segunda-feira, 2 de outubro de 2023

MORO CONTRA A PAREDE: Tony Garcia diz que há "muito mais" provas contra Moro no depósito da 13ª Vara

O empresário e ex-deputado estadual paranaense Tony Garcia, que alega ter desempenhado o papel de "agente infiltrado" de Sergio Moro durante o período em que o senador era juiz em Curitiba (PR), disse em entrevista exclusiva ao Jornal da Fórum, da TV Fórum, nesta sexta-feira (29), que há "muito mais" provas contra o ex-magistrado no "depósito" da 13ª Vara Federal.

"Vivia com a faca no pescoço (...) Eu era um agente infiltrado contrato ilegalmente pela Justiça", disparou Tony Garcia em conversa com os jornalistas Renato Rovai e Miguel do Rosário.

Recentemente, Tony Garcia entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um conjunto de documentos explosivos que revelam uma suposta tentativa de Moro de investigar ilegalmente desembargadores, juízes e ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), incluindo o uso de grampos.

Os documentos em questão fazem parte de um acordo de colaboração premiada firmado entre Tony Garcia e Sergio Moro em 2004, logo após o empresário ser preso no âmbito de uma investigação contra o Consórcio Garibaldi. O acordo serviria para Garcia se livrar da prisão. Até recentemente, esses documentos estavam sob sigilo na 13ª Vara Federal de Curitiba, mas o juiz Eduardo Appio decidiu levantar este sigilo, permitindo que Tony Garcia tivesse acesso. Agora, esses materiais foram entregues pelo ex-deputado estadual ao STF com o objetivo de anular as ações de Moro contra ele.

No conjunto de documentos estão registradas cerca de 30 tarefas que foram designadas a Tony Garcia por Moro como parte do acordo para evitar sua prisão. Estas tarefas incluíam investigações de autoridades paranaenses com foro privilegiado, utilizando métodos questionáveis, uma vez que essas investigações estavam, legalmente, fora da alçada de atuação de Moro enquanto juiz. O material entregue ao STF inclui até mesmo registros de conversas telefônicas entre Moro e Garcia, nas quais o ex-juiz pressiona pela execução das tarefas consideradas ilegais.

•        Mais provas contra Moro

Na entrevista ao Jornal da Fórum, Tony Garcia disse que esta é apenas uma parte das provas contra Moro, pois outros materiais que provariam as missões ilegais que o ex-juiz designou a ele estariam "no depósito" da 13ª Vara Federal - e o acesso a esta outra leva de documentos não teria sido liberado.

"Isso estava nas gavetas da Vara do Moro e Gabriela [Hardt, também juíza]. Não tiramos tudo deste esqueleto, tem muita coisa no depósito físico da vara deles que a gente não conseguiu acesso ainda. E a gente sabe que tem disquetes, tem um monte de coisas dessas tarefas que fiz", revelou o ex-deputado.

"Demos um passo (...), mas precisava pegar o resto de provas que estavam no depósito. Prova física que nem a Gabriela e nem o Moro nos deram acesso. Pode ter a gravação da festa da cueca, todos os procedimentos ilegais que eu fiz de gravar deputados. Procedimentos totalmente comandados pelo Moro, e não pelo Ministério Público", prosseguiu.

>>>> Quem é Tony Garcia

O empresário e político paranaense Tony Garcia decidiu se rebelar contra Sergio Moro (UB-PR) após fazer revelações bombásticas sobre a atuação do senador em sua época de juiz.

O playboy paranaense era conhecido por seus investimentos e por suas campanhas políticas ousadas: ele quebrava a cabeça de manequins em peças publicitárias e chegou a concorrer à Prefeitura de Curitiba. Na prática, foi deputado estadual em dois mandatos pelo Paraná.

A vida luxuosa de Tony sempre foi acompanhada de grandes figuras e celebridades, como Ayrton Senna, Pelé e Xuxa. Mais noventista que isso, é difícil.

Mas Tony não ficou na memória dos eleitores paranaenses. Na verdade, foi justamente em 2023 que talvez tenha tomado sua principal decisão política.

Garcia era um delator da Lava Jato. Seu primeiro contato com Moro e com os agentes do Ministério Público foi em 2004, quando foi preso após ser acusado de fraudes do extinto Consórcio Nacional Garibaldi.

Considerado um 'megadelator', Tony esteve envolvido nas delações contra Beto Richa, Eduardo Cunha e outros figurões da política brasileira.

Contudo, em entrevista recente a diversos portais de notícias, Tony decidiu revelar as ilegalidades cometidas por Sergio Moro durante a Operação Lava Jato.

“Eu fui agente infiltrado do Ministério Público, eu trabalhei por dois anos e meio, diuturnamente, com 24 horas tendo um agente da inteligência da Polícia Federal ao meu dispor para eu pedir segurança, para pedir interceptação de telefones, de tudo que colaborasse com a Justiça”, afirmou Tony em entrevista à Veja.

Ele fez um depoimento à juíza Gabriella Hardt na 13ª Vara Federal de Curitiba afirmando ter criado provas ilegais contra diversas pessoas, incluindo o ex-governador Beto Richa.

Além disso, também relata ter sido pivô em um esquema que chantageou os juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) com imagens de desembargadores de cueca em festas (e que Moro teria se beneficiado destes vídeos).

Agora, ele aguarda a possibilidade de relatar suas denúncias contra o ex-juiz e atual senador oficialmente. "Eu estou esperando até agora que a PGR ou que alguém de direito me intime para eu poder falar", disse Garcia. "Tem coisas que posso provar, mas o farei na Justiça. Para cada desmentido deles, eu vou mostrar duas verdades."

Garcia disse ser "agente infiltrado, que eu recebia as ordens diretas do Moro, que ele pedia para eu ir sem advogado. Eu fui 40 vezes ao MPF, fiquei trabalhando para eles, me fizeram de funcionário”, contou o ex-deputado, em entrevista à CNN. “Ela [Hardt] passou por cima de tudo", completou.

Depois, o juiz afastado da 13ª Vara, Eduardo Appio, que tem um caráter garantista, analisou o conteúdo do depoimento e enviou a fala de Tony para o STF. Segundo Garcia, Appio foi retirado do cargo após essa relação.

O ex-governador Beto Richa (PSDB-PR) afirma ter sido vítima de um complô. "Em relação ao contexto geral das declarações do sr. Tony Garcia, resta mais uma vez comprovado que houve, como tenho dito desde o início, um conluio de versões para tentar criminalizar alvos pré-escolhidos. Fui uma das vítimas dessas narrativas criminosas produzidas no interior da Lava Jato", completou.

Sergio Moro nega que as declarações de Tony Garcia sejam verdadeiras e disse que não existem provas que sustentam a ação do empresário como um "agente infiltrado" da Lava Jato dentro da política.

 

Ø  Entenda como o Brasil conseguiu se tornar o país mais corrupto do mudo

 

Há múltiplas diferenças entre a matriz U.S.A. e a filial Brazil, que desde a criação da República, em 1889 se chamava oficialmente “Estados Unidos do Brasil” e só mudou de nome em 1967, no governo do general Costa e Silva, quando os militantes que combatiam o regime militar faziam gozações e costumavam chamar de “Brasil dos Estados Unidos”.

Umas das principais diferenças é a submissão legislativa dos Estados federativos, pois os brasileiros são muito mais subjugados às leis federais do que os norte-americanos.

O que deve causar mais inveja aos brasileiros é o respeito às leis que existe nos Estados Unidos, onde não há essa maluquice de ficar constantemente alterando a legislação, a ponto de os operadores do Direito necessitarem estar sempre se atualizando.

A estabilidade das leis nos EUA é impressionante. A Constituição da nossa matriz  é a segunda mais antiga do mundo, sendo superada apenas pela Carta Magna da República de San Marino, outorgada lá atrás, em 1600.

A norte-americana foi promulgada em 1787 e ratificada dois anos depois pelos 13 estados  então existentes. Em 1791, recebeu o acréscimo da Carta dos Direitos (Bill of Rights). Desde então, a Constituição Americana só recebeu 27 emendas. Por isso, é considerada a menor Constituição escrita do mundo: tem sete artigos e 27 emendas que cabem em cinco páginas.

Nesse ponto, a filial Brazil é recordista.  A atual Constituição nasceu em 1988 com 245 artigos e mais de 1,6 mil dispositivos. Já recebeu 128 emendas, sendo a última datada de 22 de dezembro de 2022 e há várias propostas em andamento.

Outro recordista é o Supremo brasileiro. Conforme relatório apresentado em plenário, o STF encerrou o primeiro semestre com acervo total de 23.991 processos, contra 20.380 registrados em 2022, um aumento de 17,7% para o mesmo período. Nos seis primeiros meses do ano, recebeu 38.905 novos  processos, sendo 11.003 originários (28%) e 27.902 recursais (72%).

Na matriz U.S.A., são nove ministros, que se contentam em analisar e julgar em torno de 100 processos por ano. A diferença chega a ser humilhante.

Enquanto nos Estados Unidos e no resto do mundo são cada vez mais rigorosas as leis anticorrupção, aqui a filial percorre caminho inverso. Desde 2019 ocorreu uma afrouxamento da legislação. E para permitir a libertação de Lula, o Brasil se tornou o único país do mundo que não prende criminoso após condenação em segunda instância.

O pior é que só prende após condenação em quarta instância (Supremo), enquanto a grande maioria das demais nações opera a Justiça com apenas três instâncias. Ou seja, aqui na filial fica tudo acertado para que os processos se eternizem e prescrevam.

Vocês podem imaginar algum outro país onde um criminoso confesso como Sérgio Cabral, condenado a 425 anos e 20 dias de prisão, tenha cumprido apenas 6 anos e 22 dias no sistema prisional? “Fala sério!”, diria Bussunda.

 

       Polícia investiga se Rolex usado por Jair Renan Bolsonaro é verdadeiro e se foi “presente” desviado

 

A Polícia Civil do Distrito Federal (DF) está atualmente investigando a descoberta de um relógio de luxo encontrado no apartamento de Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante operação realizada pela corporação no mês passado. A principal questão em foco na investigação é determinar se o relógio é genuíno da marca Rolex e se foi adquirido como presente de chefes de Estado durante o período em que Bolsonaro ocupou a presidência do país.

O objeto em questão foi enviado ao Instituto de Criminalística para um exame pericial de autenticidade, onde especialistas buscarão confirmar sua origem e autenticidade. O delegado Leandro de Castro Cardoso, diretor do Decor (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado), confirmou a informação.

O UOL tentou entrar em contato com a defesa de Jair Renan, mas até o momento não obteve resposta. Em caso de manifestação por parte da defesa, este texto será atualizado para incluir suas declarações.

A operação em que o apartamento de Jair Renan foi alvo de busca fazia parte de uma ação direcionada a um grupo suspeito de envolvimento em estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. As buscas foram realizadas em dois endereços distintos, um apartamento em Santa Catarina e outro localizado no sudoeste de Brasília.

•        Estelionato, falsificação e lavagem de dinheiro.

O principal alvo da operação parece ser o suposto mentor do esquema, identificado como Maciel Carvalho, de 41 anos, que já havia sido alvo de duas outras ações da Polícia Civil do DF no decorrer deste ano, denominadas Operação "Succedere" e "Falso Coach". Maciel Carvalho, que anteriormente atuava como instrutor de tiro de Jair Renan, foi preso em janeiro deste ano.

De acordo com as investigações, o grupo suspeito operava por meio de um laranja e utilizava empresas fantasmas em suas atividades. Eles supostamente usavam a falsa identidade de Antônio Amâncio Alves Mandarrari para abrir contas bancárias e figurar como proprietário de empresas fictícias, sendo essas utilizadas como intermediárias nas atividades ilícitas.

Além disso, os investigados teriam falsificado relatórios de faturamento e outros documentos relacionados às empresas sob investigação, frequentemente usando informações de contadores sem o consentimento destes profissionais.

A Polícia Civil do DF continua trabalhando na investigação para esclarecer todas as circunstâncias envolvendo o relógio de luxo encontrado no apartamento de Jair Renan e para desmantelar o esquema criminoso relacionado ao grupo suspeito de estelionato, falsificação e lavagem de dinheiro. Novas informações serão divulgadas à medida que se tornem disponíveis.

 

Fonte: Fórum/Tribuna da Internet

 

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