BOLSONARO VOLTA A
BRASÍLIA, COM SALÁRIO DE R$ 41 MIL E ENCRENCAS NA JUSTIÇA
O
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou ao Brasil nesta quinta-feira (30) após
passar três meses nos Estados Unidos. O voo chegou ao Aeroporto Internacional
de Brasília por volta das 6h40 e o ex-chefe do Executivo seguiu para a sede do
Partido Liberal (PL), onde participará de um evento fechado. Um pequeno grupo
de pessoas aguardava o ex-presidente no saguão do aeroporto, mas não conseguiu
vê-lo. Bolsonaro saiu pelos fundos, sem qualquer contato com o público.
No
evento fechado, o ex-presidente deverá ser recebido por sua esposa, a
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente nacional do PL, Valdemar
Costa Neto, o secretário de Relações Institucionais do PL e vice da chapa de
reeleição de Bolsonaro, general Braga Netto, e outras autoridades. Segundo
comunicado emitido pelo PL, Bolsonaro assumirá na semana que vem a função de
presidente de honra do partido. Pela função ele receberá salário de R$ 41,6
mil, o mesmo que um ministro do Supremo Tribunal Federal, teto do funcionalismo
público. O mesmo valor será pago pela legenda a Michelle Bolsonaro, que
comandará o PL Mulher.
O
ex-presidente acumula ainda duas aposentadorias: uma no valor de R$ 11,9 mil
como militar da reserva e outra de R$ 35,2 mil como ex-deputado. O casal vai
morar numa casa no condomínio Solar de Brasília, de classe média alta, em
Brasília. O aluguel, no valor de R$ 12 mil, será pago pelo Partido Liberal.
Bolsonaro
deixou o país no dia 30 de dezembro, seu penúltimo dia de mandato em voo da
Força Aérea Brasileira (FAB), mesmo sem ter qualquer compromisso oficial nos
Estados Unidos. Em uma live transmitida nas redes sociais, o então presidente
afirmou que procurou uma saída para reverter o resultado das urnas, que
elegeram seu rival Lula (PT). “Busquei, dentro das quatro linhas, das leis,
saída para isso aí. Se a gente podia questionar alguma coisa… Tudo dentro das
quatro linhas. Eu não saí, ao longo do mandato, das quatro linhas. Ninguém quer
uma aventura”, afirmou Bolsonaro.
Na
volta ao país, Bolsonaro enfrentará seis inquéritos no Supremo Tribunal
Federal, além de pendências no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele é
investigado por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro, na elaboração
da minuta golpista apreendida com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e no
caso das joias dadas pelo governo saudita e incorporadas ao seu acervo pessoal
quando deveriam ser alocadas para o patrimônio público.
O
ex-presidente viajou para a região de Orlando, na Flórida. Inicialmente, ficou
hospedado na casa do ex-lutador de MMA José Aldo Júnior. A casa localizada no
condomínio de luxo Encore Resort at Reunion, na cidade de Kissimmee, possui
oito quartos, cinco banheiros, cozinha gourmet com mesa para 14 pessoas, spa e
salas de cinema e de jogos. Em um vídeo apresentado pela designer do imóvel, é
possível ver um quarto decorado com os personagens Minions. Críticos de
Bolsonaro chamaram, durante todo o mandato, os apoiadores do presidente de
“bolsominions”.
Fora
do país, o ex-presidente não estava presente para a posse de Lula e fazer o
ritual da passagem da faixa presidencial. O então vice de Bolsonaro e atual
senador, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), se recusou a participar da
cerimônia. A faixa presidencial foi entregue a Lula por um grupo de pessoas
representando o povo brasileiro e a sua diversidade. As pessoas foram
escolhidas por sua equipe de transição para representar diferentes grupos
especiais homenageados por sua campanha eleitoral.
Bolsonaro é recebido por meia dúzia de
gatos pingados no aeroporto e na sede do PL
O
presidente Jair Bolsonaro e o seu partido, o PL, prepararam sua volta ao Brasil
como o grande evento político do ano.
Deram
com os burros n’água.
No
aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, uma centena de pessoas aguardavam
a chegada do ex-presidente. Havia, é verdade, uma serie de restrições parte das
autoridades do Distrito Federal que poderiam ser usadas como desculpas.
No
entanto, na sua chegada à sede do PL, na região central da capital federal, a
situação foi ainda pior.
Um
número reduzido de simpatizantes, que daria pra contar nos dedos, estavam na
calçada em frente ao prédio.
Bolsonaro
frustrou a todos e entrou pela garagem, sem falar com os apoiadores.
• Bolsonaro no Brasil: militares cogitaram
"recepção" e PL quer ex-presidente como cabo eleitoral de Michelle
Embora
ainda comande uma horda de radicais, as mudanças no cenário político impactaram
sua base eleitoral, isolaram aliados extremistas no Congresso Nacional e
causaram reflexo até mesmo seu partido, o PL, onde uma ala já cogita tentar
convencer o ex-presidente a sair como cabo eleitoral de sua esposa, Michelle
Bolsonaro, em 2026.
Na
avaliação dessa ala do PL, Bolsonaro funciona bem como cabo eleitoral e a
esposa, que preside o PL Mulher, não teria os problemas na Justiça e a rejeição
que o marido vem acumulando com a fuga aos EUA e casos como o das joias
sauditas.
Assim
como boa parte do Centrão, essa ala do PL vê grandes possibilidades de
Bolsonaro ficar inelegível e acredita que os processos na Justiça afetaram
definitivamente sua imagem - além de cogitarem até mesmo a prisão do
ex-presidente.
• Apoiador de Lula em voo de Bolsonaro faz
o L no desembarque e irrita radicais
Um
apoiador do presidente Lula que estava no mesmo voo que trouxe Jair Bolsonaro
(PL) de Miami ao Brasil irritou o pequeno grupo de apoiadores extremistas que
aguardava o ex-mandatário no Aeroporto Internacional de Brasília, mesmo com as
medidas restritivas de segurança impostas pelo governo do Distrito Federal
(GDF).
Segundo
a PM, cerca de 100 bolsonaristas estavam no saguão de desembarque do aeroporto,
número inferior ao número de 150 policiais destacados para a segurança no
local.
Com
bandeiras do Brasil, os extremistas aguardavam Bolsonaro, mas o que viram foi a
imagem do autônomo André Bortoni, apoiador de Lula, que fez o L ao passar pelo
desembarque.
O
vídeo e a informação foram divulgadas pela jornalista Flávia Said, do portal
Metrópoles, no Twitter.
Indagado
pela repórter se não teria medo de se manifestar a favor de Lula, Bortoni foi
enfático.
"“Eu
não tenho medo desse pessoal não. O tempo de ter medo era quando eles estavam
no poder. Agora, é só esperar as consequências do que fizeram por 4 anos”,
afirmou.
• Retorno de Bolsonaro ao Brasil vira
motivo de piada nas redes
O
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcou na manhã desta quinta-feira (30)
e, ao contrário das expectativas do ex-mandatário, a recepção foi esvaziada e
ele deixou o aeroporto pelas portas dos fundos.
Como
se diz na internet quando um evento dá errado, a recepção de Bolsonaro flopou:
segundo o jornalista Noblat, havia mais policiais do que militantes: 150 PMs
para 100 apoiadores do ex-presidente.
A
volta do ex-presidente vem acompanhada da sombra do escândalo das joias
sauditas contrabandeadas por Jair Bolsonaro, que tentou, de maneira ilegal,
ficar com os presentes da ditadura da Arábia Saudita que foram dados ao governo
e não à pessoa de jair e, dessa maneira, pertencem à República.
Além
disso, a imagem de Bolsonaro retorna chamuscada pela ascensão de sua esposa, a
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, no PL. Especula-se que a legenda aposte em
Michelle como a candidata do partido ao Palácio do Planalto em 2026.
Com
respostas a dar para a Justiça e com uma recepção flopada em Brasília,
Bolsonaro virou motivo de chacota na internet.
Padilha aponta recepção minúscula a
Bolsonaro
O
ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, aproveitou uma
entrevista sobre o novo arcabouço fiscal para ressaltar a pequena adesão de
pessoas na recepção ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em seu retorno ao
Brasil.
“Mais
uma vez ele [Bolsonaro] se demonstrou um líder de pé de barro, quando fugiu do
país. Agora, fez uma semana inteira de mobilização e [mesmo assim] flopou a
recepção no aeroporto”, disse o petista.
Padilha
afirmou que, no antigo governo, havia uma “máquina de gerar conflitos” na
Presidência da República, mas que a presença de líderes da oposição nas
reuniões com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a disposição deles
dialogar sobre as novas regras econômicas mostram que essa postura não existirá
mais.
“Quem
quiser criar um ambiente de conflito que existia no país no governo anterior,
vai se dar mal, não vai ter sucesso, vai flopar, como flopou a recepção no
aeroporto hoje do ex-presidente, que voltou ao país depois de ter fugido do
país. Flopou”, afirmou.
Na
reunião com senadores nesta quinta-feira (30) sobre o novo arcabouço fiscal,
estiveram presentes, além de Padilha e Haddad, importantes senadores da
oposição, como Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente de Bolsonaro,
e Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil.
Dezenas
de apoiadores de Bolsonaro se reuniam para recepcioná-lo no saguão do aeroporto
de Brasília na manhã desta quinta-feira (30). Eles, porém, não sabiam que o
ex-presidente sairia pelo hangar da Polícia Federal, a quilômetros dali.
Apoiadores
oscilavam entre cantar o hino nacional e gritos de “mito”, “ei, Bolsonaro, cadê
você, eu vim aqui só para te ver”. Por vezes, xingavam o presidente Lula e a
Globo.
Ainda
que Bolsonaro tenha saído discretamente do terminal, sua chegada mudou a rotina
do aeroporto. Foi feito um bloqueio pela Polícia Militar na avenida principal
que leva ao local, mas os carros não eram parados.
O
policiamento no próprio aeroporto também foi ostensivo, com ônibus e agentes em
diferentes locais desde cedo.
Autoridades
eram esperadas apenas no PL. No aeroporto, só estava o ex-secretário de
comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, que ora conversava com policiais
ora com imprensa.
Depois,
chegou o filho 03 do ex-presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP),
causando tumulto no saguão. Os apoiadores o tietavam e perguntavam pelo pai.
Eles só começaram a desmobilizar por volta das 8h, quando o deputado federal
deixou o local.
Apoiadores
também esperaram o ex-presidente em frente ao complexo hoteleiro onde está
localizada a sede do PL, na região central de Brasília. Os bolsonaristas
vibravam e se aglomeravam para tirar selfies com ex-ministros e aliados de
Bolsonaro.
O
ex-presidente chegou ao local por volta de 8h, mas frustrou os apoiadores ao
entrar pela garagem.
Bolsonaro: "as joias são caras pela
amizade que eu tenho com o mundo árabe"
O
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (30) que recebeu
presentes de elevado valor da Arábia Saudita por causa de sua relação de
amizade que construiu com o mundo árabe. E ainda completou afirmando que “eles
têm dinheiro, pô”
“Agora
[são] joias caras? Sim, caríssimas, até pela relação de amizade que eu tive com
o mundo árabe”, afirmou o ex-mandatário, em entrevista à rádio Jovem Pan.
O
ex-presidente reconheceu pela primeira vez que as joias vindas da Arábia
Saudita eram para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e que ele tentou
reavê-las. No entanto, ressalta que “não foi na mão grande”.
“Entregamos
ali o primeiro conjunto que chegou na Presidência. Cadastrei. E, tentando
recuperar o outro conjunto da Michelle, foi via ofício, não foi na mão grande.
Não sei porque essa onda toda. Se estão achando isso como algo que eu fiz
errado eu fico até feliz, não tem do que me acusar”, afirmou.
Questionado
na sequência sobre qual motivo para os árabes darem um presente de R$ 16
milhões, Bolsonaro disse que “eles têm dinheiro” e que é um “prazer deles”
presentear.
“A
rainha da Inglaterra, ela já é falecida, ganhou de R$ 50 milhões. Eles têm
dinheiro, pô. É o prazer deles dar esse presente”, disse Bolsonaro.
“Esse
xeque lá, ele me convidou, fui na casa dele… Fiquei na casa dele. Tem coisa que
nós não temos, três esposas, por exemplo”, continuou, sob risadas.
Bolsonaro
disse ainda que a riqueza deles não é só advinda do petróleo, como também de
comércio, turismo e tecnologia.
“São
riquíssimas [cidades dos Emirados Árabes] e procuram agradar as pessoas. Eu sou
um cara que continuo com meu relojinho aqui, graças a Deus, continuo com ele”.
O
ex-presidente desembarcou em Brasília na manhã desta quinta-feira (30) após uma
temporada de 89 dias nos Estados Unidos. Do aeroporto, ele seguiu direto para a
sede do PL onde encontrou correligionários e cumprimentou apoiadores.
Bolsonaro
se defendeu da acusação de que teria se apropriado dos presentes oficiais,
argumentando que todos já estavam cadastrados pela presidência da República.
“Quem
classifica se é acervo pessoal ou público não sou eu. Tem um pessoal na
presidência da República, são servidores de carreira que classificam. E na lei
fala que eu posso até usar, não posso vender. Mas, como criou-se o problema,
estou à disposição. E o TCU [Tribunal de Contas da União] disse por liminar que
eu poderia ter a posse dessas joias. Depois foi julgada essa liminar na frente,
ela caiu. Qual a decisão final? As joias foram entregues para a Caixa Econômica
Federal e as duas joias foram entregues para a Polícia Federal”, afirmou o
ex-presidente.
O
ex-presidente depois afirmou que só ficou chateado por precisar devolver o
“HK”, o fuzil que recebeu de presente, argumentando que é apaixonado por armas.
O
retorno de Bolsonaro ao país acontece em meio à polêmica das joias vindas da
Arábia Saudita, caso que vem provocando desgaste à imagem do ex-presidente, que
também pode ser responsabilizado judicialmente.
Nesta
quarta-feira (29), o ex-presidente e seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel
Mauro Cid, foram intimados pela Polícia Federal a depor sobre o caso. Os
depoimentos foram marcados para o dia 5 de abril.
Por
meio de seus advogados, Bolsonaro entregou na sexta-feira (24) à Caixa
Econômica Federal em Brasília parte das joias que recebeu de presente da Arábia
Saudita em 2021. O kit inclui relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de
rosário, todos da marca suíça de diamantes Chopard.
No
mesmo dia, um kit de armas foi entregue à Polícia Federal, também por
determinação do TCU.
O
tribunal ainda determinou que o conjunto de joias e relógio avaliado em R$ 16,5
milhões que seria para a ex-primeira-dama, retido pela Receita no aeroporto de
Guarulhos (SP) em 2021, também seja enviado à Caixa.
Fonte:
Congresso em Foco/Fórum/FolhaPress
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