Filha solteira de
ex-servidor causa gasto de R$ 3 bilhões por ano aos cofres públicos, diz jornal
Todos
os anos, cerca de 60 mil filhas solteiras de ex-servidores públicos recebem
pensão mensal de até R$ 39 mil. O benefício, que é previsto em lei, gera uma
despesa de aproximadamente R$ 3 bilhões por ano aos cofres públicos.
As
informações foram divulgadas pelo jornal Estado de S. Paulo. O benefício era
concedido a filhas solteiras maiores de 21 anos de servidores públicos
falecidos. A justificativa para o pagamento da mesada era que as mulheres, sem
pai ou marido, não teriam como se sustentar.
Segundo
a reportagem, uma auditoria da União identificou que 4 mil mulheres seguem
recebendo a mesada sem terem direito depois de conseguirem burlar a legislação.
O
relatório elaborado pela Controladoria-Geral da União (CGU) recentemente usou
dados de cartórios de todo o Brasil e descobriu que 2,3 mil beneficiárias se
casaram ou mantêm união estável e, além dessas, outras 1,7 mil ingressaram no
serviço público. Essas duas condições seriam determinantes na exclusão delas do
programa, já que são vetadas por lei. Dessa forma, os pagamentos irregulares
resultam em um prejuízo de R$ 145 milhões anualmente.
• Entenda a legislação
A
mesada entrou em vigor no governo de Juscelino Kubitschek, em 1958. A Lei
3.373/58 teve a justificativa, na época, de que mulheres solteiras não teriam
como se sustentar sem pai ou marido. A lei não reconhece mais beneficiárias
desde 1990, mas a mesada continua para aquelas que já estavam recebendo.
Desta
forma, recebem o benefício filhas solteiras de ex-juízes, auditores fiscais,
defensores públicos, escrivães, procuradores, delegados, desembargadores,
assistentes jurídicos, peritos, professores, policiais, diplomatas, ministros
de Estado e ministros do Supremo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do
TCU.
Filhas
de ex-deputados e ex-senadores que morreram até 1990 também têm direito à
mesada do governo por essa condição. Os gastos são de R$ 30 milhões por ano com
194 mulheres filhas de parlamentares. No caso dos congressistas, bastava ser
eleito para um mandato para garantir o pagamento para filhas solteiras.
• Beneficiárias casadas
O
Estadão procurou o Ministério da Gestão e da Inovação sobre a situação das
beneficiárias casadas. A pasta informou que ainda não tomou providências sobre
os benefícios irregulares e justificou que recebeu o resultado da auditoria
somente em janeiro.
“O
relatório ainda está sendo analisado por alguns setores, que irão verificar
todos os apontamentos da CGU, dentro de sua área de competência”, afirmou a
pasta. “O resultado final será respondido, oportunamente, ao órgão de controle
interno.”
Zema quer aumentar em 300% o próprio
salário
Não
é de hoje que o governador Romeu Zema mostrou suas asas, revelando que não há
nada de “NOVO” na sua velha política. Após os cortes de verba da educação, as
concessões à mineração predatória e toda a sua política anti povo, o governador
ataca mais uma vez e defende o reajuste de quase 300% no próprio salário, do
seu vice e secretários. Caso a proposta seja aprovada, a previsão é que o valor
passe de R $10,5 mil para R $41,8 mil reais mensais.
Para
justificar esse absurdo, Zema declarou que “há mais de 15 anos os salários para
estes cargos estão congelados” e, ainda, que “é preciso manter e atrair os mais
competentes nos quadros técnicos”. Ora, por que então o governador, por
exemplo, não valoriza da mesma forma os professores do estado?
Lembremos
que há anos a categoria luta pela garantia do pagamento do piso salarial do
magistério, que é negado pelo governador não por falta de verba, mas única e
exclusivamente por uma decisão política. Pois a verdade é que este governo pouco
se importa com os trabalhadores e, embora tenha crescido em cima de um discurso
de renovação e contra os privilégios partidários, na prática se movimenta
apenas em benefício próprio.
Além
do mais, é absurdo que o povo mineiro permaneça na crescente miséria, que quase
dois milhões passem fome, e que a taxa de extrema pobreza seja a mais alta dos
últimos dez anos no estado, enquanto Zema vive no conforto, enche os bolsos de
dinheiro e aumenta sua coleção de lojas e sapatênis.
Diante
disso, é cada vez mais urgente e necessário lutarmos por uma política realmente
popular, onde privilégios como esses sejam massacrados e as necessidades do
povo estejam no centro do debate.
De joias a atos golpistas, estão sendo
investigados 16 integrantes das Forças Armadas
O
escândalo das joias da Arábia Saudita engrossou a lista de militares que
ocuparam cargos na gestão Bolsonaro e se tornaram alvos de investigações. Pelo
menos 16 são acusados de crimes que vão de epidemia com resultado de morte até
prevaricação por fatos relacionados ao último governo. Até o momento, ninguém
foi condenado.
A
maior parte deles (9) é investigada pela atuação do governo na pandemia e
tiveram pedidos de indiciamento feitos pela CPI da Covid. O restante (7) está
no inquérito das milícias digitais, por ameaças ao Supremo Tribunal Federal
(STF), e no recente caso das joias.
Um
dos últimos militares a entrar para essa lista é o ex-ministro de Minas e
Energia e Almirante de Esquadra da Marinha Bento Albuquerque. Principal
personagem do caso das joias trazidas de forma ilegal para o Brasil, ele está
na mira do inquérito da Polícia Federal (PF) aberto para apurar o episódio.
Ao
ser ouvido pela PF, ele mudou sua versão inicial e disse que as peças seriam
destinadas à União. No momento da apreensão das peças, na alfândega do
Aeroporto de Guarulhos, ele disse que eram presentes para a então primeira-dama
Michelle Bolsonaro.
Ex-assessor
de Albuquerque, o tenente da Marinha Marcos André Soeiro também depôs. Era ele
quem carregava o conjunto de colar, anel, brincos e relógio de diamantes,
avaliado em R$ 16,5 milhões.
A
PF investiga possíveis crimes de descaminho e peculato. Isso ocorre quando bens
entram ou saem do país sem respeitar os trâmites burocráticos e tributários, no
primeiro caso. E quando um funcionário público se apropria ou desvia, em favor
próprio, de dinheiro ou bem que se encontra em sua posse em razão do cargo, na
segunda hipótese.
Ex-ajudante
de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid solicitou voo
da FAB para tentar retirar as joias que estavam retidas. Ele é investigado, no
entanto, por outros casos. Mauro Cid é alvo também do inquérito das milícias
digitais, sob relatoria do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre
de Moraes.
Em
dezembro do ano passado, a PF concluiu que Cid, junto a Bolsonaro, cometeu
crime por divulgar informações falsas sobre Covid-19.
A
Polícia Federal também chegou a indiciar Mauro Cid pela participação no
vazamento do inquérito sigiloso sobre o ataque hacker ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE).
Ele
ainda é investigado pela organização da live do dia 29 de julho de 2021, quando
Bolsonaro atacou sem provas a segurança das urnas eletrônicas.
Essa
live contou com a participação do coronel da reserva Eduardo Gomes da Silva,
ex-assessor especial. A difusão de desinformação sobre o sistema eleitoral fez
com que ele também passasse a figurar nas investigações de Moraes.
Outro
que está no radar do inquérito das milícias digitais é o sargento da ativa e
ex-membro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Ronaldo Ribeiro
Travasso. Ele participou de atos golpistas e usou grupos de mensagens para
convocar outros militares.
Mas
é o Ministério da Saúde a principal fonte de possíveis irregularidades
cometidas por membros das Forças Armadas que assumiram cargos no governo. A
pasta foi militarizada na gestão do então general da ativa Eduardo Pazuello. No
relatório da CPI da Covid entregue ao STF, nove tiveram pedido de indiciamento.
No
mês passado, o ministro Dias Toffoli, do STF, atendeu a pedido da Procuradoria
Geral da República (PGR) e determinou a extinção de algumas investigações. Em
um movimento articulado pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), a advocacia
do Senado recorreu desta decisão na semana passada.
Maior problema do Brasil é que não há
credibilidade em nenhum dos Poderes
As
taxas de juros e o combate à inflação fazem parte do contexto global, mas há
fatores locais que diferenciam o caso brasileiro. A total ausência de
credibilidade não se restringe a Lula da Silva. Ela é histórica, estrutural e
de difícil dissociação.
Uma
necessária reforma institucional do Judiciário não deve ser confundida com a
tirania casuística de membros da função executiva ou legislativa do próprio
Estado, com o mesmo interesse público secundário (que não é o dos cidadãos) ou
pessoal da secular doença patrimonialista no poder.
O
Estado gigante é herança imperial e colonial, mas a ineficiência e a não
garantia da mínima segurança jurídica, com regras simples e claras e respeitadas
por todos, está se refletindo em um Judiciário abarrotado, com erros grosseiros
que se assemelham à má fé.
A
vetusta, ultrapassada, ineficaz “reforma” da Emenda Constitucional 45 de 2004 e
o Código de Processo Civil de 2015, que firmou legalmente a importância de se
respeitar os precedentes, não terão efeitos enquanto os próprios agentes
públicos dessa função judicante não forem equiparados aos cidadãos e se
tornarem conscientes de que devem servir ao público e ao interesse público
primário, que é indisponível.
O
primeiro passo ainda não alcançado no processo civilizatório neste território é
o respeito mínimo dos “donos” do Estado pelos direitos civis e políticos dos
cidadãos.
Há
um volume prejudicial e sem nenhuma atuação das corregedorias e do Conselho
Nacional de Justiça que desconhecem a atuação dos reis juízes que perseguem,
beneficiam amigos e parentes e o próprio bolso, com imenso corporativismo,
protegidos na própria superioridade dos seus interesses pessoais e
patrimonialistas, assassinando o ideal da Justiça.
Não
precisamos de ainda mais Estado para explorar e desrespeitar direitos.
Eliana Catanhêde: Qualquer comparação
entre eles é péssima para Lula, mas Bolsonaro não tem nada a perder
A
bruxa anda solta e agora é o governador Tarcísio de Freitas que está com crise
renal, foi operado em Londres e teve de cancelar uma agenda internacional, mas
esses solavancos servem como freios de arrumação, com mais sangue-frio e a
retomada de agendas internas importantes.
Com
o cancelamento da ida do presidente Lula à China, por exemplo, estão para ser
anunciados a âncora fiscal, a paz no Congresso e o reinício da tramitação das
medidas provisórias.
Lula
chega ao fim do terceiro mês com dois problemaços que se retroalimentam: um é a
percepção generalizada de que ele está sem rumo e o governo não vai bem; o
outro é que isso não apenas dá discurso para o bolsonarismo como reforça o
medo, ou pavor, da volta de Jair Bolsonaro.
Que,
aliás, está chegando da Flórida, com salário graúdo, casa alugada, microfones,
holofotes e a capacidade de enrolar tantos, por tanto tempo.
Se
há dúvidas sobre a frustração em relação a Lula, basta ver a reação do escritor
Paulo Coelho, ao declarar que, depois de décadas de apoio, começa a achar que
seu empenho pró-Lula na campanha não valeu a pena: “O mandato é patético”,
tascou. Paulo Coelho não é qualquer um e o adjetivo não é nada sutil. Foi um
ataque frontal, que enfraquece Lula e fortalece o bolsonarismo.
É
hora de Lula parar de falar besteiras e de ele e os seus deixarem Sérgio Moro
de lado e esquecerem a versão de “armação” para as ameaças de morte apuradas
pela PF. É hora também de ministros trabalharem a favor do plano fiscal, de o
ministro das Comunicações medir as palavras contra jornalistas ao vivo, de PT e
Planalto deixarem de tratar o BC como inimigo nº 1.
É
hora, enfim, de o governo mostrar serviço, inclusive no meio ambiente. O tempo
está passando e, até agora, ou faz muito barulho por nada, ou está muito
silencioso onde deveria fazer barulho.
É
dar sorte para o azar, azar para a sorte e reanimar o bolsonarismo, que foi
derrotado, mas não está morto e sobreviveu até ao escândalo das joias, que
começou com R$ 16,5 milhões e está aumentando.
Enquanto setores do governo e do petismo
reagem da pior forma, com teimosia e arrogância, dobrando a aposta na tese de
uma “armação” de Moro no tal plano de morte, o bolsonarismo vai nadando de
braçada e se deliciando com as comparações entre Lula e Bolsonaro, os que falam
demais, lançam fake news e vivem de ódio, inimigos, guerras.
Qualquer
comparação entre os dois é péssima para Lula, mas Bolsonaro não tem nada a
perder. Dê no que dê, caia chuva ou trovoada, seus devotos são fiéis e, hoje,
os Paulos Coelhos arrependidos de Lula prosperam mais rápido, e com mais
facilidade, do que os de Bolsonaro.
Todo
cuidado é pouco.
Fonte:
Terra/A Verdade/O Globo/Tribuna da Internet/Estadão
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