Especialista
explica por que fornecimento de munições de urânio empobrecido à Ucrânia é
crime
Em
entrevista à Sputnik, o analista militar eslovaco Frantisek Skvrnda comentou os
planos do Reino Unido de entregar munições de urânio empobrecido a Kiev.
Na
passada terça-feira (21) o Reino Unido anunciou planos para fornecer tanques
Challenger e munições com um núcleo que contém urânio empobrecido.
"A
entrega de projéteis antiblindagem com urânio empobrecido tem vários aspetos.
Antes de mais nada, esta é mais uma manifestação irracional da arrogância
britânica associada a uma russofobia agressiva. O fornecimento também indica
cinismo em relação aos ucranianos, porque o uso dessas munições terá
consequências negativas para a saúde humana e o meio ambiente", disse
Skvrnda.
O
especialista considera que o Ocidente, especialmente a OTAN e os anglo-saxões,
estão preocupados que seus planos estejam falhando.
"É
por isso que eles frequentemente mentem sobre o que está acontecendo. Estou a
referir-me às informações de fontes próximas à inteligência britânica ou ao
Instituto de Estudos de Guerra de Washington [ISW, na sigla em inglês]. Aqui eu
colocaria também as garantias ocidentais de apoiar a Ucrânia por tanto tempo
quanto seja necessário. Vários relatos sobre indícios de uma mudança da
situação no campo da batalha em favor de Kiev visam com que a população dos
países da 'aliança antirrussa' continue a apoiar o fornecimento de armas",
ressaltou analista.
Ele
observou que a tendência perigosa apoiada pelos instigadores da guerra no
Ocidente é a guerra contra os russos até o último ucraniano. Para que os
ucranianos inflijam danos à Rússia a qualquer custo, e as munições de urânio
empobrecido se encaixam muito bem para esse fim.
"Do
ponto vista militar, a intenção de fornecer munições de urânio empobrecido é
bastante provocadora. A utilização de urânio empobrecido não é proibida por
nenhuma norma do direito internacional. No entanto, em um contexto mais amplo,
isso é um crime, porque destrói o meio ambiente e ameaça à saúde humana",
disse especialista.
"O
Ocidente está cada vez mais enredado em suas políticas irracionais e agressivas
na Ucrânia. A substituição da razão e do raciocínio pela violência e o ódio
nunca na história trouxe nada de bom e no final das contas virou-se contra os
países que agiram dessa forma", explicou Skvrnda.
• MD russo: produção de certos modelos de
munição aumentará 7-8 vezes até o final do ano
O
Ministério da Defesa russo disse que a produção de determinados modelos de
munição crescerá 7-8 vezes até o final do ano.
Os
chefes de empresas informaram o ministro da Defesa russo Sergei Shoigu sobre os
resultados atuais do cumprimento da encomenda estatal de defesa, sobre os
projetos que estão sendo implementados pelas empresas para modernizar e
expandir a capacidade de produção, bem como para aumentar a produtividade da
mão de obra.
"A
implementação desses projetos já permitiu às empresas aumentar várias vezes a
produção de munições para atender às necessidades das tropas russas, e até o
final do ano corrente a produção de determinados modelos aumentará 7-8
vezes", disse o serviço de imprensa do Ministério da Defesa russo.
Anteriormente,
foi relatado que o ministro da Defesa russo Sergei Shoigu inspecionou a
implementação da encomenda estatal de defesa nas empresas do ramo nas regiões
de Chelyabinsk e Kirov.
De
acordo com Shoigu, a Defesa russa continuará expandindo a gama de sistemas
robóticos militares. E um dos domínios prioritários é equipar as Forças Armadas
com sistemas autônomos.
Posteriormente,
o ministro russo ordenou o aumento da produção de munições de alta precisão.
• Mídia: instrutores americanos e
britânicos ensinam ucranianos a usar projéteis de urânio empobrecido
Instrutores
britânicos e americanos têm treinado as tropas ucranianas a usar projéteis de
urânio empobrecido, informou a publicação britânica Declassified UK.
Em
sua matéria, a mídia de jornalismo investigativo refere um vídeo do Ministério
da Defesa britânico no YouTube, no qual um grupo de instrutores familiariza
artilheiros e comandantes com os tipos de munição para o tanque Challenger 2.
"Está
surgindo a primeira filmagem de tripulações ucranianas de tanques sendo
treinadas no uso da controversa arma durante um curso no Reino Unido",
relata a publicação.
Os
projéteis de urânio empobrecido, como é mostrado no vídeo, estão dispostos
sobre uma mesa na frente dos militares ucranianos, que estão ouvindo uma
palestra de soldados americanos e britânicos. Essas munições são rotuladas como
"inertes", o que poderia significar que são réplicas.
De
acordo com a Declassified UK, a presença de um soldado americano na sessão de
treinamento poderia agravar ainda mais as tensões, não obstante a Casa Branca
ter negado na semana passada o envio de tais munições para Kiev.
Por
sua vez, o embaixador da Rússia em Washington, Anatoly Antonov, afirmou que os
países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, que decidiram abastecer Kiev
com munições de urânio empobrecido aproximam irreversivelmente o mundo de uma
linha perigosa, que cada vez mais pode conduzir ao Armagedom nuclear.
Posteriormente,
Igor Kirillov, chefe das Tropas de Defesa Radiológica, Química e Biológica das
Forças Armadas russas, disse que o uso de munições de urânio empobrecido
causará danos irreparáveis à saúde dos militares e da população civil da
Ucrânia, mas que, mesmo assim, a OTAN está disposta a entregá-las a Kiev.
• Oposição do Japão critica silêncio do
premiê sobre envio de munições de urânio empobrecido a Kiev
O
primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, foi criticado pela oposição por
permanecer calado sobre a anunciada entrega de munições de urânio empobrecido
pelo Reino Unido ao regime de Kiev, escreve mídia.
Destaca-se
que Taro Yamamoto, o líder do partido de oposição Reiwa Shinsengumi, teria
levantado a questão em uma reunião do comitê de orçamento na câmara alta do
Parlamento japonês.
"Senhor
primeiro-ministro, você pretende incentivar o Reino Unido a não enviar tais
munições?", perguntou o político a Kishida, aponta mídia.
O
chefe do governo japonês se esquivou ostensivamente de dar uma resposta direta,
dizendo que "apesar de estudos sobre os efeitos negativos para a saúde
humana, não foram obtidos resultados concretos". Entretanto, Yamamoto
seguiu pressionando:
"Na
verdade, tais munições já poderiam ser classificadas como armas nucleares […] e
verificou-se que existe um risco de câncer […] Sr. primeiro-ministro, durante a
sua reunião com o [presidente ucraniano Vladimir] Zelensky você pediu-lhe para
não usar munições de urânio empobrecido?"
Kishida
teria respondido que, "quanto às armas de urânio empobrecido, eu não disse
nada específico sobre isso durante o meu encontro com Zelensky".
Em
seguida o líder da oposição criticou esta resposta como o envio de uma
"mensagem ruim", e acrescentou por fim que o próprio
primeiro-ministro era "de Hiroshima".
Em
agosto de 1945, pilotos norte-americanos lançaram bombas atômicas nas cidades
japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Como resultado da explosão nuclear e das
suas consequências, em Hiroshima, de uma população de 350 mil pessoas, 140 mil
morreram, enquanto em Nagasaki morreram 74 mil pessoas.
A
esmagadora maioria das vítimas do bombardeamento nuclear corresponde a civis.
Nenhuma destas cidades destruídas tinha quaisquer instalações militares
importantes.
Dar 'a espingarda do galinheiro para o
lobo': Avibras não pode ser vendida a europeus, diz analista
Empresa-chave
do setor de defesa brasileiro pode ser vendida para Alemanha ou Emirados Árabes
Unidos, após entrar em recuperação judicial questionada por sindicato. Para o
comandante Robinson Farinazzo, perda da Avibras seria tiro no pé e colocaria em
risco a soberania brasileira.
Nesta
semana, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região acendeu o
alerta para a possível venda da empresa de produtos de defesa Avibras para
conglomerados estrangeiros.
Empresas
como a alemã Rheinmetall e a emiradense Edge Group estão de olho na empresa
brasileira, que fabrica sistemas de lançamento de foguetes Astros e o míssil
tático de cruzeiro AV-TM 300.
O
sistema de foguetes Astros passa por um bom momento em vendas internacionais e
já foi testado e operado por cerca de nove países, informou o jornal Hora do
Povo. A Avibras obtém cerca de 80% de suas receitas através de exportações,
cifra que estava em tendência de alta.
De
acordo com o especialista militar e oficial da reserva da Marinha do Brasil,
comandante Robinson Farinazzo, a venda de uma empresa estratégica para o setor
de defesa a conglomerados internacionais não atende aos interesses do Brasil.
"Pior
negócio do mundo. Principalmente se a venda for feita para a Europa, composta
de países que reiteradamente questionam a nossa soberania sobre a
Amazônia", disse Farinazzo à Sputnik Brasil. "Vamos vender a
espingarda que defende o galinheiro para o lobo."
Conforme
apurou o portal Relatório Reservado, a Avibras confirmou que "o governo
brasileiro acompanha de perto a evolução" das negociações de venda da
empresa.
O
conglomerado alemão Rheinmetall conta com fábricas em 33 países e lucra alto
com o conflito ucraniano. O grupo produz tanques Leopard que serão enviados por
Berlim a Kiev e planeja abrir fábrica na Ucrânia, cliente que lhe garantiu
aumento de 150% no preço de suas ações desde fevereiro do ano passado.
Já
a Edge Group, dos Emirados Árabes Unidos, conta com intermediários influentes
no cenário político brasileiro, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro
(PL-SP). Em maio de 2022, o filho 0.3 do ex-presidente Bolsonaro esteve reunido
com o Edge Group, ao lado do então secretário de assuntos estratégicos da
Presidência, Flávio Rocha, e do então secretário de Produtos de Defesa do
Ministério da Defesa, Marcos Degaut.
Para
o comandante Farinazzo, a perda da Avibras seria "um tiro no pé", já
que o Brasil perderia "capital humano com grande experiência, uma marca e
a capacidade de fabricar produtos de defesa importantes".
Além
disso, a empresa desenvolve projetos cruciais para o setor de defesa
brasileiro, como os mísseis antinavio de superfície Mansup. Segundo o jornal
Estado de São Paulo, o Exército brasileiro já investiu mais de R$ 100 milhões
no projeto que, caso concluído, será o primeiro deste tipo a contar com
tecnologias e componentes 100% nacionais.
"O
sistema Astros não deixa a desejar em relação a nenhum similar no planeta. É
primeira linha em qualquer lugar do mundo, o que é reconhecido
internacionalmente", disse Farinazzo. "É uma arma atualizada, que
todo país [...] precisa manter em seu portfólio."
Apesar
da qualidade e importância dos produtos fabricados pela Avibras, a empresa
enfrenta dificuldades há bastante tempo. Em 2022, a companhia pediu recuperação
judicial pela segunda vez, após acumular dívida de R$ 500 milhões e demitir 400
funcionários. Em nota técnica, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos
Campos e Região declarou que a recuperação judicial da empresa é injustificada
e que seu valor de mercado só tende a crescer. Para manter os postos de
trabalho e a tecnologia desenvolvida pela Avibras no Brasil, o sindicato
defende a estatização da empresa.
"Todo
o investimento realizado desde 1940 pelo Estado brasileiro no complexo
industrial militar corre o risco de ser adquirido por multinacionais [...]
levando à transformação de fábricas brasileiras em simples maquiladoras",
argumentou o sindicato em nota.
Farinazzo
acredita que a estatização não deve ser "demonizada antes de ser
estudada", mas lembra que essa situação poderia ter sido evitada, caso o
Brasil tivesse uma "política de investimento perene no setor de
defesa".
"A
indústria de defesa precisa do investimento do Estado, isso é uma característica
do setor", apontou Farinazzo. "As pessoas precisam mudar a
mentalidade do neoliberalismo de que a indústria de defesa precise dar lucro.
Mesmo que opere no vermelho, o governo precisa garantir a manutenção
dela."
A
Avibras está entre os principais fornecedores de armamentos para as Forças
Armadas brasileiras, em particular para os Fuzileiros Navais. No entanto, as
compras são consideradas insuficientes, o que levou a empresa a investir nas
exportações.
A
falta de política de Estado para investimento em Defesa está associada à ideia
ultrapassada de setores da sociedade brasileira, que consideram o país
"alinhado aos EUA e parte do bloco ocidental".
"Não
é isso: o bloco ocidental é que faz ingerências no sentido de relativizar nossa
soberania da Amazônia", alertou Farinazzo. "Ou mudamos a nossa
mentalidade, ou o preço a ser pago será altíssimo."
No
entanto, a mudança da mentalidade brasileira em relação ao setor de defesa e
suas parcerias externas é "talvez o desafio mais difícil a ser
superado".
"O
Brasil é um país cobiçado. Se não tivermos um arcabouço de defesa, não
conseguiremos impor nossos objetivos de segurança nacional, e viveremos para
sempre na pobreza, explorados e a reboque das grandes potências", concluiu
o comandante.
No
dia 23 de março, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região
emitiu nota técnica repudiando a possível venda da empresa de defesa Avibras a
conglomerados estrangeiros. O sindicato chamou atenção para salários atrasados
de funcionários da companhia e defendeu sua estatização.
Todo o mundo vê as ações dos EUA e do
resto do Ocidente para encurralar a Rússia, diz Maduro
As
ações dos EUA e seus aliados europeus contra a Rússia visam encurralá-la e
agravar o conflito na Ucrânia, disse o presidente venezuelano Nicolás Maduro,
em uma cerimônia que contou com a presença do embaixador da China que concluiu
seu mandato na Venezuela.
"Estamos
bastante conscientes dos movimentos no tabuleiro geopolítico do imperialismo e
dos seus aliados europeus. Acho que é evidente, acredito que todos no mundo
assim podemos ver, podemos ver claramente, as provocações contra a Rússia para
tentar encurralá-la e as ameaças de tentar escalar a guerra na Ucrânia e
levá-la ao território russo, e de escalar esta guerra e levá-la a nível
nuclear", afirmou Maduro em sua declaração transmitida pelo canal estatal
de TV Venezolana de Televisión.
De
acordo com o presidente venezuelano, está surgimento uma nova geopolítica
global baseada no respeito entre as nações.
O
presidente venezuelano ofereceu estas declarações durante um evento de
despedida e condecoração do embaixador da China em Caracas, Li Baorong, que
concluiu seu ciclo diplomático no país sul-americano.
Em
24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o início
de uma operação militar especial para desmilitarização e desnazificação da
Ucrânia.
Blinken chama propostas de cessar-fogo na
Ucrânia de 'armadilha cínica'
O
secretário de Estado norte-americano Antony Blinken disse que as propostas para
um cessar-fogo imediato na Ucrânia poderiam ser uma "armadilha
cínica" que congelaria o conflito.
As
autoridades norte-americanas não fazem segredo de sua atitude negativa em
relação ao plano de paz chinês, que inclui um cessar-fogo entre a Rússia e
Ucrânia.
"Portanto,
o que parece ser atraente na superfície – quem não queria que os canhões
ficassem em silêncio – também pode ser uma armadilha muito cínica, da qual
temos de ter muito, muito cuidado", disse Blinken durante uma reunião
virtual com colegas estrangeiros sobre as perspectivas de uma "paz justa e
duradoura na Ucrânia".
"Acho
que todos nós temos que estar muito atentos e tomar cuidado com o que pode
parecer bem intencionado: esforços, por exemplo, para pedir cessar-fogo, o que
potencialmente teria o congelamento efetivo no lugar do conflito",
acrescentou o secretário de Estado.
O
ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, disse que Kiev
aprecia iniciativas de paz propostas por outros países, mas o povo ucraniano,
segundo ele, só aceitaria a paz se ela garantisse "a retirada completa das
tropas russas e a restauração da integridade territorial de nosso país dentro
das fronteiras internacionalmente reconhecidas".
• Operação especial na Ucrânia
Em
24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o
início de uma operação militar especial para desmilitarização e desnazificação
da Ucrânia.
Durante
a operação, o Exército russo, junto com as forças das repúblicas de Donetsk e
Lugansk, libertou completamente a República Popular de Lugansk e uma parte
significativa da república de Donetsk, inclusive Mariupol, bem como a região de
Kherson, áreas de Zaporozhie junto do mar de Azov e uma parte da região de
Carcóvia.
De
23 a 27 de setembro, a RPD, RPL e regiões de Kherson e Zaporozhie realizaram
referendos sobre a adesão à Rússia, com a maioria da população votando a favor.
Em 30 de setembro, durante uma cerimônia no Kremlin, o presidente russo assinou
os acordos sobre a integração das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e
regiões de Kherson e Zaporozhie à Rússia.
Após
aprovação por ambas as câmaras do parlamento russo, os acordos foram
ratificados por Putin no dia 5 de outubro.
Fonte:
Sputnik Brasil
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