Aumento dos
feminicídios no Brasil mostra que mulheres ainda não conquistaram o direito à
vida
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Chegamos
a mais um 8 de março em que as mulheres têm pouco o que comemorar. O Monitor da
Violência traz, mais uma vez, os dados sobre violência de gênero no Brasil,
mostrando que os casos de feminicídio e de homicídio de mulheres continuam
aumentando na maior parte dos estados brasileiros. Olhando para a série
histórica, desde a promulgação da Lei nº 13.104/15, que qualifica como
feminicídio o homicídio de mulheres devido a sua condição de gênero, os
registros aumentam ano a ano, indo na contramão da tendência de queda dos
homicídios em geral.
Entre
2017 e 2022, a queda do número de homicídios (geral) no Brasil foi da ordem de
31%, segundo os dados do Monitor da
Violência recentemente divulgados. Uma redução sem precedentes na história
do país, cujas explicações são múltiplas e variadas, perpassando as mudanças
nas dinâmicas das organizações criminais, mudanças demográficas e até a
implementação de políticas públicas de prevenção à violência. No entanto, no
mesmo período, o registro dos crimes de feminicídios aumentou 37% no Brasil.
Uma
análise precipitada poderia associar o aumento dos feminicídios à mudança da
lei: casos que antes eram classificados apenas como homicídio agora passam a
ser registrados como feminicídio. Porém, quando olhamos para os casos que
continuam a ser classificados como “homicídio de mulheres”, notamos que há, de
fato, um aumento total de mulheres assassinadas.
Entre
2021 e 2022, houve um aumento de 5,5% nos casos de feminicídio no país. Estados
populosos indicaram aumentos significativos e bem acima da média nacional, como
São Paulo (43,4%), Rio de Janeiro (25,40%), Bahia (15,1%) e Minas Gerais
(9,7%). Ponderando pela população, o estado do Mato Grosso do Sul possui a
maior taxa de feminicídio do país (3,5 casos por 100 mil mulheres), seguido de
Rondônia (3,1), enquanto a taxa nacional foi de 1,3.
No
caso dos homicídios de mulheres, houve um aumento de 2,6% no país, e na maior
parte dos estados onde houve aumento de feminicídio, o mesmo ocorreu com o
homicídio de mulheres. O estado do Mato Grosso do Sul também registrou a maior
taxa de homicídio de mulheres (8,3), seguido novamente por Rondônia (7,6),
enquanto a taxa nacional foi de 3,6 casos por 100 mil mulheres.
Importante
frisar que, ao contrário dos homicídios em geral, cujas motivações são as mais
variadas, os feminicídios têm sempre o mesmo cerne: a desigualdade de gênero.
Esta
desigualdade, que está presente nas relações sociais, é baseada na crença de
que as mulheres são subalternas aos homens e que suas vontades são menos
relevantes. A violência de gênero reflete a radicalização desta crença que,
muitas vezes, transforma as mulheres em objetos e "propriedade" de
seus parceiros. Os casos de feminicídio estampados nos jornais quase que
diariamente mostram como a iniciativa de romper com um relacionamento
indesejado resulta, com frequência, em morte ou ameaça por parte do parceiro
que não aceita o fim da relação.
O
aumento dos feminicídios entre 2021 e 2022 pode ser explicado por diversos
fatores, o primeiro deles é a falta de investimento em políticas públicas
voltadas à prevenção da violência doméstica e à proteção de mulheres vítimas.
Os
dados públicos indicam que houve um desfinanciamento desta área durante o
governo Bolsonaro, que cortou em 90% da verba para políticas
de enfrentamento à violência doméstica e familiar, dinheiro
destinado, principalmente, às unidades da Casa da Mulher Brasileira e de
Centros de Atendimento às Mulheres, que atendem vítimas de violência doméstica,
com serviços de saúde e assistência.
O
baixo investimento se reflete também na pouca fiscalização das medidas
protetivas garantidas pelo sistema de justiça brasileiro, o que contribui para
que casos de violência doméstica evoluam para feminicídios. Não é incomum
que vítimas de feminicídio já tivessem obtido medidas protetivas que, sem a
devida fiscalização, se tornaram inefetivas.
Outro
fator relevante é a grande quantidade de armas nas mãos da população civil,
facilitada também pelo governo Bolsonaro, por meio de decretos de
flexibilização do acesso às armas de fogo e munição nos últimos 4 anos. Como
algumas pesquisas já mostraram, a arma de fogo é o instrumento
mais utilizado em mortes de mulheres no Brasil. A presença de uma
arma em um ambiente doméstico aumenta o risco de vida de mulheres, sobretudo
daquelas que já se encontram em um ciclo de violência doméstica.
Vale
a pena destacar, também, a ascensão de movimentos conservadores que defendem a
manutenção da desigualdade de gênero nas relações sociais, naturalizam a
submissão das mulheres e a violência doméstica como um instrumento de dominação
e superioridade masculina. Essa ideologia, aliada à facilidade de acesso às
armas, ajuda a criar um ambiente social em que os homens agressores sentem-se
amparados e no direito de impor sua vontade sobre a vida das mulheres.
Nesse
contexto de aumento do ódio às mulheres e da redução de políticas públicas de
prevenção e promoção de direitos, torna-se ainda mais importante a compreensão
do 8 de março como um dia de luta e resistência das mulheres por seus direitos
e por suas vidas. Um momento de reconhecermos que ainda temos um longo caminho
a percorrer na busca pela efetiva igualdade, e a compreensão de que os direitos
duramente conquistados precisam ser protegidos sempre.
Ø
Desigualdade
de gênero histórica alimenta espiral de violência
Os
dados levantados pelo Monitor da Violência mostram, mais uma vez, um aumento no
número de vítimas de feminicídio no Brasil. Em 2022, ao menos 1.410 mulheres
foram assassinadas em razão de seu gênero. Este número representa um aumento de
5,5% em relação a 2021, quando foram registrados 1.337 casos. Cresceu também o
número de mulheres vítimas de homicídio, que passou de 3.831 em 2021 para 3.930
em 2022 – uma variação de 2,6%.
O
aumento do número de vítimas de feminicídio e de homicídios femininos vem na
contramão dos dados gerais de assassinatos do país. Na última semana, o Monitor
da Violência mostrou que o Brasil teve pequeno recuo de 1,1% na quantidade de
crimes violentos letais intencionais – soma de homicídios dolosos, latrocínios
e lesões corporais seguidas de morte – no último ano.
O
primeiro ponto a ser considerado quando falamos de feminicídios é que estamos
falando de mortes que poderiam ter sido evitadas. As informações mais recentes,
publicadas no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, mostram que 8 em cada 10
casos de feminicídios o autor é o parceiro ou ex-parceiro íntimo da vítima.
Constituem, portanto, casos que decorrem de violência doméstica, e que poderiam
ter sido evitados se os instrumentos previstos na Lei Maria da Penha e em
outras legislações existentes no país fossem devidamente implementados no
cotidiano.
Não
se trata, portanto, de crimes passionais, que ocorrem do dia para a noite, mas,
pelo contrário, são fruto de uma escalada de diferentes formas de violência que
geralmente iniciam com ofensas e humilhações, ciúmes excessivos, violência
patrimonial, e evoluem para a violência física.
O
desafio não parece residir, portanto, na ausência de leis penais ou outras
proposições legislativas sobre o assunto, que avançaram consideravelmente desde
2006 quando da aprovação da Lei Maria da Penha. As medidas protetivas de
urgência, por exemplo, constituem importante mecanismo de proteção à mulher em
situação de violência. No Estado de São Paulo, o Raio-X do Feminicídio
produzido pelo Ministério Público mostrou que apenas 3% do total de vítimas
tinha uma medida protetiva de urgência e 4% das vítimas de feminicídio
consumado tinham registrado um boletim de ocorrência contra o autor em
decorrência de violência doméstica. No Distrito Federal pesquisa similar foi
conduzida e indicou que 72% das vítimas de feminicídio não tinham denunciado os
companheiros por violência física ou psicológica. Ou seja, as informações
disponíveis indicam que a maioria das vítimas sequer buscou o Estado.
Esses
dados são coerentes com a pesquisa Visível e Invisível: a vitimização de
mulheres no Brasil, divulgada pelo FBSP na última semana, que mostra que a
maioria absoluta das mulheres vítimas de violência no ano passado não buscaram
nenhum equipamento estatal. Dentre as entrevistadas, 45% afirmaram não ter
feito nada após a violência sofrida, o que significou o silêncio; 17,3%
procuraram ajuda de algum familiar, 15,6% buscaram ajuda de amigos e 3% da
Igreja. Dentre aquelas que procuraram o Estado foram as Delegacias da Mulher os
equipamentos mais buscados, com 14%, seguidos das delegacias comuns com 8,5% e
do número de emergência da Polícia Militar, o 190, com 4,8%.
Soma-se
ao cenário aqui apresentado o desfinanciamento das políticas de proteção à
mulher nos últimos anos, refletido no orçamento do então Ministério da Família
e Direitos Humanos, que empenhou os menores valores financeiros em uma década,
e a precarização de muitos serviços de saúde e assistência social em razão da
pandemia de covid-19, limitando ainda mais o acesso de mulheres em situação de
violência à rede de acolhimento. O crescimento da violência letal contra
mulheres no Brasil decorre da histórica e estrutural desigualdade de gênero em
nossa sociedade, mas também da pouca prioridade dada pelo Poder Público, em
diferentes instâncias, às políticas de acolhimento a mulheres em situação de
violência.
·
Maiores taxas de violência letal
Considerando
o total de assassinatos de mulheres, a taxa média nacional foi de 3,6 por 100
mil. A maior taxa de violência letal contra mulheres, que inclui homicídios
dolosos e feminicídios, se deu no Mato Grosso do Sul, com 8,3 mulheres mortas
para cada grupo de 100 mil. A segunda maior taxa foi em Rondônia, com 7,6 por
100 mil; na sequência temos Roraima, com 6,8 por 100 mil; Mato Grosso, com 5,8;
e Ceará, com 5,5 por 100 mil.
Em
relação aos feminicídios, 18 Unidades da Federação apresentaram taxa superior à
média nacional, que foi de 1,3 para cada grupo de 100 mil mulheres. Os casos
mais graves foram verificados em Mato Grosso do Sul, com taxa de 3,5 por 100
mil; Rondônia, com taxa de 3,1; Mato Grosso, com taxa de 2,7; e Acre, com taxa
de 2,5.
·
Qualidade da informação
Em
relação a qualidade da informação sobre o registro dos feminicídios, é de se
destacar que estamos diante de uma melhoria na classificação destes crimes.
Ainda que estes dados tenham como fonte o boletim de ocorrência, o primeiro
registro formal daquele assassinato e que eventualmente será reclassificado,
temos observado que em vários estados o percentual de feminicídios em relação
ao total de assassinatos têm crescido, o que denota uma melhoria no trabalho de
investigação da Polícia Civil.
No
levantamento aqui divulgado, 35,9% de todos os assassinatos de mulheres foram
tipificados como feminicídios. Mais da metade do país, 16 UFs, apresentaram
percentual acima da média nacional. Em alguns estados, como Acre, Amapá,
Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais e Santa Catarina, mais da metade dos
homicídios dolosos receberam a qualificadora do feminicídio doloso no momento
do registro do BO.
Outros
estados, no entanto, seguem não priorizando a temática, mesmo após 8 anos de
aprovação da lei que tipifica o feminicídio. Ceará, por exemplo, segue como o
estado que pior classifica os registros, com pouco mais de 10% do total de
assassinatos de mulheres enquadrados como feminicídios, seguido de Roraima, com
15%, e Amazonas com 23%. Parece pouco factível que, de um total de 264
assassinatos de mulheres no Ceará no último ano, apenas 28 decorreram da
violência baseada em gênero.
Ø
Brasil
bate recorde de feminicídios em 2022, com uma mulher morta a cada 6 horas
O
Brasil teve um aumento de 5% nos casos de feminicídio em 2022 em comparação com
2021, aponta levantamento feito pelo g1 com base nos dados oficiais dos 26
estados e do Distrito federal. São 1,4 mil mulheres mortas apenas pelo
fato de serem mulheres - uma a cada 6 horas, em média. Este número é o
maior registrado no país desde que a lei de feminicídio entrou em vigor, em
2015.
A
alta acontece na contramão do número de assassinatos, que foi o menor da série histórica do Monitor da
Violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Com 40,8 mil
casos, o país teve 1% menos mortes em 2022 que em 2021.
Se
forem consideradas apenas as mortes de mulheres, o que inclui também os casos
que são classificados como feminicídios, o número cresceu 3% de um ano para o
outro - para 3.930.
Esta
reportagem revela que:
- o Brasil
teve 3,9 mil homicídios
dolosos de mulheres em 2022 (aumento de 2,6% em relação ao ano
anterior)
- foram 1,4 mil feminicídios, o maior número
já registrado desde que a lei entrou em vigor, em 2015
- 12 estados registraram alta no número de homicídios de
mulheres
- 14 estados tiveram mais vítimas de feminicídio de um
ano para o outro
- Mato Grosso do
Sul e Rondônia são os estados
com o maior índice de homicídios de mulheres
- MS e RO também
têm as maiores taxas de
feminicídios do país
O
levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do g1 com
o Núcleo de Estudos da violência da USP (NEV-USP) e o FBSP. Nesta quarta (8), é
celebrado o Dia Internacional da Mulher.
·
Tortura, ciúme, ameaças
Francielle
Alcântara, de 36 anos, Camilla Alves, de 29, e Darlene Araújo, de 38, são
algumas das mulheres que perderam a vida em casos de feminicídio no Brasil em
2022. Os crimes mostram a repetição das agressões, a falta de proteção do
Estado e a desestruturação familiar após os crimes.
Francielle
foi torturada pelo marido durante um mês na frente do filho de 1 ano antes de
morrer. Camila já tinha registrado queixa por violência doméstica na delegacia
contra seu assassino. Darlene foi morta a facadas na frente dos filhos pelo
marido, que já tinha sido preso três vezes por agredi-la.
De
acordo com o Anuário de Segurança Pública, do FBSP, 8 em cada 10 crimes de
feminicídio são cometidos pelo parceiro ou ex-parceiro da vítima.
"Ao
contrário dos homicídios em geral, cujas motivações são as mais variadas, os
feminicídios têm sempre o mesmo cerne: a desigualdade de gênero", afirmam
as pesquisadoras Debora Piccirillo e Giane Silvestre, pesquisadoras do NEV-USP.
"Esta
desigualdade, que está presente nas relações sociais, é baseada na crença de
que as mulheres são subalternas aos homens e que suas vontades são menos
relevantes. A violência de gênero reflete a radicalização desta crença que,
muitas vezes, transforma as mulheres em objetos e 'propriedade' de seus
parceiros."
·
Alta de feminicídio: mais registros ou mais
violência?
Desde
2015, quando a lei passou a valer, os números de feminicídios têm crescido a
cada ano no Brasil.
Como
é possível ver no gráfico abaixo, o número de feminicídios de 2022 é o mais
alto da série histórica do Monitor da Violência e do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública. Vale notar, porém, que diversos estados ainda não possuíam
dados de feminicídios em 2015, 2016 e 2017. Os dados apenas são referentes a
todos os estados a partir de 2018.
O
aumento de casos pode ser um indicativo de que as polícias estão cada vez mais
se adequando à legislação e registrando corretamente o crime. Alguns
especialistas apontam, porém, que o crime está, de fato, crescendo no Brasil.
Uma
das explicações para a alta do feminicídio, em um período de queda dos
homicídios, é a redução expressiva do investimento em políticas de
enfrentamento à violência doméstica e familiar, afirmam Piccirillo e Silvestre,
do NEV-USP. Durante o governo Bolsonaro, ressaltam elas, houve um corte expressivo da verba
para essa área,
dinheiro destinado, principalmente, às unidades da Casa da Mulher Brasileira e
de Centros de Atendimento às Mulheres.
Segundo
as pesquisadoras, outros fatores são: a baixa fiscalização, o que permite
que mesmo mulheres com medidas protetivas se tornem vítimas de feminicídio;
o aumento do número de armas em circulação, com o relaxamento das leis; e
a ascensão de movimentos conservadores que defendem a manutenção
da desigualdade de gênero nas relações sociais.
Samira
Bueno e Isabela Sobral, do FBSP, ressaltam que a implementação das leis de
proteção à mulher existentes, como a Lei Maria da Penha, poderia ter evitado
muitos casos de feminicídio.
"Não
se trata, portanto, de crimes passionais, que ocorrem do dia para a noite, mas,
pelo contrário, são fruto de uma escalada de diferentes formas de violência que
geralmente iniciam com ofensas e humilhações, ciúmes excessivos, violência
patrimonial, e evoluem para a violência física."
As
pesquisadoras lembram que maioria absoluta das mulheres vítimas de violência no
ano passado não buscou nenhum equipamento estatal, segundo a pesquisa Visível e
Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil, divulgada na última semana.
Samira
e Isabela destacam que a qualidade da informação sobre os registros de
feminicídio melhorou, mas ainda há espaço para aprimoramento. "Temos
observado que em vários estados o percentual de feminicídios em relação ao
total de assassinatos têm crescido, o que denota uma melhoria no trabalho de
investigação da Polícia Civil."
·
Brasil de contrastes
Metade
dos estados brasileiros teve alta nos casos de feminicídios em 2022. Em alguns
casos, o aumento foi de mais de 40% – como em Mato Grosso do Sul (40%),
Rondônia (75%) e Amapá (100%).
MS
e RO, inclusive, também são destaques negativos em outros dois indicadores: as
taxas de ocorrências de mortes de mulheres (veja as taxas de todos os estados
no final desta reportagem). Esse indicador é importante porque ele mede a
incidência do crime em relação à população de cada estado – e não apenas o
número absoluto de mortes.
Em
nota, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Campo Grande (MS)
afirmou que tem uma taxa de resolução de feminicídios de 100%, incluindo a
prisão dos autores. De acordo com o órgão, há policiais treinados capazes de
atuar contra a violência de gênero e prestar atendimento humanizado 24h por
dia. Ressaltou ainda que faz ações de prevenção, como as palestras, em vários
setores da sociedade.
Por
fim, a DEAM afirmou que "a violência contra a mulher deita raízes no
sistema patriarcal e no machismo estrutural".
"Desta
forma, entendemos que, ainda que tenhamos a atividade de Polícia Judiciária
sendo executada de forma eficiente e como forma de atividade precípua da
1ªDEAM/CG/MS aliada as diversas palestras de conscientização e sensibilização
ministradas pela Delegacia Especializada, operações de prevenção e repressão
(cumprimentos de mandados de prisão e de busca e apreensão) não são
suficientes, se a mudança não ocorrer no âmbito cultural da sociedade, na
desconstrução do machismo, do patriarcado e da misoginia, combatendo a cultura
da desigualdade de gênero."
A
Secretaria de Segurança de Rondônia não respondeu aos questionamentos da
reportagem.
·
Taxa de assassinatos de mulheres por estado
Veja
a taxa de homicídios de mulheres por 100 mil em cada estado, em ordem decrescente:
- Mato Grosso do
Sul: 8,3
- Rondônia: 7,6
- Roraima: 6,8
- Mato Grosso:
5,8
- Ceará: 5,5
- Bahia: 5,3
- Acre: 5
- Pará: 4,7
- Rio Grande do
Sul: 4,7
- Piauí: 4,6
- Tocantins: 4,6
- Amazonas: 4,4
- Espírito
Santo: 4,4
- Paraná: 4,4
- Pernambuco:
4,4
- Alagoas: 4,1
- Paraíba: 4,1
- Goiás: 3,7
- Maranhão: 3,6
- Brasil: 3,6
- Rio Grande do
Norte: 3,3
- Sergipe: 3,3
- Amapá: 3,1
- Rio de
Janeiro: 3,1
- Minas Gerais:
2,8
- Santa
Catarina: 2,8
- Distrito
Federal: 2,2
- São Paulo: 1,8
Os
dados do último trimestre do RJ ainda estão em fase de análise e podem sofrer
alterações.
·
Taxa de feminicídio por estado
Veja
a taxa de feminicídios em cada estado, em ordem decrescente:
- Mato Grosso do
Sul: 3,5
- Rondônia: 3,1
- Mato Grosso:
2,7
- Acre: 2,5
- Tocantins: 1,9
- Rio Grande do
Sul: 1,8
- Alagoas: 1,8
- Maranhão: 1,8
- Amapá: 1,8
- Sergipe: 1,6
- Minas Gerais:
1,6
- Espírito
Santo: 1,5
- Pernambuco:
1,5
- Goiás: 1,5
- Santa
Catarina: 1,5
- Bahia: 1,4
- Piauí: 1,4
- Paraná: 1,3
- Brasil: 1,3
- Pará: 1,2
- Paraíba: 1,2
- Distrito
Federal: 1,2
- Roraima: 1
- Amazonas: 1
- Rio Grande do
Norte: 0,9
- Rio de
Janeiro: 0,9
- São Paulo: 0,8
- Ceará: 0,6
Fonte:
g1
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