“Moro tem que ser recolhido a uma penitenciária”, diz Roberto Requião
O ex-senador e ex-governador Roberto Requião gravou
um vídeo em que defendeu a prisão do ex-juiz suspeito, hoje senador, Sergio
Moro. “Moro se valia da corrupção endêmica para criminalizar a política e
estava claramente a serviço de interesses entreguistas. Perdeu completamente a
compostura”, disse ele.
Requião afirmou que ele primeiro deve se
arrepender, confessar e depois receber uma penitência exemplar. Em seguida,
disse o ex-senador, Moro tem que ser recolhido a uma penitenciária. “Talvez a
uma penitenciária privada que está sendo construída pelo governo Eduardo Leite,
em parceria com o governo Lula. Talvez uma penitenciária privada administrada
pelo PCC. Aí teríamos o PCC protegendo o entreguista”, afirmou, com uma ponta
de ironia.
Onde
estão os 625 milhões da Camargo Corrêa “embolsados” pela Lava Jato?
A decisão do ministro Dias Toffoli considerando a
prisão de Lula um “erro judiciário histórico” e declarando “imprestáveis” as
provas extraídas dos sistemas da Odebrecht, joga uma pá de cal sobre inúmeros
processos da operação Lava Jato e lança luz sobre possíveis ilegalidades
cometidas em outros acordos de leniência.
Nesta semana, o Tribunal de Contas da União
reconheceu irregularidades na destinação de recursos oriundos de acordos de
leniência e delação premiada pelo Ministério Público, ressaltando a falta de
transparência e controle. A “gestão caótica” de dinheiro obtido pela Lava Jato
a partir dos acordos de colaboração também foi apontada em relatório parcial do
Conselho Nacional de Justiça. O Conselho Nacional do Ministério Público também
investiga os acordos.
• O
paradeiro dos 625 milhões
Um dos mistérios a serem resolvidos envolve o
acordo de leniência da Camargo Corrêa. Assinado por figuras como o
ex-procurador Deltan Dallagnol e seu então colega Diogo Castor de Mattos, o
acordo feito pela Procuradoria do Paraná tinha uma cláusula curiosa, que destinava
89% do valor da multa cível de 700 milhões de reais para a “Operação Lava
Jato”.
Ou seja, a “Lava Jato” estabeleceu no acordo que
embolsaria 625 milhões de reais. O acordo foi homologado por Sergio Moro, que
sequer tinha competência para arbitrar multa cível. Em 2019, a CGU e a AGU
celebraram outro acordo, de 1,4 bilhão de reais, com a Camargo Corrêa. Mas não
se sabe se, no intervalo entre um e outro acordo, a empreiteira executou a
multa em contas controladas por Moro.
Portanto, não está claro se a “Lava Jato” recebeu
parte ou a totalidade desses 625 milhões de reais, onde foram depositados e
qual destinação que foi dada. Procurada via assessoria de imprensa, o
Ministério Público Federal no Paraná não respondeu a reportagem. A defesa da
Camargo Corrêa não quis comentar o assunto. O espaço segue aberto.
• Segredo
de Justiça
Quando assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba, o
juiz Eduardo Appio tratou de levantar o segredo de Justiça. Segundo o Conjur,
Appio chegou a fazer fez um levantamento que questiona o paradeiro de 3 bilhões
de reais decorrentes dos acordos da Lava Jato. Mas após seu afastamento por
causa do caso Malucelli, o novo juiz Murilo Scremin Czezacki devolveu o sigilo
novamente.
O que se sabe é que a multa deveria ser paga em até
nove parcelas anuais e já se passaram oito anos desde sua homologação.
O caso deverá ser analisado pelo CNJ, que faz uma
correição na 13ª Vara e no TRF-4, assim como pelo CNMP. As investigações miram,
sobretudo, a verba bilionária que a Lava Jato pretendia injetar em uma
“fundação” a ser gerida com ajuda da Transparência Internacional. O plano
nebuloso foi abordado pelo STF.
O jurista Pedro Serrano, consulta pelo GGN, afirmou
que os acordos na Lava Jato são recheados de falhas e irregularidades a serem
investigadas.
“Esses acordos de leniência, conforme inclusive
aponta o primeiro relatório parcial da correição do CNJ, tiveram uma série de
ilegalidades das mais variadas formas e naturezas. Uma delas é a atribuição de
recursos públicos para uma fundação privada a ser constituída e dirigida pelas
pessoas físicas dos procuradores, né? É algo muito grave. Isso é uma
apropriação privada de dinheiro público”, explicou.
• Transgressões
do MPF
A construtora Camargo Corrêa, com mais de 80 anos
de atuação nas áreas de energia, saneamento, mineração, óleo e gás, portos,
aeroportos, rodovias, sistemas de transportes e construções industriais, no
Brasil e no exterior, foi uma das empresas investigadas na Lava Jato. A
propósito, foi a segunda a cooperar com as investigações, depois da Setal.
Tudo começou em 2014, quando a Polícia Federal deu
início aos mandados de prisão. O ex-presidente do conselho administrativo da
construtora, João Auler, e o então presidente, Dalton Avancini e seu vice,
Eduardo Leite, foram presos por suspeita de crime em cartel em licitações da
Petrobras, delataram e deixaram a prisão em 2015. Auler se recusou e foi
condenado por Moro a 9 anos de prisão.
Após as delações, começaram os acordos de leniência
que sequer poderiam ter sido protagonizados pelo MPF. O próprio TRF-4 – que
costumava chancelar as decisões de Moro – reconheceu isso em 2019. Na sequência
da Setal, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht e a J&F
Investimentos.
Serrano frisou a “política estabelecida pela Lava
Jato, de coação das pessoas a delatarem Lula, quer dizer, todo mundo sabia que
se delatasse Lula ou alguém do PT, tinha mais chance de ser aceita a leniência
ou a delação”.
A Vaza Jato mostrou que, no caso da Camargo Corrêa,
houve interferências por parte de Moro, que impôs aos executivos que cumprissem
pena por pelo menos 1 ano em regime fechado. Com o reforço da imposição feita
por Dallagnol, os delatores ficaram, então, um ano em prisão domiciliar.
• O
histórico de acordos
>>> Cade
O primeiro acordo foi fechado pela Camargo Corrêa
em meados de 2015 com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Trata-se de um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) no valor de 104 milhões
de reais. Diferentemente do acordo de leniência, o TCC não extingue a punição
completa.
A Camargo Corrêa admitiu, então, junto a dois
executivos – Leite e Avancini – o crime de cartel em licitações da Petrobras,
além de prestar informações para o caso Angra 3 e Eletronuclear.
Em nota, a empresa disse ter firmado o termo “em
processo de apuração de condutas anticompetitivas no mercado de obras civis e
montagens industriais no setor de óleo e gás onshore no Brasil. Esse acordo é
consequência da decisão da Administração da empresa de colaborar com as
investigações para identificar e sanar irregularidades, além de seguir
aprimorando seus programas internos de controle e compliance”.
>>>> MPF-DF
Um outro acordo mais sóbrio foi firmado em 2018, em
agosto, pelo Ministério Público Federal no Distrito Federal, quando a empresa
já tinha se dividido em duas. A Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A
(CCCC), que ficou com as obras que já estavam em andamento e as pendências da
Lava Jato, e a Camargo Corrêa Infra, que ficou com os novos projetos.
“Nos termos do relatado no Histórico da Conduta
anexo ao Acordo de Leniência firmado com o Cade e o MPF, esclarece-se que a
conduta perpetrada pela Colaboradora teve por objetivo assegurar vantagens, que
foram afinal concretizadas no êxito na Concorrência nº 02/2007 para a
contratação da execução das obras e serviços de engenharia de construção do
novo edifício sede do Tribunal Regional Federal da Primeira Região”.
>>> AGU e CGU
Em 2019, em seu último acordo de leniência, o valor
pactuado foi de 1,396 bilhão de reais. Assinado pela Controladoria-Geral da
União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) com um valor que supera todos os
outros, o prazo para o pagamento da multa pela Camargo Corrêa foi estendido até
2038, com correção da Selic.
Com uma rota melhor delineada, os recursos serão
destinados à União e às entidades lesadas. Mais de 330,3 milhões de reais por
propinas; 905,9 milhões de reais por influência em contratos fraudulentos; 36,2
milhões de reais por multa administrativa – Lei Anticorrupção – e 123,6 milhões
de reais por multa civil – Lei de Improbidade Administrativa.
Até agora, sabe-se que a Camargo Corrêa devolveu
235,6 milhões de reais diretamente à Petrobras, conforme divulgado pela própria
estatal em novembro do ano passado.
Delatores
da Lava Jato tentam reverter delações
Os acordos de delação premiada, que voltaram ao
debate político no país com a colaboração firmada pelo ex-ajudante de ordens de
Jair Bolsonaro (PL), deixaram um rastro de queixas e até de arrependimento por
parte de seus participantes na Lava Jato, operação na qual esse tipo de compromisso
foi um pilar das investigações.
Alvos de peso da operação que assinaram os acordos
anos atrás agora ou tentam rever as obrigações impostas no passado ou fazem
críticas às circunstâncias da época em que aceitaram colaborar com as
autoridades. Nessa lista, estão ex-executivos da empreiteira Odebrecht,
políticos e até um dos pivôs da operação, o doleiro Alberto Youssef.
Um advogado que defendeu réus no escândalo na
Petrobras afirmou à reportagem que os acordos tinham sido firmados dentro de
uma ideia de que os processos eram regulares, mas que hoje se tem ciência de
possíveis irregularidades que “lá atrás não se tinha”.
A Lava Jato sofreu uma série de desgastes nos
últimos anos, como a revelação de conversas no aplicativo Telegram que
mostraram colaboração e proximidade entre procuradores e o então juiz Sergio
Moro.
Um dos primeiros acordos de colaboração da
operação, o de Youssef, agora é alvo de protesto de sua própria defesa, que
questiona se a iniciativa de colaboração foi mesmo espontânea.
Para isso, os advogados tentam explorar um episódio
de gravação de conversas na carceragem da PF em Curitiba, que consideram não
ter sido devidamente esclarecido. Também foram ao STF com um pedido de
providências acusando o ex-juiz Moro, hoje senador pela União Brasil-PR, de
intromissão indevida no caso das escutas —o que o parlamentar nega.
Fora do regime fechado desde 2016, o delator ainda
precisa usar tornozeleira eletrônica.
O acordo do doleiro foi firmado em plena campanha
eleitoral de 2014 e incendiou o clima político do país em situação que de certa
forma lembra o ocorrido neste mês com Mauro Cid. O ex-ajudante de ordens de
Bolsonaro teve sua delação homologada no último dia 9 pelo ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
A medida criou expectativa em Brasília sobre
eventuais relatos envolvendo o ex-presidente, que é investigado em diferentes
frentes, como em inquérito sobre a venda no exterior de joias presenteadas à
Presidência.
Cid chegou a relatar à PF uma consulta feita por
Bolsonaro a militares da alta cúpula na época sobre uma minuta de golpe após as
eleições.
A delação de Cid foi assinada após ele ter ficado
quatro meses preso por ordem de Moraes. Críticos dos mecanismos de colaboração
premiada afirmam que essas circunstâncias estimulam relatos pouco consistentes.
Na Lava Jato, as tentativas de rever os
compromissos ocorrem em meio à completa mudança de cenário na operação. Antes,
as prisões preventivas (sem prazo determinado) impostas a partir de Curitiba
eram referendadas por outros tribunais, e um acordo de colaboração acabava
sendo encarado como a via mais rápida para deixar o cárcere.
Hoje, com a derrocada da Lava Jato e o fim da
prisão de réus condenados em segunda instância, a possibilidade de voltar ao
cárcere é exígua, mas as obrigações dos acordos, como restrição de direitos e
pagamento de multas, permanecem.
O marqueteiro João Santana, por exemplo, fechou
acordo de delação em 2017 e ainda precisa cumprir serviço comunitário. Até 2032
ele e a mulher terão obrigações como apresentar à Justiça relatórios de
atividades desenvolvidas. À Folha, em maio, ele se referiu à investigação como
uma “cruzada de absurdos que foram cometidos contra mim”.
Segundo o Ministério Público Federal, foram
firmados só em Curitiba 209 acordos de colaboração premiada desde que a
operação foi deflagrada, em 2014.
Com o passar do tempo, mais delatores passaram a
vir a público para se queixar das autoridades da operação, como o ex-ministro
petista Antonio Palocci e o ex-deputado federal do PP-PE Pedro Corrêa.
Em maio, advogados de Palocci informaram à Vara
Federal de Curitiba sobre a disposição dele de falar sobre “erros da Lava
Jato”, contribuir para um sistema de Justiça “mais garantista” e detalhar o
contexto em que optou pela delação.
O pedido de audiência chegou a ser aceito pelo juiz
Eduardo Appio, crítico dos métodos da Lava Jato e hoje afastado do posto, mas o
depoimento acabou não acontecendo por ordem da segunda instância.
Na fila das reclamações sobre a delação premiada
também está o ex-deputado federal pelo PP-PE Pedro Corrêa, que ficará em prisão
domiciliar até fevereiro de 2024. O ex-parlamentar fez descrição sobre
irregularidades que inclusive consta na famosa sentença do caso tríplex, que
levou o hoje presidente Lula (PT) à prisão em 2018.
Também envolvido em antigos processos do atual
presidente, o empresário Emílio Odebrecht encontrou outra maneira de mostrar
sua indignação com o acordo de colaboração: publicou neste ano um livro chamado
“Uma Guerra contra o Brasil”, no qual relatou que havia “insuportável
sofrimento físico e mental” imposto por autoridades da operação, e que “poucos
conseguiram resistir”.
Emílio, que não chegou a ser preso, chamou a Lava
Jato de “fábrica de delações” e disse que, quem não oferecesse relatos de
relevância era ameaçado com prisões e processos.
O ex-procurador Deltan Dallagnol ironizou em maio
nas redes sociais as declarações de Emílio e publicou vídeo em que o empresário
dá risada durante depoimento.
Outro dos delatores da Odebrecht, Alexandrino
Alencar, que era tido como elo da empreiteira com Lula, fez relato em
documentário lançado em 2022 no qual disse: “Era uma pressão em cima da gente.
E aí estava nítido que a questão era uma questão com Lula. Queria saber do
irmão do Lula, do filho do Lula, palestras do Lula”.
Também fala que houve manipulação para delação o
ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Réu da Lava Jato que ficou mais tempo
detido —seis anos ao todo—, ele firmou um acordo de colaboração diretamente com
a PF.
Seus depoimentos, homologados pelo STF no início de
2020, traziam acusações inclusive ao ministro Dias Toffoli. Porém o Supremo
decidiu, em 2021, declarar inválida a colaboração. O caso do ex-governador foi
relembrado pelo procurador-geral Augusto Aras, após a delação de Mauro Cid,
como um exemplo negativo de um acordo sem participação do Ministério Público.
Em entrevista à Folha em março, Cabral disse que
firmou o compromisso porque estava “completamente arrasado”.
“Já estava há quase três anos preso e fui
manipulado. Graças a Deus o Supremo tornou ela inválida. Reitero aqui o pedido
de desculpas às pessoas citadas.”
Delatores também resolveram peticionar no
procedimento aberto em 2020 no STF pela defesa do presidente Lula, no qual o
mandatário obteve cópias de mensagens hackeadas de procuradores e a invalidação
de provas da Odebrecht.
Foram os casos do ex-diretor da Petrobras Nestor
Cerveró e do empreiteiro Salim Schahin, que agora acusam as autoridades da
operação de irregularidades.
A defesa de Cerveró disse que práticas adotadas na
Lava Jato “estão em xeque” e que as mensagens mostravam “conluio
institucionalizado e perene do ex-juiz Moro e membros da força-tarefa”.
A acusação de combinação ilegal é negada pelas
autoridades da operação, que dizem não reconhecer a autenticidade das conversas
hackeadas.
A equipe do Ministério Público também sempre negou
que tenha havido irregularidades nos procedimentos de negociação de delações.
Repetiu com frequência que os acordos previam a obrigação dos participantes de
dizer a verdade, sob pena de rescisão e perda dos benefícios concedidos.
Precedente
de Deltan no CNJ pode abrir caminho para cassação de Moro
Ao mandar investigar o senador Sergio Moro
(União-PR), o ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça,
começa a pavimentar o caminho para uma possível cassação do mandato do ex-juiz
da Operação Lava Jato com base no mesmo precedente que deixou o ex-deputado
Deltan Dallagnol (Podemos-PR) inelegível.
Dallagnol foi cassado pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). Os ministros usaram como base para a decisão o trecho da Lei da
Ficha Limpa que proíbe magistrados e membros do Ministério Público de pedirem
exoneração para disputar eleições se tiverem processos administrativos
pendentes. O TSE entendeu que Dallagnol se desligou do Ministério Público
Federal com quase um ano de antecedência da eleição, antevendo que os
procedimentos disciplinares a que respondia poderiam colocar em risco sua
futura candidatura.
Na decisão que mandou investigar Sergio Moro, o
corregedor afirma que o Conselho Nacional de Justiça, órgão que administra o
Poder Judiciário e conduz processos disciplinares, 'busca impedir que
magistrados deixem a carreira para se livrar de eventuais punições
administrativa e disciplinar'. "À época do pedido de sua exoneração, Moro
respondia a cerca de 20 procedimentos administrativos no CNJ", afirmou.
O Conselho Nacional de Justiça vai investigar se
Sergio Moro usou a magistratura com fins político-partidários. Se o CNJ
concluir que houve infração, pode comunicar ao Tribunal Superior Eleitoral para
os ministros tomarem medidas que julgarem cabíveis.
Procurado pela reportagem, o senador informou que o
TSE já rejeitou a hipótese quando homologou o registro de sua candidatura.
Fatos novos, no entanto, podem levar o tribunal a rediscutir o caso.
Dallagnol
é notificado a pagar R$ 130 mil por foto usada sem autorização
O ex-deputado federal Deltan Dallagnol pode ter
novos problemas com a Justiça. Ele recebeu uma notificação extrajudicial por
ter usado indevidamente material fotográfico de autoria do jornalista Eduardo
Matysiak.
O profissional pede R$ 130 mil de direito de
imagem. Caso Dallagnol não pague, a questão deverá se transformar em processo
judicial.
A foto em questão ilustrava postagens em que o
ex-procurador da Lava Jato criticava o site Intercept Brasil, dizendo que a
série jornalística Vaza Jato era um "conjunto de fofocas". À época,
as reportagens mostraram conluio entre Dallagnol e Sergio Moro.
Em outra publicação, com a mesma foto, Dallagnol
usou um editorial da Gazeta do Povo, de 20 de janeiro de 2022, em que se
defende do processo do presidente Lula (PT) contra a apresentação do Power
Point que atacou o petista.
Segundo o advogado Pedro Nunes, responsável pelo
perfil @direitoefotografia e que assina a notificação, ainda não existe um
processo judicial. “Porém, trata-se de obra protegida pela legislação atual e
em momento algum foi realizado qualquer contato com o autor da fotografia para
que o mesmo autorizasse a exploração de sua obra”, destaca a notificação
judicial de Matysiak, recebida pela defesa de Dallagnol.
“A obra do fotojornalista Eduardo Matysiak foi
utilizada para promoção pessoal do ex-deputado sem a autorização expressa do
mesmo, editada e sem crédito. A violação dos direitos morais e patrimoniais
daquela obra fotográfica ensejou a notificação extrajudicial para que o
fotojornalista seja reparado pelas violações mencionadas, nos termos da Lei
9.610/98 - Lei de Direitos Autorais”, acrescenta o advogado.
Fonte: Brasil 247/Jornal GGN/FolhaPress/Agencia
Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário