MORO CONTRA A PAREDE: Tony Garcia diz que há "muito mais"
provas contra Moro no depósito da 13ª Vara
O empresário e ex-deputado estadual paranaense Tony
Garcia, que alega ter desempenhado o papel de "agente infiltrado" de
Sergio Moro durante o período em que o senador era juiz em Curitiba (PR), disse
em entrevista exclusiva ao Jornal da Fórum, da TV Fórum, nesta sexta-feira
(29), que há "muito mais" provas contra o ex-magistrado no
"depósito" da 13ª Vara Federal.
"Vivia com a faca no pescoço (...) Eu era um
agente infiltrado contrato ilegalmente pela Justiça", disparou Tony Garcia
em conversa com os jornalistas Renato Rovai e Miguel do Rosário.
Recentemente, Tony Garcia entregou ao Supremo
Tribunal Federal (STF) um conjunto de documentos explosivos que revelam uma
suposta tentativa de Moro de investigar ilegalmente desembargadores, juízes e
ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), incluindo o uso de grampos.
Os documentos em questão fazem parte de um acordo
de colaboração premiada firmado entre Tony Garcia e Sergio Moro em 2004, logo
após o empresário ser preso no âmbito de uma investigação contra o Consórcio
Garibaldi. O acordo serviria para Garcia se livrar da prisão. Até recentemente,
esses documentos estavam sob sigilo na 13ª Vara Federal de Curitiba, mas o juiz
Eduardo Appio decidiu levantar este sigilo, permitindo que Tony Garcia tivesse
acesso. Agora, esses materiais foram entregues pelo ex-deputado estadual ao STF
com o objetivo de anular as ações de Moro contra ele.
No conjunto de documentos estão registradas cerca
de 30 tarefas que foram designadas a Tony Garcia por Moro como parte do acordo
para evitar sua prisão. Estas tarefas incluíam investigações de autoridades
paranaenses com foro privilegiado, utilizando métodos questionáveis, uma vez
que essas investigações estavam, legalmente, fora da alçada de atuação de Moro
enquanto juiz. O material entregue ao STF inclui até mesmo registros de
conversas telefônicas entre Moro e Garcia, nas quais o ex-juiz pressiona pela
execução das tarefas consideradas ilegais.
• Mais
provas contra Moro
Na entrevista ao Jornal da Fórum, Tony Garcia disse
que esta é apenas uma parte das provas contra Moro, pois outros materiais que
provariam as missões ilegais que o ex-juiz designou a ele estariam "no
depósito" da 13ª Vara Federal - e o acesso a esta outra leva de documentos
não teria sido liberado.
"Isso estava nas gavetas da Vara do Moro e
Gabriela [Hardt, também juíza]. Não tiramos tudo deste esqueleto, tem muita
coisa no depósito físico da vara deles que a gente não conseguiu acesso ainda.
E a gente sabe que tem disquetes, tem um monte de coisas dessas tarefas que
fiz", revelou o ex-deputado.
"Demos um passo (...), mas precisava pegar o
resto de provas que estavam no depósito. Prova física que nem a Gabriela e nem
o Moro nos deram acesso. Pode ter a gravação da festa da cueca, todos os
procedimentos ilegais que eu fiz de gravar deputados. Procedimentos totalmente
comandados pelo Moro, e não pelo Ministério Público", prosseguiu.
>>>> Quem é Tony Garcia
O empresário e político paranaense Tony Garcia
decidiu se rebelar contra Sergio Moro (UB-PR) após fazer revelações bombásticas
sobre a atuação do senador em sua época de juiz.
O playboy paranaense era conhecido por seus
investimentos e por suas campanhas políticas ousadas: ele quebrava a cabeça de manequins
em peças publicitárias e chegou a concorrer à Prefeitura de Curitiba. Na
prática, foi deputado estadual em dois mandatos pelo Paraná.
A vida luxuosa de Tony sempre foi acompanhada de
grandes figuras e celebridades, como Ayrton Senna, Pelé e Xuxa. Mais noventista
que isso, é difícil.
Mas Tony não ficou na memória dos eleitores
paranaenses. Na verdade, foi justamente em 2023 que talvez tenha tomado sua
principal decisão política.
Garcia era um delator da Lava Jato. Seu primeiro
contato com Moro e com os agentes do Ministério Público foi em 2004, quando foi
preso após ser acusado de fraudes do extinto Consórcio Nacional Garibaldi.
Considerado um 'megadelator', Tony esteve envolvido
nas delações contra Beto Richa, Eduardo Cunha e outros figurões da política
brasileira.
Contudo, em entrevista recente a diversos portais
de notícias, Tony decidiu revelar as ilegalidades cometidas por Sergio Moro
durante a Operação Lava Jato.
“Eu fui agente infiltrado do Ministério Público, eu
trabalhei por dois anos e meio, diuturnamente, com 24 horas tendo um agente da
inteligência da Polícia Federal ao meu dispor para eu pedir segurança, para
pedir interceptação de telefones, de tudo que colaborasse com a Justiça”,
afirmou Tony em entrevista à Veja.
Ele fez um depoimento à juíza Gabriella Hardt na
13ª Vara Federal de Curitiba afirmando ter criado provas ilegais contra
diversas pessoas, incluindo o ex-governador Beto Richa.
Além disso, também relata ter sido pivô em um
esquema que chantageou os juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF-4) com imagens de desembargadores de cueca em festas (e que Moro teria se
beneficiado destes vídeos).
Agora, ele aguarda a possibilidade de relatar suas
denúncias contra o ex-juiz e atual senador oficialmente. "Eu estou
esperando até agora que a PGR ou que alguém de direito me intime para eu poder
falar", disse Garcia. "Tem coisas que posso provar, mas o farei na
Justiça. Para cada desmentido deles, eu vou mostrar duas verdades."
Garcia disse ser "agente infiltrado, que eu
recebia as ordens diretas do Moro, que ele pedia para eu ir sem advogado. Eu
fui 40 vezes ao MPF, fiquei trabalhando para eles, me fizeram de funcionário”,
contou o ex-deputado, em entrevista à CNN. “Ela [Hardt] passou por cima de
tudo", completou.
Depois, o juiz afastado da 13ª Vara, Eduardo Appio,
que tem um caráter garantista, analisou o conteúdo do depoimento e enviou a
fala de Tony para o STF. Segundo Garcia, Appio foi retirado do cargo após essa
relação.
O ex-governador Beto Richa (PSDB-PR) afirma ter
sido vítima de um complô. "Em relação ao contexto geral das declarações do
sr. Tony Garcia, resta mais uma vez comprovado que houve, como tenho dito desde
o início, um conluio de versões para tentar criminalizar alvos pré-escolhidos.
Fui uma das vítimas dessas narrativas criminosas produzidas no interior da Lava
Jato", completou.
Sergio Moro nega que as declarações de Tony Garcia
sejam verdadeiras e disse que não existem provas que sustentam a ação do
empresário como um "agente infiltrado" da Lava Jato dentro da política.
Ø Entenda como o Brasil conseguiu se tornar o país mais corrupto do mudo
Há múltiplas diferenças entre a matriz U.S.A. e a
filial Brazil, que desde a criação da República, em 1889 se chamava
oficialmente “Estados Unidos do Brasil” e só mudou de nome em 1967, no governo
do general Costa e Silva, quando os militantes que combatiam o regime militar
faziam gozações e costumavam chamar de “Brasil dos Estados Unidos”.
Umas das principais diferenças é a submissão
legislativa dos Estados federativos, pois os brasileiros são muito mais
subjugados às leis federais do que os norte-americanos.
O que deve causar mais inveja aos brasileiros é o
respeito às leis que existe nos Estados Unidos, onde não há essa maluquice de
ficar constantemente alterando a legislação, a ponto de os operadores do
Direito necessitarem estar sempre se atualizando.
A estabilidade das leis nos EUA é impressionante. A
Constituição da nossa matriz é a segunda mais antiga do mundo, sendo
superada apenas pela Carta Magna da República de San Marino, outorgada lá
atrás, em 1600.
A norte-americana foi promulgada em 1787 e
ratificada dois anos depois pelos 13 estados então existentes. Em 1791,
recebeu o acréscimo da Carta dos Direitos (Bill of Rights). Desde então, a
Constituição Americana só recebeu 27 emendas. Por isso, é considerada a menor
Constituição escrita do mundo: tem sete artigos e 27 emendas que cabem em cinco
páginas.
Nesse ponto, a filial Brazil é recordista. A
atual Constituição nasceu em 1988 com 245 artigos e mais de 1,6 mil dispositivos.
Já recebeu 128 emendas, sendo a última datada de 22 de dezembro de 2022 e há
várias propostas em andamento.
Outro recordista é o Supremo brasileiro. Conforme
relatório apresentado em plenário, o STF encerrou o primeiro semestre com
acervo total de 23.991 processos, contra 20.380 registrados em 2022, um aumento
de 17,7% para o mesmo período. Nos seis primeiros meses do ano, recebeu 38.905
novos processos, sendo 11.003 originários (28%) e 27.902 recursais
(72%).
Na matriz U.S.A., são nove ministros, que se
contentam em analisar e julgar em torno de 100 processos por ano. A diferença
chega a ser humilhante.
Enquanto nos Estados Unidos e no resto do mundo são
cada vez mais rigorosas as leis anticorrupção, aqui a filial percorre caminho
inverso. Desde 2019 ocorreu uma afrouxamento da legislação. E para permitir a
libertação de Lula, o Brasil se tornou o único país do mundo que não prende
criminoso após condenação em segunda instância.
O pior é que só prende após condenação em quarta
instância (Supremo), enquanto a grande maioria das demais nações opera a
Justiça com apenas três instâncias. Ou seja, aqui na filial fica tudo acertado
para que os processos se eternizem e prescrevam.
Vocês podem imaginar algum outro país onde um
criminoso confesso como Sérgio Cabral, condenado a 425 anos e 20 dias de
prisão, tenha cumprido apenas 6 anos e 22 dias no sistema prisional? “Fala
sério!”, diria Bussunda.
Polícia
investiga se Rolex usado por Jair Renan Bolsonaro é verdadeiro e se foi
“presente” desviado
A Polícia Civil do Distrito Federal (DF) está
atualmente investigando a descoberta de um relógio de luxo encontrado no
apartamento de Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL), durante operação realizada pela corporação no mês passado. A principal
questão em foco na investigação é determinar se o relógio é genuíno da marca
Rolex e se foi adquirido como presente de chefes de Estado durante o período em
que Bolsonaro ocupou a presidência do país.
O objeto em questão foi enviado ao Instituto de
Criminalística para um exame pericial de autenticidade, onde especialistas
buscarão confirmar sua origem e autenticidade. O delegado Leandro de Castro
Cardoso, diretor do Decor (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime
Organizado), confirmou a informação.
O UOL tentou entrar em contato com a defesa de Jair
Renan, mas até o momento não obteve resposta. Em caso de manifestação por parte
da defesa, este texto será atualizado para incluir suas declarações.
A operação em que o apartamento de Jair Renan foi
alvo de busca fazia parte de uma ação direcionada a um grupo suspeito de
envolvimento em estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e
lavagem de dinheiro. As buscas foram realizadas em dois endereços distintos, um
apartamento em Santa Catarina e outro localizado no sudoeste de Brasília.
• Estelionato,
falsificação e lavagem de dinheiro.
O principal alvo da operação parece ser o suposto
mentor do esquema, identificado como Maciel Carvalho, de 41 anos, que já havia
sido alvo de duas outras ações da Polícia Civil do DF no decorrer deste ano,
denominadas Operação "Succedere" e "Falso Coach". Maciel
Carvalho, que anteriormente atuava como instrutor de tiro de Jair Renan, foi
preso em janeiro deste ano.
De acordo com as investigações, o grupo suspeito
operava por meio de um laranja e utilizava empresas fantasmas em suas
atividades. Eles supostamente usavam a falsa identidade de Antônio Amâncio
Alves Mandarrari para abrir contas bancárias e figurar como proprietário de
empresas fictícias, sendo essas utilizadas como intermediárias nas atividades
ilícitas.
Além disso, os investigados teriam falsificado
relatórios de faturamento e outros documentos relacionados às empresas sob
investigação, frequentemente usando informações de contadores sem o
consentimento destes profissionais.
A Polícia Civil do DF continua trabalhando na
investigação para esclarecer todas as circunstâncias envolvendo o relógio de
luxo encontrado no apartamento de Jair Renan e para desmantelar o esquema
criminoso relacionado ao grupo suspeito de estelionato, falsificação e lavagem
de dinheiro. Novas informações serão divulgadas à medida que se tornem
disponíveis.
Fonte: Fórum/Tribuna da Internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário