Burnout parental: quando o cansaço dos pais chega ao limite
Durante
o período de isolamento decorrente da pandemia de Covid-19, o burnout (palavra em inglês que
significa "esgotamento") aconteceu em diferentes esferas: emocional,
profissional e até familiar. Permanecer o tempo todo com as crianças em casa,
tendo que manejar as demandas delas, da escola, do lar e do trabalho - tudo
enquanto um vírus mortal se espalhava pelo mundo - foi muito difícil. Mas a
verdade é que não precisamos de um caos pandêmico para chegar ao limite quando o assunto é cuidado
com os filhos.
"Burnout
parental é o estresse frequente e intenso de pais ou cuidadores", explica
Filipe Colombini, psicólogo e orientador parental. "Os estímulos
estressores, no caso, são as situações relacionadas com os filhos e seu cuidado
diário. Há um esgotamento físico e
mental do qual os pais acabam se esquivando, negligenciando o problema",
acrescenta.
A
questão é que, por mais que se tente fugir da consciência do burnout, seus
efeitos são perceptíveis no dia a dia da casa. Eles podem ir desde uma
agressividade constante no tratamento com os pequenos e um afastamento afetivo
em relação a eles até o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, tanto nos
pais quanto nos filhos. "Uma educação baseada em ameaças, com punições
físicas e psicológicas, oferecendo modelos inadequados para as crianças, é uma
das possíveis consequências", diz Filipe.
·
Quando o esgotamento chega ao limite
Mas
como, afinal, conseguir diferenciar o cansaço do cotidiano dessa
situação-limite? O estado
constante de irritabilidade pode ser um forte sinal de que algo não
vai bem, mas Filipe alerta para a alteração de padrão no relacionamento com os
filhos - em outras palavras, as
relações ficam diferentes do que costumavam ser. "Quando se começa
a perceber essa mudança para pior é o momento de pedir ajuda", destaca.
Entre
os sinais de que é hora de procurar um especialista estão o maior afastamento
em relação aos pequenos, a falta de paciência acompanhada da falta de
afeto, a vontade de
"sumir" e a agressividade para qualquer ação dos filhos,
"quando tudo é motivo para briga", exemplifica o psicólogo.
Certamente,
chegar a esse estado não é saudável nem para os pais, que acabam se frustrando
num círculo vicioso do qual é difícil sair sem ajuda, nem para as crianças, que
não têm maturidade para entender a sobrecarga que vem das tarefas e que esse esgotamento não está relacionado ao fato
de serem ou não amadas, o que pode gerar traumas para o resto da vida.
Por
isso, aos primeiros sinais de que a irritabilidade está acima do comum, vale
buscar auxílio psicológico. Filipe Colombini explica que, em alguns casos, as
consultas em consultório podem não ser suficientes, destacando a possibilidade
do chamado Acompanhamento
Terapêutico (AT). "No AT, que é a terapia fora do consultório, o
profissional vai até o ambiente familiar e ajuda a lidar com problemas e
decisões. Essa prática em ambiente natural é mais intensiva, pois é no dia dia
em que os problemas aparecem e se mantêm", ressalta.
De
qualquer forma, independentemente da linha de tratamento que o profissional
preferir seguir, o importante é buscar
ajuda para ter apoio emocional. Ainda assim, vale lembrar também do amparo
prático. Aqui, a rede de apoio é muito importante, já que o burnout
vem, entre muitos fatores, da sobrecarga de tarefas. Assim, o diálogo com o
outro cuidador para uma melhor divisão de tarefas e a sinceridade para com
amigos e familiares que possam ajudar nesse período são essenciais.
Ø
5
atitudes para ter uma vida mais leve
Dedicar
um tempo para cuidar de si vai muito além de apenas realizar consultas médicas.
Estabelecer um momento de qualidade para iniciar algo que incentive o prazer,
como ler um livro, viajar e conhecer novas culturas, também é um ponto
importante para incentivar o bem-estar do corpo, da mente e evitar problemas de
saúde.
De
acordo com dados do Programa Nacional de Saúde (PNS), as mulheres tendem a
viver de 7 a 10 anos a mais que os homens. Além disso, cerca de 82,3% das
mulheres buscaram um médico em 2019 — antes da pandemia —, contra 69,4% dos
homens, constando, assim, que o público feminino tende a se importar mais com
as questões relacionadas à saúde do que o masculino.
"Antes
de ser mãe, empreendedora, professora e empresária, sou uma mulher e entendo o
quanto é essencial ter o autocuidado, ter um tempo para alinhar os pensamentos,
o corpo e a alma, ao menos uma vez no ano. Para isso, vou até um ambiente calmo
e me desligo das minhas pendências; é um momento de encontro com a minha
pessoa, ter novas ideias e recarregar as energias para mais um ciclo de
demandas do dia a dia. É preciso tentar ter uma vida leve e obter qualidade de
vida", comenta a empresária Isa Moreira, mentora e especialista em
negócios femininos.
Para
ajudar o público feminino a conquistar o bem-estar, a empresária Isa Moreira
separou 5 dicas para ter uma vida mais leve e aproveitar os momentos. Veja!
·
1. Cultive o autocuidado
Cuidar
de si e impor limites são grandes desafios, mas trata-se de dois dos principais
passos para iniciar novos ciclos. Se, no anterior, muitas pendências sugavam
suas energias, direcione seu tempo para
não ficar sobrecarregada, separe um momento para ter qualidade de vida, como
respirar novos ares e ter novas experiências.
·
2. Filtre as pessoas
Para
ter uma vida mais leve, é preciso se afastar de tudo o que atrasa sua vida.
Relacionamentos tóxicos costumam abalar nosso psicológico, então realize um
filtro de pessoas que realmente te impulsionam a ser uma mulher mais evoluída e
forte.
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3. Seja grata
Costumamos
valorizar apenas as grandes conquistas, quando viver já é uma dádiva. Ter
a gratidão presente
nas pequenas coisas nos ajuda a ter uma nova perspectiva do que realmente
importa. Ter um coração grato presente na rotina nos permite ter uma motivação
diária para conquistar as metas do ano, seja a curto, médio ou a longo prazo.
·
4. Mantenha o contato com a natureza
Respirar
um ar mais limpo nos ajuda a ter uma saúde melhor e evita problemas
respiratórios. Uma visita à praia ou a um campo pelo menos uma vez ao mês é
ótimo para aliviar crises de
ansiedade, aflorar a criatividade e melhorar o humor.
·
5. Desenvolva um hobby
Um
passatempo permite que a mente descanse de tantos afazeres; seja praticar um esporte, tocar um
instrumento, participar de um curso para aprender uma nova atividade ou
fotografar, o importante é ter um momento para dar risada e fazer algo que ama.
Fonte:
Bebê.com.br/Portal EdiCase
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