.500 anos no México
Arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e
História do México (INAH) fizeram uma descoberta extraordinária no sudeste do
México. Um palácio com semelhanças impressionantes com as ruínas da Guatemala
foi desenterrado na zona arqueológica de Kabah, localizada na região de Puuc,
no estado de Yucatán.
Essa descoberta pode lançar luz sobre um período
significativo de migração que ocorreu há milhares de anos. O palácio foi
descoberto durante as escavações preliminares para a construção do projeto da
ferrovia do Trem Maia, que se estenderá por 1.400 km na Península
de Yucatán.
Diego Prieto Hernández, diretor geral do INAH,
descreveu o palácio recém-descoberto como tendo uma fachada principal adornada
com um pórtico e oito pilastras. Essas colunas rasas e decorativas estão presas
à parede e são acompanhadas por nove aberturas. Além disso, o palácio se
estende por mais de 25 metros. Os pesquisadores estimam que a estrutura tenha
mais de 1.500 anos.
O Palácio Petenero, como foi chamado pelos
pesquisadores, ostenta decorações complexas esculpidas em sua arquitetura.
Esses motivos apresentam penas, miçangas e pássaros, contribuindo para o apelo
estético do palácio. Notavelmente, o telhado do edifício foi provavelmente
construído com materiais perecíveis, como a palmeira guano, que não sobreviveu
ao teste do tempo.
Hernández revelou que o palácio apresenta várias
características que se assemelham muito aos restos mortais maias encontrados no
Departamento de Petén, na Guatemala. Essa revelação sugere uma ligação histórica
entre essas duas regiões. O Departamento de Petén abrange partes da Guatemala e
de Belize. Os complexos habitacionais e outras seções de Kabah estavam ocultos
pela vegetação até recentemente.
Analisando o significado dessa descoberta,
Hernández propôs que um importante evento de migração ocorreu a partir do local
mencionado acima, levando à fundação de Kabah. O primeiro governante da cidade
pode ter residido nessas estruturas, enfatizando ainda mais sua importância
histórica.
A civilização
maia prosperou no que hoje é conhecido como
sudeste do México, Guatemala, Belize e partes de El Salvador e Honduras.
Abrangendo mais de 3.000 anos até a chegada dos colonizadores espanhóis, a
civilização maia deixou para trás um rico patrimônio cultural que continua a
cativar pesquisadores e historiadores.
A equipe do INAH tem trabalhado diligentemente para
preservar e estudar o palácio recém-descoberto em Kabah. Com suas inestimáveis
percepções sobre a antiga história maia e possíveis pistas sobre os padrões de
migração, essa descoberta arqueológica certamente gerará mais interesse e
pesquisas na área.
Enquanto os pesquisadores continuam a desvendar os
mistérios que cercam Kabah e suas conexões com as regiões vizinhas, aguardamos
ansiosamente novas descobertas que aprofundarão nossa compreensão dessa antiga
civilização e de seu legado duradouro.
Fonte: Só Cientifica
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