Mundo corre risco de cair no abismo da 3ª guerra mundial, mas como
evitar isso? Especialista explica
O mundo corre o risco de cair no abismo de uma
terceira guerra mundial, afirmou o especialista em política externa e de defesa
da Rússia Sergei Karaganov, acrescentando que, se um conflito maior puder ser
evitado, o mundo poderá construir um sistema multipolar mais justo.
O desenrolar da crise ucraniana pode se tornar o
prólogo de um conflito maior e mais perigoso, segundo um artigo de Sergei
Karaganov, que será publicado no jornal Russia in Global Affairs (Rússia na
Política Global, em português).
"Na Ucrânia, finalmente enfrentamos os Estados
Unidos e Ocidente, mas até agora deixamos que eles tomassem a iniciativa em
questões de escalada. Eles expandem e aprofundam continuamente sua agressão,
fornecendo armas cada vez mais mortais e perigosas", segundo comunicou
Karaganov.
"A situação só vai piorar em um futuro
próximo. Cada novo apelo dos líderes ocidentais é mais insensato, imprudente e
ideologicamente carregado do que o anterior, o que o torna ainda mais perigoso
para o mundo. Eles estão deliberadamente alimentando a desintegração de suas
sociedades ao promover valores anti-humanos", acrescentou o especialista.
Enquanto isso, as modernas tecnologias de
informação e a Internet se tornaram uma ferramenta conveniente para manipular a
opinião pública.
"Mesmo agora, para combater os odiados russos,
centenas de milhares de ucranianos estão sendo enviados para a morte",
escreveu Karaganov.
"Obviamente, ainda mais pessoas estão morrendo
devido à destruição da infraestrutura e do sistema de saúde. Essas vítimas são
completamente esquecidas ou deliberadamente minimizadas. […] A russofobia
atingiu proporções quase sem precedentes, talvez comparáveis à maneira como os
nazistas tratavam os eslavos e os judeus", de acordo com ele.
·
Realinhamento global
Enquanto isso, o mundo está passando por uma
reestruturação, e o Ocidente está travando "uma última batalha desesperada
para manter seu domínio", afirmou o cientista russo.
"Há mudanças sísmicas na geopolítica,
geoestratégia e geoeconomia globais que estão ganhando impulso. Novos
continentes estão surgindo, e os problemas globais estão se agravando. O
surgimento de novas fontes de atrito e conflito é inevitável", escreveu
ele.
"Parece que a prevenção da catástrofe global,
a libertação de países e povos da hegemonia e dos hegemônicos, a defesa da
soberania do Estado e o ser humano e divino em cada pessoa é a missão de nosso
povo multiétnico russo na história mundial moderna", disse o cientista.
·
Como evitar uma catástrofe existencial?
A humanidade enfrenta uma tarefa existencial –
evitar a catástrofe da terceira guerra mundial, que se aproxima inexoravelmente
na próxima década, forçando o Ocidente, principalmente os Estados Unidos, a
recuar e se adaptar à nova realidade, segundo ele.
Para isso, é necessário forçar seu "Estado
profundo" a maximizar a renovação das elites governantes, cuja baixa
qualidade não atende aos desafios que a humanidade enfrenta hoje. O Ocidente em
queda pode arrastar todos com ele, inclusive seu "Estado profundo",
afirmou o cientista.
As elites ocidentais devem, mais uma vez, perceber
que o armagedon nuclear representa uma ameaça real para o mundo.
Além disso, ninguém no Ocidente deve se iludir e
acreditar que um conflito nuclear de "pequena escala" é aceitável e
que armas nucleares táticas podem ser usadas em uma zona de conflito. Se as
armas atômicas se tornarem "utilizáveis", "o medo sacramental
das armas nucleares desaparecerá", argumentou Karaganov.
Se o mundo conseguir evitar uma catástrofe global,
em duas décadas haverá uma chance de estabelecer um novo equilíbrio de poder e
"um sistema internacional muito mais justo, multicolorido e multicultural",
concluiu Karaganov.
Ø Soldados dos EUA estão 'pior que lixo' enquanto Casa Branca continua
jogando dinheiro na Ucrânia
Embora a administração Biden pareça ansiosa por
enviar bilhões de dólares para manter um Estado estrangeiro que luta em um
conflito armado longe das fronteiras dos EUA, pode-se verificar que os membros
das próprias Forças Armadas dos Estados Unidos têm de viver em condições
insalubres.
Uma equipa de inspetores do Escritório de
Contabilidade do Governo (GAO, na sigla em inglês) investigou 12 instalações
militares não especificadas nos Estados Unidos e entrevistou militares
norte-americanos sobre as condições em que vivem.
Em um relatório de 118 páginas produzido como
resultado desta inspeção, os investigadores do GAO concluíram que o Pentágono
não conseguiu fornecer a supervisão necessária para retificar os problemas que
descobriram.
Alguns dos militares dos EUA entrevistados
queixaram-se especificamente da água suja nos seus quartéis, que era
potencialmente imprópria para beber; outros mencionaram aquecedores e unidades
de ar condicionado avariados, sendo os militares afetados obrigados a lidar
eles próprios com esses problemas, obtendo climatizadores individuais.
Em um dos casos, que atraiu especial atenção de
pelo menos um meio de comunicação social dos EUA, funcionários de uma
instalação militar revelaram que "os militares são responsáveis pela
limpeza dos resíduos biológicos que possam permanecer em uma sala do quartel
após um suicídio".
Alguns dos edifícios inspecionados aparentemente não
tinham portas e janelas seguras, permitindo assim que invasores ocupassem
partes das estruturas em questão.
Os investigadores também documentaram exemplos
flagrantes de condições insalubres nos quartéis militares das instalações que
visitaram, incluindo canos de esgoto rachados, banheiros com esgoto
transbordando, mofo e pragas.
Um porta-voz do GAO disse a um meio de comunicação
dos EUA que os problemas detalhados no relatório são o resultado de negligência
crônica e subfinanciamento, já que os oficiais militares "optaram por
gastar recursos limitados em instalações consideradas de maior prioridade do
que com quartéis devido à sua ligação com capacidades operacionais e prontidão
para missões", disse.
O secretário adjunto de defesa dos EUA para
energia, instalações e meio ambiente, Brendan Owens, também teria criticado o
Departamento de Defesa dos EUA, que ele diz "ter, em muitos casos, falhado
em cumprir o nosso papel de garantir habitação" para o pessoal militar dos
EUA.
Entretanto, a congressista republicana dos EUA,
Marjorie Taylor, descreveu esta situação como "ultrajante" e insistiu
que não tem intenção de votar sobre o financiamento do conflito ucraniano
enquanto as tropas americanas "são tratadas pior do que lixo".
"O Departamento de Defesa de Biden tem membros
do serviço militar dos EUA vivendo na sujeira e na miséria em nossas próprias
bases enquanto exigem mais dinheiro para a Ucrânia!" ela escreveu em uma
postagem nas redes sociais esta semana.
Estas revelações vêm à tona quando a administração
Biden procura a aprovação do Congresso para um financiamento adicional de US$
24 bilhões (cerca de R$ 118,4 bilhões) para apoiar Kiev, depois de ter gasto
mais de US$ 100 bilhões (aproximadamente R$ 493,5 bilhões) em dinheiro dos
contribuintes em fornecimentos à Ucrânia.
Ø Promessa de Zelensky de contraofensiva no inverno é 'ilusão', diz
analista militar
Vladimir Zelensky afirma que vai manter sua
"contraofensiva" durante o outono e o inverno. No entanto, será que
Kiev possui recursos suficientes?
O presidente ucraniano já afirmou repetidamente que
cometeu um erro no ano passado quando suspendeu os avanços militares após
supostamente reconquistar territórios. Em fala recente depois de reuniões no
Capitólio e na Casa Branca, Zelensky prometeu seguir lutando durante o outono e
o inverno deste ano, com o intuito de tomar o controle de diversas cidades, em
especial Artyomovsk (Bakhmut, em ucraniano).
Contudo, para o jornalista militar e redator-chefe
adjunto da revista Literaturnaya Rossia, Aleksei Borzenko, as promessas de
Zelensky não são nada mais do que uma "ilusão".
"Quem vai atacar? Nos últimos dois ou três
meses, o Exército russo esmagou um grande número de soldados [ucranianos],
veículos blindados e obuseiros. Então quem vai atacar? Essa questão é muito importante.
Quem eles vão enviar para a linha de frente?", questionou Borzenko em
entrevista à Sputnik.
É improvável que o Exército ucraniano consiga
desenvolver alguma nova estratégia ofensiva, segundo o especialista. Eles já
teriam utilizado táticas ocidentais e soviéticas contra as posições da Rússia,
atacando as defesas russas em grandes e pequenos grupos, mas acabaram sempre
atolados e sofreram perdas pesadas, sem conseguir progredir.
Do mesmo modo, é pouco provável que eles utilizem
os tanques oferecidos pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) nos
próximos meses, uma vez que esses veículos blindados pesados não foram feitos
para condições climáticas extremas, continuou Borzenko, que sugeriu que o
Exército ucraniano utilizará o que resta de seu arsenal de tanques T-72 da era
soviética.
"Que outra arma [poderia ser usada]? Eles
estão esperando pela aviação, mas o [caça] F-16 não mudará muito", disse
Borzenko. "[As forças russas] vão caçá-los e abatê-los. Eles também
precisam dos F-16, não para realizar batalhas aéreas na linha de frente, mas
para lançar mísseis táticos. Esses são todos os mísseis mais recentes que
receberam em poucos meses, e estão aguardando os ATACMS."
Ainda assim, Zelensky repete em suas entrevistas
recentes que esses mísseis de longo alcance serão usados para atingir
"alvos profundos" no território russo. Isso se encaixa na tática
terrorista de Kiev de lançar ataques contra zonas civis, centrais nucleares e
instalações de infraestrutura da Rússia, pontua o especialista.
Ainda de acordo com Borzenko, no que diz respeito
ao campo de batalha, os ucranianos não têm munição suficiente e esperam receber
mais projéteis de 155 mm da OTAN. Suas reservas de munições de 152 mm também se
esgotaram.
"Quantos projéteis de 152 mm eles ainda têm?
Eles os recebem dos países do antigo Pacto de Varsóvia. Esses ainda são
estoques antigos, da década de 1980."
Ø Apoio da Europa à Ucrânia começa a perder força com chegada das
eleições
O apoio de alguns países europeus à Ucrânia começa
a perder força com a aproximação das eleições em diversas capitais da UE.
Além disso, alguns países enfrentam políticas
problemáticas internas, observou o portal Politico.
A mídia destaca o caso da Polônia, onde o
primeiro-ministro do país, Mateusz Morawiecki, anunciou que deixaria de
fornecer novas armas à Ucrânia, após uma disputa com o governo de Zelensky por
causa da exportação de grãos ucranianos.
De acordo com a mídia, a medida polonesa estaria
diretamente ligada às eleições que se aproximam no país e, caso a medida não
fosse tomada, certamente o primeiro-ministro poderia perder os votos de cem mil
agricultores poloneses por conta da Ucrânia.
Além da Polônia, a Estônia também revelou sua
verdadeira face, depois de a primeira-ministra Kaja Kallas sofrer um golpe em
sua credibilidade devido a um escândalo envolvendo a empresa de seu marido, que
supostamente estava fazendo negócios com a Rússia.
A Eslováquia, um dos maiores defensores da Ucrânia,
e onde as eleições devem ocorrer em 30 de setembro, também pode abandonar a
qualquer momento seu entusiasmo quanto à Ucrânia, uma vez que inclusive, há
candidatos fazendo campanha pró-Rússia e contra os norte-americanos.
E por último, a Hungria, que deve manter o
primeiro-ministro, Viktor Orbán no poder, visto que seu partido segue recebendo
fortes apoios.
Sendo assim, a Europa demonstra que está ficando
cada vez mais disposta a abandonar as exigências ucranianas, para evitar
colocar em jogo seus interesses internos e suas economias.
Ø Armas ocidentais acabam nas mãos de máfia ucraniana e deixam Zelensky
sob ameaça, diz mídia
Com o início da operação especial russa, os países
da OTAN e da UE forneceram bilhões de dólares em armas ao governo de Zelensky,
o que está enriquecendo os grupos mafiosos do país, afirmou o Journal de la Corse.
A mídia destaca que o crime organizado e a
influência da máfia na Ucrânia estão se tornando um perigo significativo para o
país.
Parte das armas ocidentais fornecidas à Ucrânia foi
vendida por mafiosos para os jihadistas e o Daesh (organização terrorista
proibida na Rússia e em diversos países), ressalta a mídia.
Além disso, o jornal menciona diversas atividades
criminosas, como o tráfico de drogas, tráfico de pessoas e corrupção,
realizados por poderosas redes criminosas.
O artigo ainda enfatiza que a presença da máfia no
país terá um impacto cada vez mais negativo na economia, política e sociedade
ucraniana.
De acordo com informações da inteligência
ocidental, o tráfico de armas na Ucrânia está aumentando rapidamente, e o
presidente Vladimir Zelensky nada mais pode fazer a não ser "fechar os
olhos" para este e outros problemas, como a corrupção que está tomando
conta do país.
Sendo assim, o governo de Zelensky terá que lidar
com um novo conflito, desta vez envolvendo a ameaça islâmica e funcionários corruptos.
Ø Ocidente dá 'luz verde' a Kiev para usar armas fornecidas contra a
Crimeia, diz mídia
Os aliados ocidentais deram "luz verde"
para Kiev usar o armamento recebido em ataques contra a república da Crimeia,
escreve o jornal espanhol El País.
"A Ucrânia abriu uma nova frente da guerra na
Crimeia. [...] Os aliados da OTAN deram luz verde para uso do armamento que foi
fornecido por eles", observa o jornal, acrescentando que Kiev usa os
mísseis de cruzeiro anglo-franceses Storm Shadow recentemente recebidos em seu
arsenal.
O Storm Shadow é um míssil de cruzeiro de 1,3
tonelada, 5,1 metros de comprimento e 0,4 metro de diâmetro com ogiva em tandem
de 450 kg projetada para penetrar fortificações, destruir instalações
industriais e nós ferroviários, colunas de veículos e tropas e, em sua variante
antinavio, embarcações inimigas.
Ao mesmo tempo, o jornal destaca que o ataque a
Sevastopol na sexta-feira (22) foi realizado por este tipo de míssil.
El País observa que a aprovação ocidental é uma
mudança significativa no cenário, "porque ainda há alguns meses
Washington, Berlim ou Paris consideravam a Crimeia uma linha vermelha que
poderia levar a uma escalada ainda maior do conflito".
O Quartel-General da Frota do Mar Negro da Rússia
foi alvo de um ataque de mísseis da Ucrânia contra a cidade de Sevastopol na
semana passada (22). Ao mesmo tempo, os meios de defesa antiaérea, ao repelir o
ataque, abateram cinco mísseis, informou o Ministério da Defesa da Rússia.
Ø Embaixada da Polônia em Pequim remove bandeira ucraniana antes hasteada
como sinal de solidariedade
Anteriormente, Varsóvia impôs uma proibição
indefinida à importação de produtos agrícolas de Kiev, o que causou uma reação
negativa entre as autoridades ucranianas. A Ucrânia entrou com uma ação na
Organização Mundial do Comércio (OMC), à qual a Polônia respondeu suspendendo
as entregas de armas novas.
Ainda em junho, a embaixada polonesa na China
postou um vídeo no Weibo (rede social chinesa), datado do final de maio deste
ano, onde uma faixa em apoio à Ucrânia é exibida na fachada do edifício.
O vídeo foi feito dez dias depois que o Ministério
das Relações Exteriores chinês pediu para não usar as fachadas de seus
edifícios para "propaganda política". Mas a bandeira desapareceu da
frente do prédio só agora.
As relações entre Polônia e Ucrânia vêm se
deteriorando nas últimas semanas. A rusga teve início quando a Polônia decidiu
descumprir a decisão da Comissão Europeia de suspender o embargo aos grãos
ucranianos.
Os governos de Polônia, Hungria e Eslováquia afirmaram
que não vão cumprir a decisão, como forma de proteger a agricultura de seus
países, afetados pela crise gerada pela entrada em massa de grãos ucranianos.
A situação piorou após Zelensky criticar a decisão
da Polônia em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, quando afirmou que o
apoio de seus aliados do leste não passava de um "teatro político".
Para alguns analistas, as rusgas com a Polônia,
antes uma ferrenha aliada da Ucrânia, são um sinal de que o regime de Kiev
começa a perder apoio no Ocidente.
Fonte: Sputnik Brasil
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