TCE-BA condena
ex-prefeito de Serrinha a devolver R$ 520, 3 mil ao erário estadual
A
Primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA), em sessão
ordinária desta terça-feira (28.03), condenou o ex-prefeito de Serrinha, Osni
Cardoso de Araújo (gestor de 2009 a 2016), a devolver R$ 520.337,11 (valor a
ser acrescido de juros de mora e atualização monetária), além de pagar R$ 6 mil
em multa, devido às graves irregularidades na execução do convênio 113/2010
(Processo TCE/010013/2019), firmado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
(Sesab)/ Fundo Estadual de Saúde (Fesba) com a Prefeitura daquele município. O
convênio teve como objeto a reforma, a adequação e a ampliação do Hospital
Municipal de Serrinha. A desaprovação da prestação de contas e demais sanções
tiveram como causa a não prestação de contas das 2ª e 3ª parcelas do ajuste, a
inexecução parcial do objeto e a violação de procedimentos legais na
transferência de recursos.
Os
conselheiros aprovaram, ainda, a aplicação de multa aos diretores de convênio
do Fesba, Rafael Antônio Gomes de Vasconcellos (R$ 1.500,00) e Petrivone
Sampaio (R$ 2 mil), em razão da autorização por eles concedida para o repasse
das 2ª e 3ª parcelas. E foi expedida recomendação à Sesab para que fortaleça o
controle dos convênios, termos de colaboração e instrumentos congêneres
firmados, de modo a garantir a observância dos prazos estabelecidos nos
normativos legais aplicáveis às espécies.
Na
mesma sessão, realizada de modo virtual, com transmissão online, a Primeira
Câmara também desaprovou a prestação de contas do convênio 41/2013 (Processo
TCE/000772/2018), que a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S/A
(EBDA/Seagri) firmou com a Cooperativa de Trabalho do Estado da Bahia (Cooteba)
e, em razão da não comprovação do cumprimento integral do objeto do convênio e
da correta aplicação dos recursos repassados, condenou o gestor da entidade,
Marcos Andrade de Souza, a devolver ao erário estadual a quantia de R$ 1.507.481,41
(com aplicação de juros e correção monetária). Ainda foram aplicadas três
multas, a Marcos Andrade de Souza (de R$ 10 mil), a Elionaldo de Faro Teles,
diretor-presidente da EBDA (de R$ 1,5 mil) e a João Bosco Cavalcante Ramalho,
diretor-executivo de Agricultura da EBDA (de R$ 800,00). O convênio teve como
objeto a produção, em áreas irrigadas, de sementes de feijão com a cooperação
de agricultores familiares.
APROVAÇÕES
Apesar
da aprovação das contas do convênio 037/2019 (Processo TCE/006632/2021), que a
Sesab firmou com a Prefeitura Municipal de Mirante, com objetivo de apoio
financeiro para a aquisição de transporte sanitário, tipo micro-ônibus, para
atendimento da demanda do município, os conselheiros decidiram pela imposição
de ressalvas e aplicação de multa, de R$ 1 mil, a Francisco Lúcio Meira Santos,
gestor responsável, em razão da intempestividade na apresentação das contas
para exame da concedente. Além da expedição de recomendação aos atuais gestores
da Sesab.
Também
com ressalvas e aplicação de multa foi aprovada a prestação de contas do
convênio 111/2015 (Processo TCE/009268/2018), firmado pela Secretaria de
Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia (SDR)/ Companhia de Desenvolvimento e
Ação Regional (CAR) com a Cooperativa Mista Agropecuária de Nova Fátima, tendo
como objeto o apoio a evento de agricultura familiar, através da realização da
1ª Feira de Tecnologia e Genética da Agricultura Familiar da Bacia do Jacuípe.
As ressalvas se deveram às irregularidades apontadas no Relatório de auditoria
e a multa, de R$ 1 mil, foi aplicada à gestora responsável pela cooperativa,
Odete Queiroz da Cunha, em razão da intempestividade na prestação de contas dos
recursos repassados. Ainda foi expedida recomendação à CAR.
E
foi concluído o julgamento de um processo (TCE/010385/2022) de Embargos de
Declaração, tendo como embargante Yhonara Rocha de Almeida Freire e embargada a
Resolução 180/2022 da Primeira Câmara do TCE/BA (decisão pelo conhecimento e
acolhimento para decretar nulidade da Resolução contestada).
PREFEITO DE TANQUINHO É PUNIDO POR
CONTRATAÇÃO ILEGAL DE SERVIDORES
Na
sessão desta quarta-feira (29/03), os conselheiros da 2ª Câmara do Tribunal de
Contas dos Municípios da Bahia acataram denúncia apresentada contra o prefeito
de Tanquinho, José Luiz dos Santos, em razão de irregularidades na contratação
temporária e direta de servidores, no exercício de 2021. O relator do processo,
conselheiro Mário Negromonte, determinou a exoneração – no prazo de até 90 dias
– de todos os servidores contratados sem o devido processo seletivo. O gestor
foi multado em R$4 mil pela irregularidade.
De
acordo com a denúncia, o prefeito realizou contratações de servidores
temporários sem prévio concurso ou processo seletivo simplificado e sem
demonstrar o excepcional interesse público dos atos. Além disso, foi constatado
um aumento considerável do número de cargos temporários, que passaram de 50 em
janeiro de 2021 para 171 em julho do mesmo exercício – número maior do que o de
funcionários efetivos, que somam apenas 168.
Além
da flagrante ilegalidade no critério de contratação, todas as funções que deram
causa a contratos temporários celebrados pela administração, são funções
tipicamente de provimento efetivo, ou seja, deveriam ser providas por meio de
concurso público.
O
conselheiro Mário Negromonte destacou que o gestor não apresentou nenhuma
justificativa jurídica ou fática capaz de desconstituir as irregularidades
apontadas na denúncia ou que pudesse justificar o ato. “Isto porque, o prefeito
restringiu-se a afirmar, apenas, que as contratações eram necessárias diante do
caos administrativo que encontrou no início de sua gestão”.
O
procurador do Ministério Público de Contas, Danilo Diamantino, também se
manifestou pela procedência da denúncia, com a correspondente aplicação de
multa ao gestor e exoneração dos servidores contratados de forma ilegal.
Prefeito de Amargosa sugere mais 1,5% do
FPM para poder pagar piso da enfermagem
O
vice-presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Júlio Pinheiro (PT),
declarou que espera que uma proposta seja definida para as prefeituras arcarem
com os custos do piso nacional da enfermagem. Presente na Marcha dos Prefeitos
em Brasília (DF), que se encerra nesta quinta-feira (30), o gestor disse que a
adição de mais 1,5% ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) pode ser uma
saída.
“Nós
sabemos da importância que é o piso da enfermagem, mas ele só será concretizado
quando tiver um financiamento do governo federal. Uma das propostas para tentar
solucionar isso é o aumento de 1,5% do repasse do FPM direto para os
municípios. Existem outras propostas do governo como a destinação de recursos
em fundos sociais que estão aí parados, mas a UPB, a CNM, os prefeitos entendem
que é necessário uma nova fonte de receita”, avaliou ao Bahia Notícias o também
prefeito de Amargosa, no Vale do Jiquiriçá.
Para
Pinheiro, o ideal seria a pagamento deste 1,5% em cada mês de março, período de
tendência de queda na arrecadação do FPM.
Júlio Pinheiro também declarou que está otimista em relação ao apoio do
governo federal para encontrar uma forma de reduzir a alíquota do INSS paga
pelas prefeituras. Atualmente, as gestões municipais arcam com o percentual de
22,5%. A PEC 14/2022 que propõe a redução do número é a prioridade da UPB para
este ano.
“Eu
tenho certeza que o governo federal também vai ter sensibilidade e vai acolher
bem essa proposta. Até porque a gente
sabe que muitos municípios não conseguem pagar integralmente o INSS. Então
acaba devendo, tendo recursos bloqueados ou então gerando uma dívida para
gestões futuras com os parcelamentos. Portanto, a gente entende que nós vamos
pagar um pouco menos, mas vamos ter a garantia de pagamento porque o desconto
será automático. E sendo na a fonte, o governo também arrecadará mais”,
argumentou.
• Prefeita baiana considera positivo apoio
de Wagner para reduzir alíquota do INSS
A
diretora da União dos Municípios da Bahia (UPB) Fernanda Sá Teles (PP)
considerou positiva a reunião com o senador Jaques Wagner (PT) para tratar da
redução da alíquota do INSS cobrada às prefeituras. Teles disse nesta
quarta-feira (29) que Wagner já acionou a mesa-diretora do Senado para colocar
o projeto de Lei em andamento.
“Foi
uma reunião muito importante em que o senador se mostrou muito solícito. Esse é
um momento muito importante para os municípios, que precisam realmente ter
resolvida essa questão do INSS”, disse ao BN a também prefeita de Wanderley, no
Oeste baiano.
A
proposta do senador é a criação do “Simples Municipal”. Pelo projeto de lei, a
ideia é reduzir a carga tributária dos municípios com o INSS de forma
escalonada. A renda per capita do município será o parâmetro, com municípios
menores e mais pobres pagando menos ao Regime Geral de Previdência. Atualmente,
a alíquota paga pelas prefeituras é de 22,5%.
Fernanda
Sá Teles disse também que não é contrária ao pagamento do piso da enfermagem.
Ela questiona apenas a fonte de pagamento. “Nenhum gestor, nenhum prefeito, é
contra o piso da enfermagem. É justo. Só que a gente precisa de uma fonte
pagadora. De onde vai vir o custeio para pagar o piso da enfermagem?”,
questionou a prefeita.
Fonte:
Ascom TCE-BA/Ascom TCM Bahia/BN
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