Pedro Maciel sobre
Moro e Dallagnol: "canalhas, canalhas, canalhas!"
Auro
de Moura Andrade: -"Assim sendo, Declaro vaga a Presidência da
República!"
Tancredo
Neves: - "Canalhas! Canalhas! Canalhas!"
(Congresso
Nacional, Madrugada do dia 2 de abril de 1964)
*
Um pouco de História
-
No dia 1º de abril de 1964, data infame na história do nosso país, com o golpe
militar já organizado, os legisladores que apoiavam o novo regime buscaram dar
um ar de legalidade ao golpe, golpistas sempre fazem isso.
O
caminho escolhido foi o da mentira.
O
senador Auro de Moura Andrade denunciou, num discurso mentiroso, uma fantasiosa
fuga de João Goulart para o Uruguai - Jango estava em Porto Alegre -, o
objetivo do golpista era fazer crer à opinião pública, de que o país se
encontrava "acéfalo" e que naquele momento de crise o presidente
eleito havia abandonado o povo brasileiro.
Enquanto
Moura Andrade mentia, uma voz ao fundo gritava "Canalhas! Canalhas!
Canalhas!", a voz era do tímido e respeitado deputado Tancredo Neves que
repudiava o golpe, ao contrário de seu neto Aécio Neves da Cunha.
Isso
é história, e a história esclarece, ilumina e orienta.
• A Lava-Jato desmascarada
–
Passados alguns poucos anos do início da operação Lava-Jato, ela ficou nua em
praça pública, quando o advogado Tacla Duran denunciou, com provas - áudios,
fotos e documentos -, a face podre da operação Lava-Jato e dos seus grandes
expoentes: Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, arrastando-os, assim como Rosangela
Moro e Carlos Zucolotto, para o chorume, ecossistema adequado para eles.
Seriam
os Golden boys do MPF apenas canalhas? Seriam Moro, Rosangela e Zucolotto
canalhas?
A
Lava-Jato apresentou-se ao país e ao mundo como uma operação da PF, coordenada
pelo MPF, que tinha na 13ª Vara Federal um juiz “corajoso” e “capaz” de enfrentar
criminosos poderosos, empresários e políticos, corruptores e corruptos.
A
operação deu luz ao esquema de corrupção que envolvia diretores das grandes
empresas de engenharia do país, gerentes e diretores da Petrobrás, além de
partidos políticos.
Esse
fato, triste, maculou a nossa luta pela moralidade pública e pela
transparência, além de permitir que a direita se apropriasse dessas bandeiras.
Contudo,
ao que parece, Moro e os Shit boys do MPF são tão corruptos quanto os diretores
das grandes empresas de engenharia do país e os gerentes e diretores da
Petrobrás e dirigentes de partidos políticos.
Antes
mais informações sobre os efeitos da Lava-Jato.
• O caos como legado
–
A lava-jato legou ao país o caos. Na economia, só em 2015, o país perdeu 142,6
bilhões de reais, e viveu uma retração de 2,5% do PIB, segundo estudo da
consultoria GO Associados, causadas pela queda abrupta das atividades da
Petrobras e das empreiteiras investigadas pela Lava-Jato; cerca de 4 milhões de
trabalhadores foram demitidos na indústria e na construção civil, apenas em
2015 e 2016.
Hoje
sabemos que a Lava-Jato não buscava combater a corrupção, trabalhava em três
frentes: (a) política, (b) atender as Big Oil e (c) enriquecimento e ampliação
do poder político de seus próceres.
• A frente política
–
Criando um ambiente caótico, com ajuda da mídia corporativa, a Lava-Jato foi
decisiva para o (a) golpe à presidenta Dilma Rousseff e, mesmo sem provas (b)
condenar e prender Lula, impedindo-o de disputar as eleições em 2018.
Obteve
sucesso nas duas missões e Moro ganhou de presente o Ministério da Justiça e
Segurança Pública, num governo fascista ou protofascista, além da promessa de
uma cadeira no STF.
O
atendimento aos interesses das Big Oil – As gigantes do petróleo, conhecidas
como Big Oil, tinham interesse em investir no pré-sal, mas não no regime de
partilha, pois, no regime de partilha, os campos do pré-sal, com seus
potenciais de enormes reservas, poderiam leiloados ou ofertados diretamente
para a Petrobras – com quem a União firmaria contratos de partilha.
Após
o golpe de 2016 Temer sancionou lei que desobrigou a Petrobras de ser a
operadora única dos blocos de exploração do petróleo da camada pré-sal; hoje
multinacionais como a BP Energy, Chevron, ExxonMobil, Shell, Total e Petronas,
assim como a Petrobras, que já atuava nos campos de Atapu, Búzios, ltapu e
Sépia, na Bacia de Santos, além das chinesas, a CNODC e CNOOC.
Riqueza
do povo entregue a peço de banana às Big Oil.
• Enriquecimento de poder político de Moro
e Dallagnol
–
O plano de enriquecimento e de ampliação de poder dos canalhas da Lava-Jato,
passava pela criação de uma fundação bilionária controlada por eles para
“combater a corrupção”; essa tentativa deu luz à corrupção de Moro e Dallgnol e
da sede de ambos por dinheiro e poder, não deu certo.
E
não estou sozinho. O ministro Gilmar Mendes disse recentemente que Moro e
Dallagnol tentaram montar uma “máquina de fazer dinheiro” com a operação
Lava-Jato e lembrando da tentativa de criar a fundação.
Agora
o advogado Tacla Duran trouxe provas devastadoras sobre outra forma de
enriquecimento e ampliação do poder político de Moro e Dallagnol.
• A denúncia
–Tacla
Duran, que é acusado de ser um operador do “departamento de propina” da
construtora Odebrecht, denunciou: extorsão, venda de decisões e proteção
mediante pagamento de propina, coisa de mafiosos e milicianos.
De
acordo com Duran, em 2016 o advogado Carlos Zucolotto Júnior, padrinho de
casamento de Moro e sócio da esposa de Moro, teria exigido o pagamento 5 milhões
de dólares para que pudesse obter benefícios em acordos de colaboração com a
Lava Jato sobre a Odebrecht.
E
todo esse malfeito contava com o aval de Dallagnol, conforme afirmou em
depoimento à Câmara dos Deputados em 2018 e agora o Juiz da 13ª Vara Federal de
Curitiba.
Diante
disso - após o devido processo legal e respeitado o amplo direito de defesa,
afinal, nós não somos como eles -, espero ver esses corruptos presos, contudo,
podemos, desde já, qualificá-los, como fez Tancredo em 1964, de "Canalhas!
Canalhas! Canalhas!".
Essas
são as reflexões.
Descontrolado, Moro agora ataca Gilmar
Mendes e fala em “decoro judicial”
O
senador Sergio Moro (União Brasil-PR) pensou que sua vida na política seria um
mar de rosas, mas não é exatamente o que tem acontecido. Atacado diariamente no
parlamento por senadores do campo progressista, que a todo momento lembram de
sua vergonhosa postura enquanto foi juiz da Operação Lava Jato, quando fez
estrepolias com a lei penal brasileira e protagonizou todo tipo de desmando,
abrindo caminho para a eleição de Jair Bolsonaro (PL) em 2018, de quem se
tornou ministro, Moro desta vez foi alvo da língua ferina de Gilmar Mendes,
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que não o tem poupado nos últimos
tempos.
Descontrolado
depois de passar as últimas semanas como “centro das atenções” em Brasília, com
a tal história de que estaria sendo ameaçado pelo PCC, o que rendeu reações de
muitos setores, inclusive do presidente Lula (PT), de quem foi algoz, que disse
que tudo não passava de uma “armação”, o ex-magistrado paranaense resolveu
reagir a Mendes após o juiz do STF afirmar, fazendo referência a ele, que “o
combatente da corrupção gosta de dinheiro”.
“As
afirmações do Min Gilmar Mendes feitas a um jornalista petista vão além de
opiniões. São mentiras e ofensas pessoais absolutamente desarrazoadas. Repudio
a violação ao decoro judicial, ao tempo que registro meu apreço ao STF e à
profissão de magistrado, que exerci com dedicação ao longo de 22 anos.
Aproveito, ainda, para agradecer aos Ministros da Corte que, desde a semana passada,
enviaram mensagens de solidariedade a mim e a minha família após a descoberta
do plano do PCC”, escreveu Moro em seu perfil oficial no Twitter, aproveitando
para atacar também o jornalista Reinaldo Azevedo, a quem rotulou como
“petista”, embora o profissional seja um notório detrator do Partido dos
Trabalhadores.
A
fala de Gilmar Mendes que fez o ex-juiz perder as estribeiras foi a de que
"no Brasil a gente descobre outra questão, que se mostra nessa
participação do Moro, na contratação dessa empresa americana (a Alvarez e
Marsal) que depois vai contratá-lo. A gente descobre o quê? Que os combatentes
da corrupção gostam muito de dinheiro”.
Curiosamente,
Moro reage a Mendes evocando "decoro judicial", como se não fosse de
conhecimento público que durante a Lava Jato o então juiz se alinhou com
procuradores da República do Paraná em processos que resultaram em condenações,
como a do presidente Lula, que passou 580 dias preso e cujas sentenças foram
invalidadas pelo STF. Moro também divulgou ilegalmente para o Jornal Nacional
um telefonema da ex-presidenta Dilma Rousseff, enquanto ela estava no cargo,
para evitar que Lula assumisse um posto em seu ministério.
Moro quer escolher o juízo para julgá-lo.
Por Marcelo Auler
Ao
abrir mão do foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da
denúncia feita pelo advogado Tacla Duran que alegou perante o juiz da 13ª Vara
Federal de Curitiba, Eduardo Appio, ter sofrido uma extorsão, em 2017, no
âmbito da Operação Lava Jato, o atual senador e ex-juiz Sérgio Moro (UB-PR)
pode estar simplesmente querendo escolher o juízo em que essa acusação será
julgada.
Na
última segunda-feira (27/03), em audiência diante de Appio, Duran confirmou a
denúncia que faz desde 2017 sobre a tentativa de extorsão de que foi vítima por
parte de amigo do então juiz Moro. Em troca do pagamento de US$ 5 milhões, lhe
prometiam facilidades na Ação Penal que respondia na Operação Lava Jato, na
qual foi acusado por lavagem de dinheiro da Construtora Odebrecht.
A
tentativa de extorsão, segundo ele, partiu do advogado Carlos Zucolloto Junior,
que foi sócio da mulher do ex-juiz, Rosângela Moro — hoje deputada federal – e
padrinho de casamento dos dois.
Appio
– que hoje responde pela Vara que Moro comandou antes de ser ministro da
Justiça de Jair Bolsonaro – ao tomar conhecimento do possível envolvimento do
hoje senador Moro (UB-PR) e também do ex-procurador da República, Deltan
Dallagnol, atualmente deputado federal pelo Podemos-PR, remeteu as acusações
para apreciação do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal. O
ministro já relata processos ligados à mesma causa. No entendimento do novo
titular da 13ª Vara Federal de Curitiba prevalece o foro privilegiado dos
parlamentares federais.
• Contra o “odioso privilégio”
Em
petição assinada pelo advogado Luis Felipe Cunha, seu primeiro suplente no
Senado, protocolada na noite de terça-feira (28/03) Moro se rebelou contra o
foro privilegiado do STF. Na petição, alega ser:
“um
crítico do foro por prerrogativa de função por reputá-lo um privilégio
incompatível com o princípio da igualdade. Não pretende usufruir, em qualquer
circunstância, do odioso privilégio, preferindo e pretendendo ser processado e
julgado durante seu mandato de Senador como qualquer cidadão comum perante um
juiz de primeira instância, desde que imparcial”,
Para
embasar seu pedido, lembra que a denúncia se refere ao período em que era juiz,
e Dallagnol, procurador da República, e como tal não dispunham do foro no STF:
“os
supostos atos de extorsão a que Vossa Excelência se refere no termo de
audiência, embora falsos, não são, pelos precedentes estabelecidos pelo próprio
Supremo Tribunal Federal, de competência daquela Corte Suprema.”
• TRF-4 para julgá-lo
Ao
mesmo tempo, a defesa do hoje senador questiona o fato de ainda não ter sido
apreciada a exceção de suspeição apresentada pelo Ministério Público Federal
contra o próprio Appio “em todos os feitos da Operação Lava Jato, o que inclui,
inclusive, este processo e todos os seus desdobramentos.”
Moro
e o MPF querem, na realidade, afastar Appio – que nunca escondeu ser um crítico
dos métodos adotados pelos operadores da Lava Jato – dos processos que ainda
tramitam na 13ª Vara, relacionados à operação.
Mas,
ao abrir mão do foro especial do Supremo alegando que na época dos fatos era
juiz, ele acaba defendendo que as denúncias de Duran sejam remetidas ao
Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que tem a atribuição de julgar ações
relacionadas a magistrados e procuradores de primeiro grau.
O
TRF-4 ainda mantém um bom número de juízes simpáticos à Lava Jato e,
consequentemente, à chamada “República de Curitiba”, formada pelo juiz,
procuradores e delegados federais ligados à Lava Jato.
Em
outras palavras, para Moro e Dallagnol é mais vantajoso que tudo seja apreciado
em Porto Alegre. No fundo, ao abrir mão do foro privilegiado, o senador está
querendo escolher o juízo para julgá-lo.
Investigação apura se policiais se
envolveram em plano para matar Moro
A
Secretaria da Segurança Pública de São Paulo ( SSP ) investiga a suspeita do
envolvimento de policiais civis e militares do estado no caso da facção
criminosa que pretendia atacar o senador Sergio Moro (União Brasil) e outras
autoridades .
A
apuração da SSP investiga se os agentes vazaram dados do Sistema Detecta , uma
ferramenta implantada pelo Governo do Estado em 2014, usada para a fiscalização
do trânsito, mas também é utilizada para a localização e prisão de criminosos.
As informações são do Blog da Andréia Sadi, do G1.
O
Detecta conta com mais de 3 mil câmeras e está integrado aos bancos de dados
das polícias civil e militar. Segundo o relatório da Operação Sequaz , a facção
criminosa também utilizava esse sistema para conseguir informações das forças
de segurança pública.
Em
fevereiro deste ano, houve uma troca de mensagens interceptada pelos
investigadores da Polícia Federal . Um dos integrantes da quadrilha diz:
"Parceiro. boa noite, tranquilo?"
Depois
de mandar a foto da placa de um carro, ele pede mais detalhes sobre o
deslocamento do veículo, em um período específico e pede que a consulta seja
feita pelo Sistema Detecta: "Consegue dar uma força pra mim, pra vê (sic!)
lá no Detecta, lá?"
Minutos
depois, o cadastro completo foi enviado para a quadrilha, como nome do
proprietário, número do chassi e onde o carro foi emplacado.
O
veículo em questão era uma viatura da Polícia Civil de São Paulo, usada em
ações de inteligência.
Segundo
a SSP, se confirmado o envolvimento de algum policial, "o responsável será
levado à Justiça, onde será responsabilizado". A cúpula da Polícia de São
Paulo determinou sigilo total do caso e investigação rigorosa.
Senador do PT detona Moro em debate:
"Não soube se portar como juiz"
Os
senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Sergio Moro (União Brasil-PR) bateram
boca nesta quarta-feira (29) durante uma votação na CCJ ( Comissão de
Constituição e Justiça ). Os parlamentares discutiam um projeto de lei que
proíbe a contratação de pessoas condenadas por crimes hediondos. O petista
discordou e criticou a atuação do ex-juiz na Operação Lava Jato .
“Não
soube se portar como juiz, violou o princípio da paridade de armas, violou o
contraditório e ampla defesa, violou o que é mais sagrado dentro do processo
penal, os fins não justificam os meios. Não satisfeito, integrou o Ministério
da Justiça e saiu denunciando interferência da Polícia Federal”, disse
Contarato.
Moro
se sentiu ofendido e criticou os governos do PT na Presidência da República. O
senador foi quem emitiu a sentença em primeira instância que levou o Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) à prisão em 2018.
“Eu
não vim aqui discutir Operação Lava-Jato. Agora eu repudio as palavras
ofensivas contra a minha pessoa. Não vou falar aqui do roubo da Petrobras de R$
6 bilhões nos governos do PT, o seu partido, não vou falar aqui que a
condenação do presidente da República foi feita não só por mim, mas por três
juízes em Porto Alegre, por cinco juízes no STJ e a anulação depois foi por
motivos formais, ninguém declarou o presidente inocente”, comentou.
Moro
já enfrentou outros embates com aliados doe Lula durante votações e discussões
no Senado. No dia 15 de março, ele foi acusado pelo senador Rogério Carvalho
(PT-SE) de ter tido “uma atuação criminosa” na Lava Jato. O ex-juiz retrucou ao
falar que o PT protagonizou os casos de corrupção.
O
projeto de lei defendido por Moro
O
ex-juiz defendeu o projeto de lei aprovado pela CCJ nesta quarta, que tem a
autoria do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e relatoria do senador Esperidião
Amin (PP-SC). Contarato foi contrário.
“Quando
coloca aqui todos os crimes contra a administração pública, uma pessoa que um
policial achar que você está resistindo a prisão dele ou desacato, e ela for
condenada por um desacato não vai poder concorrer? Se for em segunda instância
não vai se exigir o trânsito em julgado em definitivo?”, explicou.
Agora
o projeto deve ser analisado e votado pelo plenário do Senado. Caso seja
aprovado, será enviado ao presidente Lula, que decidirá se vai sancioná-lo ou
vetá-lo.
Fonte:
Brasil 247/Fórum/iG
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