Brasil pode usar cooperação com Índia para modernizar defesa com
sistemas de mísseis e artilharia
O jornal Financial Express ressaltou que a busca do
Brasil por capacidades militares avançadas teve um progresso significativo após
o país demonstrar interesse pelos equipamentos da Índia.
De acordo com a mídia, o comandante do Exército
brasileiro, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, realizou na quinta-feira
(31) uma visita estratégica às instalações da Bharat Eletronics, em Bangalore.
A visita confirmou o interesse do Brasil em
adquirir os sistemas de mísseis terra-ar Akash de última geração, bem como em
armas e equipamentos fabricados pela Índia.
A colaboração entre os dois países marca um novo
nível no reforço das capacidades de defesa do Brasil.
Citando fontes diplomáticas, a mídia relata que a
visita brasileira foi fruto das intenções de o país reforçar sua infraestrutura
militar, e que, além do interesse pelo sistema de mísseis Akash, os brasileiros
também estariam interessados nos obuseiros de 155 milímetros e no desenvolvimento
de um sistema de artilharia autopropulsado sobre rodas.
O sistema de defesa antiaérea Akash, desenvolvido
pela Índia, foi projetado para neutralizar ameaças provenientes de diversas
altitudes e condições climáticas, com elevada flexibilidade tática devido à
compatibilidade com veículos de alta mobilidade.
<><> Brasil se torna 1º país a exportar
carne de frango para o mercado israelense
Israel é um dos maiores consumidores de frango do
mundo, e abertura do mercado traz grande oportunidade para o Brasil, país líder
em exportações do produto.
O Brasil se tornou nesta sexta-feira (1º) o
primeiro país do mundo a exportar carne de frango para o mercado israelense.
Segundo comunicado do Ministério da Agricultura e
Pecuária, desde o início da semana representantes da pasta estão em Israel para
traçar um plano detalhado das exportações. Eles mantiveram reuniões com
autoridades sanitárias locais e visitaram estabelecimentos voltados à produção
de frango kosher para coletar informações sobre o processo de produção. O termo
"kosher" é utilizado para designar a forma correta de abate e
produção, adequada aos preceitos do judaísmo. Segundo o comunicado, as
exportadoras brasileiras de carne de frango para Israel devem aderir ao
processo.
A abertura do mercado israelense ao frango
brasileiro é anunciada como um atestado do nível de credibilidade e confiança
do sistema agropecuário brasileiro. Israel é um dos maiores consumidores
mundiais per capita de carne de frango e tem uma grande demanda por cortes como
peito e shawarma (fatias finas para consumo assado).
A alta demanda israelense é oportuna para a
economia brasileira, uma vez que o Brasil é o maior exportador de carne de
frango do mundo. Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal
(ABPA), as exportações brasileiras de carne de frango totalizaram 2,629 milhões
de toneladas no primeiro semestre de 2023. A cifra é 8,5% superior às vendas
internacionais realizadas no mesmo período de 2022, que somaram 2,423 milhões
de toneladas. A receita acumulada com a venda de frango no primeiro semestre
deste ano chegou a US$ 5,168 bilhões (cerca de R$ 25,5 bilhões), 9,3% acima do
registrado no mesmo período do ano anterior.
Em nota, a ABPA celebrou o comunicado do Ministério
da Agricultura. "Há boas expectativas quanto ao fluxo de exportações para
este mercado, que projeta um aumento na necessidade de consolidação de
parceiros para complementar a oferta local de produtos, para o fornecimento em
um segmento específico, o kosher. É mais uma conquista relevante sob a liderança
do ministro Carlos Fávaro, ampliando a presença internacional da carne de
frango do Brasil", escreveu o presidente da associação, Ricardo Santin.
Ø China investe alto no Brasil para liderar indústria de veículos
elétricos na América do Sul
A gigante automotiva chinesa BYD anunciou a
instalação de uma fábrica no Brasil para o desenvolvimento de veículos
elétricos para o mercado sul-americano.
Em entrevista à Sputnik, o analista Germán Mangione
afirma que a China levará a inovação, enquanto a região fornecerá o lítio.
A empresa Build Your Dreams (BYD) anunciou a
abertura de três fábricas para a produção de veículos elétricos e híbridos em
Camaçari, no estado da Bahia.
A gigante da indústria automotiva chinesa pretende
liderar a indústria da "mobilidade sustentável", investindo R$ 3
bilhões.
As fábricas produzirão chassis para ônibus e
caminhões elétricos, bem como veículos híbridos e elétricos, com uma capacidade
de produção de 150 mil unidades anuais.
Uma das unidades será dedicada à transformação de lítio
e fosfato de ferro para a fabricação de baterias, cujas operações devem ser
iniciadas no segundo semestre de 2024.
"A BYD já é uma das maiores fabricantes de
veículos elétricos do mundo, junto a Tesla. Sua chegada ao Brasil vai
consolidar a empresa como uma das mais importantes da América do Sul",
explicou o jornalista argentino e diretor do Observatório de Atividade dos
Capitais chineses na Argentina e América Latina, Germán Mangione.
O especialista indicou que somente 2,5% dos
veículos vendidos no Brasil são híbridos ou elétricos.
"Em 2030, a tecnologia poderá representar
apenas 7% das vendas de veículos leves. Pensando na média mundial de 37%, ainda
é um mercado pequeno", ressaltou.
Mangione também observou que com o investimento, a
empresa chinesa indica que vai transferir cada vez mais a tecnologia instalando
fábricas da América do Sul, quando "dominadas as tecnologias básicas, como
as baterias, motores elétricos, controladores eletrônicos e semicondutores a
nível automotivo".
A região conta com o triângulo do lítio, onde
Argentina, Bolívia e Chile abrigam 56% das reservas deste metal, peça-chave
para as baterias elétricas e mobilidade elétrica.
"Devemos pensar nas vantagens comparativas que
a China encontra na América Latina desde essa perspectiva da cadeia integral, e
não a partir do mercado interno. [...] Os recursos naturais estão em nossos
territórios e há infraestrutura para extraí-los e exportá-los. O custo do
trabalho caiu, enquanto aumentou na China. Sendo assim, é conveniente se
instalar aqui", adicionou.
Mangione também reconheceu que a nova posição de
liderança regional do Brasil e sua diplomacia em destaque no BRICS ajuda a
trazer estes tipos de investimentos chineses à região.
"Seguramente, no equilíbrio geopolítico deste
novo 'multilateralismo de dois blocos', a China tinha preferência por
impulsionar seus investimentos e projetos nos países mais próximos. Porém, por
outro lado, o governo de Xi Jinping demonstrou um forte pragmatismo a respeito,
com as relações comerciais no comando", destacou.
Ø Em movimento inesperado, Canadá suspende negociações de tratado
comercial com a Índia
Governo canadense informou nesta sexta-feira (1º)
que interrompeu as negociações sobre o tratado comercial, apenas três meses
após os dois países terem afirmado que pretendiam selar um acordo inicial este
ano.
Ottawa e Nova Deli têm se falado intermitentemente
desde 2010 sobre um acordo de parceria económica abrangente. As negociações
foram formalmente reiniciadas no ano passado, relata a Reuters.
"As negociações comerciais são processos
longos e complexos e fizemos uma pausa para avaliar onde estamos", disse
um funcionário do governo aos repórteres antes da viagem do primeiro-ministro
Justin Trudeau a Nova Deli, na próxima semana.
Os dois países afirmaram em maio que pretendiam
selar um acordo inicial ainda este ano para aumentar o comércio e expandir o
investimento, estabelecendo ao mesmo tempo um mecanismo para lidar com
disputas.
No mês passado, um alto funcionário do governo
indiano disse que Nova Deli planejava realizar diálogos bilaterais de comércio
livre com o Canadá e outras nações à margem da cúpula do G20 na próxima semana,
evento que acontecerá na capital indiana e que Trudeau participará.
O enviado da Índia ao Canadá, Sanjay Kumar Verma,
disse à imprensa canadense hoje (1º) que Ottawa havia buscado uma "pausa
no último mês" para o acordo, mas não explicou por quê, escreve a mídia.
Ø 'Invasão' de robôs perde fôlego diante de economia americana mais fraca
e taxas de juros elevadas
As empresas dos Estados Unidos reduziram
drasticamente as encomendas de máquinas de alta tecnologia no segundo
trimestre, de acordo com dados compilados pela Associação para o Avanço da
Automação.
O abrandamento das encomendas começou no final do
ano passado, quando o aumento das taxas de juros e o abrandamento do
crescimento econômico reduziram o apetite por novos robôs, segundo a Associação
para o Avanço da Automação, também conhecidа como A3, citada pela Reuters.
Nem mesmo uma "invasão" de robôs consegue
vencer uma economia em abrandamento.
"Neste momento, nem sequer estamos pensando em
comprar um robô", afirmou a diretora financeira da ICON Injection Molding,
Nancy Kleitsch.
Assim como muitos fabricantes, a atividade da ICON,
fabricante de componentes de plástico, disparou durante a pandemia de COVID-19,
incluindo a demanda de seus tubos de plástico utilizados nos testes rápidos
para coronavírus. Agora, no entanto, a procura de tubos e outros produtos da
empresa caiu para níveis não vistos em pelo menos sete anos, acrescentou Kleitsch.
As fábricas e outras empresas industriais,
incluindo armazéns de comércio eletrónico e empresas de testes médicos,
encomendaram 7.697 robôs no segundo trimestre, uma descida de 37% em relação ao
ano anterior. Isto seguiu-se a uma queda de 21% no primeiro trimestre e de 22%
no quarto trimestre do ano passado.
Durante a pandemia, as vendas de robôs dispararam,
à medida que os produtores se esforçavam por utilizar as máquinas para produzir
bens extremamente necessários. De fato, mesmo com a recessão que ocorreu no
final do ano passado, 2022 foi um ano recorde de encomendas, de acordo com a
A3.
Ø Empreiteira britânica BAE anuncia centro de produção de equipamento
militar na Ucrânia
A empresa tem sido das principais fontes de ajuda
militar a Kiev, e Zelensky declarou que "as melhores armas" devem ser
produzidas na Ucrânia.
A empreiteira britânica BAE Systems está criando
uma sucursal de produção na Ucrânia, noticiou na sexta-feira (1º) o jornal
britânico The Guardian.
A BAE disse que trabalharia diretamente com Kiev de
forma a explorar possíveis parceiros para um plano de produção de armas de
artilharia leve de 105 mm na Ucrânia, e que assinou acordos com seu governo
para ajudar a aumentar o fornecimento de armas e equipamentos.
"As melhores armas que estão atualmente
ajudando nossos guerreiros a defender a Ucrânia devem ser produzidas na
Ucrânia", disse Vladimir Zelensky, presidente ucraniano, após uma reunião
com Charles Woodburn, CEO da empresa.
"O desenvolvimento de nossa própria produção
de armas é uma prioridade máxima", acrescentou o líder ucraniano.
A BAE tem fabricado grande parte dos equipamentos
militares que o Reino Unido forneceu à Ucrânia. O Reino Unido é um dos maiores
fornecedores de defesa para a Ucrânia, e em maio se tornou o primeiro país a começar
a fornecer a Kiev mísseis de cruzeiro de longo alcance.
A BAE já está fornecendo treinamento e serviços de
reparação para as Forças Armadas da Ucrânia.
Zelensky disse em maio que Kiev e Londres estavam
trabalhando na abertura de um escritório da BAE na Ucrânia.
Ø Rússia não cooperará com Ocidente nas áreas das quais a sua segurança
depende, diz Lavrov
A Rússia não vai cooperar com o Ocidente nas áreas
das quais a sua segurança militar e política depende, afirmou o chanceler
russo, Sergei Lavrov, nesta sexta-feira (1º).
Ele enfatizou que se "de repente, por algum
comando incompreensível de cima", o Ocidente propuser à Rússia
"retornar a contatos mais ou menos normais", Moscou pensará se vale a
pena fazê-lo.
"Não nos envolveremos com o Ocidente nas áreas
em que nossa segurança depende em todos os sentidos", disse Lavrov durante
sua fala no Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou.
Ao mesmo tempo, durante seu discurso, o chanceler
russo declarou que a Rússia não deseja "enterrar" o dólar, são os
próprios EUA que deixaram de manter o papel da sua moeda, outrora aceitável
para todos.
Lavrov ressaltou que a Rússia desenvolverá relações
com aqueles que estão "prontos para isso com base na igualdade e na busca
de um equilíbrio honesto de interesses".
É exatamente neste sentido que a Organização do
Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), a Comunidade dos Estados Independentes
(CEI), a União Econômica Eurasiática, o BRICS e a Organização para Cooperação
de Xangai (OCX) trabalham, "com base no consenso, sem líderes e
seguidores, sem professores e alunos", afirmou o MRE russo.
Por essa razão, a atratividade do BRICS e da OCX no
cenário mundial está aumentando à medida que o Ocidente enfraquece cada vez
mais as instituições de governança global.
"O Ocidente está minando seriamente as
instituições de governança global. Esta é também uma das razões pelas quais
mais e mais pessoas querem se juntar ao BRICS, à OCX e procurar soluções para
os problemas econômicos e financeiros emergentes, ignorando quaisquer estruturas
onde o Ocidente está presente. Este não é um processo rápido, mas a reflexão
sobre isso está crescendo na comunidade mundial."
Além disso, o ministro das Relações Exteriores
russo destacou que a formação de uma ordem mundial multipolar levará muito
tempo, a política do Ocidente destinada a tentar barrar o curso da História
levará apenas a mais situações de confronto para a comunidade mundial.
"A formação de uma ordem mundial multipolar
levará um longo período, pode ser uma longa época histórica, mas o processo é
objetivo e não pode ser interrompido."
Ele acrescentou que a política do Ocidente, que é
"destinada a tentar frear o curso da história", só trará
"confrontos adicionais, dificuldades adicionais para a comunidade
mundial".
Fonte: Sputnik Brasil
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