Miguel do Rosário:
Depoimento devastador de Tacla Duran é a ponta do iceberg
Devastador.
Assim, devemos qualificar o depoimento do ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo
Tacla Duran na 13a Vara Federal de Curitiba, ao juiz Eduardo Appio, herdeiro
dos processos da Lava Jato.
A
julgar pelo desespero de DD, que literalmente perdeu a linha em suas redes
sociais, os ex-membros da Lava Jato ficaram abalados.
Sergio
Moro e Deltan “DD” Dallagnol, em particular, tem motivos para estarem ansiosos,
porque o depoimento de Tacla Duran, além de ser muito forte, deixa entrever a
ponta de um iceberg.
E
o que diz Tacla Duran?
Em
resumo, ele acusa a organização criminosa liderada por Sergio Moro e Deltan
Dallagnol de tentar extorqui-lo em cinco milhões de dólares, para que ele não
fosse preso e mantivesse parte de seu dinheiro depositado no exterior. O pedido
de extorsão foi feito por Orlando Zucolotto, sócio de Rosângela Moro, esposa de
Sergio Moro, através de uma mensagem do aplicativo Wicr Me.
Duran
contou ainda que um dos cabos eleitorais de Sergio Moro em 2022, Fabio Aguayo,
e hoje seu assessor no Senado (com salário próximo de R$ 5 mil), e Orlando
Zucolotto, procuraram-no no Sindicato de Hotéis de São Paulo, onde ele era
vice-presidente, para reforçar a extorsão. Dessa vez, houve vínculo direto ao
nome de Moro, porque os dois chantagistas tentaram o coagir a contratar o
“escritório de Moro”.
Moro
ainda era juiz do caso e, obviamente, não poderia ter nenhum “escritório”.
Tacla
Duran tem prints, vídeos, fotos, áudios e testemunhas. E mostrou tudo no
depoimento desta segunda-feira, 27 de março de 2023.
Apesar
de abafado pela mídia corporativa, o depoimento de Tacla Duran tomou conta das
redes sociais, graças à imprensa progressista. A edição de ontem do Jornal da
Forum, programa do qual sou âncora, está com quase 200 mil visualizações, e
crescendo.
Ao
final do depoimento, o juiz Eduardo Appio, um crítico severo do modus operandi
da operação Lava Jato, incluiu a Tacla Duran no programa de Proteção à
Testemunha, em virtude do “poderio econômico e político” das figuras que ele
denunciava. É a primeira vez que Moro e Dallagnol são retratados como bandidos
perigosos pelo próprio Estado brasileiro, capazes de tudo para silenciar uma
testemunha.
Antes
disso, Appio já havia revogado uma ordem de prisão preventiva que pesava sobre
o advogado. As denúncias de Duran serão analisadas agora pelo Supremo Tribunal
Federal (STF), por envolver figuras com foro privilegiado.
Independente
da sequência que as denúncias terão no STF, o impacto político delas é
fulminante para Moro e Dallagnol, e para a Lava Jato como um todo, reavivando
uma história muito real e dolorosa, de que esses agentes formaram uma
organização criminosa com um projeto de poder.
Para
atingir seu objetivo, destruíram milhões de empregos, arrasaram empresas que
eram, naquele momento, pilares de um projeto de desenvolvimento, tentaram
assassinar o mais importante partido progressista da América Latina, a
prenderam ilegalmente uma das mais importantes lideranças políticas do mundo.
Moro
abandonou a toga para se tornar ministro de Jair Bolsonaro, um governo de
extrema direita, autoritário, negacionista, incompentente, que promoveu
estragos profundos no sistema nacional de educação, na saúde, e na
infraestrutura nacional, vendeu partes estratégicas da Petrobrás, privatizou a
Eletrobrás, e matou centenas de milhares de pessoas através da má gestão da
pandemia. Depois de acusar o presidente Bolsonaro de interferir na Polícia
Federal para proteger os crimes de sua própria família, e sair do governo,
Sergio Moro foi trabalhar na Alvarez & Marsal, empresa especializada em
recuperação judicial, que tinha contratos com a Odebrecht e várias outras
empresas atingidas pela Lava Jato. Nada poderia ser mais antiético e
escandaloso. Depois de ganhar alguns milhões com essa empresa, Moro voltou ao
Brasil, tentou ser candidato a presidente da república, desistiu, voltou a se
associar a Bolsonaro, e se elegeu senador em 2022, ainda usando o capital
político que acumulou como um juiz parcial e corrupto.
Dallagnol
tem uma história parecida, que, por economia de espaço, deixaremos para
recontar em outra ocasião.
O
depoimento de Tacla Duran chega num momento propício, em que Sergio Moro
tentava fazer um rebranding de sua imagem, através da manipulação de uma
investigação, liderada por juíza amiga, Gabriela Hardt, sobre supostos
atentados do PCC à sua pessoa. O presidente Lula chegou a opinar, numa fala que
talvez não tenha sido das mais estratégicas, que o processo cheirava a “armação
de Moro”. O petista foi muito criticado pelo tom conspiracionista.
Em
seguida, Sergio Moro e Dallagnol acabaram por perder completamente a razão no
debate, ao fazerem postagens ostensivamente criminosas, tentando associar Lula
a um endereço de email apócrifo e anônimo.
As
acusações cabeludas de Tacla Duran surgem quando Moro tentava esticar sua
cabeça para fora do esgoto em que seus próprios crimes o mergulharam.
E
traz fatos que se enrolam, como bolas de chumbo, a seus pés, arrastando-o para
as profundezas.
Onde há Sérgio Moro, há fogo. Por André
Barroso
Não
sendo alarmista, mas onde há Sérgio Moro, há fogo. Essa parece uma frase mais
assertiva do que profética, pois, textos como As sete últimas coisas,
Apocalipse 15-22, nos dão ideias de como poderão ser os últimos tempos da
humanidade. No caso de Moro, qualquer ato precede seu passado parcial. E bem
longe de ser duvidoso. É bem claro o esforço de ser contraditório a seu bel
prazer e sem que a grande imprensa e seus apoiadores se incomodem com tudo
isso.
Já
havia falado tempos atrás e volto a falar sobre o assunto. Vamos a um resumão
básico. Desde que surgiu nos noticiários, o considerado “Super juiz” Moro,
tinha comportamentos estranhos. E bastou algumas pesquisas na época para
descobrir coisas simples. Dalton Áureo
Moro, pai de Sérgio Moro, era figura conhecida na cidade de Maringá como um dos
maiores detratores de Lula. Até aí, nada a se falar, porém algo para se chamar
a atenção, na formação do ódio de Moro a Lula. Dalton Áureo Moro foi ligado no
PSDB desde a fundação em Maringá. Moro é casado com Rosângela Wolff de Quadros
Moro que trabalhava para o PSDB local e para a Shell. As relações de Moro como
o PMDB e PSDB eram claras. O jurista teve uma graduação e pós-graduação
recorde, impossível de ser concluído por um estudante normal e hoje é
contestado pela universidade. A WikiLeaks, tempos atrás, já tinha mostrado que
Moro fez, nos Estados Unidos, o primeiro curso, aprendendo a adaptar as leis
antiterrorismo à lavagem de dinheiro, para pegar os políticos brasileiros e
selecionar os que convém e punir, desmoralizar, matar politicamente. Nesse
momento, estava formada a figura que seria usada para abalizar o golpe de 2016.
Assim
começou a Operação Lava Jato, com dupla finalidade: aniquilar a esquerda
brasileira, especificamente o PT e dar um baque na nossa economia, atacando o
todo setor energético (Sobretudo Petrobras e a usina de Angra), a partir das
espionagens norte-americanas, que usaram sua agencia de espionagem, não para
apenas descobrir problemas de terrorismo, como foi criada, mas para ganhar
licitações e vigiar corporações internacionais, apenas com intuito financeiro.
Recentemente
o caso do suposto sequestro do Sérgio Moro, para que ele voltasse aos
holofotes, com ajuda da amiga juíza Bolsonarista Gabriela Hardt. Afinal, o
plano original não era sequestrar ninguém e sim resgatar o Marcola a força.
Destruiriam a prisão se fosse preciso. A Polícia Federal descobriu todo plano
antes e transferiu o bandido para Brasília, sendo essa a terceira mudança por
causa de planos de fuga. Com mais essa falha, partiram para o plano B, que
seria sequestrar autoridades. O delegado Martin Bottaro Purper, um dos maiores
especialistas em PCC, conseguiu prender aqueles que iriam sequestrar o Moro.
Mas porque ele virou alvo? Ele mentiu tentando levar o mérito do trabalho de
outros, para faturar politicamente.
Agora,
o juiz da décima terceira vara de Curitiba, que substituiu Moro e Gabriela
Hardt, Eduardo Fernando Appio, prestou depoimento para o Tacla Duran. São
citadas extorsões, relacionando Moro e Deltan Dallagnol. O caso vai ter que ir
para o Supremo, pois são dois parlamentares e irá para as mãos de Ricardo
Lewandowski, que pediu estranhamente a antecipação de sua aposentadoria.
Zuccoloto, amigo íntimo de Moro e família, sócio da mulher de Moro, tem
mensagens de celular mostrando que teria que pagar cinco milhões de dólares por
fora, para ter acordo de delação premiada, com prints comprovados. O Moro tem
hoje proteção parlamentar, mas depois de tentar se canditar a presidência,
tentar ser senador por São Paulo com documentos falsos e conseguir pelo seu
domicílio, pode ser caçado por ter suas contas de campanha não aprovadas pelo
TSE.
Acreditaria
na ressuscitação do Mar Morto do que as atitudes de Sérgio Moro e tudo isso
seria o fim do mundo se não houver um fim nas condutas do ex-juiz. Se houver cassação de seu mandato, talvez
haja alguma esperança e não seja o fim do mundo.
Acusado de extorsão, Moro tenta evitar
que caso vá ao STF
Após
ser acusado por Tacla Duran por extorsão, o ex-juiz e atual senador pelo Paraná
Sergio Moro (União Brasil) pediu à Justiça para que o caso não seja levado ao
Supremo Tribunal Federal (STF) como foi determinado pelo atual juiz da 13ª Vara
Federal de Curitiba, Eduardo Appio.
Na
segunda-feira (27), o novo juiz da Lava Jato, Appio, ouviu o depoimento de
Tacla que acusou Moro de extorsão e Deltran, agora deputado, de perseguição. O,
agora senador, tem foro privilegiado e, por isso, o juiz pediu que o caso fosse
encaminhado ao STF.
Após
o pedido, Moro recorreu à Justiça na noite de terça-feira (28) e pediu que o
caso não seja encaminhado ao Supremo.
Além
disso, pediu que Appio não tome mais decisões em processos envolvendo a Lava
Jato até que um pedido de suspeição feito pelo Ministério Público Federal (MPF)
seja avaliado. O pedido do MPF foi protocolado no dia 15 de março deste ano,
conforme petição, mas não teve movimentação processual.
• 'Odioso privilégio'
No
requerimento, a defesa de Moro cita não ser competência do STF
"processamento e julgamento das falsas acusações proferidas pelo criminoso
Tacla Duran" e que a medida foi um equívoco de Appio.
Para
o pedido, sustenta que entendimento de ministros da corte apontam que a
prerrogativa de foro existe para fatos praticados no exercício da função e
enquanto estiver em exercício.
"O
ato em questão, suposta extorsão, entretanto, não teria sido praticado no
exercício do mandato parlamentar. Teria sido praticado, em tese, durante o
exercício dos cargos de juiz federal e procurador da república, não mais
ocupados pelo Senador ou pelo Deputado Federal", cita trecho.
Afirma,
ainda, que o ex-juiz é um crítico do foro por prerrogativa de função, que
define como "incompatível com o princípio da igualdade".
"Não
pretende usufruir, em qualquer circunstância, do odioso privilégio, preferindo
e pretendendo ser processado e julgado durante seu mandato de Senador como
qualquer cidadão comum perante um juiz de primeira instância, desde que
imparcial", cita outro trecho.
• Acusação de extorsão
Durante
audiência de Tacla na Justiça Federal em processo que ele é réu por lavagem de
dinheiro para a Odebrecht, o advogado citou os dois parlamentares.
No
caso de Sergio Moro, ele afirmou que foi abordado por pessoas que, segundo ele,
são ligadas ao senador, para uma possível venda do escritório do ex-juiz.
“Todo
mundo sabe, no mundo jurídico, inclusive quando eu contratava escritórios pra
Odebrecht, que eu trabalhei lá, que isso é uma prática comercial ali praticada,
doutor. E porque eu não aceitei, eu não aceitei ser extorquido, e falar o
português claro que ele gosta do linguajar de cadeia, de ser arregado, é que eu
fui perseguido até hoje", disse.
Sobre
Deltan, ex-procurador na força-tarefa da operação, o advogado afirma ser
"perseguido na Espanha e em outros países" por ele.
Moro e Dallagnol rebateram a denúncia. O
senador disse que "não teme qualquer investigação" e afirmou que
Tacla Duran fez "falsas acusações". O deputado afirmou, pelo Twitter,
que o caso "é uma história falsa".
Com medo de Tacla Duran, Moro pede
suspeição de Appio na Lava Jato
O
ex-juiz parcial e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) encaminhou à 13ª Vara
Federal de Curitiba um pedido de suspeição de seu juiz titular, Eduardo Appio.
O
pedido ocorre após Appio tomar depoimento do advogado Tacla Duran, que
denunciou ter sofrido uma extorsão no valor de US$ 5 millhões de pessoas
ligadas a Moro e ao ex-procurador e deputado federal Deltan Dallagnol
(Podemos-PR) na época em que ambos conduziam a Operação Lava Jato.
Por
Moro e Dallagnol atualmente serem parlamentares e terem foro privilegiado,
Appio remeteu a investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria
do ministro Ricardo Lewandowski.
Moro
pede na manifestação que Appio, "antes de praticar quaisquer novos atos
processuais neste feito e em seus desdobramentos, deve decidir a exceção de
suspeição autuada sob nº 5011393-28.2023.4.04.7000/PR e, caso não a acolha,
deve remetê-la, de imediato, ao Tribunal Regional Federal da 4. Região para
apreciação".
Ele
ainda afirma que o juiz "equivocou-se ao decidir sobre a competência para
processo e julgamento do relato falso efetuado pelo criminoso Tacla Duran sobre
supostos crimes praticados por parlamentares federais, incluindo o
peticionário, uma vez que o Supremo Tribunal Federal carece de competência
sobre eles".
PT apresenta notas fiscais contra Deltan
Dallagnol; deputado rebate
O
deputado federal Deltan Dallagnol é acusado pelo PT de ter praticado abuso do
poder econômico , caixa dois e utilizado verba de fontes proibidas durante as
eleições de 2022. O Partido dos Trabalhadores move um processo contra o
parlamentar na Justiça Eleitoral e apresentou notas fiscais de pagamentos
feitos ao ex-assessor da Lava Jato Matheus Almeida Rios do Carmo com recursos do
Fundo Partidário.
Entre
fevereiro e junho do ano passado, quando Deltan ainda estava em sua
pré-campanha, o Podemos do Paraná pagou a Matheus com dinheiro do Fundo
Partidário, conforme mostram notas fiscais divulgadas em veículos de
comunicação do estado paranaense, no qual o iG teve acesso nesta terça-feira
(28).
De
acordo com a ação apresentada pelo PT para a Justiça Eleitoral, a contratação
de Rios do Carmo teve como principal função desviar dinheiro do Fundo
Partidário para quitar despesas pessoais e da pré-campanha de Dallagnol. O
mecanismo feito pelo ex-procurador fez com que os pagamentos ultrapassem os R$
100 mil, aponta o Partido dos Trabalhadores.
A
legenda ainda acusa Deltan de ter tido despesas enormes na pré-campanha sem
apontar quais as origens dos recursos. Por conta disso, os petistas argumentam
que há indícios de que o contrato com Matheus tinha como objetivo desviar
dinheiro público para quitar dívidas feitas antes do começo da campanha.
O
PT declara que Dallagnol cometeu abuso do poder econômico, caixa dois e
utilizou verbas de fontes proibidas. A agremiação ainda argumenta que o
ex-procurador cometeu outros crimes penais e eleitorais, como lavagem de
dinheiro do Fundo Partidário.
A
legenda, representada no caso pelo advogado Luiz Eduardo Peccinin, alega que os
valores pagos por Deltan são maiores do que “todos imaginavam” e que não há
nenhuma menção nas notas de que o ex-assessor da Lava Jato era um consultor
político, justificativa dada por Dallagnol sobre os pagamentos.
Outro
ponto apresentado pelo PT é o fato que Matheus não tinha “vasta atuação
jurídica”, conforme alegou o deputado federal, pois o Podemos foi o único
cliente dele. O que chamou a atenção de Peccinin é que o partido de Dallagnol
já tem advogados especialistas à sua disposição.
No
entanto, Matheus rebate a afirmação do Partido dos Trabalhadores, argumentando
que trabalhou como assessor de procuradores da Operação Lava Jato.
• O outro lado
A
equipe de Dallagnol enviou uma nota ao Portal iG rebatendo as acusações feitas
pelo PT. A defesa do deputado revela que a ação feita pelo Partido dos
Trabalhadores foi julgada "improcedente por unanimidade" por parte do
TRE do Paraná, porque não identificou "provas de irregularidades na
pré-campanha" do ex-procurador.
"A
documentação que teria sido juntada segundo a imprensa, mas que não consta nos
autos, pela Federação “Brasil da Esperança” não traz nenhuma novidade ao
processo movido contra Deltan Dallagnol e nem indica a existência de quaisquer
atos ilícitos. Pelo contrário, os fatos trazidos já foram examinados pelo
Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE/PR) em outra ação ajuizada em 2022,
que o TRE/PR julgou improcedente por unanimidade. O TRE/PR entendeu que a ação
era vaga e genérica e que não existem provas de irregularidades na pré-campanha
de Deltan Dallagnol ou na atividade político-partidária do Podemos/PR",
diz trecho da nota.
"Deltan
fez campanha limpa, barata e modesta e as contas de campanha foram aprovadas
por unanimidade pelo TRE/PR. O PT segue pregando pacificação, mas executando
divisão social e vingança contra os agentes da lei que combateram a corrupção,
seguindo a diretriz de seu líder Lula, ainda que o faça de modo leviano e
maldoso", completou.
Fonte:
O Cafezinho/Brasil 247/iG
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