Alergia ou intolerância alimentar? Veja como identificar o quadro
Quem nunca comeu algo que não caiu bem? Para
algumas pessoas, essa "indigestão" pode gerar sintomas de intenso
desconforto, ou até mesmo uma reação alérgica. Nesses casos, é preciso
identificar se trata-se de uma simples alergia ou intolerância alimentar.
Segundo Alanna Vargas, nutricionista clínica da Sodexo On-site no segmento
Escolas & Universidades, a intolerância alimentar envolve a incapacidade do
corpo de digerir ou processar um alimento específico, muitas vezes devido à falta
de uma enzima necessária para a digestão. A abordagem principal para lidar com
o quadro é evitar o alimento desencadeante ou limitar sua ingestão, dependendo
do grau de tolerância da pessoa.
Já a alergia alimentar é uma condição em que o
sistema imunológico reage de forma adversa a determinados alimentos,
desencadeando uma resposta alérgica que pode variar em gravidade. Cada um dos
quadros, portanto, exige uma conduta própria. A seguir, a nutricionista explica
como lidar com cada um.
• Como
lidar com a intolerância alimentar?
"Embora a intolerância alimentar possa ser
desafiadora, com os devidos cuidados e ajustes na dieta, é possível levar uma
vida saudável e com qualidade, minimizando os impactos da intolerância
alimentar em seu dia a dia", afirma a nutricionista, que dá algumas dicas
para enfrentar a condição no dia a dia.
>>> Confira:
# Identificação precisa: é essencial que o paciente
se submeta a testes médicos adequados para identificar a intolerância alimentar
específica. Isso pode envolver exames de sangue, testes de alergia alimentar,
testes de hidrogênio expirado ou outros métodos diagnósticos.
# Exclusão do alimento: uma vez que o alimento que
desencadeia a alergia seja identificado, é importante excluí-lo da dieta ou
reduzir sua ingestão a níveis toleráveis. Isto é, dependendo da capacidade
individual de tolerância.
# Leitura de rótulos: ler os rótulos dos alimentos
cuidadosamente é fundamental para evitar a ingestão acidental de ingredientes
problemáticos. Muitas alergias e intolerâncias alimentares são regulamentadas
quanto à rotulagem de ingredientes potencialmente alergênicos.
# Cozinhar em casa: preparar as refeições em casa
dá maior controle sobre os ingredientes utilizados e reduz o risco de
contaminação cruzada. Isso permite que o paciente tenha uma dieta mais segura.
# Substituições adequadas: encontrar substitutos
seguros para os alimentos problemáticos é importante para garantir uma dieta
equilibrada e variada. Por exemplo, se alguém tem intolerância à lactose, pode
optar por alternativas de leite à base de plantas.
# Apoio profissional: ter o acompanhamento de um
nutricionista especializado em intolerâncias alimentares permite ter planos
alimentares personalizados que atendam às necessidades nutricionais do
paciente.
# Educação e conscientização: tanto o paciente
quanto seus responsáveis, ou aqueles que convivem com ele, devem ter
conhecimento da intolerância alimentar e saberem reconhecer os sintomas e
sinais de exposição alérgica.
# Acompanhamento médico regular: consultas médicas
regulares são importantes para monitorar a condição do paciente e fazer ajustes
na dieta conforme necessário.
• Gerenciando
a alergia alimentar
Conforme a nutricionista, a gestão e os tratamentos
podem ajudar a reduzir seus impactos no bem-estar do paciente com alergia
alimentar. Confira algumas dicas da profissional:
# Não consumir o alimento desencadeante: leia com
atenção os rótulos dos alimentos, conscientização sobre os ingredientes e a
eliminação completa do alimento alergênico da dieta.
# Plano de ação de emergência: pacientes com
alergias alimentares graves devem ter um plano com ações emergenciais, seguindo
orientação de um médico. Ter acesso rápido ao tratamento indicado é vital, caso
ocorra a ingestão do alimento alergênico de forma acidental, por exemplo.
# Educação e conscientização: pacientes e
responsáveis devem estar atentos aos sintomas de reações alérgicas, sinais de
exposição acidental e a conduta a seguir em caso de emergência.
# Consultas médicas regulares: o acompanhamento
médico regular com um alergista é importante para monitorar a condição do
paciente e discutir estratégias de gerenciamento, que podem até mesmo ajudar a
determinar se a alergia persiste.
"É importante lembrar que cada caso de alergia
alimentar é único, e o tratamento varia de acordo com a gravidade e a
sensibilidade individual. Por isso, é fundamental trabalhar em estreita
colaboração com um alergista ou médico especializado em alergias alimentares
para criar um plano de gerenciamento personalizado e garantir a segurança e o
bem-estar do paciente", ressalta a profissional.
• Como
impedir deficiências nutricionais e dietas restritas
Muitas vezes, as limitações impostas por uma
alergia ou uma intolerância alimentar podem levar a dietas pobres e
restritivas, sem o aporte de nutrientes necessários para o organismo funcionar
corretamente. Portanto, é importante que os pacientes tenham um diagnóstico
preciso e trabalhem em estreita colaboração com profissionais de saúde, como
nutricionistas especializados em alergias alimentares, destaca Alanna
"Isso permite a criação de planos alimentares
personalizados que garantam a obtenção de todos os nutrientes essenciais. Além
disso, o hábito de ler rótulos de alimentos e identificar ingredientes
potencialmente problemáticos é importante. A busca por substitutos adequados
para os alimentos alergênicos é outra estratégia importante", afirma.
Segundo ela, a suplementação pode ser necessária em
casos específicos, principalmente quando a exclusão de determinados alimentos
resulta em deficiências nutricionais. Pacientes com alergia alimentar múltipla
ou intolerâncias graves podem ter dificuldade em obter todos os nutrientes
essenciais apenas por meio da dieta tradicional, sendo os suplementos uma opção
para prevenir deficiências.
"Porém, é importante ressaltar que a decisão
de usar suplementos deve ter base em avaliações médicas e nutricionais
individuais. Portanto, os pacientes nunca devem iniciar a suplementação por
conta própria, sem orientação profissional", ressalta a profissional.
Você come
e passa mal? Saiba o que é intolerância alimentar
Quem apresenta recusa a certos tipos de alimentos
também pode sofrer com o problema. "Já percebemos que tanto a intolerância
à lactose ou a sensibilidade ao glúten estão ou podem estar ligados a intolerância
alimentar. Por isso, a simples retirada desses alimentos do cardápio, traz uma
melhora significativa dos cabelos e unhas do paciente. Sintomas que vão de um
simples inchaço a um quadro de disfonia recorrente", explica a médica Dra.
Patrícia Santiago.
A especialista comenta que é comum atender
pacientes com queixa de queda de cabelo e unhas frágeis. Os sintomas muitas
vezes são decorrentes da deficiência de vitaminas biotina (vitamina B7) ou o
oligoelementos zinco, uma consequência da intolerância alimentar.
• Afinal,
o que é intolerância alimentar?
Patrícia explica que esta é uma resposta do
organismo à ingestão de determinados alimentos, em que o corpo tem dificuldade
ou é incapaz de absorver alguns nutrientes. O resultado é de extremo
desconforto, que pode estar associado a vários sintomas.
"É importante esclarecer a diferença entre
intolerância, alergia e sensibilidade, pois a consequência pode ir de um
simples a um risco de vida. A intolerância se trata de uma reação adversa, que
envolve a digestão ou metabolismo, mas não envolve o sistema imunológico",
esclarece a especialista.
Já a alergia, por outro lado, envolve a resposta do
sistema imunológico a algum componente, geralmente proteína. E a sensibilidade,
por fim, é a resposta anormal que pode apresentar sintomas semelhantes aos da
alergia.
Segundo a médica, a maior parte das respostas
alimentares adversas são decorrentes de intolerância alimentar. Acredita-se que
a prevalência da condição na população em geral seja de 5-20%, aponta Patrícia.
No entanto, devido a dados insuficientes ou sub diagnosticados, a verdadeira
prevalência permanece desconhecida.
A intolerância alimentar está associada a diversos
sintomas inespecíficos, que envolvem o sistema digestório, articular,
respiratório e dermatológico. Entre os sinais da condição estão:
# Bronquite;
# Asma;
# Acidez;
# Úlceras e aftas na boca;
# Gastrite;
# Dores ou inchaço abdominal;
# Constipação;
# Diarreia;
# Náuseas;
# Dor;
# Rigidez;
# Acne;
# Eczema;
# Psoríase;
# Erupção cutânea;
# Urticária;
# Comichão;
# Enxaqueca;
# Fadiga;
# Depressão;
#Retenção de líquidos.
Fonte: Saúde em Dia
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