Aleitamento materno
faz bem para mãe e bebê
O aleitamento materno é a
alimentação de bebês e crianças com leite produzido pelas mulheres. É o meio de
nutrição ideal pelo menos até os seis meses de idade. A prática proporciona
benefícios para a mãe o bebê, podendo prevenir depressão pós-parto na mãe,
melhorar o desempenho cognitivo do bebê e evitar doenças em ambos.
A
OMS (Organização Mundial da Saúde) e a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a
Infância) afirmam que a amamentação de todos
os bebês nos primeiros dois anos pode salvar a vida de mais de 820 mil
crianças com menos de cinco anos todos os anos. O aleitamento contínuo é recomendado por pelo menos um ano, à medida que
diferentes alimentos são introduzidos na dieta do bebê.
O aleitamento materno fornece tudo
o que o bebê precisa nos primeiros seis meses de vida, em todas as proporções
corretas. Sua composição também muda de acordo com as necessidades de saúde do
bebê, especialmente durante o primeiro mês de vida. Durante os primeiros dias
após o nascimento, as glândulas mamárias da mãe produzem um fluido espesso e
amarelado chamado colostro, que é rico em proteínas, pobre em açúcar e
carregado de compostos benéficos.
O
colostro é o primeiro alimento ideal e ajuda o trato digestivo imaturo do
recém-nascido a se desenvolver. Após os primeiros dias, os seios começam a
produzir grandes quantidades de leite à medida que o estômago do bebê se
desenvolve. O único nutriente que não é fornecido por meio da amamentação – a
não ser que a mãe tenha ingerido quantidades exorbitantes – é a vitamina D. Para compensar
essa deficiência, podem ser recomendadas algumas gotas de vitamina D a partir
de duas a quatro semanas de idade.
O aleitamento materno é a principal
forma pela qual o bebê obtém anticorpos que ajudam o organismo a combater vírus
e bactérias. Isso se aplica particularmente ao colostro, o primeiro leite. O
colostro fornece grandes quantidades de imunoglobulina A (IgA), bem como vários
outros anticorpos. Quando a mãe é exposta a vírus ou bactérias, ela começa a
produzir anticorpos. Esses anticorpos são excretados no leite materno e ingeridos pelo bebê por
meio do aleitamento materno.
O
IgA protege o bebê de ficar doente, formando uma camada protetora no nariz,
garganta e sistema digestivo. Por esse motivo, as mães que realizam o aleitamento enquanto estão
resfriadas ou gripadas fornecem aos seus bebês anticorpos que os ajudam a
combater o patógeno específico que está causando a doença. No entanto, se você
estiver doente e em fase de aleitamento,
pratique uma higiene rigorosa. Lave as mãos com frequência e tente evitar
infectar seu bebê.
As
fórmulas de leite não fornecem anticorpos para os bebês. Numerosos estudos
mostram que aqueles que não são amamentados são mais vulneráveis a problemas de saúde
como pneumonia, diarreia e infecção.
Quando
a criança se alimenta apenas de leite materno há benefícios relevantes para a
saúde, incluindo:
- Redução de
infecções de ouvido: três ou mais meses de aleitamento materno podem reduzir o risco em 50%,
enquanto qualquer tipo de amamentação pode reduzir em 23%;
- Redução de
infecções do trato respiratório: o aleitamento materno por mais de quatro meses reduz o
risco de hospitalização por esse tipo de infecção em até 72%;
- Redução de
resfriados e infecções: bebês que receberam aleitamento materno durante seis meses podem ter um
risco até 63% menor de ficarem gripados, com infecções de ouvido ou
garganta;
- Redução de
infecções intestinais: o aleitamento
materno está associado a uma redução de 64% nas infecções
intestinais, observadas por até dois meses após a interrupção da
amamentação;
- Redução de
danos no intestino: a alimentação de bebês prematuros com leite materno é
associada a uma redução de 60% na incidência de enterocolite necrosante;
- Redução da
síndrome da morte súbita do lactente (SMSL): O aleitamento materno também
está associada a um menor risco de SMSL em 50% após UM mês e a um risco
reduzido em 36% no primeiro ano;
- Redução de
doenças alérgicas: o aleitamento materno por pelo menos três a quatro
meses está associada a um risco reduzido de 27 a 42 % de asma, dermatite
atópica e eczema;
- Redução de
incidência de doença celíaca: bebês que são amamentados no momento da
primeira exposição ao glúten têm um risco 52% menor de desenvolver doença
celíaca;
- Redução de
doença inflamatória intestinal: o aleitamento materno pode reduzir em 30%
o desenvolvimento de doença inflamatória intestinal na infância;
- Redução de
diabetes: o aleitamento materno por pelo menos três meses está associada a
um menor risco de diabetes tipo 1 em até 30% e diabetes tipo 2 em até 40%;
- Redução de
leucemia infantil: o aleitamento materno por seis meses ou mais está
associada a uma redução de 15 a 20% no risco de leucemia infantil;
O
leite humano ajuda a prevenir a obesidade infantil. Estudos mostram
que as taxas de obesidade são 15 a 30% mais baixas em bebês que receberam aleitamento materno, em comparação com
bebês alimentados com fórmula. Isso pode ser devido ao desenvolvimento de
bactérias benéficas no intestino, chamadas de probióticos, que influenciam a
forma que o organismo armazena gordura.
Bebês
alimentados com leite materno também têm mais leptina (um hormônio responsável
por regular o apetite e armazenamento de gordura) do que bebês alimentados com
fórmula. O aleitamento materno também
promove uma maior autorregulação da ingestão de leite por parte do bebê. Ele se
sente mais satisfeito e, ao longo da vida, desenvolve padrões de alimentação mais
saudáveis. Alguns estudos sugerem que pode haver uma diferença no
desenvolvimento cerebral entre os bebês que receberam amamentação exclusiva e
os alimentados com fórmula.
Essa
diferença pode ser devida à intimidade física, ao toque e ao contato visual associados
ao aleitamento materno. Estudos indicam que os bebês amamentados com leite
materno são mais inteligentes e menos propensos a desenvolver problemas de
comportamento e aprendizado à medida que envelhecem. No entanto, os efeitos
mais significativos são vistos em bebês prematuros, que têm um risco maior de
problemas de desenvolvimento. O aleitamento materno tem efeitos positivos
significativos no desenvolvimento cerebral a longo prazo.
Enquanto
algumas mulheres parecem ganhar peso durante a amamentação, outras parecem
perder peso facilmente. Embora o aleitamento materno aumente as demandas de
energia da mãe em cerca de 500 calorias por dia, o equilíbrio hormonal do corpo
é muito diferente do normal. Devido a essas alterações hormonais, as mulheres que
amamentam têm um aumento do apetite e podem estar mais propensas a armazenar
gordura para a produção de leite.
Nos
primeiros três meses após o parto, as mulheres que amamentam podem perder menos
peso do que as que não amamentam, e podem até ganhar peso. No entanto, após
três meses de lactação, elas experimentam um aumento na queima de gordura.
Entre os três e seis meses após o parto, as mulheres que amamentam perdem mais
peso do que as que não amamentam.
Entretanto,
a alimentação e a prática de exercícios são os fatores determinantes para perda
de peso pós-parto. Alguns estudos mostraram que as mulheres que amamentam,
geralmente, apresentam menor perda sanguínea após o parto. A depressão
pós-parto é um tipo de depressão que afeta até 15% das mães.
Entretanto,
as mulheres que amamentam têm menos chances de desenvolver depressão pós-parto,
em comparação às mães que desmamam cedo ou não amamentam. Aquelas que
apresentam depressão pós-parto são mais propensas a ter problemas de
amamentação e o fazem por um período mais curto. Esses fatores podem estar
relacionados devido ao fato da amamentação provocar alterações hormonais que
estimulam o cuidado e o vínculo materno.
Uma
das mudanças mais significativas é o aumento da quantidade de ocitocina
(hormônio “do amor”) produzida durante o parto e o aleitamento materno. A
oicitocina parece ter efeitos anti-ansiedade a longo prazo, estimula a sensação
de afeto e de relaxamento. Esses efeitos também podem explicar, em parte,
porque as mães que amamentam têm uma taxa menor de rejeição materna, em
comparação com aquelas que não amamentam.
Um estudo mostrou que a
taxa de abuso e negligência materna infantil foi quase três vezes maior para as
mães que não amamentaram, em comparação àquelas que não amamentaram. Mas isso
não significa, necessariamente, que não amamentar sempre aumentará a
negligencia materna. O tempo total que uma mulher gasta com o aleitamento materno está
associado a um risco reduzido de câncer de mama e de ovário.
As
mulheres que amamentam por mais de 12 meses durante a vida têm um risco 28%
menor de câncer de mama e de ovário. Cada ano de aletaimento materno está associado a uma redução de 4,3% no
risco de câncer de mama. A amamentação ainda pode proteger contra a síndrome
metabólica, um grupo de condições que aumentam o risco de doenças cardíacas e
outros problemas de saúde.
As
mulheres que amamentam durante um ou dois anos ao longo da vida têm um risco
10-50% menor de pressão alta, artrite, níveis elevados de gordura no sangue,
doenças cardíacas e diabetes tipo 2. O aleitamento materno interrompe a
ovulação e a menstruação. Algumas mulheres
usam a amamentação, também, como uma forma de controle de natalidade nos
primeiros meses após o parto. No entanto, pode não ser um método
anticoncepcional completamente eficaz. Por outro lado, apresenta o benefício de
evitar cólicas e a TPM.
Para
completar a lista, o aleitamento
materno é totalmente gratuito.
Ao
escolher amamentar, você não precisará:
- Gastar
dinheiro com fórmulas;
- Calcular quanto
seu bebê precisa beber diariamente;
- Gastar tempo
limpando e esterilizando garrafas;
- Aquecer
mamadeira no meio da noite ou do dia;
Por
outro lado, sabemos que essas tarefas poderiam ser delegadas ao pai ou à outra
pessoa responsável pelo bebê, enquanto você usaria um tempo para si mesma. Além
do mais, vale ressaltar que mulheres que não podem amamentar devem alimentar o
bebê com fórmula, pois ela fornecerá todos os nutrientes que ele precisa.
Fonte:
eCycle
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