terça-feira, 26 de setembro de 2023

Rússia, China e Índia lideram mudança da ordem internacional, diz mídia europeia

Essas potências procuram uma nova posição de força na ordem mundial e um grupo de países em desenvolvimento do Sul Global exige de forma vigorosa e unida um novo espaço, publica o jornal El País.

Em seu artigo de opinião no jornal, Andrea Rizzi, mestre em direito e jornalismo, diz que esse é um movimento que ganha velocidade e intensidade. Para ele, há um denominador comum na vontade de superar um passado insatisfatório, "por vezes humilhante", que exige mudanças e compensações.

De acordo com sua concepção, China e Índia estão mais fortes do que nunca nos últimos séculos e, em geral, os países não alinhados pesam mais hoje do que há meio século.

Rizzi destaca que a Rússia se recompôs no início deste século e desde 2007 começou a sinalizar o seu descontentamento com o desenrolamento das relações internacionais e o seu desejo de preservar a sua esfera de influência.

No que diz respeito à Índia, o autor afirma que ela cresce no cenário global.

"É cortejada pelo Ocidente como um aliado valioso contra a China, demonstra capacidades tecnológicas consideráveis com o seu programa espacial e tem uma população transbordante de jovens. Seu governo desenvolve uma política de nacionalismo hindu muito determinada a consolidar o seu lugar no mundo, entre outras coisas, buscando estabelecer-se como porta-voz do Sul Global."

Quanto à China, o especialista aponta que esta é o "elemento central" deste movimento de reequilíbrio.

"O enorme crescimento econômico e tecnológico das últimas décadas endossa uma nova posição de poder para Pequim no cenário mundial […]. A China se projeta no tabuleiro global com iniciativas econômicas e de infraestrutura, tentando tecer redes que compensem as alianças formais dos Estados Unidos. Sua recente manobra de expandir o fórum BRICS é um sintoma da aceleração dos planos para forçar uma mudança no equilíbrio da ordem mundial", diz Rizzi.

Segundo o autor, entre os países do Sul é inegável que existe uma convergência crescente, precisamente devido ao trabalho de países como a Índia ou o Brasil, que tentam compor um enquadramento.

Rizzi afirma que o Ocidente é o destinatário deste desejo de mudança, de conquistar novos espaços de protagonismo e vingança. "Muitas são as responsabilidades acumuladas ao longo de uma história recente de hegemonia. Sem ir muito longe, basta pensar na guerra do Iraque, que prendeu vários países ocidentais no feio quadro de padrão duplo", conta.

Para o colunista, é evidente que muitos observam com irritação a forma como os europeus clamam para que todos tenham a questão do conflito na Ucrânia como sua, quando estes ignoraram muitos outros conflitos no passado.

"O Ocidente é quem mais contaminou o mundo. O Ocidente não foi especialmente generoso na ajuda sanitária durante a pandemia […]. Indo um pouco mais além, o eco das manobras obscuras dos EUA continua a reverberar, como no golpe de Estado no Chile, cujo aniversário foi recentemente comemorado. Ou na Europa, com a sua história colonial e qual papel desempenha atualmente em lugares como o Sahel diante da França."

Por último, Rizzi salienta que "é necessário aceitar um equilíbrio sensível nas instituições internacionais, a começar pelas econômicas; assumir um papel corretivo substancial em matéria de mudanças climáticas; aceitar sinceramente os processos multilaterais; e executar políticas migratórias ideais do ponto de vista do direito internacional".

 

       EUA fazem nova rodada de sanções, e mais empresas de Rússia e China entram na lista

 

Em uma nova rodada de sanções, Washington impôs novos limites de exportações a 11 empresas chinesas e 5 russas, afirmou o Escritório de Indústria e Segurança (BIS, na sigla em inglês) do Departamento de Comércio norte-americano. Ao todo 28 entidades comerciais foram afetadas.

Segundo o BIS, foi determinado que essas entidades estão agindo "contra a segurança nacional ou os interesses da política externa dos Estados Unidos". Na lista ainda aparecem empresas de Finlândia, Alemanha, Omã, Paquistão e Emirados Árabes Unidos.

Entre as empresas russas afetadas estão Dvice Consulting, Grant Instrument, SMT-iLogic, Streloy e a VSMPO-AVISMA Corporation PJSC.

•        Sanções econômicas à Rússia tiveram efeito oposto ao esperado

O sufocamento econômico é uma das principais práticas dos EUA contra quem não segue à risca a cartilha de Washington. No entanto, até o momento, embora a Rússia seja o país mais sancionado do mundo, as sanções americanas contra Moscou não tiveram o efeito esperado. O país conseguiu transferir o foco de suas exportações para outras nações e viu seu produto interno bruto (PIB) crescer acima do esperado no primeiro semestre de 2023.

"Em geral, podemos dizer que a fase de restauração da economia russa está concluída. Resistimos às pressões externas absolutamente sem precedentes, às sanções de algumas elites dominantes do chamado bloco ocidental", afirmou o presidente russo, Vladimir Putin, na última semana.

"Inicialmente estavam previstos alguns pontos negativos, mas depois a previsão foi corrigida — era esperado 1,2%, mas, na verdade, ultrapassamos esse nível, e até o final do ano o crescimento do PIB poderá atingir 2,5% ou mais — 2,8%."

Por outro lado, analistas financeiros veem com preocupação o ritmo da economia americana, em especial o crescimento da dívida nacional dos EUA, que ultrapassou pela primeira vez a casa dos US$ 33 trilhões (aproximadamente R$ 160 trilhões).

•        EUA esperam usar capacidade da Índia para conter China, incluindo manobras anuais, opina analista

Os Estados Unidos esperam usar o potencial da Índia para deter a China, incluindo a realização dos exercícios militares conjuntos anuais Yudh Abhyas, afirmou o analista militar e editor-chefe da revista Defesa Nacional, Igor Korotchenko, à Sputnik.

Anteriormente, o Ministério da Defesa da Índia anunciou o início da 19ª edição do exercício militar conjunto Yudh Abhyas com os Estados Unidos na segunda-feira (25) na base militar de Fort Wainwright, no estado americano do Alasca, com os exercícios programados para até 8 de outubro.

O comunicado disse também que os dois lados vão praticar uma série de exercícios táticos para "aumentar a interoperabilidade na condução de operações de manutenção da paz da ONU".

Assim, de acordo com o especialista, a Índia é considerada um elemento essencial da dissuasão da China.

"Desenvolvendo relações militares com ela, os EUA esperam usar o potencial da Índia para conter e pressionar a China", disse Korotchenko.

Ao mesmo tempo, ele chamou os próximos exercícios militares da Índia e dos EUA de "comuns". Segundo ele, no âmbito da cooperação com a Índia, os Estados Unidos estão trabalhando o conjunto necessário de questões de interoperabilidade.

De acordo com o Ministério da Defesa indiano, um contingente de 350 homens do Regimento de Infantaria Leve de Maratha participará do exercício. Do lado americano, o primeiro batalhão do 24º Regimento de Infantaria do Grupo de Combate da 1ª Brigada estará envolvido.

Os primeiros exercícios militares Yudh Abhyas foram realizados em 2002. Desde então, eles são realizados anualmente pelos Exércitos de ambos os países para o intercâmbio de melhores práticas, táticas, métodos e procedimentos.

 

       Contração econômica na zona euro continuou pelo 4º mês consecutivo, detalha estudo

 

Tanto os setores industrial como o de serviços dos 20 países da União Europeia que usam o euro demonstraram uma redução na atividade, revela a pesquisa de uma agência de classificação.

A economia do setor privado da zona euro continuou sua contração no final do terceiro trimestre deste ano, revela um relatório da agência de classificação norte-americana S&P Global.

A queda na atividade econômica, que ocorre pelo quarto mês consecutivo, foi liderada pela produção no setor industrial, e também no setor de serviços, segundo dados compilados entre 8 de setembro e a quarta-feira (20).

"[...] A queda em setembro foi a mais acentuada desde novembro de 2020 e, excluindo os meses de pandemia [da COVID-19], a mais acentuada desde setembro de 2012", notou o relatório.

Quanto aos países, a Alemanha e a França, as maiores economias da zona euro, foram descritas como "as principais responsáveis pela desaceleração geral da atividade total em setembro".

Na França, a contração foi mais intensa, já que a atividade total caiu "em sua maior proporção desde novembro de 2020".

"Com exceção dos meses afetados pela pandemia, o declínio foi o mais acentuado em mais de uma década", indica a análise, detalhando que a queda se acelerou tanto no setor industrial quanto no de serviços.

Enquanto isso, na Alemanha, a atividade no setor de serviços desacelerou ligeiramente, mas a produção industrial diminuiu "no ritmo mais rápido desde a onda inicial da pandemia de COVID-19". Como resultado disso, a atividade econômica no país caiu pelo terceiro mês consecutivo.

Já quanto ao "resto da zona euro, a atividade total permaneceu geralmente estável em setembro", segundo a S&P Global.

 

Ø  Pyongyang defende cooperação 'natural' com Rússia vizinha após protesto do presidente sul-coreano

 

Nesta segunda-feira (25), a Coreia do Norte acusou o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, de criticar sua cooperação com Moscou após a visita do líder norte-coreano Kim Jong-un à Rússia, dizendo que é "natural" e "normal" os países vizinhos manterem relações estreitas.

Yoon Suk-yeol, falando na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na semana passada, disse que, se a Rússia ajudar a Coreia do Norte a aprimorar seus programas militares em troca de assistência para o conflito ucraniano, isso seria "uma provocação direta".

A Coreia do Norte denunciou Yoon Suk-yeol por difamar sua cooperação amigável com a Rússia, dizendo que Yoon estava servindo como um "alto-falante" dos Estados Unidos, de acordo com a agência de notícias norte-coreana, KCNA.

"É bastante natural e normal que os países vizinhos mantenham relações estreitas entre si e não há razão para pôr tal prática em causa", segundo o comunicado.

O líder norte-coreano retornou ao seu país na semana passada após uma viagem de uma semana à Rússia, na qual ele e o presidente russo Vladimir Putin concordaram em reforçar a cooperação militar e econômica.

Autoridades norte-americanas e sul-coreanas expressaram preocupação com a possibilidade de a Rússia estar tentando adquirir munição da Coreia do Norte, enquanto Pyongyang busca ajuda tecnológica para seus programas nucleares e de mísseis.

Quaisquer atividades que auxiliem os programas militares da Coreia do Norte são proibidas pelas resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

"A política externa da RPDC [República Popular Democrática da Coreia] […] não estará ligada a nada, e suas relações de amizade e cooperação com os vizinhos próximos continuarão a se fortalecer", segundo o comunicado.

 

Ø  Exportações japonesas de frutos do mar para a China despencam após despejo de água de Fukushima

 

A queda ocorre a partir da decisão de Pequim de suspender as importações de produtos marinhos provenientes do Japão por conta do despejo de água contaminada no mar.

As importações chinesas de frutos do mar provenientes do Japão foram drasticamente reduzidas após as proibições impostas por Pequim em resposta à descarga de águas residuais da usina nuclear de Fukushima no oceano, informou esta segunda-feira (25) a emissora japonesa NHK, citando dados oficiais da Alfândega da China.

De acordo com os números, as importações de produtos marinhos da nação insular caíram 67% em agosto em comparação com o mesmo mês do ano anterior, representando quase US$ 20,2 milhões (R$ 100,2 milhões). Embora as sanções só tenham entrado em vigor no final do mês passado, os dados mais recentes indicam o efeito que elas já estão tendo na economia japonesa, uma vez que as empresas pesqueiras têm visto seus produtos se acumularem nas fábricas de processamento, onde 64% das suas exportações se destinavam para a China.

Em 24 de agosto deste ano, a operadora da usina de Fukushima, a Energia Elétrica de Tóquio (TEPCO, na sigla em inglês), começou a bombear mais de um milhão de toneladas de água para o mar, suscitando fortes críticas por parte de Pequim, que descreveu a medida como "extremamente egoísta" e "irresponsável".

A decisão chinesa de suspender todas as importações de frutos do mar japoneses, argumentando que o despejo representa um risco de contaminação radioativa, desencadeou uma disputa diplomática e aumentou as tensões entre os dois países.

A TEPCO e as autoridades japonesas asseguram que o derramamento – um processo que durará pelo menos 30 anos – não afetará o meio marinho nem a saúde humana, uma vez que a água é tratada para eliminar a maior parte das substâncias radioativas, exceto trítio, de forma completa. Contudo, o órgão de vigilância nuclear da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), afirma que o trítio é altamente diluído e os seus níveis estão dentro de limites de segurança.

 

Ø  Ministro das Finanças iraniano mantém encontro com seu homólogo egípcio pela 1ª vez em 10 anos

 

Nesta segunda-feira (25), o ministro da Economia e Finanças do Irã, Ehsan Khandouzi, realizou uma visita de trabalho ao Egito pela primeira vez em dez anos, reunindo-se com seu homólogo egípcio Mohamed Maait.

Ehsan Khandouzi, na reunião com seu homólogo, anunciou a disponibilidade do Irã para desenvolver a cooperação entre Teerã e o Cairo, especialmente nas áreas bancária e farmacêutica. O ministro das Finanças do Egito, por sua vez, expressou a prontidão de seu país para implementar as sugestões feitas pelo lado iraniano, de acordo com a agência iraniana IRNA.

"O Egito considera importante desenvolver relações com a República Islâmica do Irã e esperamos ver uma melhora nas relações entre os dois países em um futuro próximo", disse o ministro egípcio, segundo a IRNA.

Os laços diplomáticos entre o Irã e o Egito foram rompidos em 1980, após a revolução iraniana, quando o Egito concedeu asilo político ao xá iraniano Mohammad Reza Pahlavi. Além disso, as relações entre os dois países pioraram devido à assinatura de um acordo do Egito com Israel. As relações melhoraram a partir de 2010, mas não houve uma restauração oficial das relações.

Anteriormente, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã disse que Teerã está pronto para dar uma resposta "proporcional recíproca" a qualquer ação positiva do Egito para normalizar as relações entre os dois países. O embaixador iraniano em Moscou, Kazem Jalali, também informou que Teerã está trabalhando para normalizar as relações com Cairo, estando o trabalho sendo feito através dos canais diplomáticos.

No início de julho, delegações do Egito e do Irã se reuniram no Iraque para discutir a restauração da presença diplomática, de acordo com o canal de TV Al-Arabiya. Em agosto, representantes do setor privado do turismo do Irã e do Egito assinaram um acordo para desenvolver a cooperação no campo do turismo e implementar serviços aéreos.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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