Médicos em Gaza dizem que Israel ordenou evacuação de hospital
O diretor do hospital Al-Quds na Cidade de Gaza,
Bassam Mourad, disse ter recebido vários avisos para evacuar o edifício,
segundo a agência de notícia Reuters.
“A primeira foi através de um telefonema do
Crescente Vermelho Palestino. O exército israelense ligou para a entidade para
exigir a evacuação de todos os pacientes e trabalhadores, bem como daqueles que
residem no hospital", disse ele.
“Mencionaram que esta área será uma zona militar,
que haverá confrontos e a área será perigosa e que temos que evacuar
rapidamente”, disse ele.
Ele prosseguiu dizendo que o número de pessoas
deslocadas que residem no hospital está entre 12 mil e 14 mil.
“O número muda todos os dias, além dos
departamentos hospitalares e da unidade de terapia intensiva”, afirmou Mourad.
O Crescente Vermelho publicou no X (antigo Twitter)
que há atividade militar a 50 metros do hospital e bombardeamento muito próximo
ao local.
Nos últimos dias, milhares de pessoas invadiram
depósitos de ajuda humanitária em Gaza, em um “sinal preocupante de que a ordem
civil está começando a ruir”, segundo a agência de ajuda da ONU para refugiados
palestinos (UNRWA).
Pessoas levaram farinha e outros suprimentos
básicos depois de invadirem vários armazéns e centros de distribuição no centro
e sul do território no sábado, segundo a UNRWA.
“As pessoas estão assustadas, frustradas e
desesperadas”, disse a agência das Nações Unidas em nota à imprensa.
Após mais de 24h de corte quase total das
telecomunicações, linhas telefônicas e conexões à Internet estão voltando
lentamente na região.
A conectividade foi cortada quando Israel
intensificou o bombardeio contra Gaza e deu início a uma grande operação por
terra envolvendo tanques e tropas.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmam que
aviões de guerra atacaram “mais de 450 alvos militares pertencentes à
organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza” nas últimas 24 horas.
Israel tem bombardeado Gaza desde os ataques do
Hamas, em 7 de outubro, que quando 1.400 pessoas morreram e outras 229 foram
sequestradas e desde então são mantidas como reféns.
O Ministério da Saúde administrado pelo Hamas em
Gaza afirma que mais de 8.000 pessoas morreram desde o início dos bombardeios
de Israel.
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'Desdobramento preocupante'
À BBC, um porta-voz da UNRWA disse estimar que
“milhares” de pessoas invadiram o segundo maior centro em Deir al-Balah, onde
suprimentos de ajuda humanitária são armazenados e distribuídos pela ONU.
Os incidentes ocorreram durante o dia, confirmou a
agência.
Os itens levados incluem farinha de trigo e
produtos de higiene. A agência fez questão de reiterar que “nenhum combustível
foi levado”.
A UNWRA não esclareceu se a segurança será
reforçada nos outros armazéns em Gaza.
Até o momento, pouco mais de 80 caminhões que
transportam ajuda humanitária foram autorizados a entrar em Gaza.
Israel se recusou a permitir o fornecimento de
combustível para Gaza porque afirma que poderia ser utilizado para fins militares
pelo Hamas.
Segundo o correspondente da BBC Jeremy Bowen, que
está a cerca de 10 quilômetros de Gaza, no sul de Israel, os bombardeios da
artilharia israelense contra Gaza são ininterruptos.
Ele define a invasão aos armazéns como "um
desenvolvimento realmente preocupante da guerra".
Bowen afirma que é muito difícil acompanhar
exatamente o que se passa no terreno, em Gaza, porque os israelenses têm falado
pouco sobre as suas operações.
Embora alguma conectividade e telecomunicações
tenham sido restauradas, a maior parte de Gaza ficou isolada do resto do mundo
por mais de um dia.
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'Guerra longa e difícil'
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu,
confirmou a presença de soldados e comandantes israelenses na Faixa de Gaza,
“destacados por toda parte”, em coletiva de imprensa neste sábado (28/10).
Ele afirmou que a operação terrestre em curso em
Gaza é a segunda fase da guerra com o Hamas e disse que espera uma “guerra
longa e difícil”. Netanyahu descreveu a guerra como a “segunda guerra de
independência” de Israel.
"Lutaremos e não nos renderemos. Não nos
retiraremos. Na superfície e no subsolo", continuou Netanyahu, se
referindo ao túneis subterrâneos usados pelo Hamas.
O primeiro-ministro se reuniu com famílias dos
reféns levados pelo Hamas, que demonstraram preocupação sobre a intensificação
dos ataques.
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Crise diplomática com a
Turquia
A comunidade internacional segue dividida.
Na Assembleia Geral da ONU, na sexta-feira (27/10),
120 países votaram a favor de um cessar-fogo humanitário, incluindo Brasil,
França e Bélgica. No total, 14 países votaram contra e houve 45 abstenções.
A resolução, apesar de aprovada em massa, não têm
cumprimento obrigatório.
Já a Casa Branca diz que Israel tem "o direito
de levar a luta ao Hamas".
Neste sábado (28/10), para uma multidão eufórica em
Istambul, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, chamou os ataques de
Israel em Gaza de “massacre” e disse que os aliados ocidentais do país eram “os
principais culpados” por trás do que classificou como crimes de guerra
cometidos por Israel.
"Iremos declarar Israel como criminoso de
guerra para o mundo. Estamos nos preparando para isso e apresentaremos Israel
ao mundo como um criminoso de guerra."
Erdogan também manteve sua posição de não
considerar o Hamas uma “organização terrorista”. O grupo é descrito como tal em
países como EUA e Reino Unido.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli
Cohen, reagiu ordenando que diplomatas israelenses deixassem a Turquia depois
do que chamou de “declarações duras” de Istambul.
O presidente discursou em um grande palco para o
que ele disse ser uma multidão de 1,5 milhão de pessoas, que agitavam bandeiras
turcas e palestinas.
O evento, denominado Grande Comício da Palestina,
foi realizado no abandonado Aeroporto Ataturk, onde Erdogan já realizou
comícios.
No sábado, ele reiterou as suas críticas à recusa
de alguns países em pedir um cessar-fogo em Gaza, e apelou à unidade no mundo
muçulmano.
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Novos ataques
Neste sábado, o porta-voz das Forças de Defesa de
Israel, Daniel Hagari, emitiu um "apelo urgente" aos cidadãos do
norte de Gaza e da cidade de Gaza para que se deslocassem para o sul
"imediatamente".
Em uma postagem no X (antigo Twitter), Hagari
afirmou que eles poderão retornar para suas casas quando as "intensas
hostilidades terminarem".
Ele acrescentou que o Hamas coloca a vida dos
palestinos em perigo ao armazenar armas em áreas civis e que Israel não
esquecerá os ataques brutais do grupo em 7 de outubro.
"Sua janela para agir está se fechando",
alertou Hagari. "Vá para o sul para sua própria segurança."
As Forças de Defesa de Israel disseram à BBC que
foram utilizados vários métodos para transmitir esse último alerta à população
de Gaza, incluindo o lançamento de panfletos pelo ar, rádio, Internet e o que é
descrito como "métodos adicionais sobre os quais não podemos entrar em
detalhes".
Neste sábado, milhares de manifestantes
pró-Palestina protestam em Londres pedindo o fim dos ataques de Israel em Gaza.
No fim de semana passado, 100 mil pessoas saíram às
ruas da capital exigindo o fim dos bombardeios em Gaza.
Protestos também aconteceram em outras cidades do
Reino Unido, incluindo Manchester (Inglaterra) e Glasgow (Escócia).
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'Invasão limitada'
Cerca de 100 aviões de combate foram usados na
operação de sexta para sábado, descrita por Israel como "invasão
limitada".
Mais cedo, o porta-voz Hagari havia afirmado que os
militares israelenses estavam "combatendo um inimigo mais fraco".
Ele confirmou que as tropas entraram no norte de
Gaza durante a noite, acrescentando que as forças "ainda estavam no
campo" neste sábado.
Segundo Hagari, vários comandantes do Hamas foram
mortos durante a noite como parte da "ofensiva ampliada".
Ele acrescentou que caminhões de ajuda humanitária
entrarão hoje em Gaza carregando alimentos e água.
Também informou que houve 311 mortes de militares
israelenses desde o ataque do Hamas em 7 de outubro e que baixas foram sofridas
durante as operações noturnas.
Hagari confirmou ainda que 229 pessoas são mantidas
como reféns em Gaza.
Segundo ele, "estamos trabalhando para atingir
os objetivos que estabelecemos para nós mesmos e que foram definidos para nós.
A dissolução do Hamas, a segurança das fronteiras e um esforço nacional para
trazer de volta os sequestrados."
Sobre o destino dos reféns, Hagari disse que
"trazer de volta os sequestrados para casa é um esforço nacional supremo.
E todas as nossas atividades, operacionais e de inteligência, visam atingir o
objetivo".
Num comunicado divulgado na manhã deste sábado, as
famílias dos reféns fizeram um apelo ao ministro da defesa israelense e aos
membros do gabinete de guerra para se reunirem com eles imediatamente.
"Esta noite foi a mais terrível de todas as
noites. Foi uma noite longa e sem dormir, tendo como pano de fundo a grande
operação das Forças de Defesa de Israel na faixa, e a absoluta incerteza quanto
ao destino dos reféns ali detidos, que também foram sujeitos aos pesados
bombardeios".
O comunicado acrescenta que a operação terrestre
põe em perigo o bem-estar dos 229 reféns em Gaza.
"As famílias estão preocupadas com o destino
de seus entes queridos e aguardam uma explicação. Cada minuto parece uma
eternidade. Exigimos que o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e os membros do
gabinete de guerra se reúnam conosco esta manhã!", diz a nota.
Gallant concordou em se encontrar com
representantes do grupo neste domingo (29/10).
Na noite de sexta-feira, questionado se os ataques
significavam a concretização do plano de invadir Gaza por terra, anunciado em
15 de outubro, o porta-voz do governo de Israel Eylon Levy tergiversou.
"Israel expandiu a operação terrestre na Faixa
de Gaza, mas, além disso, não vou comentar questões operacionais", disse
Levy.
Por volta de 2h da manhã deste sábado no horário de
Brasília, as forças israelenses afirmaram ter matado o líder das operações
aéreas do Hamas, Asem Abu Rakaba. Ele teria liderado o uso de drones e
parapentes no ataque a Israel em 7 de outubro.
Enquanto isso, antecipando uma possível expansão do
conflito para outros países, o Departamento de Estado dos EUA orientou na
sexta-feira os seus cidadãos a deixarem o Líbano enquanto há voos comerciais
disponíveis, "devido à situação de segurança imprevisível".
Disparos entre as forças israelenses e o poderoso
grupo xiita libanês Hezbollah têm se intensificado dia após dia. Israel colocou
soldados e equipamentos militares na região de sua fronteira com o Líbano e
evacuou dezenas de milhares de civis que ali viviam.
Na rede social X (antigo Twitter), o Departamento
de Estado afirmou: "Não há garantia de que o governo dos EUA irá evacuar cidadãos
americanos e seus familiares em uma situação de crise."
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'Forças estão ampliando
atividades terrestres'
Na sexta-feira, Israel disse que expandiria as
atividades em terra.
"Nas últimas horas, aumentamos os ataques em
Gaza. A Força Aérea ataca amplamente alvos subterrâneos e infraestruturas
terroristas, de forma muito significativa", disse o porta-voz Hagari, das
Forças de Defesa de Israel.
"Na continuação da atividade ofensiva que
realizamos nos últimos dias, as forças terrestres estão expandindo a atividade
esta noite", acrescentou.
Na ocasião, Hagari pediu mais uma vez que a
população da Cidade de Gaza deixasse a região em direção ao sul do território.
Segundo ele, os moradores da Cidade de Gaza
deveriam buscar "condições mais seguras", já que as IDF
"persistiriam" com ataques à cidade e seus arredores.
Ele fez referência específica ao hospital Al Shifa,
que disse estar sendo usado para "atividades terroristas".
Anteriormente, em outro pronunciamento, Hagari
alegou que o Hamas estava utilizando o hospital como escudo para túneis
subterrâneos e centros de comando. O Hamas negou esta acusação.
Al Shifa é o maior hospital da Faixa de Gaza.
Milhares de pessoas desalojadas estão abrigadas em
hospitais de Gaza, incluindo no Al Shifa.
Segundo Jeremy Bowen, da BBC, as negociações
conduzidas pelo Catar entre Israel e o Hamas estavam progredindo,
"chegando perto de um acordo para a libertação de reféns e talvez para
algum tipo de cessar-fogo ou trégua humanitária".
Entretanto, a "expansão" das operações de
Israel na sexta-feira interrompeu o processo.
"Com tanques e soldados israelenses prontos
para entrar em Gaza, não parece haver muita esperança na retomada [das
negociações] enquanto essa ofensiva está acontecendo", afirmou Bowen.
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Resolução da ONU
Na tarde de sexta-feira, a Assembleia Geral da ONU
aprovou uma resolução pedindo por uma trégua humanitária imediata em Gaza.
A resolução — apresentada pela Jordânia em nome do
grupo de países árabes — também condenou todos os atos de violência contra
civis palestinos e israelenses, incluindo todos os "ataques terroristas e
indiscriminados".
O texto também pediu a imediata libertação dos
reféns mantidos pelo Hamas em Gaza, mas não faz menção específica aos ataques
de 7 de outubro contra Israel
Foram 120 votos a favor, incluindo o do Brasil, 14
contra e 45 abstenções.
Israel reagiu fortemente à resolução.
"Hoje é um dia que será considerado infame.
Todos nós testemunhamos que a ONU já não detém nem um pingo de legitimidade ou
relevância", disse o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan,
acrescentando que seu país vai usar "todos os meios" para combater o
Hamas.
As resoluções da Assembleia Geral não têm
cumprimento obrigatório, mas têm peso moral devido à universalidade dos seus
membros.
O secretário-geral da ONU, António Gueterres,
também fez um apelo por um cessar-fogo no X, dizendo que "este é o momento
da verdade".
"Repito meu apelo por um cessar-fogo
humanitário no Oriente Médio, pela libertação incondicional de todos os reféns
e pela entrega de suprimentos vitais na escala necessária. Todos devem assumir
suas responsabilidades. Este é o momento da verdade. A história julgará todos
nós", escreveu.
Durante café da manhã com jornalistas, no Palácio
do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que é "insanidade"
do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, querer acabar com a Faixa
de Gaza.
"O ato do Hamas foi terrorista, que não é
possível fazer um ataque, matar inocentes, sequestrar gente da forma que eles
fizeram, sem medir as consequências do que acontece depois. Porque, agora, o
que nós temos é a insanidade do primeiro-ministro de Israel querendo acabar com
a Faixa de Gaza, se esquecendo que lá não tem só soldado do Hamas, que lá tem
mulheres e crianças, que são as grandes vítimas dessa guerra", disse Lula.
O presidente explicou que o Brasil não reconhece o
Hamas como organização terrorista porque o país segue as avaliações do Conselho
de Segurança da ONU.
"A posição nossa é clara. Toda guerra não tem
apenas um culpado, ou um mais culpado."
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Sem contato
Durante o apagão nas comunicações na Faixa de Gaza,
Deborah Brown, pesquisadora da ONG Human Rights Watch, disse que a questão
"traz o risco de acobertar atrocidades em massa e de contribuir para a
impunidade de violações de direitos humanos".
Os Médicos Sem Fronteiras e o Crescente Vermelho
Palestino divulgaram que perderam o contato com alguns membros de suas equipes
em Gaza.
"Estamos profundamente preocupados com a
capacidade das nossas equipes em continuar a prestar os seus serviços médicos
de emergência, especialmente porque este conflito afeta o número central de
emergência ‘101’ e dificulta a chegada de veículos e ambulâncias aos
feridos", disse o Crescente Vermelho Palestino em um comunicado.
A organização afirmou estar também preocupada com a
segurança das suas equipes que trabalham na Faixa de Gaza e faz um apelo ao
mundo para “exercer pressão sobre as autoridades israelenses para fornecerem
proteção imediata a civis inocentes, instalações médicas e às nossas equipes”.
Outra organização humanitária, a ActionAid, também
disse perdeu contato com os seus funcionários em Gaza.
"O apagão isola a população, tornando quase
impossível que procurem ajuda, partilhem as suas histórias ou mantenham contato
com os seus entes queridos."
"Este isolamento aprofunda o sofrimento
daqueles que já enfrentam uma grave crise humanitária no meio de um aumento no
bombardeamento aéreo de civis", afirmou a ONG em um comunicado.
Baseada em Jerusalém, a repórter da BBC Alice Cuddy
afirmou que na sexta-feira conseguiu falar com contatos seus em Gaza mas, à
noite, suas ligações e mensagens não pareciam chegar ao território palestino.
A maioria das pessoas com quem Cuddy vinha falando
estava abrigada em Khan Yunis, após ter fugido de suas próprias casas em outros
lugares. Mas uma família que vive na parte central de Gaza contou à repórter
mais cedo que tinha optado por não deixar sua casa por enquanto.
"Continuaremos morando aqui até encontrarmos
uma maneira segura de sair", disse o pai pelo telefone de sua casa, cujas
janelas e portas foram destruídas após ataques a edifícios próximos.
"Estamos em uma situação muito miserável.
Principalmente as crianças, elas têm medo."
O repórter Mehdi Musawi, da BBC Árabe em Londres,
também disse ter tido dificuldades de falar com suas fontes em Gaza durante
todo o dia.
"No início da noite, todas as linhas de
comunicação estavam fora do ar. E então, imagens ao vivo de Gaza mostraram
escuridão total, exceto por flashes e bolas de fogo à distância", diz
Musawi.
"Enviei uma enxurrada de mensagens para as
pessoas com quem havia falado antes, mas nenhuma resposta veio, nem mesmo um
duplo visto para confirmar o recebimento."
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O conflito
O grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de
Gaza, lançou em 7 de outubro um ataque surpresa a Israel, matando mais de 1.400
e capturando reféns.
Israel reagiu com bombardeios que já mataram mais
de 8.000 pessoas, segundo o Ministério da Saúde em Gaza controlado pelo Hamas.
Em 14 de outubro, as forças israelenses anunciaram
para breve uma ofensiva ainda maior por ar, terra e mar contra o território.
Israel também deu um ultimato aos moradores no
norte da Faixa de Gaza — cerca de 1,1 milhão de pessoas — para se deslocarem
para o sul do território.
Esse prazo, estendido algumas vezes, expirou no dia
15 de outubro.
O norte de Gaza — que inclui a Cidade de Gaza e
dois campos de refugiados — é uma das partes mais densamente povoadas do
território.
Na ocasião, o Hamas disse aos civis que ignorassem
a ordem de evacuação, descrevendo-a como "propaganda falsa".
No entanto, milhares de palestinos obedeceram à
ordem de Israel e abandonaram suas casas.
Apesar disso, Israel bombardeou e continua
bombardeando várias localidades no sul do território.
Segundo a agência da ONU para os refugiados
palestinos, a situação no sul de Gaza é tão ruim que alguns civis estão
voltando para o norte.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant,
disse que a campanha militar em Gaza "pode levar um mês, dois ou três, mas
no final não haverá mais Hamas".
Fonte: BBC News Mundo
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