MovEndo vai oferecer exames gratuitos e orientações sobre endometriose a mulheres em idade fértil
A fim de ampliar a conscientização sobre a endometriose, seus sintomas e tratamentos, agentes locais do MovEndo - Movimento Brasileiro de Conscientização da Endometriose vão promover uma manhã especial no último sábado de março (25) na sede da Associação Bahiana de Medicina (ABM), das 7h30 às 12h30. Além de palestras com diversos especialistas, exibição de vídeo sobre a doença, distribuição de camisas e material informativo, a programação inclui a oferta de senhas para realização gratuita de exames de sangue, ressonância magnética, ultrassonografia, sessões de fisioterapia pélvica, consultas com nutricionistas, aferição de pressão arterial, dentre outros serviços de saúde que beneficiarão 50 mulheres em idade fértil (20 a 45 anos). A distribuição de senhas acontecerá na sexta-feira (24), das 8h às 17h, na sede da ABM (Av. Baependi, 162, Ondina).
A
endometriose afeta cerca de 10 - 15% da população feminina brasileira em idade
fértil. Estatísticas regionais revelam que aproximadamente 60% das mulheres
inférteis na Bahia são portadoras da doença, caracterizada pelo crescimento do
endométrio em local inadequado, tecido que recobre a parte interna do útero. A
doença se caracteriza pela migração e implantação do tecido endometrial em
órgãos da região pélvica, atingindo principalmente ovários, ligamentos uterinos
útero, intestino e bexiga, gerando um processo inflamatório no organismo da
mulher.
De
acordo com o cirurgião pélvico Marcos Travessa, diretor do Centro de
Endometriose da Bahia, as implicações da endometriose são variadas e
preocupantes. Principal causa de infertilidade feminina, a doença pode causar
dores intensas no período menstrual. “As dores podem, inclusive, dificultar
muito ou até impedir que a mulher tenha uma vida sexual ativa e satisfatória”,
afirmou o especialista.
Para
algumas pacientes, a endometriose não apresenta sintomas específicos, o que
pode retardar o diagnóstico. Em outros casos, porém, além de cólicas menstruais
intensas e dor antes ou durante a menstruação, podem ocorrer dor difusa ou
crônica na região pélvica; fadiga crônica e exaustão e alterações intestinais
ou urinárias durante a menstruação. “Muitos casos da doença são descobertos
quando a mulher começa a investigar a causa da dificuldade para engravidar”,
destacou Marcos Travessa.
O
diagnóstico é feito a partir do histórico detalhado da paciente, associado ao
exame físico, ultrassom e/ou ressonância magnética com técnicas adequadas para
o mapeamento. Não há cura, mas se a mulher com endometriose se submeter ao
tratamento adequado, os incômodos e consequências podem ser diminuídos
drasticamente, evitando, inclusive, que a paciente tenha sua capacidade fértil
comprometida.
·
Tratamento
Medicamentos
anti-inflamatórios não esteroides podem ser administrados para aliviar a dor de
pacientes com sintomas leves que não pretendem engravidar. Ao inibir a
atividade dos ovários e retardar o crescimento do tecido endometrial, eles
reduzem o sangramento e a dor. É o caso, por exemplo, dos contraceptivos
hormonais. Além disso, mudanças comportamentais, tais como dieta
anti-inflamatória, exercício físico regular e hábitos de vida saudáveis, como
restrição do uso de álcool e fim do tabagismo, dentre outras medidas, são
fundamentais no controle dos sintomas.
Para
a maioria das mulheres com endometriose moderada a grave, o tratamento mais
eficaz é a cirurgia que, com frequência cada vez maior, tem sido feita por
videolaparoscopia ou por via robótica, “devido a benefícios como menos
morbidade, sangramento e dor; menores riscos de complicações; alta hospitalar e
recuperação mais rápidas”, explicou o diretor do núcleo de cirurgia
ginecológica do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR), Marcos
Travessa.
Durante
a cirurgia, o médico retira o máximo possível de tecido endometrial produzido
fora do lugar habitual (ectópico), sem danificar os ovários. Com isso, a
capacidade da mulher de ter filhos pode ser preservada. Dependendo do estágio
da endometriose, 40% a 70% das mulheres que se submetem à cirurgia conseguem
engravidar. Quando isso não é possível, técnicas de reprodução assistida,
como a fertilização in vitro, podem ser uma alternativa.
A
remoção cirúrgica do tecido endometrial é uma medida capaz de reduzir lesões de
endometriose que, apesar de tratar-se de um procedimento mais agressivo, está
indicado em situações de infertilidade, controle inadequado da dor através de
medidas conservadoras e risco de perda de função de alguns órgãos, como o rim,
por exemplo.
Fonte:
Carla Santana – assessora de imprensa
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