quinta-feira, 9 de março de 2023


Como foram as últimas horas antes da dissolução da poderosa União Soviética há 30 anos

Foi durante décadas a única potência que poderia rivalizar com os Estados Unidos, até que na noite de 25 de dezembro de 1991, deixou de existir.

"Com isso interrompo minhas atividades como presidente da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS)", anunciou Mikhail Gorbachev, do Kremlin, em discurso que deu a volta ao mundo.

Para muitos, aquele momento marcou o fim do poder comunista e da Guerra Fria, mas para outros a União Soviética (URSS) já havia morrido semanas antes com o Tratado de Belavezha.

No entanto, a grande maioria concorda que, após o golpe de agosto daquele ano, a União estava com os dias contados.

Desde a primavera, Gorbachev e seus aliados no governo federal vinham negociando o Novo Tratado da União, que buscava manter a maioria das repúblicas dentro de uma federação muito mais flexível. Eles consideraram que era a única maneira de salvar a URSS.

"Eles queriam manter algum tipo de união, mas com o tempo essa ideia se tornou cada vez menos atraente para os líderes das repúblicas, especialmente para Boris Yeltsin (presidente da Rússia)", diz o jornalista e escritor Conor O'Clery, autor de "Moscou, 25 de dezembro de 1991: O Último Dia da União Soviética", à BBC News Mundo, o serviço de notícias em espanhol da BBC.

A proposta também foi rejeitada pelos comunistas conservadores, o Exército e a KGB (a agência de inteligência soviética) e então Gorbachev foi colocado em prisão domiciliar em sua casa de férias na Crimeia.

Mas os conspiradores do golpe foram mal organizados e fracassaram depois de uma campanha de resistência civil liderada em Moscou por Boris Yeltsin, que era aliado e crítico de Gorbachev.

O golpe falhou, mas como resultado disso Gorbachev perdeu sua influência, enquanto Yeltsin emergiu como o líder preferido dos russos.

"Gorbachev havia planejado a assinatura do Novo Tratado de União para 20 de agosto. Mas o exército e a KGB consideraram que esse pacto destruiria a URSS como um Estado, e eu concordo", diz à BBC News Mundo Vladislav Zubok, professor de História na London School of Economics (LSE) e especialista em União Soviética.

"O golpe foi uma surpresa , porque aconteceu quando todos estavam de férias. As pessoas esperavam que algo assim acontecesse, mas não em agosto", acrescenta Zubok, autor do livro "Um império falido: a União Soviética na Guerra Fria de Stalin a Gorbachev". •        "Show televisionado"

Zubok, que nasceu e morou em Moscou durante a era soviética, lembra que muitas vezes as pessoas acreditam na narrativa de que 25 de dezembro foi uma data muito importante, mas em sua opinião não era.

"Quando Gorbachev anunciou sua renúncia, ele não tinha mais nenhum tipo de poder. O que aconteceu foi um programa de televisão", diz ele.

Os conspiradores do golpe impediram que o Novo Tratado da União fosse assinado em agosto, mas não puderam evitar a iminente dissolução da União Soviética, que vinha fermentando há anos.

Na verdade, eles lhe deram um impulso.

Depois do golpe, muitos entenderam que a União Soviética havia chegado ao fim, mas outros, incluindo Gorbachev, acreditavam que ela ainda poderia ser salva sob outro tipo de união de Estados soberanos.

"A ideia da União permaneceu atraente para milhões de pessoas que estavam acostumadas a viver em um grande país. Eles esperavam preservá-la talvez sob outro nome ou regime", diz Zubok.

Mas Yeltsin tinha outro plano.

        O golpe final

Em 8 de dezembro de 1991, o presidente russo se reuniu com três outros líderes das 15 repúblicas soviéticas, o presidente ucraniano Leonid M. Kravchuk e o líder bielorrusso Stanislav Shushkevich, e juntos eles emitiram uma declaração conhecida como Tratado de Belavezha.

 Este pacto estipulou que a União Soviética seria dissolvida e substituída pela Comunidade de Estados Independentes (CIS), uma confederação de antigos estados soviéticos.

Para o jornalista Conor O'Clery, o evento marcou o fim da União Soviética: "Não havia como voltar atrás".

"Gorbachev não podia aceitar e por duas ou três semanas continuou insistindo que tinham que manter alguma forma de União da qual ele seria presidente", acrescenta.

Mas em 21 de dezembro, oito das 12 repúblicas soviéticas restantes aderiram à CEI com a assinatura do Protocolo de Alma-Ata, desferindo assim o golpe final na URSS.

O'Clery diz que foi quando Gorbachev finalmente percebeu o fim de uma era e decidiu que renunciaria em 25 de dezembro com um discurso.

"Yeltsin permitiu que ele ficasse no Kremlin por mais alguns dias e concordou que a remoção da bandeira vermelha do Kremlin seria feita em 31 de dezembro", disse O'Clery.

O historiador Vladislav Zubok destaca que o Protocolo de Alma-Ata foi assinado de forma "extraconstitucional".

"Eles não tinham nenhum poder constitucional para dissolver a União Soviética, mas escaparam impunes. Não os prenderam nem nada", insiste.

"A verdade é que a essa altura já estava claro que o governo central estava completamente disfuncional e o Exército já havia tirado sua lealdade de Gorbachev para dá-la a Yeltsin."

        O último dia da URSS

Os dias se passaram sem muitas novidades, até que chegou o dia em que era esperada a renúncia do homem responsável pela perestroika (reconstrução e reestruturação).

Em 25 de dezembro, a maioria dos salões do Kremlin estava calma, exceto por algumas, pois Yeltsin já controlava o complexo presidencial.

Ele nomeou seu próprio comando do Regimento do Kremlin, uma unidade especial que garante a segurança do local, de modo que todos os guardas nas entradas e ao redor dele fossem leais.

Gorbachev mal controlava seu escritório e algumas salas ao redor, usadas por equipes das emissoras americanas CNN e ABC, que se preparavam para transmitir a renúncia.

O'Clery diz que, pouco antes do discurso, Gorbachev teve uma conversa por telefone com o primeiro-ministro do Reino Unido, John Major, que o deixou chateado, então ele mais tarde se retirou para descansar sozinho em um quarto do Kremlin.

"Ele estava muito emocionado e havia bebido alguns drinques quando seu assistente, Alexander Yakovlev, o encontrou chorando na sala", disse ele.

"Foi o momento mais triste de Gorbachev, um momento de angústia. Mas ele se recuperou rapidamente desse episódio e se preparou para fazer um discurso com grande dignidade."

Conforme o planejado, o último líder da União Soviética iniciou às 19h locais um pronunciamento que duraria 10 minutos.

Gorbachev renunciou a seu cargo em um país que não existia mais.

"Agora vivemos em um novo mundo", disse Gorbachev justificando sua decisão.

Zubok insiste que se tratou de um "show televisionado". A CNN traduziu e transmitiu o discurso para todo o mundo via satélite.

De acordo com especialistas, as palavras de Gorbachev tiveram mais ressonância no exterior (onde ele ainda gozava de grande popularidade) do que em casa.

"Na televisão soviética, o discurso foi visto muito pouco. Gorbachev já era extremamente impopular na União e quase ninguém estava interessado. A essa altura todos sabiam que a União Soviética havia morrido", diz Zubok.

O historiador concorda que foi um pronunciamento "digno", mas ressalta que ele causou descontentamento até dentro das fileiras do Partido Comunista.

"Ele defendeu seu mandato, nunca reconhecendo nenhum erro. Até algumas pessoas ao seu redor ficaram surpresas. Esperavam que ele dissesse algo sobre por que a perestroika deu tão errado, por que não havia nada nas lojas ou por que a economia estava despencando. Mas não", acrescenta Zubok.

"Ele continuou a ver a perestroika como sempre, como uma missão global. E encerrou sua presidência com a moral elevada. Ele não queria mostrar fraqueza a Yeltsin e é por isso que Yeltsin ficou extremamente chateado depois daquele discurso e se recusou a se encontrar com Gorbachev."

O'Clery diz que Gorbachev poderia ter mostrado mais generosidade e apreço por Yeltsin em seu discurso.

"Yeltsin o salvou após o golpe. Se não fosse por ele, Gorbachev teria acabado na prisão ou pior", diz.

        A ira de Yeltsin

O'Clery observa que Yeltsin ficou tão zangado que Gorbachev não mencionou em seu discurso que ordenou que a bandeira vermelha fosse removida imediatamente, embora tivesse planejado retirá-la no final do ano.

Yeltsin também redigiu um decreto na mesma noite ordenando que todos os pertences pessoais de Gorbachev e de sua esposa fossem removidos do complexo presidencial, apesar de ele já ter dito que o casal poderia permanecer no local por mais alguns dias.

Às 19h32, a bandeira soviética foi substituída pela da Federação Russa.

"Gorbachev voltou para casa e encontrou sua esposa em meio a livros e fotos que os subordinados de Yeltsin haviam jogado no chão", conta O'Clery.

Yeltsin e Gorbachev não se viram novamente depois daquele discurso.

Um sinal da baixa popularidade de Gorbachev na Rússia pôde ser visto no momento em que a bandeira da URSS foi retirada do Kremlin: a Praça Vermelha de Moscou estava praticamente deserta.

Às 19h32 daquela noite histórica, a bandeira soviética foi substituída pela da Federação Russa, sob o comando do que por acaso foi seu primeiro presidente, Boris Yeltsin.

E naquele exato momento, o que havia sido por décadas o maior Estado comunista da história foi oficialmente dividido em 15 repúblicas independentes: Armênia, Azerbaijão, Bielo-Rússia, Estônia, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Letônia, Lituânia, Moldávia, Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão.

Ao mesmo tempo, do outro lado do mundo, os Estados Unidos acabaram se consolidando como a única superpotência global.

 

       5 razões pelas quais a União Soviética entrou em colapso há 30 anos

 

Em 25 de dezembro de 1991, Mikhail Gorbachev renunciou formalmente ao cargo de presidente da União Soviética (URSS). No dia seguinte, em 26 de dezembro, o Parlamento do país — o Soviete Supremo — reconheceu formalmente a independência de 15 novos Estados, encerrando assim a existência da União Soviética.

Gorbachev havia chegado ao poder em 1985, aos 54 anos. Ele iniciou uma série de reformas para dar um novo fôlego ao país, que estava estagnado.

Muitos argumentam que essas reformas, conhecidas como Perestroika (reconstrução e reestruturação) e Glasnost (abertura e liberdade de expressão), provocaram o fim do bloco soviético. Outros dizem que não havia salvação para a União Soviética, dada sua estrutura rígida.

Neste texto, a BBC examina as razões subjacentes a um colapso que teve efeitos profundos sobre como a Rússia hoje enxerga a si mesma e interage com o resto do mundo.

        1 - Economia

Uma economia em colapso era o maior de todos os problemas da União Soviética. O país tinha uma economia planificada, ao contrário da economia de mercado da maioria dos outros países.

Na URSS, o estado decidia quanto iria produzir em cada setor (quantos carros ou pares de sapatos ou pães, por exemplo).

Também decidia o quanto desses produtos cada cidadão precisava, quanto tudo deveria custar e quanto deveria ser pago às pessoas.

A teoria era que esse sistema seria eficiente e justo, mas na realidade ele teve dificuldades para funcionar.

A oferta sempre ficou atrás da demanda, e o dinheiro não rendia na mão da população.

Muitas pessoas na União Soviética não eram exatamente pobres, mas simplesmente não conseguiam comprar itens básicos porque nunca havia dinheiro o suficiente.

Para comprar um carro, era preciso ficar anos na lista de espera. Para comprar um casaco ou um par de botas de inverno, muitas vezes era preciso ficar por horas na frente das lojas.

Na União Soviética, as pessoas não falavam em comprar algo (kupit), mas em conseguir (dostat).

O que piorou a situação foram os gastos com a exploração espacial e a corrida armamentista entre a União Soviética e os Estados Unidos, que começou no final dos anos 1950.

A URSS foi o primeiro país do mundo a colocar um homem em órbita e possuía um arsenal de armas nucleares e mísseis balísticos altamente avançados, mas produzir tudo isso custou muito caro ao país.

A União Soviética dependia de seus recursos naturais, como petróleo e gás, para pagar por essa corrida, mas, no início da década de 1980, os preços do petróleo despencaram, atingindo duramente a economia já debilitada do bloco.

A política da Perestroika de Gorbachev introduziu alguns princípios de mercado, mas a gigantesca economia soviética era pesada demais para ser reformada rapidamente.

Os bens de consumo permaneceram escassos, e a inflação disparou.

Em 1990, as autoridades introduziram uma reforma monetária que eliminou as poupanças, por mais parcas que fossem, de milhões de pessoas.

A frustração com o governo cresceu.

<<< Por que isso importa hoje?

A escassez de bens de consumo teve um efeito duradouro no pensamento da população depois da queda do bloco soviético.

Mesmo agora — uma geração depois —, o medo de ficar sem produtos básicos ainda persiste.

Esse é um temor poderoso que pode ser facilmente manipulado durante as campanhas eleitorais.

        2 - Ideologia

A política de Glasnost de Gorbachev visava permitir maior liberdade de expressão em um país que passou décadas sob um regime opressor, onde as pessoas tinham muito medo de dizer o que pensavam, fazer perguntas ou reclamar.

Gorbachev começou a abrir arquivos históricos que mostravam a verdadeira escala da repressão sob Joseph Stalin (líder soviético entre 1924 e 1953), que resultou na morte de milhões de pessoas.

Ele encorajou um debate sobre o futuro da União Soviética e suas estruturas de poder, sobre como elas deveriam ser reformadas para seguir em frente.

Como Vladimir Putin se tornou o 'czar moderno' que controla a Rússia

O político até contemplou a ideia de um sistema multipartidário, desafiando o domínio do Partido Comunista.

Em vez de apenas ajustar a ideia soviética, essas revelações levaram muitos na URSS a acreditar que o sistema governado pelo Partido Comunista — onde todos os funcionários do governo eram nomeados ou eleitos por meio de eleições não contestadas — era ineficaz, repressivo e aberto à corrupção.

O governo de Gorbachev tentou apressadamente introduzir alguns elementos de liberdade e justiça no processo eleitoral, mas era tarde demais.

<<< Por que isso importa hoje?

O atual presidente da Rússia, Vladimir Putin, percebeu desde cedo a importância da ideia de uma nação forte, especialmente para um governo que não é totalmente transparente e democrático.

Ele utilizou um ideário de várias épocas do passado russo e soviético para promover um sentimento nacional de reverência ao seu governo: a riqueza e o glamour da Rússia Imperial, o heroísmo e o sacrifício da vitória na Segunda Guerra Mundial sob Stalin e a calma estabilidade dos anos 1970. A era soviética é ecleticamente misturada para inspirar orgulho e patriotismo, deixando em segundo plano os numerosos problemas da Rússia atual.

        3 - Nacionalismo

A União Soviética era um estado multinacional, sucessor do Império Russo.

Consistia em 15 repúblicas, cada uma teoricamente igual em seus direitos como nações irmãs.

Na realidade, a Rússia era de longe a maior e mais poderosa, e a língua e a cultura russas dominavam muitas áreas.

A Glasnost alertou muitas pessoas em outras repúblicas sobre a opressão étnica do passado, incluindo a fome ucraniana na década de 1930, a aquisição dos Estados Bálticos e da Ucrânia ocidental sob o pacto de amizade entre nazistas e soviéticos, além das deportações forçadas de vários grupos étnicos durante a Segunda Guerra Mundial.

Esses e muitos outros eventos trouxeram um surto de nacionalismo e demandas por libertação do bloco.

A ideia da União Soviética como uma família feliz de nações foi fatalmente minada e as tentativas precipitadas de reformá-la, oferecendo mais autonomia às repúblicas, foram vistas como atrasadas.

<<< Por que isso importa hoje?

A tensão entre a Rússia, lutando para manter seu papel central e esfera de influência, e muitos países que faziam parte do bloco socialista permanece.

As relações tensas entre Moscou e os Estados Bálticos, a Geórgia e, mais recentemente, a Ucrânia (com trágicas consequências), continuam a moldar a paisagem geopolítica da Europa.

        4 - Perdendo corações e mentes

Durante anos, o povo soviético foi informado de que o Ocidente estava "apodrecendo" e seu povo estava sofrendo com a pobreza e degradação sob governos capitalistas.

Essa ideia foi cada vez mais questionada a partir do final dos anos 1980, quando as viagens ao exterior e o contato direto com estrangeiros aumentaram.

Os cidadãos soviéticos puderam ver que em muitos outros países havia um padrão de vida melhor, mais liberdade individual e estado de bem-estar.

A população também conseguiu ver o que suas autoridades tentaram esconder durante anos, com a proibição de viagens internacionais, de estações de rádio estrangeiras (como o Serviço Mundial da BBC) e qualquer literatura e filmes estrangeiros.

Gorbachev é creditado por encerrar a Guerra Fria e impedir a ameaça de um confronto nuclear ao melhorar as relações com o Ocidente, mas um resultado não intencional dessa estratégia foi que o povo soviético percebeu como a vida no país era precária em comparação com outros lugares.

Gorbachev tornou-se cada vez mais popular no exterior, enquanto enfrentava cada vez mais críticas em casa.

<<< Por que isso é importante hoje?

O governo russo se tornou adepto da manipulação de informações divulgadas pela mídia em seu benefício.

Para evitar comparações desfavoráveis com o resto do mundo, a Rússia é frequentemente apresentada como uma nação única, cultural e historicamente — uma espécie de "guerreiro solitário, cercado por malfeitores".

Realizações científicas, vitória na Segunda Guerra Mundial e herança cultural são continuamente usados em narrativas da mídia para transmitir uma mensagem de excepcionalismo nacional e desviar a atenção dos problemas diários.

        5 - Liderança

Gorbachev sabia que uma mudança radical era necessária para impedir uma maior deterioração da economia soviética e da moral pública, mas sua visão de como conseguir isso talvez carecesse de clareza.

Com o fim da Guerra Fria, ele se tornou um herói para o mundo exterior, mas em casa foi criticado por reformadores que achavam que ele não estava tomando a iniciativa. Também virou alvo de conservadores que o acusavam de ir longe demais.

Como resultado, ele perdeu ambos os campos.

Os conservadores lançaram um golpe de Estado fracassado em agosto de 1991 para tentar remover Gorbachev do poder.

Em vez de salvar a URSS, a tentativa malfadada precipitou seu fim. Menos de três dias depois, os líderes do golpe tentaram fugir do país, e Gorbachev voltou ao poder, mas por um breve período.

Boris Yeltsin na Rússia e líderes locais no restante da URSS vieram à baila.

Nos meses seguintes, muitas das repúblicas realizaram seus referendos de independência e, em dezembro, o destino final da URSS foi selado.

<<< Por que isso é importante hoje?

Vladimir Putin é um dos governantes mais antigos da Rússia.

Um dos segredos de sua longevidade é colocar o país em primeiro lugar, ou pelo menos parecer fazê-lo.

Enquanto Mikhail Gorbachev foi criticado por desistir unilateralmente de muitas das posições de força duramente conquistadas pela União Soviética, como a retirada às pressas das tropas soviéticas da Alemanha Oriental, Vladimir Putin luta com unhas e dentes pelo que acredita serem interesses russos.

Putin havia sido oficial da KGB (serviço secreto soviético) na Alemanha Oriental quando o Muro de Berlim caiu, em 1989, e testemunhou em primeira mão o caos da retirada soviética.

Trinta anos depois, ele se opõe categoricamente à aproximação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) das fronteiras russas e está preparado para agir com força, como indica o recente aumento de tropas russas perto da Ucrânia.

 

Fonte: BBC News Rússia

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