Menopausa: como contornar as flutuações hormonais?
É preciso falar mais sobre a menopausa – pelo menos
essa é a avaliação da Sociedade Alemã para a Menopausa, instituição que busca
eliminar os tabus em torno do tema e colocá-lo na agenda dos formuladores de
políticas de saúde.
Em 2021, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 26% da população feminina mundial tinha 50 anos ou mais. Isso
significa que cerca de 1,3 bilhão atravessavam a menopausa ou já haviam passado
por ela. Mas, afinal, o que acontece nessa fase da vida da mulher?
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Quando começa a
menopausa?
Para responder a esta questão é preciso, antes de
tudo, esclarecer a terminologia, diz a ginecologista Anneliese Schwenkhagen.
Radicada em Hamburgo, ela é especialista em endocrinologia ginecológica: os
hormônios – os principais agentes por trás da menopausa – são sua
área de atuação.
A menopausa é definida como a última menstruação.
De acordo com a Sociedade Alemã para a Menopausa, isso acontece em média entre
os 51 e 52 anos de idade. Em casos raros, pode chegar por volta dos 40 anos.
Ela marca o ponto em que cessa a ovulação
mensal, o que acarreta infertilidade. Mas a queda na fertilidade da mulher
já começa durante a perimenopausa, que pode se anunciar muitos anos antes
da menopausa.
O termo perimenopausa também se refere aos 12
meses após a última menstruação. Só depois desse período de um ano é que passa
a se falar de pós-menopausa. O termo menopausa abrange quase todas essas fases
juntas, e o momento em que ocorre, portanto, só pode ser determinado
retrospectivamente.
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Quais são os sintomas da
menopausa?
Para cerca de dois terços das mulheres, a menopausa
é uma transição desagradável: um terço reclama de sintomas graves.
Tudo começa na perimenopausa, devido sobretudo à
atividade flutuante dos ovários. Hormônios estrogênicos, especialmente
estradiol, são produzidos nos folículos ovarianos que amadurecem nos ovários.
Durante a perimenopausa, o ciclo se torna mais irregular, ou estendendo-se ou
com ausência de sangramento.
Isso provoca flutuações hormonais, que, por sua
vez, levam a sintomas como sensibilidade mamária, retenção de líquidos,
alterações de humor e distúrbios do sono. "Muitas mulheres nessa fase, que
às vezes pode começar aos 40 anos, sequer sabem que seus sintomas podem estar
relacionados às alterações hormonais do início da menopausa",
explica Schwenkhagen.
Durante a menopausa, ex-pacientes de doenças
psiquiátricas como depressão ou transtornos de ansiedade também podem
sofrer uma recaída. "Estatisticamente falando, a menopausa é uma situação
de alto risco para doenças psiquiátricas, devido à instabilidade hormonal, que
torna o cérebro mais vulnerável." A enxaqueca é um dos males que
podem piorar nessa fase.
Um dos principais sintomas da pós-menopausa são
ondas de calor e suores. A pele e as mucosas ficam cada vez mais secas.
"Isso afeta particularmente a vagina e a bexiga. Podem haver
dores durante o sexo ou infecções do trato urinário recorrentes", diz
Schwenkhagen. Muitas também reclamam de dores nas articulações. Tudo isso é
reflexo de um nível constantemente baixo de estradiol – com os folículos
esgotados, não há mais produção deste hormônio.
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Como tratar a menopausa?
A terapia de reposição hormonal (TRH) pode aliviar
muitos sintomas. Nela, o estradiol é prescrito na forma de comprimidos ou
administrado através da pele por meio de géis, sprays ou adesivos. "Se o
útero ainda estiver presente, aplica-se também a terapia com hormônio de corpo
lúteo para proteger o revestimento uterino."
Segundo a ginecologista, a secura vaginal responde
bem ao tratamento local com supositórios, comprimidos ou cremes contendo
estrogênio. O método também pode reduzir o risco de infecções urinárias
recorrentes.
Durante muito tempo as terapias hormonais não
tiveram boa reputação. E, de fato, podem aumentar ligeiramente o risco de
trombose e câncer de mama. Mulheres que já tiveram lesões pré-cancerosas ou
câncer de mama não são, portanto, aconselhadas a passar por uma TRH. Por outro
lado, a terapia hormonal também tem alguns efeitos positivos na saúde, e para
Schwenkhagen e outros especialistas os benefícios superam os riscos.
Hoje em dia sabe-se, por exemplo, que a terapia de
reposição hormonal iniciada logo após o último sangramento pode até ter efeito
protetor sobre o sistema cardiovascular, aponta Schwenkhagen, e até reduzir o
risco de diabetes. Esse efeito protetor adicional também se estende aos
ossos, já que a falta de estrogênio tende a afetae negativamente a
densidade óssea, aumentando o risco de osteoporose.
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A menopausa traz benefícios?
Mas, para além de diversas afecções ao longo
dos anos: há algo de positivo na menopausa? Os sintomas hormonais, afinal,
muitas vezes coincidem com transições entre diferentes fases da vida – filhos
que cresceram e estão saindo de casa, por exemplo. Isso, muitas vezes, coloca à
prova relacionamentos de anos. "No trabalho, muitas oscilam entre o boreout e
o burnout", ou seja: entre o tédio e a exaustão total.
Para Schwenkhagen, a menopausa pode ser vista como
um ponto de virada, que as mulheres podem aproveitar para lançar um olhar sobre
si mesmas e se redefinir. Um ponto de virada que exige um novo exame do próprio
corpo e da saúde. Sim, mas e as queixas? Felizmente, garante a ginecologista,
elas respondem bem aos tratamentos.
Ø Perimenopausa: Sintomas podem começar aos 30 anos
Perimenopousa é uma condição caracterizada pelo
período anterior à menopausa, marcada pelo fim dos anos reprodutivos que podem
começar muito antes do esperado.
Para entender os diagnósticos da perimenopausa,
especialistas da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, acompanharam
mulheres e constataram que a irregularidade menstrual começa, em média, entre
os 47 e 48 anos. No entanto, o estudo revelou que alguns sintomas podem surgir
até mesmo na faixa dos 30 anos, deixando muitas mulheres sem saber que estão
passando por essa fase.
Em entrevista à BBC, Nanette Santoro, especialista
em obstetrícia e ginecologia da universidade, detalha os resultados do estudo,
que observou mulheres entre 30 e 40 anos, que relataram sintomas claros da
menopausa. “Isso está ocorrendo embora testes os objetivos, como contagem de
óvulos, não pareçam mostrar que elas estão tão próximas disso”, afirmou à BBC.
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O que é a perimenopausa?
Durante a perimenopausa, os níveis hormonais
oscilam e, posteriormente, declinam, levando ao surgimento de novos sintomas e
mudanças no corpo.
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O que ocorre nesta fase?
Durante a perimenopausa, os ovários gradualmente
reduzem a produção do estrogênio, um hormônio feminino fundamental.
Nos últimos um ou dois anos desta fase, a queda nos
níveis de estrogênio se acelera, resultando em sintomas da menopausa. Embora
geralmente comece por volta dos 40 anos, a perimenopausa pode ocorrer já aos 30
anos ou até mais cedo.
A duração média da perimenopausa é de 4 anos, mas
para algumas mulheres, esse estágio pode durar apenas alguns meses ou se
estender por 10 anos. A perimenopausa é oficialmente concluída quando uma
mulher passa 12 meses sem menstruar.
Além disso, as mulheres podem experimentar diversas
sensações, incluindo os sintomas clássicos da menopausa, como ondas de calor e
secura vaginal.
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Conheça os sintomas da
perimenopausa:
Alterações menstruais;
Mudanças de humor;
Suores noturnos;
Fadiga;
Enxaquecas;
Problemas para dormir;
Ganho de peso;
Perda de densidade óssea;
Secura vaginal;
Irritação genital durante as relações sexuais.
Fonte: Deutsche Welle
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